segunda-feira, dezembro 29, 2008

Aprendendo Ollie


No mês passado fomos convidados para o aniversário de 15 anos de minha sobrinha em São Paulo, é engraçado como que, em meio a uma série de inovações em costumes e tecnologias, algumas coisas resistem bravamente. Entre elas estão as festas e comemorações, que por representarem a alegria e celebração das pessoas permanecem incólumes no tempo. Mudam as técnicas de iluminação, os recursos áudio-visuais, que nos trazem à recordação momentos emocionantes, DJs assumem o lugar das tradicionais bandas ou dos econômicos Long Plays, de resto nada mais muda, ou seja permanecem as lembrancinhas, a emoção dos familiares, o rigor dos trajes, o nervosismo de adolescentes que se vêem confusos perante emoções de crianças em corpos de adultos e como não podia faltar, a Valsa, sim a Valsa. Mas quem sabe dançar valsa?
Perguntei ao meu filho, um dos quinze pares que dançariam a Valsa, como pretendia fazer, já que nunca havia dançado em bailes debutantes antes. A resposta? Simples, procurarei no YouTube!
Confesso que fiquei curioso em saber como se aprende a dançar através da internet, mas o fato é que deu certo, durante o baile ele até que se saiu bem (melhor do que eu costumava me sair nas minhas raras tentativas adolescentes de dançar...também pudera não existia YouTube na minha época de bailinhos).
Já havia conversado com alguns amigos a respeito do potencial do YouTube para transmissão de conhecimentos e até mesmo aulas, encontra-se de tudo nessa poderosa rede que interliga pessoas com conhecimentos ou interesse em ensinar outras pessoas. Vale a pena entrar no YouTube e digitar aula para ver a imensidão de conteúdo existente.
Agora o máximo para mim em termos de tele-aprendizado deu-se quando pilhei meu filho buscando a palavra Ollie no YouTube. Para quem não anda de skate ou não possui adolescentes em casa, aviso que trata-se de manobra complicadíssima, que desafia algumas leis da física, mas que é explicado detalhadamente, por vários experts, através do YouTube. Adivinhem quanto tempo demorou para que ele aprendesse como fazer o Ollie, através da observação da aula da net e de muita ralação no próprio skate? Algumas horas! Quer aprender a fazer seu próprio Blog? Procure no YouTube :-)

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Conhecendo os limites


Em 1965, o então presidente da Intel E. Gordon Moore fez uma previsão, que vinha se mantendo válida por décadas, de que a cada 18 meses o processamento dos chips teria uma evolução de 100%, dobrando portanto sua capacidade. Por volta de 2004, no entanto, quando chegamos à casa dos 3 GHz de freqüência de processamento dos circuitos integrados, começou a haver uma barreira física à continuidade da Lei de Moore, pois chegamos perto de atingir o limite físico do material Silício, que é a matéria básica da eletrônica desse século, assim nasceram os Duocore (dois processadores ou Quadicore (com quatro processadores), como alternativa ao rompimento dessa barreira imposta pelo material utilizado nos microprocessadores.
Acontece que esse “drible” eletro-físico também tem seus limites, e rapidamente chegaremos a outro dilema que é por um lado o tamanho necessário para cada microprocessador, que atualmente é composto por transistores, que já estão na casa dos 40 nM (nanometros) medida em torno de quatro vezes o tamanho de uma átomo (10 nM), e por outro lado a temperatura que atingimos quando compactamos por demais nossos microprocessadores, basta notarem como a evolução dos computadores vem acompanhada de perto pelas ventoinhas e sistemas de ventilação que garantem a temperatura do circuito em níveis normais. Os PCs ficam cada vez menores e mais compactos, mas por outro lado cada vez mais barulhentos pela necessidade de colocarmos refrigeração na placa de vídeo, no microprocessador, na fonte, na placa de áudio, se continuar nessa crescente em breve teremos, à semelhança da indústria automotiva, radiadores externos de temperatura nos nossos PCs.
Deveremos em breve escolher entre a computação quântica (em níveis sub-atômicos) ou a computação óptica, que apesar de não dissipar tanto calor, ainda é contraproducente, frente aos custos envolvidos. Quem viver verá!

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Todos estão na Web


É indiscutível a penetração da internet no mundo dos negócios, bem como a sua utilização como canal de relacionamento, de vendas, de pesquisa, de prova de conceito, enfim trata-se de um meio totalmente transparente, que mostra sua empresa como ela é, ou seja, se não existe uma estratégia de utilização da internet, é assim que aparecerá, e sua empresa será mais uma que coloca homepages no ar, onde se navega pouco tempo, seja pela absoluta falta de conteúdo e interatividade, ou mesmo pela confusão de se ver muito conteúdo de maneira não organizada.
Outra fatalidade são os pseudoBlogs “fale com o presidente” onde há pouca ou nenhuma interação com os presidentes das empresas, até porque normalmente não são eles que escrevem e respondem os posts, ou mesmo porque tratam-se de artigos similares a estação do ano, duram três meses sem nenhuma atualização. Esse tipo de ferramenta é muito efetiva, mas exige tempo e dedicação do executivo da empresa, e acredito que não deva ser utilizada caso não exista a pré-disposição de dedicação à mesma, motivo pelo qual poucas empresas o utilizam.
Existem as campanhas promocionais que tentam sem sucesso utilizar do canal internet de maneira insensata, normalmente são campanhas que são boladas pensando-se em criar o tão esperado efeito viral. Mais um erro estratégico: não se cria conteúdo para que vire efeito viral e sim se cria bons conteúdos que, dependendo da interpretação do público, pode ou não ser disseminado pela internet.
A interação com o público em geral deve obrigatoriamente ocorrer de forma bidirecional, e de preferência imediata, ninguém gosta de enviar opiniões ou sugestões e receber depois de semanas uma resposta lacônica, que tem gosto de padrão e cheira a resposta que é enviada a todos que se atrevem a emitir suas opiniões.
Também não é permitido nesse meio, cadastros eternos e infinitos, que pedem até o número de vezes que você espirrou ontem, isso ninguém perdoa.
Outra coisa que costuma afugentar os visitadores desses sites são os links mal feitos, onde se clicka e não se chega a lugar algum, o mínimo que se espera nesses casos é que a empresa teste o que está publicando para ver se está tudo funcionando.
Existe também o conteúdo "verdade eterna", trata-se daquele conteúdo que nunca muda, visite o site hoje, leia o conteúdo e nunca mais volte, pois depois de meses ele será o mesmo, nada muda.
Outra gafe constante são as opiniões dos visitantes, se não encontrar nenhuma crítica entre elas é fake! É impossível que não exista uma único leitor com alguma opinião de algo a ser melhorado, quando todos somente elogiam, pode desconfiar que as opiniões são editadas e isso ninguém merece!

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Power of the Click


A primeira vez em que ouvi o termo Power of the Click, foi em 2004 através de uma palestra do senhor John Patrick , ex-Vice Presidente de Tecnologias Internet da IBM, a idéia era demonstrar o imenso poder que reside na ponta dos dedos dos usuários de internet do mundo inteiro, pois com um simples click do mouse podem excluir sua empresa de suas vidas, ou passar a se relacionar com a mesma de forma fidelizada e ainda propagar suas boas experiências para todos aqueles com quem tiver contato.
Pois de lá para cá só tenho visto essa relação se fortificar, tendo a internet assumido um papel tão importante para algumas empresas e entidades, que passam a planejar estrategicamente o seu uso antes mesmo de canais ditos tradicionais. Dessa forma é cada vez mais comum vermos empresas apresentarem em sua estrutura pessoas responsáveis pelo relacionamento eletrônico, ou seja, profissionais que vasculham o dia todo Blogs, páginas de Orkut e de outros softwares sociais a procura de informações (elogios ou críticas) à suas empresas e tendo uma ação tática de anular eventuais efeitos negativos bem como amplificar as qualidades encontradas. Trata-se de um rico material oferecido de graça para as empresas que encontram-se atentas às oportunidades atuais.
Nem é necessário citar aqui os programas de fidelidade e relacionamento dos canais online de vendas, pois esses já são nossos velhos conhecidos, basta clicar em “minha página” no Submarino para ter uma idéia do que estou falando, lá eu encontro tudo o que pesquisei ultimamente, bem como sugestões e ofertas baseadas no meu perfil de compras.
No passado pensávamos que mais da metade da batalha estava vencida quando o cliente entrava em sua loja, pois agora somente podemos considerar a venda concluída quando decorrerem sete dias da mercadoria entregue sem que tenha havido nenhuma reclamação, caso contrário há que se efetuar a devolução do dinheiro e receber a mercadoria de volta, sem o menor questionamento ou constrangimento do cliente, já fiz várias trocas e devoluções e realmente funciona. Estamos vivendo a entrada na fase do Power of the Click.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Era uma vez o Google...


