domingo, dezembro 22, 2013

Tempo, tempo, tempo, falta um tanto ainda eu sei...

Lendo o livro fantástico “O Poder dos Modelos Replicáveis” de Chris Zook e James Allen da Bain Company, deparei-me com a dica: É preferível a melhoria contínua e o planejamento em oposição à hesitação seguida de corrida ansiosa para a compensação do tempo perdido. Parece óbvio não é mesmo? Tão óbvio que é difícil de ser seguido...

Que atire a primeira pedra quem, que na liderança da implantação de um projeto de TI, não tenha tido que lidar com a ansiedade de equipes que, após meses de discussão e de “n” tentativas de viabilizar um produto ou projeto, pretenda tirar todo o atraso incorrido na implantação, sugerindo inclusive atividades em paralelo, encurtamento de fases do projeto, testes unitários em paralelo aos integrados ou pior teste em produção...

Fico imaginando que se o projeto de criação do mundo fosse feito através das práticas comuns na lida de TI, levaríamos de segunda à sexta-feira para determinar o escopo do que gostaríamos de implantar, ao sábado faríamos algumas reuniões para entender detalhadamente o escopo, que até o final do dia mudaria algumas vezes...pequenas mudanças a bem da verdade e na manhã de domingo começaríamos a pressionar o pessoal de codificação para terminar tudo até o final do dia, afinal de contas todas as empresas fazem o mundo em sete dias, não é possível que a nossa TI leve mais do que isso....mas e o escopo que só fechou no sábado à noite?.....veja bem, todos sabiam desde o início o que era para ser feito....vocês poderiam ter adiantado algo....Ah, esqueci de especificar isso mas não deve impactar muito ....eu acho.....mas o desenvolvimento deve levar em consideração a integração com todo o legado, de forma transparente.......mas que legado? Estamos criando o mundo agora?!? Isso para não falar do tempo de contratação, treinamento, operação assistida, etc etc..

Quando começamos a pensar em um projeto, desde o primeiro momento, é fundamental termos em mente, o tempo todo, as fases necessárias à sua implantação, e de que tempo precisaremos para que essas fases se desenvolvam. Sempre pensamos no tempo total para implantar uma ideia, mas nem sempre temos a mesma criticidade no olhar para separar o joio do trigo, sendo honestos na constatação que por vezes o tempo necessário a viabilização e/ou formatação de uma ideia é desproporcionalmente maior do que o tempo realmente necessário para a sua construção e implementação.


Essa realidade lhe soa familiar? Então mãos à obra, vamos mudar esse cenário para o ano de 2014. Nunca ouviu ou viu situação semelhante? Parabéns, e me diga uma coisa, como é mesmo a vida ai em Marte?

domingo, novembro 10, 2013

Para quem duvida que estamos na era da informação...

Sempre se falou que estamos na era da informação, que os maiores valores estão no conhecimento, nas ideias e na inovação e não mais no que é matéria (produtos, equipamentos e etc), pois bem, se levarmos em conta as tentativas de compra da Microsoft, temos uma clara idea do que tem valor para ela, já que ofereceu US $ 80 Bi pela compra da Yahoo, empresa que cá entre nós, não é lá nenhuma Brastemp..., mas comprou a divisão de smartphone da gigante finlandesa, Nokia, por apenas US $ 7,2 Bi. Vejam que não estamos falando de qualquer empresa, mas da Nokia, que já foi líder mundial na fabricação e venda de aparelhos celulares no mundo, já tendo detido mais de 40% do mercado mundial de handsets. A Microsfot ofereceu mais de dez vezes o valor da Nokia pela Yahoo e a proposta foi negada! Está certo que foi em outro momento, pois a proposta da compra da Yahho já tem mais de dois anos, mas ainda assim dá uma amostra do que tem mais valor no mercado atualmente, se os produtos e bens físicos ou os modelos de negócio ou conhecimento.
Nesta mesma linha, meses atrás, a BlackBerry foi colocada a venda por um pouco mais de US$ 4 Bi, ela também dominou o mercado de handsets corporativos no mundo.
Definitivamente, conhecimento vale mais que fábricas e produtos...

domingo, setembro 22, 2013

Rádio.net

Há alguns anos atrás, fiz uma palestra sobre tecnologias emergentes em uma faculdade. Depois de falar de várias inovações, ao final da palestra, uma aluna veio conversar comigo e solicitou minha opinião a respeito do futuro do rádio, pois seu pai  possuía uma rádio AM na cidade. Da forma mais delicada possível, falei que se fosse dono de uma rádio faria o possível para vender o negócio enquanto valia alguma coisa, pois provavelmente em um futuro breve, não teria valor algum.

