quinta-feira, novembro 08, 2012

R.I.P. NetMovies


Bem não tinha como não experimentar antes de criticar, mas confesso que desisti do NetMovies.
Quando conheci o conceito do NetFlix, achei o máximo, a ideia de acessarmos online a qualquer filme e ainda podermos receber em casa os filmes que escolhermos em DVD ou Blu-ray me encantou, pena que no Brasil o modelo de negócio era somente o de acesso online.
Então conheci o NetMovies, site brasileiro (apesar do nome), fundado pelo paulistano Daniel Topel, que baseou seu serviço no que era oferecido pela NetFlix nos Estados Unidos, onde além de acessar a grade de filmes online via internet, ainda é possível recebe-los no conforto de seu lar. Bem até aí tudo bem, não tão inovador, mas atendendo uma necessidade de consumo.
Confesso que de início não acreditei que o modelo de negócio fosse sustentável, pois me parecia que sustentar esta operação pelo valor que se praticava não seria viável, pois no início pagava algo em torno de R$7,00 (o equivalente ao aluguel de um Blu-ray) para acessar qualquer filme na internet, e ainda receber até 4 filmes por mês em minha casa. Imaginava que o valor cobrado não seria suficiente para suportar os custos de programação mais o envio, recebimento e manutenção das mídias, pois é necessário uma operação logística para operar nas principais cidades do Brasil, mantendo algum estoque, entregando e recebendo DVDs e Blu-rays. Pois parece que eu estava certo, como o modelo financeiro não parava mesmo em pé, quem sofreu foi a qualidade do produto. L
De início percebi que a funcionalidade do player NetMovies não era tão boa e amigável quanto o NetFlix, não permitia por exemplo que parássemos o filme a qualquer momento e voltássemos depois para retomar o filme exatamente no momento em que interrompemos, sempre que interrompia o filme, ele voltava do início, e para piorar a situação, o player não tinha a funcionalidade de avanço acelerado do filme e como por vezes o filme trava, temos que reiniciar a apresentação desde o início. O Player para PC é mais amigável, mas assistir pela SmarTV é muito mais confortável, por isso digo minhas impressões com base nesta mídia de visualização.
E por fim, o que era para ser um diferencial para o modelo de negócios aqui no Brasil, que é a entrega domiciliar de discos, não permite agendar horários e como o condomínio em que resido não permite entrega e recebimento através dos porteiros, na prática solicitar um DVD significava ter que ficar o dia inteiro esperando o momento de disponibilidade do entregador, sem falar que a qualidade da mídia deixava a desejar, pois vários filmes que solicitei travaram nos momentos mais excitantes dos filmes, levando-me em algumas vezes a sair de casa e buscar o mesmo DVD na locadora convencional, apenas para matar a curiosidade de terminar de assistir ao filme!
Placar final: NetFlix 8 x 0 NetMovies!

sábado, agosto 04, 2012

Não basta ser bom


Não sei quantos de vocês usaram ou pelo menos manusearam um Zune da Microsoft, eu tenho um e confesso que fiquei muito triste com a notícia da Microsoft que deixaria de fabricá-lo.
O meu tocador de MP3 da Microsoft possuía várias vantagens sobre o iPod da Apple, pois apesar da idade, já possui uns cinco anos de idade, tem o dobro da memória que o iPod da mesma época (120 GB), pode ser usado como winchester externo, permite transferência de arquivos de músicas entre usuários através de WiFi, sem nenhum tipo de limite ou restrição, apesar de também possuir uma loja online, a exemplo da iTunes, permitia que gerenciássemos todo o seu conteúdo pelo Windows explorer e permitia conexão online com Windows Media Player, Xbox 360 de forma nativa, desde sempre, ao passo que a Apple somente liberou este tipo de conexão anos mais tarde, e mesmo assim somente para os usuários que tivessem o Apple TV. Bem, de quebra, custava mais barato!
Infelizmente a vida de quem briga com a Apple não é fácil. Ele não possuía o mesmo design moderno e arredondado do iPhone e do iPod, e nem era a jóia da coroa de um cara chamado Steve Jobs.
A Microsoft está prestes a explorar no mercado o Surface, tablet que virá para brigar com o iPad. Não sou fã da Microsoft, e muito menos deixo de utilizar vários produtos da Apple, inclusive o próprio iPod, iPhone e iPad, mas quero crer que seria melhor o mundo se houvesse mais concorrência, e não a total dominância de uma única marca (diga-se o mesmo da Microsoft com o Windows), e vamos que vamos.