Recebi uma sugestão de meu amigo Alexandre, de escrever um post baseado em um suposto Crash no Google, a idéia veio da leitura do Blog do Novo_mundo. Confesso que demorei um tempinho pensando a respeito, o que em um primeiro momento me pareceu tempestade em copo d’água, mostrou-se como de fato, um grandessíssimo problema, senão vejamos:
Imaginem o Gmail fora do ar, para sempre, o que seria perdido de idéias não desenvolvidas, novidades, notícias e fofocas...
Imaginem o GoogleTools fora do ar eternamente, perdermos todos os perfis e amigos do Orkut, as centenas de textos do Blogger, do Google docs... deu para entender do que estamos falando? Google talks, apps, maps, earth, youTube, reader, :-(
No primeiro semestre tivemos algumas horas de indisponibilidade do Orkut, e parecia que a Terra ia se acabar, por duas vezes o Twitter saiu do ar, e deu no mesmo, em qualquer fórum que se entrasse só se discutiam os reflexos e impactos dessas paradas.
Já imaginaram o impacto do search do Google sair definitivamente do ar? E sem o Blogger como eu iria terminar este text....

terça-feira, novembro 18, 2008

Forma versus conteúdo


Outro dia ouvia uma entrevista com João Marcelo Bôscoli (trip fm) fundador e diretor da Trama Musical, empresa que se nega a ser reconhecida como gravadora. Nessa entrevista a discussão era sobre o mercado de música e sua decadência. Na realidade o que está em decadência é a forma de distribuir músicas em CDs e DVDs não a música propriamente dita, essa está indo de vento em popa, pois nunca se consumiu tanta música quanto vemos atualmente. E nos mais diversos formatos: ringtones de celulares, full track downloads, P2P, MP3, Real Player, iTunes, por streaming e etc.


As gravadoras conseguiram feito inédito, obtiveram o desagrado amplo, geral e irrestrito de todos. Conseguiram ser odiadas pelos consumidores, pelos cantores e bandas, pelos distribuidores e a bem da verdade, ultimamente até pelos executivos das próprias gravadoras que andam a falar mal de suas empresas...e olha que trabalham com um produto que é pura emoção.


Esse fenômeno ocorre também com as telecomunicações, nunca se comunicou tanto, através de todos os meios possíveis, e-mails, telefones fixos, celulares, SMS, satélite, fax (?), Messengers e até correio de voz, por outro lado, se olharmos apenas o tráfego telefônico ou mesmo a quantidade de usuários de telefonia fixa somos levados a acreditar que estamos decrescendo o uso, o que é uma inverdade.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Obama 2.0


Já havia comentado, em post anterior, sobre as eleições eletrônicas e o impacto da web 2.0 sobre as campanhas eleitorais, mas agora acho que temos um dos mais expressivos exemplos desse tema para analisar, a campanha de Obama.
Durante sua campanha, que durou na internet mais de uma ano, o comitê de Obama usou e abusou dos recursos internéticos, dentre eles o Youtube, Technorati, Facebook, MySpace e etc, mas o que mais chamou a atenção foram os Blogs e a sua ferramenta de arrecadação de fundos para a campanha através da internet, que arrecadou nada menos do que US $ 400 milhões.
O interessante é que apesar de nos EUA ser possível esse tipo de arrecadação, ainda assim não é permitido que as doações sejam feitas por pessoas ou instituições estrangeiras ou de fora do país. Mas como garantir a origem do dinheiro que chega através da internet, já que a ferramenta utilizada foi algo parecido ao PayPal?
Não podemos afirmar que Obama ganhou a eleição do país mais poderoso do mundo porque utilizou a internet como ferramenta de campanha, mas podemos tranquilamente afirmar que a mesma teve papel preponderante na sua vitória. Os números estão aí para não me deixar mentir. Que venha a eleição 2.0 para o Brasil também!

quinta-feira, novembro 06, 2008

3G x ADSL


O Brasil já conta com mais de dez milhões de acessos Banda Larga Fixa na tecnologia ADSL e Cabo (Net) e 2 milhões de acessos banda larga móvel, na tecnologia WCDMA 3G.
Como seria natural de se esperar, vários usuários de Banda Larga residenciais, optaram por substituir seus acessos na tecnologia fixa (principalmente ADSL) pela tecnologia móvel, quando do lançamento do 3G nesse último ano. O debate que vem se travando há algum tempo é se seria um bom negócio a substituição da Banda Larga Fixa pela Móvel 3G. A resposta a esse questionamento é DEPENDE.
Se pensarmos na utilização mais leve da banda larga, basicamente para acessos a internet e e-mails o 3 G pode ser uma ótima alternativa, agora se pensarmos em acessos com utilização mais intensa, para downloads de músicas, filmes, troca de arquivos, ou mesmo para utilização de streamings de áudio ou vídeo, aí a melhor pedida é uma Banda Larga fixa, pois a taxa efetiva de banda é quase dez vezes maior, sendo que na maioria das operadoras não existe restrição para tráfego P2P ou VoIP, o que não é verdade na tecnologia 3G, sem falar nas restrições de navegação, pois normalmente os pacotes de 3G contém alguma restrição de quantidade de Gigabytes baixados, sendo que os pacotes oferecidos pelas operadoras fixas normalmente são ilimitados.
Deixando de lado os quesitos técnicos da escolha, entendo que valha a pena citar as utilizações de cada uma das tecnologias mencionadas, para que tenhamos em mente as melhores utilizações de cada uma delas, e nesse sentido o melhor a fazer é olhar o quesito mobilidade, pois mesmo que tenhamos algumas limitações de uso ou de banda, se o que estamos procurando é a mobilidade, então o 3G é o ideal, por outro lado, mesmo que o acesso móvel funcione bem em casa, não é o acesso ideal para termos como substituto ao banda larga fixo, e sim como uso complementar, pois trata-se mais de uma acesso pessoal e individual do que coletivo, como é o caso do ADSL.
Já do ponto de vista tecnológico o acesso fixo é superior em banda, permitindo taxas de até 20 Megabits/s com a tecnologia ADSL2+ ou mais de 50 Megabits/s com a tecnologia VDSL2+ e passando dos 100 Megabits/s com tecnologias ópticas de acesso, isso tudo sem haver limitação de uso e nem compartilhamento no acesso. Essas velocidades não são suportadas pelas tecnologias 3G. Acho mesmo que o ideal é possuir os dois acessos para estar sempre conectado!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Período Sabático

Pessoal, meu período sabático de posts termina junto com a fase de orçamento da empresa em que trabalho, até lá.....

domingo, outubro 19, 2008

Os limites da tecnologia


Lendo o livro “2015 Como viveremos” do jornalista Ethevaldo Siqueira, deparei-me com uma foto de um rapaz fazendo sua barba matinal, frente a frente com um espelho que tinha, nada menos que as informações da bolsa de valores, tratava-se de um espelho da Philips que se conecta a Internet, de forma que possamos começar nosso dia já informados a respeito da economia mundial, agenda da semana, área para noticiários da CNN e até espaço para fazermos a barba!
É claro que trata-se ainda de um experimento, que pode inclusive ser visitado no HomeLab da Philips na Holanda, mas como tantos outros laboratórios, serve para antecipar tendências que, anos mais tarde, invadirão nossos lares.
Sempre comento a respeito dos benefícios da tecnologia, e de como podemos nos beneficiar e tornar nossa vida mais fácil e prática através da tecnologia, mas entendo que para tudo exista um limite e o excesso de informações começa a demonstrar seus efeitos perversos em vários segmentos da sociedade.
Sentimos a pressão de uma semana intensa de trabalho quando olhando nossa caixinha de e-mails ao final de uma sexta-feira, vemos que apesar da monstruosidade de correios que lemos, deletamos e respondemos, outro tanto ficou por ler para a próxima semana. Soube que produzimos anualmente o equivalente em informações ao que a humanidade demorou a eternidade para produzir, imagine se decidirmos que leremos tudo que se nos chegue às mãos, não duraremos uma semana!
Desenvolvemos algumas habilidades recentemente, uma delas é a de, em batendo os olhos em um texto, saber se nos será necessário ou não. Essa é uma habilidade muito útil atualmente.
De forma semelhante temos sido pressionados pela conectividade total, que quando bem utilizada nos propicia segurança e produtividade, mas que se mal usada facilmente nos escraviza a celulares e correios eletrônicos que chegam a todo instante e que não podem esperar o dia seguinte para serem respondidos, obrigando-nos a interromper o que quer que estejamos fazendo para dedicar-lhes a atenção necessária.
Que possamos então seguir conhecendo as inovações que surgem o tempo todo no mercado, mas que ao nos barbear pela manhã, possamos apenas nos barbear!

segunda-feira, outubro 13, 2008

iPhone 3G


O iPhone da Apple foi lançado no mercado norte americano, com o slogan “o dobro da velocidade pela metade do preço”. Totalmente condizente com a estratégia de marketing da Apple, que apesar de manter a limitação de oferta a uma única operadora, procura popularizar o seu produto, à semelhança dos iPod que são vendidos com o mesmo preço em todas as lojas e que já ganharam a preferência mundial como tocadores de MP3. Andando pelos Estados Unidos, vemos esses equipamentos nos bolsos de praticamente todos jovens e adolescentes.
Aqui em terras verde e amarelas no entanto a história foi diferente. Se nos Estados Unidos o valor de lançamento do iPhone variava de US$ 200 à US$ 300, no Brasil presenciamos seus valores oscilarem entre R$ 1.500,00 à R$ 2.300,00 nas duas operadoras que anunciaram seu lançamento.
Outro fato interessante é que o mesmo produto que é anunciado como acessível e voltado para o público jovem no mundo inteiro, no Brasil recebeu suas campanhas de lançamento comemoradas nos lugares mais caros da cidade, shopping Center Iguatemi e Villa Lobos, point da nata da high society paulistana.
Temos vários aspectos que contribuem para esse valor mais alto do iPhone, ente eles vale a pena destacar nossa política tributária que aplica um imposto de 51,3% sobre o valor final que o aparelho celular chegará às mãos dos consumidores. A declaração de João Cox, presidente da Claro dá uma idéia desses impostos quando menciona “O Brasil é singular. Celular paga mais impostos que revólver e Cachaça”.
Apesar de termos o segundo maior imposto de todo o mundo (perdemos apenas para a Síria e estamos praticamente empatados com Camarões), esse não é o único dos males que nos incomodará na aquisição do iPhone, também seu uso ficará prejudicado, face aos planos de dados de alto valor e também aos impostos incidentes nestes casos (somos taxados em 28,7%, o terceiro maior imposto no mundo, superado apenas pela Turquia e por Uganda), ou seja em praticamente qualquer lugar do mundo que for visitar, encontrará aparelhos celulares e planos de uso mais baratos que no Brasil. Somos mesmo um País singular...e vale a pena lembrar ainda, que a versão anterior do iPhone vendeu de forma ilegal no Brasil mais de 50 mil unidades! Que venha a marolinha então...

