sábado, março 24, 2012

Tão evoluídos e tão atrasados



Estou no aeroporto de Congonhas, aguardando uma brecha no mau tempo de Uberlândia, que me permita o embarque para esta cidade. Se o tempo não melhorar iremos para Ribeirão Preto e de lá seguiremos de ônibus, que belo programa hein?
Este primeiro parágrafo já iniciou um post mais antigo deste Blog, e serve para ilustrar que, apesar de todos os desenvolvimentos tecnológicos a que temos acesso diariamente, ainda continuamos, como diria nosso amigo Belchior, como nossos pais quando a questão é tecnologia de aeroportos :-(
Fico imaginando se, na Inglaterra, dependêssemos da mesma tecnologia que temos no Brasil, haveria a metade dos vôos, face a incidência de neblina que temos por aquelas bandas. E o mais cruel, é que pagamos uma das tarifas mais caras de passagens aéreas do mundo, mas em compensação, o serviço que recebemos...
Ontem, olhava angustiado por mais de 20 minutos, várias malas passarem na esteira do aeroporto internacional Franco Montoro (apelido do aeroporto Internacional de Guarulhos), que não a minha, e de quebra ouvia uma senhora reclamar que sua mala sempre desaparecia e pensava cá com meus botões: Ao invés de pagarmos em torno de R$ 100,00 por um seguro bagagem, poderíamos pagar R$ 5,00 por um chip que fosse fixado na mala, e que tivesse nossa identificação (endereço, número de passaporte, etc, etc) e que permitisse o encaminhamento automático da mala, que impediria que algum desavisado ou amigo do alheio saísse com minha mala do aeroporto, por engano ou “olho grande”, sem falar do problema mais frequente que é a mala adquirir vontade própria, indo sozinha para um destino que não é o seu, ninguém sabe como.
Pode ser que não adotemos estas tecnologias mais modernas, mais baratas e mais eficientes de controle de bagagens para garantir o empregos de milhares de funcionários nos aeroportos e companhias aéreas, isso seria compreensível até, mas se fosse assim, porque não nos atenderiam de forma mais cortês? Ah, com você não é assim? Eles sempre são corteses? Desculpe então minha falta de sorte, minhas experiências é que não tem sido tão boas.
Meu celular fala com todo mundo e com todas as coisas. Meu tablet, se esqueço de desligar, quando vejo está cheio de novas informações recebidas via feed, meu carro fala com o controle de pedágio, qualquer aparelho de barbear que se preza, fala com as saídas magnéticas dos supermercados, para evitar que pessoas esqueçam de pagá-los ao irem embora, assim também baterias, alguns cosméticos e qualquer outro produto que possa custar mais que algumas dezenas de reais. Então porque somente minha bagagem não pode ter a mesma sorte, de ser protegida por um chip?
Se não consigo nem garantir que receberei um mala cheia de roupa sujas, depois de uma semana de viagem, querer que o aeroporto de minha cidade esteja preparado para uma simples neblina pode parecer demais não?
Em tempo, enquanto espero meu vôo ser autorizado, ouço que também os aeroportos de Belo Horizonte e Curitiba encontram-se fechados em função das condições meteorológicas, para que não pensem que somente nossa cidade é premiada com estas condições.

sábado, março 17, 2012

Fios, tomadas e padrões



Quando comprei o primeiro desktop para meu filho, fizemos a instalação no escritório, e para tal foi necessário, além da alimentação do próprio PC, também a alimentação do monitor (que na época era um tubo pesado para caramba), e também a alimentação das caixas de som e da impressora, e dá-lhe fios para o teclado, para o mouse, e para as extensões de USB.

Depois minha filha ficou mais velha, também queria seu PC, toca duplicar tudo que já existia, e além disso já tínhamos banda larga ADSL (que também tinha sua tomada de tensão), para ligar os dois PCs na mesma banda larga, também adicionei um pequeno Hub, e posteriormente um roteador para o Wi-Fi.

Além do inferno que era fazer todas as ligações, vivia com medo de que alguém desconectasse alguma coisa atrás da estante, pois certamente precisaria de algumas gerações para fazer todas as conexões de novo (não citei os conversores 110 x 220V que sempre existem e os filtros de linha que a esta altura já eram dois além das réguas de alimentação....uma pequena usina de energia e ácaros, guardada atrás da estante).