sábado, junho 23, 2012

Uma imagem vale por mil palavras

Em 17 de março postei um texto, que refletia um pouco minha indignação com os padrão de tomadas que adotamos. Aliás, adotar padrões diferentes do resto do mundo parece ser um vício nosso...
Ontem recebi uma imagem de um amigo, também indignado com essas discussões de padrões brasileiros, que sem dúvida expressa de forma muito mais impactante o que estamos vivendo do que o texto que fiz (dou o braço a torcer), e vamo que vamo...

sábado, maio 12, 2012

Net Movies


Em fevereiro escrevi que estava testando o NetFlix conectado a uma smart TV Samsung. Terminada a configuração de todas as bugigangas (HD externo, WiFi, Home Theater e TV) família feliz pela qualidade das imagens, mas com um gostinho de “quero mais”, face à limitação do conteúdo oferecido pela NetFlix. Como existe um forte modelo de negócio nas produtoras de conteúdo, e nesta cadeia as distribuidoras de canal aberto e fechado certamente tem mais balas na agulha que empresas entrantes como a NetFlix, obviamente não sobra muito lançamento para este último canal de distribuição, então temos que nos contentar com séries e filmes que não sejam lançamentos L .
Buscando outros conteúdos, acabei assinando a Net Movies, empresa nacional, que possui um modelo de atuação semelhante ao que a NetFlix faz nos Estados Unidos, ou seja, complementa a oferta de conteúdo via streaming de vídeo (conteúdo assistido via Banda Larga na internet) com a locação de DVDs e Blu-Rays, entregues no conforto de sua casa, sem prazo para assitir, sem multas e o que é melhor, mais barato que uma locação em uma locadora convencional ou a compra esporádica de algum conteúdo via pay per view (que ainda são caros no Brasil). Pelo mesmo preço que o NetFlix (R$ 15,00) além do conteúdo online, ainda se acrescenta a possibilidade de receber DVDs em casa com horário marcado, e em uma promoção, ainda tenho 50% de desconto ao pagar com o cartão de crédito de administração do Bradesco.
É claro que o conteúdo ainda não é atualizado, a exemplo do NetFlix, mas entendo que seja uma questão de tempo, pois como a barreira de entrada deste serviço é muito menor (não temos que comprar nenhuma caixinha, assinatura básica, sem custo de instalação, além do preço ser substancialmente mais baixo) provavelmente ao atingir-se uma base de assinantes mais expressiva, passarão a ganhar maior importância na cadeia de distribuição das produtoras, e com isso começarão a receber alguns lançamentos, e com  o tempo estarão tão ou mais competitivas que as operadoras de conteúdo por assinatura convencionais (via satélite, MMDS ou Cabo).
Mais uma boa notícia para os clientes, que terão mais uma opção de conteúdo de boa qualidade à sua disposição.