terça-feira, outubro 07, 2008

Aeroportos


Estou no aeroporto de Congonhas, aguardando uma brecha no mau tempo de Uberlândia, que me permita o embarque para esta cidade. Se o tempo não melhorar iremos para Ribeirão Preto e de lá seguiremos de ônibus, que belo programa hein?
Bem resta utilizar meu plano de banda larga Wi-Fi (Net Super Wi-Fi) para que o tempo de espera seja no mínimo produtivo. Para tanto procuro alguma poltrona que fique próxima a uma tomada para que possa carregar meu lap-top. Qual não é a surpresa ao perceber que na sala de embarque do aeroporto mais utilizado de São Paulo não existem mais que meia dúzia de tomadas em todo o salão? Um Aeroporto onde circulam próximo de 20 milhões de passageiros anualmente e que possui apenas algumas tomadas, que são disputadas para recarga de celulares, lap-tops e câmeras fotográficas, que tal?
De meu lado, considero-me um felizardo, pois consegui localizar uma poltrona vaga e ao lado uma tomada, também vaga, isso é um verdadeiro achado nesses tempos. Faço quase que uma corrida de 100 metros rasos para garantir meu direito à tomada, ocupo a poltrona, abro meu computador e quando o conecto na tomada, nova surpresa, ela não funciona!
Chego à conclusão que é melhor trabalhar assim mesmo, até onde minha bateria agüentar, do que tentar novamente a busca de nova tomada. Analisando o cenário, vejo à que situação precária somos submetidos, tarifas abusivas (paguei quase R$ 500,00 por uma viagem de menos de uma hora de duração), os aeroportos sempre lotados, suas salas não possuem equipamentos condicionadores de ar com capacidade adequada, o calor é infernal, faltam poltronas, sobram filas (para embarque, para comprar um lanche, para tomar um chopp, para carregar o lap top na tomada...).
Vejo outros executivos carregando seus computadores pessoais debaixo do braço, a vagar de cabeça baixa pelo aeroporto. Não porque estejam desolados, ou algo do gênero, mas simplesmente porque, como eu, andam à cata de uma tomada livre, onde possam carregar suas baterias e assim ter de volta a tão propalada conectividade total.
Sempre escrevo sobre as possibilidades da tecnologia e de como elas podem melhorar nossas vidas, mas acho que está na hora de fazermos uma reflexão, será que estamos preparados para utilizar essa tecnologia, se nem ao menos energia temos disponível, em um lugar onde provavelmente existe a maior concentração de executivos do Brasil?

segunda-feira, setembro 29, 2008

RRR


Se por um lado a velocidade com que a tecnologia evolui nos encanta, com um mundo de possibilidades que se apresenta para a humanidade, por outro lado ficamos atônitos com a velocidade com que máquinas e dispositivos são ultrapassados, caindo na obsolescência, e por conta dessa velocidade com que as mais avançadas tecnologias são ultrapassadas, surge um novo paradigma: o que fazer com o que já não nos serve mais?
A televisão que durava vinte anos do passado e era um investimento da família, hoje se desatualiza de um ano para outro e já não é tão cara assim, permitindo que sejam vendidas 9,5 milhões de TVs no Brasil anualmente. Mas o que fazer com a TV antiga?
O mesmo raciocínio vale para os aparelhos de som, que por vezes deixam de funcionar para CD, mas continuam com o FM funcionando normalmente. E o rádio portátil? E os celulares que normalmente são trocados em média a cada 18 meses, mas que continuam funcionando? Isso para não falar nas baterias que todos esses equipamentos consomem e que, na maioria das vezes, não recebem tratamento adequado no seu descarte.
É fácil notar que nasce uma nova preocupação mundial com o lixo tecnológico. Conheci a filosofia de uma empresa mundial que de tão preocupada com o impacto que seus produtos causam no meio ambiente, decidiu adotar uma filosofia de reutilização. Assim remanufatura as máquinas que recebe quando faz novas instalações, instalando novos softwares e buscando mercados ou utilizações para os quais aquela máquina ainda possa ter utilidade. Caso se verifique que a máquina não tem mais nenhuma possibilidade de ser inserida no mercado novamente, partem para a demanufatura, onde as placas são desmontadas e os materiais são separados para serem então vendidos para empresas que trabalham com reciclagem. O que não pode ser reciclado, como os monitores por exemplo, são estocados à espera de que se desenvolva tecnologia para tal.
É o conceito dos três Rs, Reduza, Reutilize e Recicle. Sem que se reduza o consumo e conseqüente descarte, sem que reutilizemos determinados materiais e embalagens e partamos para a reciclagem de forma mais intensa, parece que nossa vida no futuro pode ser pior do que as possibilidades das novas tecnologias nos mostram. E você, já fez a sua parte?

domingo, setembro 21, 2008

Colaboração


Essa palavra nunca esteve tão em voga como nesses últimos anos, a Wikipédia é um exemplo vivo disso, enciclopédia livre, gratuita e disponível na internet, conta com mais de um milhão de colaboradores, pessoas que de livre e espontânea vontade pesquisam e revisam os mais de 400 milhões de artigos existentes em mais de 250 idiomas.
Mas colaboração não se restringe a Wikipédia, existem vários outros exemplos, os usuários de software livre conhecem bem o termo, haja vista que se utilizam de sistemas em suas máquinas que são melhorados o tempo todo por uma infinidade de colaboradores, espalhados ao redor do mundo, que sempre que descobrem uma forma de resolver algum problema ou melhorar alguma funcionalidade do programa a disponibilizam gratuitamente para que toda a comunidade possa tomar conhecimento e fazer uso da mesma.
Também são expressivas as iniciativas corporativas na área de sistemas de colaboração, que na maioria das vezes são pagos. O instituto Forrester divulgou que trata-se de um mercado de US$ 2 bilhões e que cresce 20% ao ano.
Os exemplos são vários e certamente continuarão a crescer, pois são decorrentes do cenário moderno que nos leva inexoravelmente a buscar soluções que façam frente ao aumento da complexidade nos negócios, aumento de competitividade, velocidade alucinante com que as inovações vão invadindo nossas vidas e as vidas das empresas, e o fator dominante da globalização, que faz com que tudo que se cria em qualquer ponto do mundo esteja imediatamente disponível para todos a um simples “click” de mouse. O desenvolvimento econômico global vem exigindo especializações e centralizações funcionais que não respeitam divisões geográficas ou políticas. Países comunistas produzem e negociam abertamente com países capitalistas. A logística evoluiu muito e em um dia ou dois um artigo comprado através de um site americano, é produzido na China e entregue em algum país europeu.
Para fazer frente a todos esses desafios, além dos sistemas e ferramentas, também nós devemos nos preparar, analisando o cenário de forma global, e preparando-nos através de capacitação em idiomas, pensamento global, preparação para interagir com ferramentas avançadas, e principalmente desaprendendo alguns dogmas e estigmas da década passada. E você, o que desaprendeu de ontem para hoje?

sexta-feira, setembro 19, 2008

Relevância é a palavra chave


Suzana Apelbaun, diretora de criação da Hello Interactive dá entrevista no IDGNow, e antecipa o tema de sua palestra no Digital Age 2.0, falando sobre " tudo o que você não queria saber sobre publicidade na internet", e mostra o que tem sido feito na internet e funciona, e também tudo que tem sido feito e que classifica como perda de tempo e dinheiro, nessa categoria ela classifica o Second Life, vale a pena conferir.

terça-feira, setembro 16, 2008

E por falar em conexão...


Sempre falo em conexões no mundo conectado em que vivemos. Apesar dos que não gostam da tecnologia ou a acham difícil de entender, reputo que tudo que diz respeito à tecnologia é de fácil compreensão ou fácil de ser explicado. Mas o que dizer das outras conexões, aquelas que nos acompanham durante a vida toda, e por vezes são a razão de nossa morte também?

Pois foi o que vivenciamos no dia 16 do mês passado, quando após meses de internação residencial, Dorival Caymmi faleceu por problemas cardíacos após deixar de falar diariamente com sua esposa e companheira Stella Maris ao telefone. Ela após entrar em coma, o seguiu com atraso de dez dias apenas...essa conexão é mais difícil de explicar mas muito mais fácil de entender.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Computação Filantrópica


Semana passada participei do IBM fórum 2008, e tomei conhecimento, de um conceito novo para mim, trata-se da computação filantrópica. Através desse conceito, a IBM vem disponibilizando capacidade computacional para pesquisadores que tenham necessidade de grandes capacidades de computação (super computadores). Para tal ela lança mão de um conceito moderno chamado computação em grid, onde se coloca vários computadores de pequeno porte (PCs caseiros mesmo) trabalhando paralelamente, de forma a que o resultado se assemelhe ao de um supercomputador. Esse projeto é direcionado a pesquisas que visem melhorar nossa qualidade de vida e tenham caráter aberto, ou seja, os resultados das pesquisas são disponibilizados para todos os institutos e laboratórios de forma que os resultados oriundos da pesquisa não fiquem restritos e possam ser trabalhados rapidamente em várias frentes. Atualmente trabalham com melhorias genéticas em um determinado tipo de arroz, para que se produza um grão com maior capacidade vitamínica, pesquisa de cura da AIDS e da Dengue.
A característica principal dessa plataforma, é que o usuário pode se cadastrar na home page do WCG (World Community Grid) e a partir daí seu micromputador passará a fazer parte dessa grande malha de computação filantrópica. O programa a ser baixado não interfere na performance dos computadores, pois utiliza apenas os momentos em que as máquinas estejam disponíveis, sem processar nada, ou seja, enquanto lemos um e-mail, ou enquanto acessamos determinada informação, ou mesmo quando levantamos para buscar um cafezinho. Nesses momentos nossas máquinas ficam ociosas, sem processar absolutamente nada, e é ai que existe espaço para a computação filantrópica, através do software da IBM, nossos computadores solicitam blocos de pesquisa a um servidor central, e fazem o processamento dessas informações nos momentos em que estiverem ociosos, de forma a não comprometer suas performances, após processadas essas informações, eles as enviam ao servidor e fazem nova solicitação de novos pacotes a serem trabalhados.
Essa é uma forma totalmente segura de ajudar o desenvolvimento da ciência em prol de uma qualidade de vida melhor, que tal então disponibilizar sua máquina para essa importante atividade?

sexta-feira, setembro 05, 2008

E dá-lhe censura!


