sábado, setembro 30, 2006

A tão buscada personalização

Quem se lembra do tempo que tínhamos à nossa disposição apenas o sistema de telefonia convencional, ou seja, o bom e velho telefone preto com disco, que ficava em posição de destaque na sala de nossas casas, normalmente com uma toalhinha sob ele?
É desse tempo também o hábito de decorarmos os números de telefones dos nossos amigos e parentes. Havia sempre uma agenda ao lado do telefone, onde anotávamos os números de telefones das pessoas com as quais nos relacionávamos, e para aquelas que mereciam contatos mais freqüentes, sabíamos de cor seus respectivos números telefônicos.
Pois é, logo depois vieram os telefones celulares, que foram recebendo memórias cada vez maiores, que hoje já têm capacidade de armazenar centenas de nomes e números telefônicos, e não são somente os números que são armazenados, também aceitam os endereços de e-mails, afinal de contas a maior parte dos celulares atuais já permitem o envio de e-mail. Mas o interessante é que com o celular, quando pensamos em ligar para alguma pessoa, procuramos pelo nome dela na lista de contatos de nosso aparelho. De forma semelhante, para mandarmos um e-mail ou SMS através de nossos computadores ou aparelhos celulares, também procuramos na nossa lista de contatos pelo nome da pessoa com quem pretendemos nos corresponder.
E mais recentemente com a onda dos messengers, que são os comunicadores online da Internet (ICQ, Yahoo Messenger, MSN, TudoMais, etc), passamos a nos comunicar com as pessoas buscando-as em nossa lista de apelidos! Quer uma coisa mais pessoal e amigável que chamar alguém pelo apelido?
E com o tempo, vão ficando para trás as preocupações com agendas em papel e a necessidade de decorarmos o número de cada telefone, acostumamos a apenas apertar um botão de nosso celular, ou computador e pronto, achamos quem queremos pelo nome.
Não precisamos saber a cidade da pessoa com quem queremos falar, pois não necessitamos mais saber o código DDD dessa pessoa, também não precisamos saber seu endereço e CEP, pois entregamos eletronicamente a mensagem, e de quebra podemos anexar fotos, filmes, nossa voz ou a música que nos veio a cabeça naquele momento.
Sem falar na vantagem que é sermos chamados pelo nome, que comprovadamente é o som que mais gostamos de ouvir, ao invés de um número, código ou endereço.

sexta-feira, setembro 22, 2006

O bem sempre vence no final

A tão propalada catástrofe do convívio social e eterna briga do bem contra o mal, aparentemente privilegiará ao bem no final, pelo menos na Internet.
Perto de tantos atentados à razão com que somos bombardeados diariamente, sobre crimes digitais, seqüestros bolados com dados extraídos da Internet, vírus que invadem nossos computadores e buscam fragilidades de segurança para roubar nossos dados pessoais, páginas importantes da internet que são atacadas por criminosos digitais, buscando unicamente provar que conseguem fazê-lo, parece inconsistente dizermos que o bem prevalecerá ao mal. Mas é isso que nos mostra o exemplo da wikipedia (http://www.wikipedia.org/).
Quando soube que existia na Internet um serviço equivalente a uma enciclopédia, mas que podia ser editada por absolutamente qualquer pessoa, imediatamente imaginei a bagunça em que isso se tornaria, pois certamente os textos não seriam confiáveis, pois seriam escritos por pessoas comuns e não especialistas, sem falar que mesmo que o autor de determinada nota estivesse bem intencionado, ainda corria o risco de que alguém entrasse livremente no que ele havia escrito e mudasse deliberadamente para uma definição incorreta. Isso se daria pelo simples prazer de atrapalhar algo sério, ou mesmo pela incapacidade de se fazer algo confiável através da contribuição de pessoas simples.
Pois bem, não é isso que a Wikipedia vem nos mostrando, muito pelo contrário. Ela recebe milhares de contribuições diariamente (em dezenas de idiomas) e na maioria absoluta dos exemplos, as definições encontram-se adequadas e corretas.
Quando algo inadequado é ali colocado, como uma definição errada, por exemplo, ela é corrigida por alguém, em apenas quatro horas. Lembro também o benefício que a essa organização nos dá, através da crítica e da dúvida, pois nada do que achamos pode ser automaticamente dado como certo, há que se passar ainda por análise criteriosa do conteúdo, ou seja, ainda nos aguça a inteligência e crítica sobre o que estamos lendo.
É um exemplo de uma organização caórdica (definição criada por Dee Hock fundador da Visa) pois é uma ordem que surge de uma aparente desordem ou oriunda do caos, já que é um exemplo de um sistema que pode evoluir em qualquer direção, certa ou errada, e que invariavelmente tem evoluído rapidamente para um aprimoramento de suas definições e pela complementação por novas definições.
Acho isso um exemplo muito bom do potencial das pessoas, se acreditarmos e lhes dermos as ferramentas adequadas.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Os modelos de negócio da internet