sábado, março 24, 2012

Tão evoluídos e tão atrasados



Estou no aeroporto de Congonhas, aguardando uma brecha no mau tempo de Uberlândia, que me permita o embarque para esta cidade. Se o tempo não melhorar iremos para Ribeirão Preto e de lá seguiremos de ônibus, que belo programa hein?
Este primeiro parágrafo já iniciou um post mais antigo deste Blog, e serve para ilustrar que, apesar de todos os desenvolvimentos tecnológicos a que temos acesso diariamente, ainda continuamos, como diria nosso amigo Belchior, como nossos pais quando a questão é tecnologia de aeroportos :-(
Fico imaginando se, na Inglaterra, dependêssemos da mesma tecnologia que temos no Brasil, haveria a metade dos vôos, face a incidência de neblina que temos por aquelas bandas. E o mais cruel, é que pagamos uma das tarifas mais caras de passagens aéreas do mundo, mas em compensação, o serviço que recebemos...
Ontem, olhava angustiado por mais de 20 minutos, várias malas passarem na esteira do aeroporto internacional Franco Montoro (apelido do aeroporto Internacional de Guarulhos), que não a minha, e de quebra ouvia uma senhora reclamar que sua mala sempre desaparecia e pensava cá com meus botões: Ao invés de pagarmos em torno de R$ 100,00 por um seguro bagagem, poderíamos pagar R$ 5,00 por um chip que fosse fixado na mala, e que tivesse nossa identificação (endereço, número de passaporte, etc, etc) e que permitisse o encaminhamento automático da mala, que impediria que algum desavisado ou amigo do alheio saísse com minha mala do aeroporto, por engano ou “olho grande”, sem falar do problema mais frequente que é a mala adquirir vontade própria, indo sozinha para um destino que não é o seu, ninguém sabe como.
Pode ser que não adotemos estas tecnologias mais modernas, mais baratas e mais eficientes de controle de bagagens para garantir o empregos de milhares de funcionários nos aeroportos e companhias aéreas, isso seria compreensível até, mas se fosse assim, porque não nos atenderiam de forma mais cortês? Ah, com você não é assim? Eles sempre são corteses? Desculpe então minha falta de sorte, minhas experiências é que não tem sido tão boas.
Meu celular fala com todo mundo e com todas as coisas. Meu tablet, se esqueço de desligar, quando vejo está cheio de novas informações recebidas via feed, meu carro fala com o controle de pedágio, qualquer aparelho de barbear que se preza, fala com as saídas magnéticas dos supermercados, para evitar que pessoas esqueçam de pagá-los ao irem embora, assim também baterias, alguns cosméticos e qualquer outro produto que possa custar mais que algumas dezenas de reais. Então porque somente minha bagagem não pode ter a mesma sorte, de ser protegida por um chip?
Se não consigo nem garantir que receberei um mala cheia de roupa sujas, depois de uma semana de viagem, querer que o aeroporto de minha cidade esteja preparado para uma simples neblina pode parecer demais não?
Em tempo, enquanto espero meu vôo ser autorizado, ouço que também os aeroportos de Belo Horizonte e Curitiba encontram-se fechados em função das condições meteorológicas, para que não pensem que somente nossa cidade é premiada com estas condições.

sábado, março 17, 2012

Fios, tomadas e padrões



Quando comprei o primeiro desktop para meu filho, fizemos a instalação no escritório, e para tal foi necessário, além da alimentação do próprio PC, também a alimentação do monitor (que na época era um tubo pesado para caramba), e também a alimentação das caixas de som e da impressora, e dá-lhe fios para o teclado, para o mouse, e para as extensões de USB.

Depois minha filha ficou mais velha, também queria seu PC, toca duplicar tudo que já existia, e além disso já tínhamos banda larga ADSL (que também tinha sua tomada de tensão), para ligar os dois PCs na mesma banda larga, também adicionei um pequeno Hub, e posteriormente um roteador para o Wi-Fi.

Além do inferno que era fazer todas as ligações, vivia com medo de que alguém desconectasse alguma coisa atrás da estante, pois certamente precisaria de algumas gerações para fazer todas as conexões de novo (não citei os conversores 110 x 220V que sempre existem e os filtros de linha que a esta altura já eram dois além das réguas de alimentação....uma pequena usina de energia e ácaros, guardada atrás da estante).

Bem o tempo passou, meus filhos cresceram, o primeiro desktop deu lugar para um Lap Top e com ele as conexões WiFi começaram a devorar parte do emaranhado de cabo que existia nas minhas instalações, o fato do Lap Top vir com webcam integrada, sem mouse ou teclado ou caixas de som adicionais levou outro tanto...depois percebi que não precisava mais do hub...depois nem lembro mais para que instalei o roteador, já que o WiFi tinha roteador, e com isso aposentei os filtros de linha as réguas, e finalmente assassinei o último Desktop, e com ele, pude finalmente livrar-me de quase todos os cabos :-)


Seria ótimo se não tivessem mudado os padrões das tomadas, agora o tablet fala com a TV, esta por sua vez conecta-se à banda larga, que gerencia o som da casa, se conecta ao celular, os filmes assistidos ficam na nuvem, as fotos também, e o que é melhor, não configuramos mais nada, basta ligar um no outro que eles se falam, se entendem e começam a trocar informações...mas as tomadas....ah as tomadas...três pinos redondos que não entram na tomada da parede, que são tres furos mas não redondos. Outros equipamentos tem somente dois pinos redondos ..ou seriam chatos? Chato é termos o que é mais difícil e complicado funcionando direitinho e termos que ligar tudo nos velhos adaptadores, também conhecidos como "T" ou "Benjamin", é a boa e velha ABNT trabalhando para que tenhamos tudo funcionando direitinho. Ou não?!?

