sábado, outubro 29, 2011

A tecnologia e um grande amigo



Não tinha como não escrever sobre a morte de Jobs, mas infelizmente o destino foi traiçoeiro, e levou-me um amigo muito mais próximo e querido, e pelo nosso relacionamento, pelo propósito deste site que é falar sobre tecnologia e até pela constante presença dele neste site, como leitor e comentários freqüentes, não tinha como evitar que o post sobre ele saísse na frente do de Jobs.


Ele não era fundador de empresa nenhuma, pelo menos que eu saiba, mas era um amante inveterado das tecnologias, em especial as eletro-eletrônicas e ligadas às telecomunicações. Conhecedor de circuitos, componentes, válvulas e afins, meu amigo Maurílio era do tipo incorrigível de engenheiro, que além de gostar de ser engenheiro, aproveitava o seu tempo de folga, para continuar sendo engenheiro!


Sempre me diverti, mesmo antes de entrar na engenharia, desenhando circuitos, soldando componentes e eventualmente estragando algumas geringonças que me chegavam às mãos, mas o Mau era do tipo que pesquisava, curtia seus projetos antecipadamente, investia tempo pensando na sua construção, na aquisição dos componentes, montagem e finalmente no uso dos mesmos, conforme podemos ver, no vídeo que ele postou no YouTube, após montar seu amplificador valvulado AX84.

Não se contentava em participar da massa das opiniões comuns ou da maioria, sempre prezou pela opinião pessoal legítima e singular, que nem sempre era compartilhada pela maioria ou era bem aceita pela mesma maioria. Para quem não conheceu estas expressões e curtiu alguns de seus debates, deixo uma pequena amostra de suas idéias no Blog Olhando e Vendo de sua autoria.


O Mau era amigo leal, que nunca nos visitava aos domingos à tarde, mas que esteve muito presente na vida de minha família, e em vários momentos em que tive a chance de trabalhar com ele nestes últimos quinze anos. Companheiro certo de um bom chopp gelado e bem tirado no bar do praia clube, aos domingos pela manhã.


Você já está fazendo falta em nossas vidas. Não sei se continuará com acesso a internet onde estiver agora, mas certamente continuará nos inspirando a mantermos nossa lide diária no campo das tecnologias, defendendo sempre o que for melhor para a sociedade, dentro do conceito mais amplo de ética.


Vá com Deus amigão!

quinta-feira, outubro 20, 2011

Pedra Station



Recentemente conversava com um uma pessoa culta, inteligente, atualizada, devidamente informatizada e que posso tranquilamente considerar como tendo uma cabeça avançada para a sua idade. No entanto ele me dizia que não confiava na internet, e que nunca havia feito nenhuma transação bancária por este meio. Argumentei que era plenamente seguro, que eu fazia todas minhas transações bancárias pela internet há mais de quinze anos, e que nunca havia tido o menor problema, e que dos problemas que tive conhecimento através de amigos, todos foram resolvidos razoavelmente, sem perdas para os usuários. Meu amigo agradeceu a informação, mas não deu o menor sinal de que mudaria de atitude para com a rede mundial e seus riscos para os incautos usuários :-(

Contando o caso para meu filho, como se fosse a coisa mais estranha do mundo, ele me disse que também alguns de seus amigos tinham receio de comprar pela internet, e caírem no golpe do “Pedra Station” pagando por um Play Station e recebendo posteriormente um tijolo ou uma pedra dentro de uma caixa. Rimos um bocado deste receio, e chegamos mesmo a falar que isto mais parecia lenda urbana, e que desde os idos tempos do lançamento do Vídeo Cassete comprado no Paraguai por US$ 500 que não via mais ninguém cair no velho golpe do “tijolo na caixa”.

Pois não é que nesta semana a Globo mostrou uma reportagem de um infeliz comprador que tendo pago por um LapTop em uma reconhecida loja virtual, recebeu em sua casa um TIJOLO, vejam só! Obviamente a loja já havia se comprometido a reparar o mal entendido, e alegava que provavelmente se tratava de um problema na entrega ou na logística, mas que assumia todo a responsabilidade e entregaria o LapTop pretendido.

Bem já tive mais problemas comprando em lojas reais do que em lojas virtuais, e mesmo nas transações C2C, via Mercado Livre, eBay ou portais específcos de compra, nunca tive nenhum problema nem no recebimento nem na negociação, e não pretendo deixar de utilizar este meio de compra, pela facilidade que representa, mas é sempre bom lembrarmos que até os dias de hoje, ainda existem aqueles que se dispõem a embrulhar cuidadosamente um tijolo ou uma lajota, para enviar no lugar do precioso bem adquirido e tão ansiosamente esperado.

E vocês, já tiveram algum problema pessoal ou de algum conhecido que tenha caído no golpe do “Pedra Station”?

sábado, outubro 01, 2011

Risco para nossos ouvidos



Atualmente tenho trabalhado em um escritório que fica mais próximo da rua, e mesmo morando em uma cidade mais tranqüila, ainda assim há os que se esforçam ao máximo para nos proporcionar uma musicalidade que não pedimos e que muitas vezes beira o insuportável.
Alguns carros passam com seus aparelhos de som ligados em um volume tão alto, que não só invadem todos escritórios e casas do quarteirão, como ainda vão disparando todos os alarmes dos carros que ficam estacionados nas redondezas, ou seja, além de termos de aturar o volume insuportável destes carros, ainda temos que continuar ouvindo dezenas de alarmes disparados após o som desaparecer, como diria minha filha: Ninguém merece!
Vejam que este problema já é considerado falta grave no trânsito, causando multa e cinco pontos na carteira dos motoristas que ou são surdos, ou vão ficar em função da potência dos aparelhos de som de seus carros.

A OMS recomenda que não fiquemos expostos a ruídos acima de 50 dB, pois este é o limite a que o ouvido humano consegue suportar sem que venha a ter problemas no curto ou médio prazo, acima deste nível temos, por exemplo, uma madeireira (70 dB), um caminhão acelerando ao lado da sua janela (74 dB), um carro de trio elétrico (110 dB), uma britadeira (120 dB), e o interior destes carros que nos perturbam, que pode ultrapassar os 130 dB, só perderiam para um estádio de futebol cheio de vuvuzelas ou para os arredores de uma turbina de Boeing que podem ultrapassar os 140 dBs.
Nem preciso ressaltar a perfeição que é o ouvido humano, que com quase nenhuma energia, é capaz de perceber as menores variações dentro do espectro de freqüências que conseguimos interpretar, mesmo que com potências baixíssimas. A pele que compõe nossos tímpanos é extremamente sensível, capaz de ser captar os menores sinais de variação na pressão, interpretando-os como sons audíveis. No mundo de hoje, não é possível mais alegarmos que não sabíamos de alguma coisa, pois a informação transborda de todas as fontes possíveis, Mesmo que não se saiba exatamente qual a potência exata do som de seus carros, e nem que se lembre que o limite para não termos problemas auditivos é de 50 dBs, ainda assim não consigo acreditar que os incautos motoristas não saibam que o que fazem, além de torturar nossos ouvidos, ainda têm o enorme potencial de fazê-los ficar surdo.
Mas então porque têm esta atitude? Seria por masoquismo? Ou sadismo, por gostarem de nos fazer sofrer? Acho que nunca saberei ao certo. E você? Tem alguma opinião a este respeito?