Dá para imaginar que em pleno século 21 teríamos o direito de imprensa censurado abertamente pelo governo, e o que é mais estranho, que isso de alguma forma seria aceito pelos mais influentes meios de comunicação de todo o mundo?
Pois estamos falando dos jogos olímpicos e do papelão que o Partido Comunista Chinês fez perante todo o mundo, ao censurar o acesso a Internet para jornalistas do mundo inteiro.
Teriam havido poucas reclamações a esse respeito porque os artigos de correspondentes internacionais foram deliberadamente censurados durante as Olimpíadas, ou porque a maioria dos jornais de todo o mundo teriam se curvado perante uma soberania discutível do PCC?
Uma das qualidades desse mundo conectado atual é que todos podem falar para todos, em fração de segundos, não sendo aceito por ninguém, ou quase ninguém, que o se tenha para ser dito possa ser objeto de bisbilhotice partidária. Seria esse o preço cobrado para que se tivesse acesso ao maior mercado de Internet do mundo (250 milhões de internautas)?
Lemos na imprensa do mundo inteiro que a própria Apple, através de seu portal de músicas o iTunes, teve seu acesso bloqueado na China por estar vendendo discos de bandas que apoiavam o Tibete na sua permanente busca pela liberdade. Trata-se do maior portal de venda de música do mundo, que esteve fora do ar durante a semana passada para um mercado de nada menos do que 250 milhões de potenciais clientes.
Nas viagens que fiz à China, não tive a oportunidade de postar meus artigos de lá, mas provavelmente esse artigo que escrevo não sairia nem nos jornais e muito menos no Blog MundoConectado, caso tivesse sido enviado de lá. Isso definitivamente não combina com a globalização que o mundo todo experimenta, e muito menos com a facilidade proporcionada pela Internet, de interligar povos quase que instantaneamente, ultrapassando barreiras físicas, geográficas e de idiomas. Infelizmente nesse caso, a Internet não foi capaz de vencer as barreiras ideológicas de uma minoria controladora do maior mercado emergente do mundo. Qual seria o crescimento desse mesmo mercado, caso tal liberdade de fato existisse? Vale lembrar que a China, mesmo com esse patrulhamento artificial, tem demonstrado crescimentos constantes de dois dígitos na sua economia anualmente nos últimos dez anos!

segunda-feira, agosto 25, 2008

e-Gov


O conceito de e-Gov é muito amplo e diz respeito às facilidades que um Governo pode disponibilizar ao cidadão através de meios eletrônicos, promovendo a inclusão digital e atendendo de forma simples e barata aos anseios de boa parte da população. O mais difundido são as informações que podem ser obtidas sobre serviços prestados pelas diversas autarquias, horários de funcionamento, documentos exigidos para determinadas petições, declarações ou certidões e até a marcação de exames ou consultas a serem feitas na rede pública de saúde.
Existe também uma série de interações possíveis, que se bem exploradas, têm potencial de melhorar a representatividade de determinados projetos de lei. Através de um simples Blog, pode-se colocar temas em discussão, colhendo-se críticas e percepções reais de cidadãos e eleitores, que através desse meio podem se fazer ouvir de forma mais democrática e flexível, pois independe de horário ou da presença em plenária para opinar. É claro que para termos a representatividade almejada nesses meios, temos também que possuir um maior acesso aos meios de comunicação como Internet pública, ou acessível de forma comunitária ou mesmo com maior penetração em todas as camadas de nossa sociedade. A penetração da Internet nos lares brasileiros tem crescido muito, e caminha para a marca de 50 milhões de internautas, mas mesmo assim vemos que temos mais de dois terços da população ainda alijada dessa importante ferramenta de comunicação e inclusão social.
Imagine um site na Internet, onde o cidadão comum pudesse avisar às autoridades competentes sobre qualquer suspeita de ilegalidade. Caso presenciasse alguma tentativa de assalto, roubo ou qualquer violência, bastasse apenas enviar uma mensagem de celular ou mesmo uma foto do ocorrido para um endereço de Internet, que imediatamente a informação seria analisada e o que é melhor, essa informação ficaria disponível a todos que visitassem a página. Pois é o que foi feito na cidade de Nova Iorque, e o melhor de tudo na minha opinião é que como a informação é pública e todos podem conferir, obrigatoriamente devem ser checadas uma a uma, pois todos notariam caso uma denúncia deixasse de ser atendida, o que acaba obrigando a polícia a ser mais atuante, impactando diretamente na segurança local. Bem que a moda poderia pegar por essas bandas, não é mesmo?

segunda-feira, agosto 11, 2008

Educação Eletrônica


Vejo que algumas situações podem catalisar a falta de educação. Se em uma fila de banco a maioria das pessoas se constrangeria por entrar na sua frente sem pedir autorização, a mesma maioria não teria tantos escrúpulos, quando a salvo e seguras dentro de um automóvel, passam à nossa frente pela esquerda, direita, por cima (?) sem sequer olhar para trás, interessante não?
Da mesma forma, vejo que a internet e os meios eletrônicos em geral vêm proporcionando fartos estímulos a que determinadas pessoas passem a desprezar se gostamos ou não do que nos chega como informação, independentemente de termos solicitado ou não o seu envio. O que dizer quando estamos na empresa e nos chega um e-mail de algum conhecido (se não for conhecido a recomendação expressa é para que deletemos imediatamente) e ao abri-lo percebemos que trata-se apenas de repasse de alguma apresentação boba, sem uma única linha sequer escrita especialmente para nós? Se algo nos é dirigido, pelo menos deveria vir com algumas linhas explicando minimamente porque lembraram-se de nós ao desejarem nos enviar algo. Mais desesperador ainda é se notamos que somos um entre centenas de destinatários da mesma notícia ou e-mail. Fico pensando qual seria o objetivo de quem a enviou, seria mostrar que tem muitos amigos? Amigos?
Isso para não falar das famigeradas correntes, é melhor passá-las para frente senão...
Recentemente começaram a inserir comentários falsos em meu Blog, com o intuito único de divulgarem outros Blogs, que por vezes sequer pertencem a mesma categoria do que escrevo, ou seja, total perda de tempo de quem escreve e de quem acessa, fora o tempo que perco apagando essas inscrições indevidas, é como se estivessem pichando as paredes de minha casa.
Também enviam-me apresentações de auto-ajuda, feitas em Power-Point, com ou sem musiquinhas, com ou sem animação, mas que invariavelmente são impessoais (ainda bem não é mesmo? Só faltava acharem que estou mesmo precisando de mensagens de auto-ajuda!) Isso para não falar dos inúmeros e-mails maliciosos pedindo que acessemos algum endereço ultra-suspeito, à guisa de termos acesso à fotos, e outras esquisitices do mesmo naipe. E você, como anda sua caixinha de e-mail ultimamente?

sábado, agosto 09, 2008

Explicação geral :-)


Antes que alguém pergunte sobre os posts que excluo dos comentários, tratam-se de fishings, spam ou malware links, colocados por robôs na internet, com o objetivo de fisgarem internautas incautos que inadvertidamente clickem sobre seus links, para proteger aos amigos que frequentam esse site é que os retiro, longe de serem apenas críticas ao que escrevo, essas apesar de raras, são muito bem vindas! Continuem sentind0-se em casa no MundoConectado.

domingo, agosto 03, 2008

Panes eletrônicas


Conforme avançamos no uso das mais sofisticadas tecnologias, também aumenta na mesma escala nossa dependência das mesmas, e nos dias fatídicos em que não as encontramos com a disponibilidade e facilidade com que nos acostumamos a lidar, a casa cai. Além de nos proporcionarem maior facilidade no dia-a-dia, também vão tendo seus usos ampliados com o passar do tempo.
É dessa maneira que a internet que na década passada servia para entretenimento e acesso a textos estáticos apenas, assume agora papéis de relevância também no ensino, comércio, setor bancário, de saúde e atendimento público em geral.
Como resido no Triângulo Mineiro, tive o privilégio de possuir um dos primeiros acessos de banda larga da América do Sul. Não me lembro como era sua disponibilidade àquela época. Não porque já se vão quase dez anos, mas porque o uso que fazia, permitia que a disponibilidade da internet não tivesse papel tão impactante no meu cotidiano. Esse cenário mudou radicalmente nos dias de hoje.
Todos viram o impacto da pane do sistema de acesso a internet da Telefônica no mês passado, contas deixaram de ser pagas, acessos a sistemas de saúde deixaram de ser feitos, documentos ficaram por emitidos, autorizações diversas não foram feitas. Essas atividades costumavam ser feitas de maneira manual ou semi-automatizadas, e que com a queda do sistema de internet, deixou em um apagão tecnológico, uma das cidades mais complexas do mundo.
De forma alguma esse cenário é prenúncio de que devamos depender menos das tecnologias no futuro, muito pelo contrário, vemos que elas ocupam espaços cada vez mais importantes em nossas vidas, tendo se infiltrado também na área de saúde, onde vem permitindo uma melhor qualidade de vida a milhões de pessoas, o que podemos fazer é uma leitura desse cenário, que nos permita enxergar a necessidade de repensarmos os sistemas que sustentam esse uso, tanto do ponto de vista de usuários como do ponto de vista das prestadoras de serviço, permitindo uma utilização mais segura e com condições de deixar serviços essenciais com disponibilidade maior. Hospitais não deixam de utilizar tecnologias face ao risco de panes no sistema de energia, ao invés disso utilizam estruturas com alta disponibilidade que permitem continuidade dos serviços mesmo em caso de emergência, é por onde devemos ir, melhorando nossos níveis de prestação de serviço bem como revisitando o uso que fazemos das tecnologias.

sábado, julho 26, 2008

Do que gostamos e nem sempre precisamos...