domingo, março 11, 2012

Quando o COMO é mais importante do que o QUÊ





Estou lendo o livro “Como” de Dov Seidman, que apesar do prefácio ter sido escrito por Bill Clinton, que não é exatamente um ícone de integridade, mostra de uma forma inequívoca que estamos vivendo um momento em que o formato tem sido encarado de forma tão ou mais importante do que o próprio conteúdo, e que valores como a integridade, honestidade e respeito ao próximo, apesar de sempre terem sido importantes, em tempos de sociedade conectada (MundoConectado) assumem importância ímpar.
Assim a lanchonete que confia nos seus clientes a responsabilidade de pagarem e pegarem diretamente no caixa o troco que lhes cabe, ganha competitividade e preferência de seus clientes (será que alguém comerá 150 coxinhas apenas porque é possível não pagar por elas?).
A cantora Rhaissa Bittar e o escritor Paulo Coelho (para citar apenas dois exemplos desta nova época) ganham a simpatia de seu público ao disponibilizarem todo o seu conteúdo gratuitamente na internet.
O Palestrante e escritor Luciano Pires, distribui seu conteúdo através de programas de rádio e podcasts, gratuitamente. Em sua home page existe a opção para que os ouvintes deixem a contribuição que julgarem adequada, pelo conteúdo que recebem.
O Paulo Lima disponibiliza o conteúdo de suas revistas (a Trip e a TPM) gratuitamente na loja Apple, no iTunes e em downloads a partir de seu próprio site. São mais de 25 anos de entrevistas com os personagens mais inusitados e impactantes de nossa sociedade.
A mentira nunca teve pernas tão curtas... O curso não feito e relatado no CV é descoberto em segundos. O produto que propala qualidades inexistentes é desmascarado assim que colocado no mercado, por meio de redes sociais. O trailer do filme que é melhor que o próprio filme é exposto de tal forma na internet, que todos são avisados do embuste, e assim podemos escrever folhas e folhas de exemplos de que os nossos valores sempre existiram, mas que graças ao tanto que nossas sociedades estão conectadas, essas informações correm o mundo em questão de segundos, ou de “clickes”, obrigando empresas a se retratarem, administradores a se demitirem após seus balanços mostrarem-se não tão sólidos quanto suas apresentações pressupunham.
E com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, ainda tenho que tolerar uma cantina que insiste em conviver com filas para sermos atendidos, sendo que tudo o que precisamos, que não custa mais que um par de reais, está ali, logo ao alcance de nossas mãos, e que poderíamos simplesmente pegar o que queremos e deixar o pagamento correto na caixa, melhorando a performance do lugar, deixando o proprietário com um lucro maior, os clientes mais satisfeitos (pela confiança e pelo tempo economizado), mas não, ao invés disso vejo filas, funcionários mal humorados pela dupla responsabilidade (servir e cobrar). Meu amigo Dov, seria bom que viesse dar por essas bandas para nos ensinar um pouco sobre o Porque o COMO fazer algo significa tudo...nos negócios e na Vida.

sábado, fevereiro 25, 2012

Internet na TV



Aproveitei um desk top que tinha em casa, com uma configuração já ultrapassada, para usos mais nobres (todos usos que meus filhos precisavam como downloads, games, MMRTG, P2P, fotos, storage de milhares de videoclips e de zilhões de música, etc) e instalando teclado e mouse sem fios e uma interface WiFi (já que naquela época lugar de Banda Larga era no quarto ou no escritório e não na sala de TV), transformei-o em uma estação multimídia para a família, meio ultrapassado, vá lá, mas ainda assim deu-lhe uma sobrevida e nos divertíamos vendo conteúdos adequados para toda a família, basicamente um ou outro filme "downloadeado", estações de rádio que gostávamos de ouvir quando estávamos em São Paulo e um ou outro conteúdo interessante no YouTube.
Fomos felizes com esses usos básicos, até que assinamos o NetFlix. Deste momento em diante, tornamo-nos heavy users, e a idade de meu velho desktop se fez presente...
Ainda tentamos a conexão via Xbox e Wii, mas apesar de funcionar, não era tão confortável como ter um teclado e um mouse para selecionar o que queríamos. Quando decidimos trocar o equipamento, fiz as contas e conclui que era mais barato comprar uma Smart TV, do que investir em um novo DeskTop, desta vez preparado para o uso que queríamos fazer do mesmo.
Decisão tomada, fui à caça, comprei uma smart TV e a conectei na internet (desta vez, lugar de banda larga é na sala, e de lá, via Wi Fi, conecta-se o resto das traquitanas: iPhone, tablets, androids, laptops e o escambau), click no Smart Hub, e pimba na gorduchinha, lá está o bom e velho NetFlix, mais amigável, com todas as funcionalidades no controle da TV e que por estar conectada no Home Theater fica com uma boa qualidade de som.
Conecto nosso HD externo na TV, e tenho acesso a todas as fotos, filmes e músicas que nossa família colecionou nos últimos 22 anos. :-)
Youtube com leanback, entre um filme e outro uma zapeada básica no Facebook, nossas séries prediletas (Dexter e Criminal Minds).
E o que é melhor, somando-se os custo desses equipamentos e dividindo por doze, ainda sairá mais barato que uma mensalidade da Sky, ótimo para nós, que teremos mais um competidor na briga pela nossa audiência. Bons tempos esses não?!?