Discute-se muito sobre a bolha da internet, e de todos os que nela apostaram e se deram mal, quando o valor de vários negócios despencou e muito investidor deu adeus a seu rico dinheirinho. Isso foi o fim dos negócios na Internet? Absolutamente não!
Estamos vivendo um processo que na minha visão é natural, onde pelo ineditismo do modelo de negócio, ainda não amadurecemos o suficiente para entendermos na plenitude as oportunidades e riscos envolvidos nos negócios eletrônicos, traduzidos e oferecidos pela Internet.
A experiência da década passada, conhecida como “a explosão da bolha da Internet”, serviu para nos ensinar vários aspectos:
- Existe vida depois da explosão: isso é verificado pela infinidade de negócios que nasceram ou sobreviveram depois dessa fase, e que vão bem do ponto de vista comercial.
- Também nos mostrou que o modelo de análise que fazemos para avaliação de negócios, eventualmente não se presta para tudo, haja vista que nessa semana foi divulgado que o You Tube (www.youtube.com) , que investe cerca de 500 mil dólares mensalmente na sua infra-estrutura, que praticamente não tem receita nenhuma, pois não é explorado comercialmente, vale perto de 1 Bilhão de dólares.
- Que nem tudo que está sendo oferecido pela Internet é o mesmo negócio. Esse na realidade é o aprendizado principal. A Internet é instrumento de colaboração para relacionamento e organização de empresas e pessoas, é instrumento de distribuição de produtos e logística, é instrumento de venda de produtos e serviços, é canal de distribuição de entretenimento, é meio de divulgação de comunicação e marketing, é instrumento de aprendizado e estudo, é ferramenta de automação de processos, enfim seu poder está exatamente na sua capacidade de oferecer inúmeros serviços e produtos, que mudam o tempo todo.
Nesse contexto, parece que não faz sentido querer mensurar o sucesso ou insucesso da Internet, usando-se para isso os meios convencionais de análise e medida. Equivaleria a tentarmos apertar parafuso utilizando-se de um martelo, estaríamos certamente utilizando a ferramenta inadequada.
Assim aproveitemos a diversidade e inovação de negócios proporcionada por essa que, certamente é a vedete das tecnologias desse século, usando adequadamente a poderosíssima ferramenta representada pela Internet, que tem potencial de tornar nossas vidas mais seguras, mais interessantes e mais divertidas.

sábado, setembro 02, 2006

Pelas ondas da internet

E o Japão foi o primeiro país do mundo a ter um número maior de usuários acessando a internet através de aparelhos celulares do que através de PC (computadores pessoais).
Ao final do ano passado, eram 69 milhões de usuários acessando a web pelo celular, contra 66 milhões que acessavam pelo PC.
É claro que não podemos analisar esse dado isoladamente, e traçar a partir dele teorias relativas a abrangência desse mesmo fato por todo o mundo. Sabemos que existe uma infinidade de situações que propiciam esse fenômeno no Japão, sabemos que o tráfego intenso obriga milhões de japoneses a gastarem horas e horas de seu dia, dentro de ônibus, trens e metrôs (no Japão as linhas de metrô, possuem cobertura de celular), nessas situações acessar a Internet através de seus celulares é uma distração. O alto poder aquisitivo também facilita o consumo e a demanda por serviços avançados, o avanço tecnológico do mercado japonês também é destacado e se não fosse essa série de fatores, ainda temos a cultura do povo japonês, que se relaciona extremamente bem com inovações tecnológicas. Mas acredito que mesmo com essa série de fatores específicos, ainda assim o fato é relevante e demonstra o potencial de uma ferramenta que somente muito recentemente, começamos a utilizar de forma mais intensiva.
Essa tendência de utilização do celular para acesso a Internet já pode ser sentida nos Bancos, que cada dia fazem mais investimentos nessa forma de transação, buscando conforto para seus usuários a um custo menor.
Tivemos experiências recentes bastante interessantes na disponibilização de serviços úteis na Internet celular, como por exemplo o acesso ao catálogo telefônico. Quando estamos em nossas casas e escritórios, eventualmente o catálogo encadernado pode ser mais confortável de consultarmos do que nossos celulares, por outro lado, se estivermos dirigindo e nossos carros apresentarem problemas, garanto que o mais confortável é termos acesso a uma lista com todos os mecânicos, borracheiros e chaveiros da cidade, bem ao alcance de nossas mãos, dentro de nossos celulares. De forma semelhante, podemos ter acesso a informações de emergência como endereços e telefones de hospitais, pronto-socorros, delegacias, correios e etc.
E se precisarem de uma mãozinha, em caso de emergência, não hesitem, lancem mão de seus celulares.