O iPhone 3G da Apple nem foi lançado no Brasil, e já coleciona algumas críticas por alguns itens de que não dispõe, entre eles a impossibilidade de se fazer vídeo-chamadas, enviar mensagens multimídia, fazer chamadas por voz, gravar vídeos e mais algumas facilidades que independentemente de serem ou não utilizadas, já nos acostumamos a ter em nossos celulares.
Esse é o ponto, será que os itens que nos levam a trocar de máquina fotográfica, de DVD, de TV ou do bom e velho aparelho celular, são de fato necessários ou importantes a ponto de nos fazer mexer na carteira em troca de determinadas facilidades, que nem sempre serão desfrutadas?
Luiz Gracioso, professor da ESPM e diretor presidente da ESAMC diz em seus cursos de marketing, que os consumidores escolhem os equipamentos com mais funcionalidades, ou mais “botões” para que não se estressem, ou seja, é mais fácil comprar o modelo de equipamento cujo controle remoto tenha mais botões, do que ter a árdua tarefa de estudar as especificações de cada um dos milhares de equipamentos que encontramos nas lojas de eletrônicos, nesse sentido é reconfortante sabermos que está ao alcance de nossas mãos um poderoso controle remoto, com dezenas de teclas, que nem sabemos ao certo para que servem, além de ligar a TV, trocar de canal e aumentar o volume.
Por outro lado, existe uma tendência mundial de se simplificar produtos e serviços, exatamente para que as pessoas não se estressem. Complicado não? Nem tanto, pois simplicidade não significa poucos recursos, mas demanda certa habilidade no manuseio, é o caso dos equipamentos Apple, que com poucas teclas permitem dezenas de funções e facilidades.
Meu filho comentava que alguns amigos da escola, apesar de possuírem aparelhos celulares que permitem acesso 3G há meses, ainda não haviam configurado os aparelhos ou sequer utilizado a funcionalidade de acesso à Internet banda larga no celular.
Se não atentarmos para a utilização de novas tecnologias e facilidades, o preço a ser pago é grande, e ao invés de concorrer por tornar nossas vidas mais fáceis, podem tender a simplesmente tomar mais o nosso, já escasso, tempo!

terça-feira, julho 22, 2008

Eleições 2.0


Acompanhamos a evolução da campanha eleitoral de Obama nos Estados Unidos, que teve grande parte de sua vantagem sobre a senhora Clinton claramente apoiada sobre a Internet, em especial nos sites de relacionamento social como Facebook e Myspace, além de seu Blog pessoal, onde o candidato inteligentemente respondeu a questões relativas a seu programa de governo e sempre que possível, expunha-se pessoalmente para estabelecer diálogos abertos e sólidos junto a seus pretensos eleitores.
Entendo que a Internet não melhora nem piora a imagem de ninguém, apenas facilita a comunicação com os eleitores e seus candidatos, de forma que as idéias e projetos possam ser melhor discutidos e amplamente debatidos, antes de serem colocados em prática. Nessa situação, configura-se como importante ferramenta de nivelamento de expectativas e de projetos sociais, que encontram nesse ambiente um lugar propício e democrático para fortalecer o debate político.
Outra grande vantagem do meio eletrônico sobre o meio convencional (santinhos, comícios, debates, carreatas, e etc) é o seu custo. Na Internet consegue-se acesso imediato a milhões de pessoas por custos muito baixos, viabilizando campanhas mesmo a políticos que não disponham de tantos meios para entrar em uma campanha tradicional – o que definitivamente não era o caso de Obama.
E como tudo que diz respeito a web 2.0, devemos ressaltar a sua principal característica que é a interatividade. É aqui que mora o maior esteio e mais importante aspecto a ser observado na sua utilização, pois é através dela que conseguimos saber o que as pessoas pensam a respeito de determinados assuntos, como preferem que eles sejam encaminhados, que temas lhes parecem prioritários e todo o tipo de relacionamento saudável que um representante do povo deve ter com seus eleitores. No sistema eleitoral vigente, sobressai-se quem possui as melhores condições financeiras ou possui o apoio de seu partido e não efetivamente aquele candidato que possui as melhores respostas para as expectativas de seu eleitorado, pois a divulgação dessas idéias, bem como a coleta dos anseios dos eleitores através de pesquisas é muito caro, e nunca é acessível ao candidato iniciante ou que não possui forte relacionamento com seu partido, e isso praticamente elimina as chances dos novatos na política, e como o que mais queremos ver é a renovação política, que venha a eleição 2.0 também para o Brasil!

sábado, julho 12, 2008

Nerds


O termo Nerd vem sendo utilizado desde a década de 60 para descrever o jovem ligado à tecnologias, estudioso, fora de moda, cheio de livros embaixo do braço, com espinhas na cara e com a cintura da calça muito próxima do peito. Bem, essa costumava ser a definição do termo, muito provavelmente influenciado pelo incômodo que a performance desses jovens provocava nos demais alunos, nem tão brilhantes na escola. Mas o significado desse termo foi mudando com o tempo, e atualmente, ao procurar na Wikipedia vemos que Lia Portocarrero define Nerd como o rapaz ou moça que nutre obsessão por algum assunto a ponto de pesquisar, colecionar, fazer música, escrever sobre o assunto e não sossegar enquanto não descobrir tudo a respeito do objeto de seu interesse, ou seja é o sonho de todo professor. Mas então porque os professores e escolas não despertam esse interesse “nerd” em seus alunos? Simples, porque isso só brota no que os jovens acreditam e achem que valha a pena, e nem sempre a escola se enquadra nessa definição. Aliás segundo Rubem Alves, a criança não gosta da escola primeiro porque não vê sentido no que está sendo ensinado e segundo porque os professores também não sabem para que têm que ensinar aquilo que algum burocrata escreveu no conteúdo programático de seu ano letivo, que pouco difere do que nossos pais ou avós aprenderam. Ora, se a maior parte de nosso conhecimento muda a cada 30 meses, imagina que sentido faça estudar algo que foi ensinado a nossos avós!
Hoje vemos nossos jovens dedicarem várias horas aos estudos de seus jogos de interesse, comunidades, esportes prediletos, relacionamentos, bandas, geringonças eletrônicas recém lançadas (meu filho demorou menos de uma semana para dominar totalmente o seu Iphone...), e também os vemos gastarem horas e horas frente aos livros escolares, ou pior, frente às apostilas, e oferecendo aquele olhar de desinteresse que somente os que são pais de adolescentes sabem reconhecer.
Será que essa saga de forçá-los a estudar aqueles assuntos que sabemos não serem importantes no seu futuro, e que servirão apenas para tentarem entrar na universidade, sendo imediatamente esquecidos após essa fase, faz algum sentido? Não seria melhor destinar-lhes cada segundo disponível que tivéssemos para explicar-lhes o que de fato fará diferença nas suas vidas ou mesmo mostrar-lhes o quanto o mundo está mudando rapidamente e o tempo todo? E viva Rubem Alves!

domingo, julho 06, 2008

Todo mundo se aposenta



E chegamos finalmente ao dia em que mister Gates se aposentou. Apesar de sua empresa, a Microsoft não estar vivendo um de seus períodos mais brilhantes, é inegável a sua contribuição nesses mais de 30 anos em que esteve à frente da empresa, pois são quase 80 mil funcionários, construiu uma fortuna pessoal de mais de 58 bilhões de dólares e sua empresa está presente em mais de 100 países.
Apesar do mercado de informática ser extremamente ativo e mudar a cada segundo, todo o império da Microsoft foi construído sobre dois produtos, o Windows e o Office.
Ele deixa a Microsoft para seu sucessor (mais um louro na sua carreira, pois soube criar um sucessor) Steve Ballmer e certamente será lembrado de várias formas: Existe o Bill Gates bilionário, terceira pessoa mais rica do mundo, também temos o Bill Gates monopolista que enfrentou ações anti-trust na Europa e Estados Unidos, ações essas que causaram cicatrizes profundas em sua empresa e quase foram motivo de uma cisão, e por fim o Gates nerd, principal arquiteto de produto da mais poderosa empresa de software do mundo. Empresa essa que ousou tirar da IBM o título de maior empresa do mundo da informática. Curiosamente agora, a Microsoft vê sua posição no mundo da Internet ameaçada pelo Google. Nesse sentido, eventualmente a saída de Gates pode significar uma mudança positiva na estratégia da empresa, que sempre foi a de ter um PC em cada residência rodando Windows ou tendo o Office instalado. O Google por outro lado, vem trabalhando para oferecer aplicativos com a mesma função gratuitamente de modo não residente, ou seja, acessados via internet. Apesar do apelo da gratuidade, ainda é muito mais confortável trabalhar com programas residentes, do que acessá-los através da web.
Ciente do cenário em que sua empresa se encontra inserida, Bill Gates deixa o cargo de principal executivo para Ballmer, e promete assistir de fora, os próximos capítulos daquela que promete ser a novela de tecnologia mais acalorada dos últimos tempos. Independentemente da visão que tenhamos desse empreendedor do mundo dos softwares, para mim é claro e cristalino a sua contribuição para o atual estágio em que nossa tecnologia se encontra no momento. No capítulo de frases infelizes, cabe ressaltar que ele declarou que, apesar de ter dito várias delas, nunca pronunciou aquela fatídica afirmação de que 640 kbytes seria memória mais que suficiente para qualquer máquina, isso, declara Gates, é mera lenda urbana!
Nesse link você pode ver o vídeo produzido pelo próprio Gates sobre o dia de sua aposentadoria.