Em tempo, pago R$ 15,00 para assistir a tudo que quiser no NetFlix.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Tablets II - A revanche



No primeiro post deste ano, comentei sobre a decisão da escola de meu filho em utilizar tablets para que os alunos tenham acesso a conteúdos digitais e possam de uma forma mais interativa, prepararem-se melhor para o vestibular. Abordei a questão do conteúdo versus o meio que o transporta ou o disponibiliza, defendendo que a principal parte da discussão deveria se dar em torno do conteúdo que se transmite a nossos filhos e não ao meio que é utilizado para isso. E que se tínhamos já meios mais modernos, que os utilizássemos, sem contudo, começarmos uma briga eterna contra o pobre Tablet ou a internet, como se ao invés de facilitadores, tivessem se tornado os vilões da história, pois é assim que são pintados, por aquelas escolas que relutam ainda em aceitar estas inovações.
No início deste mês, vi uma reportagem em que o MEC declarava que mais de 60.000 escolas públicas do ensino médio, disponibilizariam a seus cerca de 600.000 docentes, dispositivos tablets para acesso a internet e conteúdos especialmente desenvolvidos com fins educacionais, pois sabiamente, acreditam que os alunos da rede pública somente serão incluídos digitalmente se os seus professores também o forem.
Celebro a decisão do Ministério da Educação, que desta vez, colocará a rede pública de ensino à frente de uma série de escolas privadas. É melhor as escolas refratárias à algumas modernidades, começarem a refletir sobre seu papel na educação de nossos filhos (já digo educação ao invés de formação, pois esta cabe mesmo é aos pais, enquanto aquela, mal e mal vem sendo perseguida pelas escolas), caso contrário veremos em breve escolas voltarem novamente a utilizar quadro negro.
Não vou cair em tentação de fazer o que estou criticando, ou seja o problema não é o quadro negro, mas sim o fato de que enquanto os professores o usam, inevitavelmente estarão de costas para os alunos e de frente para o quadro, o que convenhamos, não é uma postura adequada para uma profissão (professor) que tem por expectativa melhorar nossa sociedade através da aplicação de bons costumes, já que a melhor maneira de educar, é o bom e velho exemplo, e é no mínimo complicado, passar bons exemplos de costas para a sala de aulas...