Bem, não mudei de opinião, continuo achando que o futuro de uma pequena rádio é nebuloso e sua tendência seja ser vendida, ou absorvida por outra rádio maior. Mas confesso que ouvindo uma entrevista do Luciano Pires no Bacanudo Cast fui obrigado a concordar com seus argumentos de que o rádio possui uma característica que é imbatível e inerente a esse tipo de mídia: Ele permite que você faça outras coisas enquanto interage com ele, assim você ouve rádio enquanto trabalha, dirige, corre ou faz sua caminhada.

Desde que sai de São Paulo vinha gradativamente deixando de ouvir rádio, pois meus programas e rádios favoritos não estão estavam disponíveis na cidade em que moro atualmente, e ouvir rádio no PC via internet, vamos combinar, não é muito funcional :-(.

Mas com o tempo as rádios vem investindo mais nas tecnologias de streaming e com a melhoria da cobertura e capacidade das redes 3G celulares, ouvir rádio via internet até que é uma opção viável.Desta forma voltei a ouvir a rádio que acompanhou toda minha adolescência, a Rádio Rock, voltei a ouvir a RádioEldorado, sem falar nos conteúdos exclusivamente online, como a Rádio Positiva.net e os excelentes canais de música da Sky FM, onde meu canal favorito é o “A Beatles Tribute”.

Consigo concluir que o problema do rádio, não é a mídia em si e/ou o seu desuso, mas o seu modelo de negócio que começa a necessitar de uma injeção de novas formas de publicidade e tecnologia que possibilitem a transformação de um negócio local e regional para algo com cobertura global e com anunciantes interessados nesta característica.

Se a aluna que me fez aquela pergunta estiver lendo este post, que me perdoe a atualização de opinião, hoje meu conselho seria para que ela tentasse colocar o seu conteúdo na internet, e buscasse novos patrocinadores. Será que ainda dá tempo?

segunda-feira, agosto 26, 2013

Carros conectados

Segundo estudo da GSMA (GSM ASSOCIATION) e da firma de pesquisa SBD, o mercado de carros conectados será avaliado em quase 40 bilhões de euros em 2018, sendo 83% desse valor resultantes do crescimento da tecnologia SIM, incorporada aos veículos para habilitar a conectividade móvel. Esta notícia lhe surpreende? Também me surpreende, não pela inovação, mas pelo atraso! Não consigo acreditar que demoraremos ainda mias de cinco anos para adotar de maneira massiva a tecnologia de conectividade para nossos automóveis.
Temos várias tecnologias e usos atualmente que, apesar de conhecidas, demorarão algum tempo até terem a maturidade suficiente ou atingirem escala que permita serem adotadas com uma relação de custo benefício adequada. Nesta categoria contamos com tecnologia genética, nano tecnologia, tecnologia médica e biométrica, e várias outras, mas certamente a tecnologia de conectividade celular não se enquadra nesta categoria.
Embarcarmos a tecnologia celular em todos nossos automóveis agregaria pouco ao custo final do automóvel principalmente se compararmos esse custo aos benefícios que colheríamos caso tivéssemos esta tecnologia já disponível e extensamente adotada.
A questão da segurança e rastreamento é o que sempre nos vem à cabeça, mas temos muito mais que isso, imaginem as inúmeras possibilidades de serviços que poderiam ser prestados: agendamento de manutenções, diagnósticos remotos, alarme de manutenção e de mal funcionamento, downloads diversos de atualizações de software, de músicas, de filmes para a central multimídia, conexões às caixas de e-mail com interface de áudio, correio de voz, redes sociais, microblogs, informações mais precisas de navegação, receber informações sobre condições de tempo, de tráfego, de acidentes, limites de velocidades, vencimento de IPVA, seguros e mais uma infinidade de serviços, que certamente viriam, assim que a conectividade estivesse plenamente disponível.
Do ponto de vista de cobertura de tecnologia celular não temos desafios, também não teríamos desafio pelo custo de disponibilizar a interface no veículo, pois basicamente seria um celular mais simples (sem bateria, teclado, carregador, e etc) e uma vez que tivéssemos a possibilidade de termos webservices disponíveis e embarcados em nossos veículos, abriríamos uma janela de oportunidades para que milhares de desenvolvedores desenvolvessem uma infinidade de aplicações, que poderiam ser disponibilizadas em portais, do tipo appstore.

Que venha logo esse futuro, quem sabe isso também vale para motocicletas?

segunda-feira, agosto 05, 2013

Estamos mesmo preparados?