terça-feira, junho 24, 2008

Curva de popularização


Todos conhecem a chamada “curva de popularização”, efeito econômico através do qual, toda e qualquer tecnologia, ao longo de sua vida, vai baixando de valor e se popularizando, penetrando cada vez mais em todas as camadas sociais.
Nesse sentido podemos lembrar que na década de 90 comprar um aparelho celular era motivo de status, pelo preço que ele era comercializado, no entanto nessa semana li uma reportagem com Michael Klein, atual presidente da rede de lojas Casas Bahia, onde ele informava que aparelhos celulares eram os itens mais vendidos na rede, tendo alcançado a cifra de 3,6 milhões de unidades no ano passado. Ainda que aparelhos celulares, em muitos casos, tenham forte subsídio das operadoras de telefonia móvel celular, já vemos que grande parte deles é vendida em lojas de varejo, sem subsídio, denotando de fato uma redução de preço de venda.
De forma semelhante, observamos os preços de computadores e lap-tops despencarem, se por um lado já é possível adquirir um computador portátil por menos de dois mil reais, por outro podemos comprar um computador de mesa, os ditos desktops, por menos de mil reais. Essa popularização é uma das responsáveis pelo Brasil ter se tornado o quinto mercado mundial na venda de PCs, só no ano passado foram comercializados mais de 11 milhões de máquinas no País.
De forma análoga foi com os tocadores de CD e de DVD, lembro-me de entrar em um consórcio de CD player em 1991 para adquirir meu primeiro aparelho. Além do valor do aparelho, em torno de US$ 500, contribuiu para esse fato o salário que eu ganhava como engenheiro recém formado. Nessa época investíamos durante dez ou doze meses para adquirirmos um aparelho de CD, depois vinha o desafio de adquirir uma coleção de CDs, que também não eram baratos, e devemos lembrar que nessa época não se baixavam músicas pela Internet gratuitamente, todo CD tinha que ser adquirido legalmente. Nessa linha de raciocínio, também a pirataria foi fruto da popularização da tecnologia, os computadores e gravadores de CD ficaram muito acessíveis, assim como a penetração da Internet banda larga.
Hoje alguns DVD players custam menos de R$ 100,00 e, apesar do alto custo dos Blue Ray, sucessores dos DVDs com alta definição de imagem, estarem ainda com preços proibitivos (acima de R$ 7.000,00), certamente veremos em dois ou três anos a popularização também dessa tecnologia, permitindo a experiência de assistirmos filmes em alta definição em vários lares brasileiros, quem viver verá!

quarta-feira, junho 18, 2008

Fim do namoro Yahoo e Microsoft



Terminou semana passada o namoro entre o Yahoo e a Microsoft, e como quase todo namoro que termina, teve direito a muita fofoca e discussão. Apesar da aquisição do Yahoo ser a melhor chance da empresa de Bill Gates aumentar a audiência da sua página de busca (que passaria de 10% de participação para algo em torno de 30%), ela não se dispôs a pagar nada além dos 50 US$ Bilhões oferecidos pela transação. Eu disse 50 bilhões? Nada mal para uma empresa nova, que não possui grandes ativos patrimoniais, e que sequer é líder do mercado em que atua, pois sua participação nas buscas é um terço do líder nesse mercado, o Google, que possui mais de 60% de todas as buscas feitas na internet.
Pois bem, caso a aquisição fosse bem sucedida, ela permitiria que o site MSN tivesse a metade dos interesses de busca do Google, e nesse mercado, audiência está diretamente ligada à monetização, que é a alavanca de fazer dinheiro de um negócio de venda de espaços publicitários online.
Entrevistado, o senhor Steve Ballmer, principal executivo da Microsoft, disse não estar preocupado com o fracasso da negociação. Pois na minha opinião deveria estar preocupado sim, e muito preocupado por sinal!
O Yahoo, depois do término das negociações, já admite ter fechado uma parceria com o Google, o que os deixa com mais de 80% de participação - oito vezes maior do que a segunda colocada na audiência de buscadores.
Se por um lado o MSN corre o risco de ficar na lanterninha dos buscadores, por outro o produto que é o carro chefe da mesma empresa, o pacote Windows, tem como concorrente um pacote similar do Google, oferecido gratuitamente na internet. Sem falar nos problemas enfrentados pelos embates anti-trust da Europa.
De uma certa maneira, existem vários segmentos que temem essa expansão desmedida que o Google vem obtendo, mas certamente o mais preocupado no momento é o segmento de propaganda online. Imagine o que será negociar o custo de divulgação com uma empresa que detêm tamanha concentração de audiência. Michael Mothner, da empresa de pesquisa de mercado Wpromote classifica o negócio como “verdadeiramente assustador”.

sexta-feira, junho 13, 2008

Maestria


Discutíamos em um Workshop de liderança, com o mestre Reinaldo Lucas, o conceito de consciência e inconsciência e de como isso impactava na forma como agíamos. Quando estamos nos iniciando no estudo de algum tema ou arte, temos a fase da inconsciência e incompetência, pois não sabemos nada a respeito do que temos que estudar e também somos incompetentes a respeito da matéria, por não tê-la estudado. Ao longo do estudo ou treinamento, vamos adquirindo consciência, mas ainda não somos competentes, pois não treinamos e nem acumulamos experiência e prática no tema. Depois de muito esforço e treino, podemos chegar a fase da consciência competente, pois temos plena ciência do conhecimento que adquirimos e também acumulamos experiência através do treino e prática. Mas o conceito da maestria somente vem com muito treino e perícia, e quando passamos para a fase mais profunda que é a da inconsciência e competência, momento no qual somos extremamente competentes, porém não temos a necessidade de tomarmos consciência para decidirmos, passa a ser algo natural da ação e reação, reagimos sempre rapidamente, quase sem pensar e da forma mais competente e efetiva possível. Em uma analogia estudada na Amana Key, é como age um mestre de Kung-Fu. E você, em que fase está?

domingo, junho 08, 2008

Propaganda


O que você diria se, folheando uma revista de 200 páginas, se deparasse com 20 páginas dedicadas a anúncios de veículos? Provavelmente imaginaria estar com uma revista automotiva nas mãos, certo? Errado! Essa quantidade de propagandas de veículos estava numas das últimas edições da revista Veja que recebi em casa. Ora para que pago por essa revista, se recebo quase 50% do seu conteúdo impresso com propaganda?
O engraçado é que no estouro da bolha da internet, ocorrido na década de 90, o que mais víamos eram modelos de negócio baseados em publicidade – na época eram os famosos banners - e que, como todos sabem, acabaram por naufragar uma infinidade de negócios na rede mundial. Espaços publicitários eram vendidos e buscava-se aumentar a audiência dos sites para que os anúncios valessem mais. Essas páginas da internet ofereciam uma infinidade de conteúdo gratuito para atrair usuários. Esse modelo de negócios lhes parece familiar? Sim de fato é exatamente a mesma coisa que o Google faz, e lhe confere uma receita anual da ordem de 20 bilhões de dólares. Ora mas então porque tantas pessoas perderam milhões e milhões de dólares apostando em um modelo de negócio semelhante ao que existe agora para empresas como Google, Yahoo e o próprio MSN? Apesar de ser semelhante, não são exatamente a mesma coisa, agora agrega-se valor através da indexação e busca qualificada de matérias e temas de interesse do usuário. Lembro-me que na década de 90 várias empresas eram valorizadas pela quantidade de usuários que tinham na sua base, mas sem se saber ao certo o que fazer com eles, e no momento empresas de busca sabem o que fazer com seus visitantes. A eles é oferecida uma miríade de produtos e o valor ocorre quando esses produtos chamam a atenção e sobre os anúncios há o “click” ou seja, o cliente acessa aquele conteúdo para receber mais informações a respeito de produtos de seu interesse.
Fazendo uma analogia do que acontece na internet para o mundo das notícias que recebemos através de revistas, o que lhe pareceria termos acesso ao conteúdo das revistas sem termos que pagar absolutamente nada por isso, e estas serem remuneradas apenas pelas publicidades que fazem? Será que teriam que fazer mais propaganda para justificar a gratuidade do conteúdo? Eu de minha parte, aceitaria receber entre dez e quinze reais para cada revista que lesse, em troca dos bombardeios de informações a que sou submetido, toda vez que abro uma dessas revistas.

A ilusão da liderança


Recebi esse texto do Reinaldo Lucas, sócio da Mandelli Consultores Associados, que fala sobre liderança, sendo o próprio Reinaldo especialista na tema. É muito comum depararmo-nos com executivos que confundem o ato de "mandar" com o ato de liderar. A conhecida frase "manda quem pode..." é exemplo disso. A boa nova no entanto é que vem crescendo a cada dia mais a onda dos líderes servidores, aqueles executivos que se esforçam para que seus liderados tenham a melhor performance possível, através da sua ajuda e condução. Façamos parte desse grupo ASAP, aproveitem o texto:


Autor: MARCELO AGUILAR

O grande líder não é aquele que comanda os outros, mas sim quem serve aos outros, como o inglês Winston Churchill. Entenda isso e evite frustrações.

