segunda-feira, setembro 29, 2008

RRR


Se por um lado a velocidade com que a tecnologia evolui nos encanta, com um mundo de possibilidades que se apresenta para a humanidade, por outro lado ficamos atônitos com a velocidade com que máquinas e dispositivos são ultrapassados, caindo na obsolescência, e por conta dessa velocidade com que as mais avançadas tecnologias são ultrapassadas, surge um novo paradigma: o que fazer com o que já não nos serve mais?
A televisão que durava vinte anos do passado e era um investimento da família, hoje se desatualiza de um ano para outro e já não é tão cara assim, permitindo que sejam vendidas 9,5 milhões de TVs no Brasil anualmente. Mas o que fazer com a TV antiga?
O mesmo raciocínio vale para os aparelhos de som, que por vezes deixam de funcionar para CD, mas continuam com o FM funcionando normalmente. E o rádio portátil? E os celulares que normalmente são trocados em média a cada 18 meses, mas que continuam funcionando? Isso para não falar nas baterias que todos esses equipamentos consomem e que, na maioria das vezes, não recebem tratamento adequado no seu descarte.
É fácil notar que nasce uma nova preocupação mundial com o lixo tecnológico. Conheci a filosofia de uma empresa mundial que de tão preocupada com o impacto que seus produtos causam no meio ambiente, decidiu adotar uma filosofia de reutilização. Assim remanufatura as máquinas que recebe quando faz novas instalações, instalando novos softwares e buscando mercados ou utilizações para os quais aquela máquina ainda possa ter utilidade. Caso se verifique que a máquina não tem mais nenhuma possibilidade de ser inserida no mercado novamente, partem para a demanufatura, onde as placas são desmontadas e os materiais são separados para serem então vendidos para empresas que trabalham com reciclagem. O que não pode ser reciclado, como os monitores por exemplo, são estocados à espera de que se desenvolva tecnologia para tal.
É o conceito dos três Rs, Reduza, Reutilize e Recicle. Sem que se reduza o consumo e conseqüente descarte, sem que reutilizemos determinados materiais e embalagens e partamos para a reciclagem de forma mais intensa, parece que nossa vida no futuro pode ser pior do que as possibilidades das novas tecnologias nos mostram. E você, já fez a sua parte?

domingo, setembro 21, 2008

Colaboração


Essa palavra nunca esteve tão em voga como nesses últimos anos, a Wikipédia é um exemplo vivo disso, enciclopédia livre, gratuita e disponível na internet, conta com mais de um milhão de colaboradores, pessoas que de livre e espontânea vontade pesquisam e revisam os mais de 400 milhões de artigos existentes em mais de 250 idiomas.
Mas colaboração não se restringe a Wikipédia, existem vários outros exemplos, os usuários de software livre conhecem bem o termo, haja vista que se utilizam de sistemas em suas máquinas que são melhorados o tempo todo por uma infinidade de colaboradores, espalhados ao redor do mundo, que sempre que descobrem uma forma de resolver algum problema ou melhorar alguma funcionalidade do programa a disponibilizam gratuitamente para que toda a comunidade possa tomar conhecimento e fazer uso da mesma.
Também são expressivas as iniciativas corporativas na área de sistemas de colaboração, que na maioria das vezes são pagos. O instituto Forrester divulgou que trata-se de um mercado de US$ 2 bilhões e que cresce 20% ao ano.
Os exemplos são vários e certamente continuarão a crescer, pois são decorrentes do cenário moderno que nos leva inexoravelmente a buscar soluções que façam frente ao aumento da complexidade nos negócios, aumento de competitividade, velocidade alucinante com que as inovações vão invadindo nossas vidas e as vidas das empresas, e o fator dominante da globalização, que faz com que tudo que se cria em qualquer ponto do mundo esteja imediatamente disponível para todos a um simples “click” de mouse. O desenvolvimento econômico global vem exigindo especializações e centralizações funcionais que não respeitam divisões geográficas ou políticas. Países comunistas produzem e negociam abertamente com países capitalistas. A logística evoluiu muito e em um dia ou dois um artigo comprado através de um site americano, é produzido na China e entregue em algum país europeu.
Para fazer frente a todos esses desafios, além dos sistemas e ferramentas, também nós devemos nos preparar, analisando o cenário de forma global, e preparando-nos através de capacitação em idiomas, pensamento global, preparação para interagir com ferramentas avançadas, e principalmente desaprendendo alguns dogmas e estigmas da década passada. E você, o que desaprendeu de ontem para hoje?

sexta-feira, setembro 19, 2008

Relevância é a palavra chave


Suzana Apelbaun, diretora de criação da Hello Interactive dá entrevista no IDGNow, e antecipa o tema de sua palestra no Digital Age 2.0, falando sobre " tudo o que você não queria saber sobre publicidade na internet", e mostra o que tem sido feito na internet e funciona, e também tudo que tem sido feito e que classifica como perda de tempo e dinheiro, nessa categoria ela classifica o Second Life, vale a pena conferir.

terça-feira, setembro 16, 2008

E por falar em conexão...