Quem lida com tecnologia no dia a dia (e quem não lida hoje em dia?!?) é testemunha que tudo muda tão rapidamente, que nem sempre essas mudanças e atualizações tecnológicas pegam as pessoas totalmente preparadas para interagir ou mesmo tirar todo o proveito possível destas inovações.
Já nem falo mais no malfadado manual de uso, que tornou-se uma obrigatoriedade legal, e que certamente quase ninguém folheia.  Bom é o Kindle, que entrega o seu manual de forma eletrônica, tendência também seguida pelos fornecedores de tablet e celulares, se não forem ser utilizados, pelo menos não gastaram papel!
Mas as tecnologias embarcadas em veículos, tem exigido atitudes diferenciadas, tanto das oficinas quanto dos usuários. Não acredito que seja obrigado a levar meu carro até uma concessionária, apenas para que alguém faça o “reset” do seu rádio, que de uma hora para outra empaca igual burro teimoso e insiste em não reconhecer a entrada auxiliar, nem CD, nem FM, nem nada....acho que deveria vir já com botão “reset” no painel, pois já que a recomendação para esse problema é essa, pelo menos eu economizava uma ida até a concessionária, e pensando mais longe, junto com esse botão deveria vir agregada a função de “dislike”, assim cada vez que eu tivesse que pressioná-lo, automaticamente já apareceria uma reclamação na página do facebook do fabricante do automóvel.
O carro de meu filho tem várias inovações, mas as que mais irritam são os sensores que ou não funcionam ou funcionam de forma intermitente. Pensam que corrigiram na concessionária? Negativo, disseram que trata-se de carro novo, que ninguém ainda reclamou, que a falha não afeta a segurança....e por aí vai, aliás vamos, vamos andando com o carro acusando obstáculos traseiros que não existem, avisando de revisões desnecessárias pois o carro é novo, e etc e etc. Sabe como resolver? Manual? Nem pensar! Entre na internet, busque em algum fórum, em qualquer país, e encontrará problemas semelhantes que foram resolvidos de alguma forma.

Pena que na concessionária só saibam vender, por vezes nos “engabelar” e sequer saibam do que se trata um fórum...

quinta-feira, junho 13, 2013

Demand Shaping

Os que, como eu, atuam na área de tecnologia há mais de 25 anos, vivenciaram uma época em que, face à limitação da tecnologia vigente, nem tudo que se queria implementar era possível de ser feito ou mesmo viável.

Talvez derive daí um momento que vivenciamos atualmente onde, à semelhança de um movimento pendular, passamos a implementar tudo que queremos ou que se nos é solicitado.

Mas se no passado muito do que queríamos fazer não era suportado pelas tecnologias existentes, será que o fato de atualmente termos evoluído muito, e termos facilidades para fazermos praticamente tudo o que queremos, implicaria diretamente em uma evolução ou melhora de eficiência? Infelizmente a conclusão não é tão automática assim.

Imaginem um médico que, mesmo sendo um especialista, fizesse sempre e tão somente a vontade de seus pacientes. Um paciente poderia entrar em seu consultório e dizer: “Doutor estou com uma dor aqui, próximo de minha barriga, portanto gostaria que o senhor me operasse do apêndice...”, que tal? Dentro daquele conceito de que o cliente tem sempre razão, não estaria errado.

Com TI acontece algo semelhante, passamos de um período de grandes limitações, onde as expectativas eram atingidas somente com grandes dificuldades, para uma era onde tudo é possível. Podemos integrar tudo com qualquer coisa, e automatizar qualquer atividade, por mais insignificante que seja. Talvez aí more o problema, pois podemos estar automatizando processos desnecessários ou pouco importantes, pura  e simplesmente “porque nos foi solicitado”.

Surge um novo conceito que muda um pouco o paradigma de atendimento às demandas solicitadas à TI, chama-se Demand Shaping, onde ao invés de analisar se o que nos pedem pode ou não ser feito, passa-se a analisar se é realmente necessário passando inclusive a influenciar o que será demandado.

É uma interação muito forte e produtiva, com as áreas atendidas e suportadas por TI, onde as demandas são discutidas profundamente, permitindo-se que novas necessidades ou possibilidades surjam não somente da área demandante, mas também apresentadas pela área de TI, que por estar o tempo todo vivenciando novas facilidades e recursos, pode despertar para uma nova possibilidade ainda não imaginada por seus clientes internos.


Que lhe parece? Há a possibilidade de você, como profissional, ainda estar operando os apêndices que lhe são solicitados, ou já atingiu um patamar onde o diálogo, os questionamentos e a opinião técnica são não somente permitidas, como esperadas?

domingo, abril 21, 2013

Produtividade em TI - Out Of The Box é possível?