Levante a mão aquele chefe, gerente ou executivo que não sonha em ser um grande líder. Aquele tipo de líder de fala fácil, que todos param para ouvir, cujos pensamentos todos os colaboradores compreendem, cujas idéias são implementadas sem questionamentos. Sem dúvidas, todos querem ser assim. Recorremos a literaturas diversas, treinamentos específicos, "coaching", etc, para desenvolver as lideranças nas empresas. Tudo tem sua validade, mas é uma validade relativa, pois o sonho da liderança fácil e de pouco esforço ainda é mantido por dicas do tipo "faça isto que seus colaboradores e parceiros farão aquilo ...". Mantém-se a ilusão do poder de controlar os outros!

Isto é somente um sonho, pois, de fato, os colaboradores não são seus. São colaboradores de idéias e ideais. O líder é apenas o catalisador destas idéias e ideais.

Os filósofos da administração emprestaram a palavra "catalisador" da físico-química, para uso indiscriminado. O significado original da palavra CATALISADOR é: uma substância que modifica a velocidade de uma reação química sem se alterar... Ops!? Se líder é apenas um catalisador, e se catalisador é "algo" que, sem se alterar, modifica a velocidade de uma reação - como o surgimento e consecução de idéias e ideais -, quer dizer então que o verdadeiro líder serve aos outros e não aos seus próprios ideais? Sim. O líder serve à organização, aos seus colaboradores, parceiros e clientes. A história nos prova isto de todas as formas.

Veja o que disse Platão em "A República", ao narrar o duelo verbal entre Sócrates e Trasímaco, cerca de 250 anos antes de Cristo: "(...) nenhum chefe, em qualquer lugar de comando, na medida em que é chefe, examina ou prescreve o que é vantajoso a ele mesmo, mas o que o é para seu subordinado, para o qual exerce a sua profissão, e é tendo esse homem em atenção, e o que lhe é vantajoso e conveniente, que diz o que diz e faz tudo quanto faz".

Mais exemplos da história: líderes como Churchill, Hitler e De Gaulle, para o bem e para o mal, capitalizaram e catalisaram as aspirações do seu povo? Hitler só surgiu porque o povo alemão estava humilhado e esfomeado pelas condições de rendição impostas na Primeira Guerra Mundial. Ele não foi o primeiro a pensar que o povo alemão deveria se rebelar contra as condições do pós-guerra. Ele não foi o primeiro a pensar na superioridade da raça ariana. Estes eram pensamentos pré-existentes, do qual ele se utilizou para resgatar a auto-estima de um povo. Hitler subiu ao poder como um líder que catalisou algumas idéias e se tornou um ditador pelo medo com o auxílio de sua polícia política, a Gestapo. Suas ações são recriminadas pela história.

Churchill e De Gaulle se tornaram líderes porque catalisaram a idéia de que não se deveria ser conivente e passivo com o avanço do nazismo. Também não eram idéias próprias, mas um sentimento geral de suas nações. Com a proximidade do final da guerra, Churchill não conseguiu mais ser um catalisador de idéias e ideais para a Inglaterra e perdeu as eleições no verão de 1945. Seu temperamento agressivo e suas palavras duras prejudicaram suas chances de vitória, chegando a ser vaiado no Walthamston Stadium. Muitos anos depois Churchill foi eleito o "Maior Britânico de Todos os Tempos", concorrendo com Darwin, Shakespeare e outros.

De Gaulle só se tornou presidente da França em 1958, quando conseguiu provar que não era somente bom para a guerra, catalisando as idéias de reformar a constituição francesa e as diversas instituições do império francês. Estes eram os ideais do povo francês, descontente com a quarta república. De Gaulle foi um dos maiores estadistas e líderes deste século. Na história recente do Brasil Fernando Henrique Cardoso catalisou o ideal de estabilidade econômica. Para ser escolhido como líder da nação, o presidente Lula catalisou o ideal de justiça social, mantendo a estabilidade econômica.

Ser líder é servir aos outros. É aceitar que o reconhecimento pode vir tardio, talvez até após sua despedida do poder. É saber que será combatido. É saber que só terá colaboradores se convencê-los de que é a pessoa certa para levar as idéias e ideais adiante.

domingo, maio 25, 2008

Quem está pagando?


Se eu disser que folheando uma revista de 120 páginas, encontro normalmente de dez a vinte páginas dedicadas a propagandas de veículos dirão tratar-se de revista dedicada ao automobilismo, certo?
Errado, falo da revista Veja, que traz entre 10% e 20% de suas páginas dedicadas a propagandas de veículos, normalmente de alto valor. E o engraçado é que ainda pago para receber essa revista, deveria recebê-la de graça! Esse é o modelo de negócio que se reforça a cada dia mais, baseado na Internet. Os grandes fornecedores que querem anunciar seus produtos pagam pelo custo da veiculação, e os grandes sites como Yahoo e Google oferecem conteúdo a custo “zero” seus conteúdos aos usuários que remunerarão o serviço quando porventura se interessarem no conteúdo e fizerem aquisições.
Trazendo para o exemplo em questão, seria como receber a revista Veja de graça em casa semanalmente, e remunerar a editora quando me interessasse por algum artigo anunciado e o comprasse por conta do anúncio veiculado. Faz sentido não é mesmo?
Nessa semana li um artigo de Chris Anderson, que menciona exatamente a tendência de virarmos uma economia do gratuito, onde diversos serviços serão oferecidos a custo zero em troca da veiculação que se faz de artigos à venda. Foi assim por exemplo com o e-mail com capacidade de armazenamento de Giga bytes e depois com capacidade ilimitada da Yahoo, que é fornecido gratuitamente e que obviamente é remunerado pela propaganda que é feita nos e-mails que circulam o mundo todo.
Não me preocupo por enviar e-mails com propagandas ou mesmo de recebê-los, desde que esteja recebendo um bom serviço e não esteja pagando por isso. Entendo que esse é o custo do serviço. Estranha-me, no entanto, pagar a anuidade de uma revista e receber no seu interior mais propaganda do que conteúdo, será que estamos no limiar de uma mudança de modelo de negócio, e em breve essas revistas serão gratuitas, ou então mais leitores se ressentirão pelo que compram e deixaram de comprar essas revistas obrigando-as a mudarem de modelo de negócio? Porque entendo que ganhar dos dois lados não faça sentido, ou pelo menos seja uma maneira desequilibrada de agregação de valor. Eu de minha parte já decidi que não renovarei minha assinatura dessa revista de propaganda de automóveis!

quinta-feira, maio 22, 2008

Windows finalmente no OLPC


A Microsoft finalmente anunciou, semana passada, que liberará o sistema operacional Windows para ser fornecido juntamente com o XO, computador de baixo custo, idealizado por Nicholas Negroponte. Esse programa recebeu o nome de OLPC (One Lap Top per Child – um computador por criança) que tem por objetivo fornecer equipamento de informática básico e de baixo custo para todas as crianças, A expectativa inicial era chegar a um valor de US $ 100 por máquina, mas atualmente elas estão sendo vendidas pelo dobro desse valor.
O acordo assinado com a Microsoft vem em um momento crítico, pois o programa experimenta uma penetração muito mais baixa do que se pretendia - apenas 600 mil unidades vendidas para países como Peru, Uruguai e México, além de não conseguir chegar ao objetivo de valor inicialmente prometido para o mundo.
A entrada do Windows vem sendo adiada por anos, haja vista que a escolha feita de sistema operacional para o XO é o Linux, software livre, que obviamente conflita com a estratégia da Microsoft.
Todos sabem que a aceitação do Windows é bem maior que a do Linux, o que é uma pena, pois observa-se em vários programas educacionais e de inclusão digital que o aprendizado do aluno melhora no momento que ele é mais exigido pelo sistema operacional, pois no Linux as interfaces podem e devem ser customizadas pelos usuários.
O programa recebeu muitas críticas, em especial dos que acreditam que não adianta fornecer ferramentas para promover a inclusão digital, pois faltariam capacitação, tanto dos alunos quanto dos professores. A prática no entanto, aqui no Brasil, tem nos mostrado o oposto, as nossas crianças vêm tendo uma experiência com informática, e no meu entender já não podem ser considerados “excluídos digitalmente” pois conhecem os mecanismos básicos da rede mundial de computadores, possuem páginas na Internet, Blogs, e-mails e se comunicam nas Lan Houses das periferias através dos sistemas de mensagens rápidas como MSN Messenger.
Tenho visto mais exclusão digital em adultos de razoável poder aquisitivo, com computador em casa e acesso a Internet, mas que ainda relutam em se utilizar as ferramentas de informática de maneira natural. E você, considera-se um incluído digital?

segunda-feira, maio 12, 2008

Conectividade


Nunca tivemos tamanha diversidade de conteúdos e aplicativos disponíveis na web como no momento. Semanalmente surgem novos usos e softwares populares, que atingem os milhões de usuários quase que instantaneamente. É o que chamamos de divulgação por efeito viral, que ocorre no boca a boca e eventualmente através de ferramentas de convites restritos a usuários do sistema, que ajudam a divulgar aplicações e programas de relacionamento e engenharia social.