Sempre falo em conexões no mundo conectado em que vivemos. Apesar dos que não gostam da tecnologia ou a acham difícil de entender, reputo que tudo que diz respeito à tecnologia é de fácil compreensão ou fácil de ser explicado. Mas o que dizer das outras conexões, aquelas que nos acompanham durante a vida toda, e por vezes são a razão de nossa morte também?

Pois foi o que vivenciamos no dia 16 do mês passado, quando após meses de internação residencial, Dorival Caymmi faleceu por problemas cardíacos após deixar de falar diariamente com sua esposa e companheira Stella Maris ao telefone. Ela após entrar em coma, o seguiu com atraso de dez dias apenas...essa conexão é mais difícil de explicar mas muito mais fácil de entender.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Computação Filantrópica


Semana passada participei do IBM fórum 2008, e tomei conhecimento, de um conceito novo para mim, trata-se da computação filantrópica. Através desse conceito, a IBM vem disponibilizando capacidade computacional para pesquisadores que tenham necessidade de grandes capacidades de computação (super computadores). Para tal ela lança mão de um conceito moderno chamado computação em grid, onde se coloca vários computadores de pequeno porte (PCs caseiros mesmo) trabalhando paralelamente, de forma a que o resultado se assemelhe ao de um supercomputador. Esse projeto é direcionado a pesquisas que visem melhorar nossa qualidade de vida e tenham caráter aberto, ou seja, os resultados das pesquisas são disponibilizados para todos os institutos e laboratórios de forma que os resultados oriundos da pesquisa não fiquem restritos e possam ser trabalhados rapidamente em várias frentes. Atualmente trabalham com melhorias genéticas em um determinado tipo de arroz, para que se produza um grão com maior capacidade vitamínica, pesquisa de cura da AIDS e da Dengue.
A característica principal dessa plataforma, é que o usuário pode se cadastrar na home page do WCG (World Community Grid) e a partir daí seu micromputador passará a fazer parte dessa grande malha de computação filantrópica. O programa a ser baixado não interfere na performance dos computadores, pois utiliza apenas os momentos em que as máquinas estejam disponíveis, sem processar nada, ou seja, enquanto lemos um e-mail, ou enquanto acessamos determinada informação, ou mesmo quando levantamos para buscar um cafezinho. Nesses momentos nossas máquinas ficam ociosas, sem processar absolutamente nada, e é ai que existe espaço para a computação filantrópica, através do software da IBM, nossos computadores solicitam blocos de pesquisa a um servidor central, e fazem o processamento dessas informações nos momentos em que estiverem ociosos, de forma a não comprometer suas performances, após processadas essas informações, eles as enviam ao servidor e fazem nova solicitação de novos pacotes a serem trabalhados.
Essa é uma forma totalmente segura de ajudar o desenvolvimento da ciência em prol de uma qualidade de vida melhor, que tal então disponibilizar sua máquina para essa importante atividade?

sexta-feira, setembro 05, 2008

E dá-lhe censura!


Dá para imaginar que em pleno século 21 teríamos o direito de imprensa censurado abertamente pelo governo, e o que é mais estranho, que isso de alguma forma seria aceito pelos mais influentes meios de comunicação de todo o mundo?
Pois estamos falando dos jogos olímpicos e do papelão que o Partido Comunista Chinês fez perante todo o mundo, ao censurar o acesso a Internet para jornalistas do mundo inteiro.
Teriam havido poucas reclamações a esse respeito porque os artigos de correspondentes internacionais foram deliberadamente censurados durante as Olimpíadas, ou porque a maioria dos jornais de todo o mundo teriam se curvado perante uma soberania discutível do PCC?
Uma das qualidades desse mundo conectado atual é que todos podem falar para todos, em fração de segundos, não sendo aceito por ninguém, ou quase ninguém, que o se tenha para ser dito possa ser objeto de bisbilhotice partidária. Seria esse o preço cobrado para que se tivesse acesso ao maior mercado de Internet do mundo (250 milhões de internautas)?
Lemos na imprensa do mundo inteiro que a própria Apple, através de seu portal de músicas o iTunes, teve seu acesso bloqueado na China por estar vendendo discos de bandas que apoiavam o Tibete na sua permanente busca pela liberdade. Trata-se do maior portal de venda de música do mundo, que esteve fora do ar durante a semana passada para um mercado de nada menos do que 250 milhões de potenciais clientes.
Nas viagens que fiz à China, não tive a oportunidade de postar meus artigos de lá, mas provavelmente esse artigo que escrevo não sairia nem nos jornais e muito menos no Blog MundoConectado, caso tivesse sido enviado de lá. Isso definitivamente não combina com a globalização que o mundo todo experimenta, e muito menos com a facilidade proporcionada pela Internet, de interligar povos quase que instantaneamente, ultrapassando barreiras físicas, geográficas e de idiomas. Infelizmente nesse caso, a Internet não foi capaz de vencer as barreiras ideológicas de uma minoria controladora do maior mercado emergente do mundo. Qual seria o crescimento desse mesmo mercado, caso tal liberdade de fato existisse? Vale lembrar que a China, mesmo com esse patrulhamento artificial, tem demonstrado crescimentos constantes de dois dígitos na sua economia anualmente nos últimos dez anos!