Bem o tempo passou, meus filhos cresceram, o primeiro desktop deu lugar para um Lap Top e com ele as conexões WiFi começaram a devorar parte do emaranhado de cabo que existia nas minhas instalações, o fato do Lap Top vir com webcam integrada, sem mouse ou teclado ou caixas de som adicionais levou outro tanto...depois percebi que não precisava mais do hub...depois nem lembro mais para que instalei o roteador, já que o WiFi tinha roteador, e com isso aposentei os filtros de linha as réguas, e finalmente assassinei o último Desktop, e com ele, pude finalmente livrar-me de quase todos os cabos :-)


Seria ótimo se não tivessem mudado os padrões das tomadas, agora o tablet fala com a TV, esta por sua vez conecta-se à banda larga, que gerencia o som da casa, se conecta ao celular, os filmes assistidos ficam na nuvem, as fotos também, e o que é melhor, não configuramos mais nada, basta ligar um no outro que eles se falam, se entendem e começam a trocar informações...mas as tomadas....ah as tomadas...três pinos redondos que não entram na tomada da parede, que são tres furos mas não redondos. Outros equipamentos tem somente dois pinos redondos ..ou seriam chatos? Chato é termos o que é mais difícil e complicado funcionando direitinho e termos que ligar tudo nos velhos adaptadores, também conhecidos como "T" ou "Benjamin", é a boa e velha ABNT trabalhando para que tenhamos tudo funcionando direitinho. Ou não?!?

domingo, março 11, 2012

Quando o COMO é mais importante do que o QUÊ





Estou lendo o livro “Como” de Dov Seidman, que apesar do prefácio ter sido escrito por Bill Clinton, que não é exatamente um ícone de integridade, mostra de uma forma inequívoca que estamos vivendo um momento em que o formato tem sido encarado de forma tão ou mais importante do que o próprio conteúdo, e que valores como a integridade, honestidade e respeito ao próximo, apesar de sempre terem sido importantes, em tempos de sociedade conectada (MundoConectado) assumem importância ímpar.
Assim a lanchonete que confia nos seus clientes a responsabilidade de pagarem e pegarem diretamente no caixa o troco que lhes cabe, ganha competitividade e preferência de seus clientes (será que alguém comerá 150 coxinhas apenas porque é possível não pagar por elas?).
A cantora Rhaissa Bittar e o escritor Paulo Coelho (para citar apenas dois exemplos desta nova época) ganham a simpatia de seu público ao disponibilizarem todo o seu conteúdo gratuitamente na internet.
O Palestrante e escritor Luciano Pires, distribui seu conteúdo através de programas de rádio e podcasts, gratuitamente. Em sua home page existe a opção para que os ouvintes deixem a contribuição que julgarem adequada, pelo conteúdo que recebem.
O Paulo Lima disponibiliza o conteúdo de suas revistas (a Trip e a TPM) gratuitamente na loja Apple, no iTunes e em downloads a partir de seu próprio site. São mais de 25 anos de entrevistas com os personagens mais inusitados e impactantes de nossa sociedade.
A mentira nunca teve pernas tão curtas... O curso não feito e relatado no CV é descoberto em segundos. O produto que propala qualidades inexistentes é desmascarado assim que colocado no mercado, por meio de redes sociais. O trailer do filme que é melhor que o próprio filme é exposto de tal forma na internet, que todos são avisados do embuste, e assim podemos escrever folhas e folhas de exemplos de que os nossos valores sempre existiram, mas que graças ao tanto que nossas sociedades estão conectadas, essas informações correm o mundo em questão de segundos, ou de “clickes”, obrigando empresas a se retratarem, administradores a se demitirem após seus balanços mostrarem-se não tão sólidos quanto suas apresentações pressupunham.
E com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, ainda tenho que tolerar uma cantina que insiste em conviver com filas para sermos atendidos, sendo que tudo o que precisamos, que não custa mais que um par de reais, está ali, logo ao alcance de nossas mãos, e que poderíamos simplesmente pegar o que queremos e deixar o pagamento correto na caixa, melhorando a performance do lugar, deixando o proprietário com um lucro maior, os clientes mais satisfeitos (pela confiança e pelo tempo economizado), mas não, ao invés disso vejo filas, funcionários mal humorados pela dupla responsabilidade (servir e cobrar). Meu amigo Dov, seria bom que viesse dar por essas bandas para nos ensinar um pouco sobre o Porque o COMO fazer algo significa tudo...nos negócios e na Vida.