quarta-feira, março 19, 2008

Músicas, que músicas?


Engana-se quem imagina que a única mudança no mundo da música deu-se por conta da facilitação da pirataria pelos novos formatos de mídia, que permitem a cópia e a troca de arquivos de música, sem que haja perda da qualidade do arquivo original. Na realidade a mudança é muito maior que isso e não abrange somente o aspecto técnico do formato como a mídia é disponibilizada, aliás esse é o aspecto menos importante na minha opinião. O que vemos é uma mudança radical na forma de ouvirmos músicas. A portabilidade dos aparelhos, que na década passada era representada pelo walkman, agora se traduz pelos tocadores de MP3 e MP4 que, pesando alguns gramas nos fornecem um som de primeira qualidade, através de sistemas de baterias recarregáveis e o melhor de tudo, não necessitam de fitas, pois possuem memórias regraváveis, são mais baratos e estragam menos por não terem mecanismos móveis.
Outro aspecto que mudou muito é que os usuários dos tocadores de MP3 e MP4 trocam playlists entre si e não mais músicas ou discos, como costumávamos fazer. Playlists são seleções completas, de determinados cantores, bandas ou gêneros de música, que são transmitidas facilmente de um computador para outro, através de softwares disponibilizados gratuitamente na Internet.
Também entraram no jogo os modernos aparelhos celulares, que atualmente além de agregarem as funcionalidades de máquinas fotográficas digitais com mais de 5 megapixels, também incorporaram as funcionalidades de tocadores de MP3, permitindo armazenar centenas de músicas em suas memórias, que por sua vez também são padronizadas, de forma que conseguimos tirar o cartão de memória de nosso celular e colocá-lo no nosso computador transferindo facilmente arquivos de uma máquina para outra, da mesma forma várias máquinas fotográficas também possuem cartões de memórias intercambiáveis com os computadores e celulares (uma salada completa!).
Várias bandas também começam a perceber que não dependem mais totalmente das distribuidoras para se lançarem no mercado, e já que a sua participação na receita gerada com a venda de CDs é pequena, começam a ensaiar a distribuição de seus álbuns diretamente na Internet, ou por downloads ou por venda direta de seus CDs. Percebam que essas mudanças implicam em uma revolução ainda maior em toda a cadeia de comunicação pois, se não lançarmos as bandas primeiramente nas rádios e TVs, que papel a própria mídia televisiva terá na divulgação desses novos trabalhos? Estamos aprendendo a trabalhar com essas mídias e com as possibilidades que ela nos abrem.

Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.