Se por um lado assistimos ao fenômeno da proliferação de usos da internet, por outro temos a inegável inclusão digital. Atualmente já temos mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo com acesso a internet (mais de 20% da população mundial). No Brasil além dos inúmeros programas de organizações não governamentais e assistenciais do governo concorrendo para a inclusão digital, temos também o efeito das lan-houses de periferia, o que vem fazendo com que praticamente todos os jovens saibam se relacionar com uma ferramenta que há menos de dez anos era totalmente inimaginável para muitos deles. Ouso dizer que os excluídos digitais no momento são alguns adultos, que mesmo possuindo acesso a computadores, ainda têm receio de se entregarem de vez ao apelo da internet.

Disponibilidade e variedade de conteúdo associado a uma massiva entrada de novos usuários diariamente na era da internet –eis todos os ingredientes para uma explosão da penetração das tecnologias de acesso, experimentada pela indústria de telecomunicações no mundo todo, que vem, praticamente, dobrando a quantidade de acessos a banda larga anualmente.

Esse agressivo aumento das redes de banda larga vem provocando também a redução de preços da infra-estrutura necessária à sua disponibilização. Assim, com a redução de preços de equipamentos de transporte e controle de banda, servidores, sistemas de armazenamento e processamento digital de sinais, passamos a alimentar um ciclo virtuoso que acaba por reforçar, ainda mais, o aumento de banda larga.

Nos últimos três anos, após fatídicos leilões que levaram empresas européias do setor de telecomunicações a investirem bilhões de dólares na aquisição de licenças para explorar a terceira geração de sistemas celulares, buscando exatamente disponibilizar banda larga com mobilidade, vemos que o mercado mundial de aparelhos celulares e de aplicativos para terceira geração começa a se popularizar, ajudado inclusive pelo programa 3G for all, que visa à obtenção de aparelhos preparados para a terceira geração a preços populares. No Brasil começamos a experimentar a utilização da banda larga móvel, que apesar de estar em seu estágio inicial de lançamento, veio em um momento propício. Dois fatores que contribuem são a queda do dólar e a popularização dos equipamentos portáteis como lap-tops. Desse modo, a banda larga móvel atinge boa parte dos usuários de internet, em especial os profissionais que costumam viajar com freqüência e que através de Wi-Fi, e agora a 3G, podem continuar tendo acesso a internet e a seus sistemas de correio eletrônico.

O uso profissional da informática, apoiado em uma infra-estrutura de web 2.0, vem proporcionando uma verdadeira revolução em várias profissões. Ferramentas de colaboração permitem acessos simultâneos e de forma controlada a arquivos, que dessa forma podem ser estruturados e preparados à várias mãos, garantindo qualidade e tempo de preparo nunca vistos.

Usuários de internet não se contentam mais em apenas acessar ao conteúdo que se encontra disponível na rede mundial de computadores. Ao invés disso, cresce velozmente a quantidade de conteúdo gerado pelos próprios usuários, que através de seus Blogs, vídeos e aplicativos garantem uma enorme diversidade de conteúdos e novas idéias e alimentam, assim, o ciclo de inovação.

Começamos a ver também utilizações de comunicação e interconexão máquina à máquina, que através de aplicativos de segurança, rastreamento e localização, geram um novo tráfego de dados na rede e, certamente, levará a uma quantidade maior de fontes de tráfego que a da própria população humana.

O conceito do “online”, do “tudo aqui e agora”, começa a compartilhar espaço e importância com o conceito de interatividade. Novos modelos de mídia surgem , com campanhas na Internet que estimulam a interação e a expressão de opiniões dos usuários no momento em que tomam contato com a informação. Essa interatividade não fica restrita às redes fixas de banda larga e muita expectativa é colocada nas redes móveis de banda larga e serviços de mensagens rápidas.

Começamos a tatear o mundo do mobile-payment e do mobile-advertisement, mas tomando em conta o efeito que esses novos modelos de negócio vêm atingindo e a facilidade com que nosso mercado recepciona novas tecnologias, temos a expectativa de essas mobilidades, também no Brasil, serão precursoras de uma nova forma de se relacionar e utilizar a rede móvel de telecomunicações.

As mídias tradicionais de rádio, TV e jornal já iniciaram, num passado recente, incursões no mundo da internet, o que vem derrubando o conceito de divulgação limitada por área geográfica. Assim, a cada dia, descobrem novas formas para o acesso instantâneo a qualquer conteúdo, em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo.

Nessa constante evolução, não conhecemos ainda todas as fórmulas e conceitos. Novos modelos de negócios são criados diariamente e vários deles não resistirão ao próximo ciclo de planejamento (que de anual tende a ser diário). Nesse ambiente, valoriza-se a facilidade em desaprender e em perceber quais tecnologias e usos, de fato, vigorarão e ganharão a preferência dos usuários. Trata-se de um grande “lego”, onde todos têm a oportunidade de agregar blocos, que nos levarão a uma nova realidade, a que certamente ainda não estamos preparados. Então a palavra dessa época de conectividade é aprendizado e flexibilidade para poder surfar nessas novas tendências!

segunda-feira, maio 05, 2008

Internet para música?


Outro dia, enquanto comprávamos alguns CDs pela Internet, meu filho comentou que os preços dos CDs estavam baixando fortemente. Acredito que esse fato seja explicado pelo momento de ruptura que a indústria fonográfica vive, onde a fase do CD está acabando e provavelmente será substituída pela aquisição eletrônica de músicas individuais ou então de shows e vídeo clipes no lugar da música somente.
O fato de estar adquirindo músicas pela Internet, com meu filho ao lado, serve para ilustrar vários pontos, entre eles a questão da anti-pirataria e do exemplo contido no fato de estarmos pagando pelas músicas que estávamos adquirindo, mas gostaria de me ater especificamente à questão da distribuição de músicas e da dependência que a maioria dos artistas têm para com as gravadoras, distribuidoras, rádio e TV.
Ouço dois podcastings excelentes para conhecer novos músicos e conjuntos, o “Som para Viagem” e o “Café Brasil”, em ambos podemos ter acesso a entrevistas, reflexões e muita poesia, acompanhada de um tipo de música de muito boa qualidade, porém não divulgadas nas mídias tradicionais.
Sabemos que a receita de um cantor vem dos shows que faz e não dos discos que vende, pois nesse canal a maior parte fica para a gravadora e para os diversos distribuidores. Também ocorre que para divulgar em diversas rádios com boa audiência, vários conjuntos têm que pagar – é o que se chama de “jabakulê” ou simplesmente “jabá”. Ora temos aqui o ambiente ideal para que haja uma ruptura no modelo convencional de negócios. Com as novas tecnologias, é muito mais acessível a montagem de um estúdio de gravação de CDs (chamados home-estúdio).
Esse é o cenário que temos assistido freqüentemente, conjuntos lançando-se de forma independente, sem contar com a ação das gravadoras existentes, e distribuindo seus discos exclusivamente através da Internet ou em venda direta em shows. Em alguns casos consegue-se chegar a marcas interessantes através desses canais, onde vários músicos têm relatado terem ultrapassado a marca dos 200.000 discos através da venda pela Internet apenas, e sem investir um único centavo na mídia televisiva e de rádio e criando independência das gravadoras. Além de mais barato e de permitir maiores margens, também cria independência quanto ao estilo, pois ficam imunes às pressões da mídia para que gravem determinados estilos de música, mais populares e comerciais, garantindo com isso trabalhos autênticos e que realmente expressem a vontade do artista. E viva a Internet!

terça-feira, abril 29, 2008

IP na tostadeira?


Lembro-me de uma frase muito difundida no mundo da Internet, que foi escrita na década de 90, quando começamos a enxergar até onde a Internet chegaria no futuro. É dessa época as frases “IP to the toast – IP na tostadeira” e “IP to the refrigerator – IP na geladeira”, frases que queriam nos mostrar o alcance do protocolo de Internet (IP) no nosso dia-a-dia.
Em que pese que até o momento, quase quinze anos depois de ouvir essas famosas frases, continuo sem entender para que alguém desenvolveria uma tostadeira conectada à Internet, aliás questiono mesmo se a tostadeira não seria um plano maquiavélico norte-americano para dominar o mundo, através de propaganda subliminar colocada nos filmes holiwoodianos, já que nenhum outro povo é tão próspero no uso desse eletrodoméstico quanto nossos irmãos lá de cima.
Apesar de não imaginar tostadeiras cibernéticas, já escrevi a respeito e reconheço que sonho com o dia em que minha geladeira será capaz de avisar ao mercadinho, próximo de minha casa, que está faltando cervejas no seu interior. E não é só ai que acho que o IP vem invadindo minha vida (e a de mais de um terço da população do mundo). Como cozinheiro de domingo, já me acostumei a acessar páginas de receitas e de dicas culinárias para amantes da culinária, e para tanto nada mais prático do que acessar a internet de um lap-top sobre a pia da cozinha (conectado via Wi-Fi obviamente, já que fios não combinam com farinha de trigo).
E para não ficar somente na cozinha, lembro da utilidade que a informática, em especial a internet, tem assumido para os músicos amadores, e mais uma vez domingueiros, que não precisam mais acumular um quilo de revistinhas com sistemas de cifragem ou partituras para tocarem e cantarem as músicas de seus conjuntos prediletos. Através da Internet podemos encontrar as músicas que mais gostamos de forma rápida e organizada, além de contar com a facilidade de podermos alterar a escala, caso não tenhamos voz para acompanhar determinados tons, e também podemos, num “clickar” de dedos, substituir aquela partitura para violão acústico, adaptando-a para guitarra, cavaquinho, baixo, etc.
E o uso da Internet não para por aí, já tenho observado a sua utilização com bastante freqüência em celulares, nas intermináveis horas de espera em aeroportos, salas de espera de consultórios, e em muitos outros lugares inusitados. Se por sinal alguém souber de outros usos curiosos não deixe de me enviar.