Já ouviram falar em “deixar sua marca”, ou então que a atuação de determinado profissional poderá ser lembrada no futuro, por suas decisões e mesmo por suas obras? Pois bem, quando se fala em implantação de sistemas, nem sempre deixar a sua marca é uma boa coisa, principalmente se no futuro ela for identificada como “aquela” customização responsável por milhares de horas de adaptação, que custou muito a ser construída, mais ainda para ser testada, pois estava fora do escopo original dos módulos de teste original, e que contribui para o aumento de custos de sustentação, haja vista ter sido responsável por afastar o sistema de seu modelo de implementação original? Pois bem, isso é a customização, ao seu oposto, chamamos de OOTB (Out Of The Box), que significa que determinado sistema ou software funciona imediatamente após a instalação, de acordo com sua configuração padrão, sem demandar nenhum tipo de adequação no seu código.
Nenhum sistema pode ser implantado e principalmente integrado a um ambiente de TI complexo, composto por avançados ambiente de BI, de CRM, de ERP e de diversas automações possíveis, sem receber um mínimo de customizações, mas o segredo é manter essas customizações, de fato em uma quantidade a menor possível, caso contrário, certamente diversas dores de cabeça serão sentidas no futuro, dentre elas a possibilidade de sequer conseguir-se implantar o sistema, pois não raro, a quantidade de customização é tão grande, que acaba por inviabilizar a conclusão do projeto.
Quando durante a implantação de projetos ouve-se muito a frase “ ah, mas você não entende como as coisas são feitas por aqui....o jeito como foi pensado na sua ferramenta não funcionará, precisaremos customizar...” bem, prepare-se, pode ser que esteja se preparando para criar um ponto de inflexão ou obstáculo ao término de seu projeto.
Se por outro lado, houve uma prospecção adequada de produto, buscando uma solução que mais se adeque ao seu negócio e à sua operação, certamente sua empresa poderá se beneficiar da utilização da maior quantidade possível da facilidades OOTB, ou seja, facilidades nativas da ferramenta, que serão implantadas mais rapidamente, e terão maior facilidade de atualização e suporte no futuro, pois estarão alinhadas e semelhantes à implantações desta ferramenta ao redor do mundo, o que garantirá economia de escala, padronização de processos, implantação de processos novos e alinhados a melhores padrões da indústria, etc, etc.
Agora se de fato essa questão de “deixar a sua marca” realmente mexeu com você, bem não se desespere, existem outras áreas em que isso é muito valorizado, como o campo literário, hollywood, a dança...

domingo, abril 14, 2013

Produtividade em TI - O que realmente faz sentido


Acredito que todos nós tenhamos cases para lembrar, de projetos que implantaram ferramentas ou funcionalidades que, apesar de garantidas pelo fornecedor ou parceiro de tecnologia, trariam grandes ganhos e benefícios, ao final do projeto representaram apenas custo e esforço de implantação, não se enxergando os esperados benefícios constantes do escopo do projeto.
Se você lembrou de algum projeto em que atuou direta ou indiretamente, onde tenha ocorrido situação semelhante, não se desespere, você não está sozinho, infelizmente!
Nem sempre os benefícios esperados de um novo sistema, ou mesmo de alguma funcionalidade existente em um sistema que estamos implantando são relacionados adequadamente aos fluxos e processos internos que precisamos adequar ou desenhar, para que se consiga obter o máximo de retorno da funcionalidade em questão, nesta situação, o que normalmente ocorre é que ou se abandona a implantação ou mesmo se faz a implantação até ao final, para então descobrir que todo o esforço foi em vão, pois os fluxos internos dos negócios não foram desenhados para ficarem alinhados aos novos processos e sistemas. Fica aquela sensação de improdutividade ou mesmo de termos perdido nosso tempo, implantando algo que ao final, apenas aumenta nosso ciclo de atividade, não representado nenhum benefício real.
Ontem retornando de uma viagem internacional, vinha de uma experiência de produtividade grande durante a viagem, onde pudemos fazer a reserva, escolha de assentos e mesmo o check in de forma antecipada e pela internet, escolhendo para receber nosso bilhete de embarque pela internet, pela nuvem, no nosso celular ou mesmo tablet, tudo isso de forma automática e eficiente, poupando tempo e recurso dos usuários. A reserva do hotel também foi feita de maneira eletrônica, assim como as reservas de visitas e passeios que fizemos.
Qual não foi minha surpresa quando, de retorno ao Brasil, aproveitei desse embalo de interatividade e eficiência, e enquanto aguardava meus colegas passarem pela alfândega no Brasil, fiz meu check in de forma também eletrônica, pelo meu celular, escolhi assento e salvei meu bilhete de embarque em meu smart phone, para posterior embarque em Congonhas. No entanto quando fui embarcar, ouvi do agente da empresa que estava verificando nossos documentos: “ Esse sistema de embarque via mobile somente atrasa o embarque...”. Experiência frustrante não é mesmo?
A leitora de código de barras estava desligada, o profissional que deveria estar preparado e treinado para atuar no meu embarque não conhecia como deveria proceder, e ao final, olhando na tela de meu celular, praguejou mais uma vez contra a “turma de sistemas” de sua empresa, anotou o número de meu assento na palma de sua mão com caneta, me lançou um olhar ameaçador que me desencorajava a novamente ousar utilizar aquela “facilidade” que sua companhia me oferecia, e bufando finalmente disse: “boa viagem!”

