Nunca tivemos tamanha diversidade de conteúdos e aplicativos disponíveis na web como no momento. Semanalmente surgem novos usos e softwares populares, que atingem os milhões de usuários quase que instantaneamente. É o que chamamos de divulgação por efeito viral, que ocorre no boca a boca e eventualmente através de ferramentas de convites restritos a usuários do sistema, que ajudam a divulgar aplicações e programas de relacionamento e engenharia social.
Se por um lado assistimos ao fenômeno da proliferação de usos da internet, por outro temos a inegável inclusão digital. Atualmente já temos mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo com acesso a internet (mais de 20% da população mundial). No Brasil além dos inúmeros programas de organizações não governamentais e assistenciais do governo concorrendo para a inclusão digital, temos também o efeito das lan-houses de periferia, o que vem fazendo com que praticamente todos os jovens saibam se relacionar com uma ferramenta que há menos de dez anos era totalmente inimaginável para muitos deles. Ouso dizer que os excluídos digitais no momento são alguns adultos, que mesmo possuindo acesso a computadores, ainda têm receio de se entregarem de vez ao apelo da internet.
Disponibilidade e variedade de conteúdo associado a uma massiva entrada de novos usuários diariamente na era da internet –eis todos os ingredientes para uma explosão da penetração das tecnologias de acesso, experimentada pela indústria de telecomunicações no mundo todo, que vem, praticamente, dobrando a quantidade de acessos a banda larga anualmente.
Esse agressivo aumento das redes de banda larga vem provocando também a redução de preços da infra-estrutura necessária à sua disponibilização. Assim, com a redução de preços de equipamentos de transporte e controle de banda, servidores, sistemas de armazenamento e processamento digital de sinais, passamos a alimentar um ciclo virtuoso que acaba por reforçar, ainda mais, o aumento de banda larga.
Nos últimos três anos, após fatídicos leilões que levaram empresas européias do setor de telecomunicações a investirem bilhões de dólares na aquisição de licenças para explorar a terceira geração de sistemas celulares, buscando exatamente disponibilizar banda larga com mobilidade, vemos que o mercado mundial de aparelhos celulares e de aplicativos para terceira geração começa a se popularizar, ajudado inclusive pelo programa 3G for all, que visa à obtenção de aparelhos preparados para a terceira geração a preços populares. No Brasil começamos a experimentar a utilização da banda larga móvel, que apesar de estar em seu estágio inicial de lançamento, veio em um momento propício. Dois fatores que contribuem são a queda do dólar e a popularização dos equipamentos portáteis como lap-tops. Desse modo, a banda larga móvel atinge boa parte dos usuários de internet, em especial os profissionais que costumam viajar com freqüência e que através de Wi-Fi, e agora a 3G, podem continuar tendo acesso a internet e a seus sistemas de correio eletrônico.
O uso profissional da informática, apoiado em uma infra-estrutura de web 2.0, vem proporcionando uma verdadeira revolução em várias profissões. Ferramentas de colaboração permitem acessos simultâneos e de forma controlada a arquivos, que dessa forma podem ser estruturados e preparados à várias mãos, garantindo qualidade e tempo de preparo nunca vistos.
Usuários de internet não se contentam mais em apenas acessar ao conteúdo que se encontra disponível na rede mundial de computadores. Ao invés disso, cresce velozmente a quantidade de conteúdo gerado pelos próprios usuários, que através de seus Blogs, vídeos e aplicativos garantem uma enorme diversidade de conteúdos e novas idéias e alimentam, assim, o ciclo de inovação.
Começamos a ver também utilizações de comunicação e interconexão máquina à máquina, que através de aplicativos de segurança, rastreamento e localização, geram um novo tráfego de dados na rede e, certamente, levará a uma quantidade maior de fontes de tráfego que a da própria população humana.
O conceito do “online”, do “tudo aqui e agora”, começa a compartilhar espaço e importância com o conceito de interatividade. Novos modelos de mídia surgem , com campanhas na Internet que estimulam a interação e a expressão de opiniões dos usuários no momento em que tomam contato com a informação. Essa interatividade não fica restrita às redes fixas de banda larga e muita expectativa é colocada nas redes móveis de banda larga e serviços de mensagens rápidas.
Começamos a tatear o mundo do mobile-payment e do mobile-advertisement, mas tomando em conta o efeito que esses novos modelos de negócio vêm atingindo e a facilidade com que nosso mercado recepciona novas tecnologias, temos a expectativa de essas mobilidades, também no Brasil, serão precursoras de uma nova forma de se relacionar e utilizar a rede móvel de telecomunicações.
As mídias tradicionais de rádio, TV e jornal já iniciaram, num passado recente, incursões no mundo da internet, o que vem derrubando o conceito de divulgação limitada por área geográfica. Assim, a cada dia, descobrem novas formas para o acesso instantâneo a qualquer conteúdo, em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo.
Nessa constante evolução, não conhecemos ainda todas as fórmulas e conceitos. Novos modelos de negócios são criados diariamente e vários deles não resistirão ao próximo ciclo de planejamento (que de anual tende a ser diário). Nesse ambiente, valoriza-se a facilidade em desaprender e em perceber quais tecnologias e usos, de fato, vigorarão e ganharão a preferência dos usuários. Trata-se de um grande “lego”, onde todos têm a oportunidade de agregar blocos, que nos levarão a uma nova realidade, a que certamente ainda não estamos preparados. Então a palavra dessa época de conectividade é aprendizado e flexibilidade para poder surfar nessas novas tendências!