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Nadando contra a corrente



Julian Assange foi preso em dezembro de 2010 sob uma acusação um tanto estranha de crime sexual. Em consequência, o seu site Wikileaks enfrentou sérios problemas de hospedagem, sendo obrigado a fazer várias migrações de sua infra estrutura, de forma a tentar manter seu serviço no ar. Também teve afetada sua arrecadação de fundos, que era feita através de bandeiras de cartão de crédito, que passaram a se negar a efetuar a operação.
Um pouco mais de um ano após, assistimos a retirada do ar do site Megaupload, que especializou-se em permitir Up e Download de conteúdos diversos (músicas, filmes e programas). Seu proprietário, Kim Schmitz foi preso, junto com outros três executivos da empresa.
Bem, não defendo que devemos permitir violações de direitos autorais, e muito menos incentivar a publicação de documentos classificados como confidenciais. Por outro lado, fica claro que existe uma demanda enorme, não atendida pela indústria atual de conteúdo, para que a aquisição de músicas e filmes dê-se de forma mais facilitada e global. Podemos citar como exemplos bem sucedidos de distribuição de conteúdo o iTunes e o NetFlix, sou usuário de ambos e acho-os ótimos.
Se por um lado a indústria se apresenta claramente contra toda e qualquer atividade semelhante ao MegaUpload e aos tradicionais programas P2P (peer to peer), por outro, não vejo um movimento na mesma intensidade no sentido de facilitar a distribuição de conteúdo, vejam que o iTunes somente recentemente abriu seu conteúdo para nós brasileiros, e o NetFlix, apesar de ser uma ferramenta barata e eficiente para distribuição de conteúdo, somente oferece filmes antigos (medo da concorrência?) e as iniciativas não vão muito mais longe do que isto.
É claro que estamos engatinhando ainda neste mercado, e que veremos ainda muita água rolar debaixo desta ponte, mas preocupa-me o fato que se gaste mais tempo tentando evitar as iniciativas que já existem, do que para desenvolver novos canais para distribuição de conteúdo, baseados em ferramentas fáceis de serem usadas e de custo adequado ao que o mercado está disposto a pagar, e que seja suficiente para remunerar toda a cadeia da indústria (produtores, autores, intérpretes, publicitários, etc).
Enquanto não desenrolamos este novelo, para lá de embaraçado, continuaremos a ver iniciativas ineficientes com o intuito de barrar a distribuição gratuita de conteúdo. Em tempo, alguém já perguntou o que os autores e intérpretes pensam a respeito? Eu tenho vários exemplos de artistas que também estão insatisfeitos com o que recebem da vendagem de seus discos e que gostariam de que fossem popularizados, afinal a intenção de qualquer artista é de distribuir ao máximo sua obra, ou não?

quarta-feira, janeiro 18, 2012

A casca sempre está por dentro do recheio?



Tomo emprestada a frase do criativo Arnaldo Antunes para mais uma vez discutir conteúdo versus ferramenta de comunicação. Apesar do tema já ter sido discutido inúmeras vezes, acho que vale a reflexão, pois vira e mexe vejo novamente a discussão sobre os problemas da internet, como se ela sozinha pudesse assumir a responsabilidade por tudo que ela carrega...
A escola de meu filho entende que conhecimento sozinho não é nada, e que conteúdo sem aplicação não tem nenhuma valia, portanto tem como ferramenta de ensino um tablet, e aproveita algumas facilidades que podem ser oferecidas pelo mesmo, como por exemplo a facilidade de transporte, mais leve que uma dezena de livros, facilidade de interação com o aluno, atualidade da ferramenta que estimula o seu uso pelo aluno, e o fato do aluno utilizar a mesma ferramenta para tudo, para pesquisar, para brincar, para estudar, para namorar, para se informar, para jogar e claro também para ouvir música e curtir seus vídeos favoritos.
Já a escola da minha filha, proíbe o uso de tablets, celulares, smartphones e ainda solicita uma redação em que o aluno é instado a escrever sobre os males da internet, como se essa ferramenta de comunicação sozinha, pudesse ser responsabilizada pelo universo de maldade e insensatez que grassa no mundo, onde mães ou madrastas arremessam filhos pela janela, onde assistimos programas na TV com altos índices de audiência, onde alguns personagens são acusados de estupro, que aliás é filmado e transmitido ao vivo (também com alta audiência), onde a música (eu disse música?) mais popular do momento é de um ser chamado Michel AtéLogo :-(
A nternet tem seus riscos sim, assim como o automóvel, ir a escola a pé, ou de bicicleta ou de ônibus. A TV também tem seus riscos, e para dizer a verdade, por várias vezes procuramos por algo que valha a pena ser assistido na telinha e desistimos, principalmente se for domingo a tarde.
E as revistas então? Já tentaram ir a banca de jornais e dar uma olhada geral nos títulos das revistas? Duvido que consigam achar mais que uma em dez revistas que valessem a pena ser lidas.
E aos que acham que restringindo o uso da tecnologia nas escolas estaremos fazendo algum bem às crianças, como acham que será o mundo delas na realidade? Fora das escolas? Alguém consegue trabalhar sem internet? Sem computador?
Defendo que se estimule ações positivas, usos corretos, que se trave a boa batalha, e não que a evitemos, até para que tenhamos crianças melhor preparadas do que nós fomos em nossas juventudes. Só assim poderemos aspirar a um mundo melhor no futuro. Com internet ou o que vier a lhe substituir brevemente.