domingo, março 31, 2013

Produtividade em TI – Agregando valor


Dentro do tema de melhorar a produtividade de TI, entendo que o mais nobre seja realmente trazer o maior benefício com o investimento realizado. Este é a disciplina mais nobre porque talvez trate-se do objetivo mais refinado da TI, visto a dificuldade que é o seu desenvolvimento, mas que, se bem gerenciado, permite extrair o maior valor possível do projeto e/ou investimento realizado.
Os senhores Richard Hunter e George Westerman, VP do Gartner e pesquisador do MIT respectivamente, dentro de um estudo que elaboraram em 2009, e que encontra-se relatado no livro “The Real Business of IT”, mostram que agregar valor não é somente fazer os projetos certos, mas é também deixar de fazer os projetos “errados”. E por projetos errados, entendam que sejam aqueles que por exemplo, não estão totalmente aderentes ao modelo organizacional ou ao design de processos de sua organização. Neste sentido, alguns projetos, mesmo que sendo bons projetos, provavelmente se implantados, não encontrarão as condições necessárias para que floresçam e tragam os frutos pretendidos (que atire a primeira pedra quem não viveu ou conhece pelo menos um projeto de BI que ao ser implantado não tenha trazido exatamente os resultados que pretendia, ou que não é usado na sua totalidade).
Outra armadilha comum é o projeto para implantação de alguma ferramenta, seja ela de processo, de negócio ou operacional, que apesar de efetiva e de possuir cases de sucesso, não é aplicável ao seu modelo de negócio, ou que não possui equipe preparada (metodológica e culturalmente) para utilizá-la. Neste caso, na melhor das hipóteses, o que se consegue é uma implantação sem muito desvio, mas que dificilmente trará os benefícios pretendidos, até porque o problema a que a ferramenta se prestava a resolver, não está sequer aceito pela empresa como um problema ou então tem muitas outras prioridades na área operacional, que antecedem a utilização de uma nova ferramenta.
Outra armadilha que existe nas organizações, são os desejos isolados de usuários ou de áreas cliente, que apesar de reais, por vezes não estão devidamente alinhados à estratégia da empresa. Mas este é um tema para a próxima semana. Nos vemos lá.

domingo, março 24, 2013

Produtividade em TI


O tema produtividade em tecnologia nem sempre é interpretado de forma adequada. O risco de darmos importância demasiada aos custos em detrimento de outras ferramentas de produtividade é real, e talvez advenha do fato de que melhorar a produtividade através de corte de custos seja sempre o passo inicial, mas manter-se nesta única estratégia, além de ineficiente, pode ser extremamente arriscado para a continuidade e perenidade de nossos negócios.
O tema é vasto e abrangente, então pretendo dividi-lo em capítulos para que possamos abordar de forma mais completa e adequada os pontos que mais impactam nossa produtividade no mundo dos negócios, e de como a área de TI pode auxiliar ou mesmo ser a principal aliada da área de negócios, frente a estes desafios.
Que atire a primeira pedra, quem nunca ouviu a célebre frase de que “a área de TI deve agregar valor aos negócios”, mas afinal de contas, o que é agregar valor aos negócios? E quanto desse valor seria suficiente? Dez por cento ao ano? Dobrar a produtividade de vendas anualmente? Melhorar a qualidade das tomadas de decisão, permitindo visão real e transparente de todos pontos críticos e estratégicos da organização em tempo real, através de ferramentas poderosas de BI (Business Intelligence)?
Em TI, tudo é possível de ser feito (ou algo bem próximo disto), o ponto que focaremos é se tudo DEVE mesmo ser feito, pois o simples fato de que algo seja possível de ser feito, não é garantia isolada de que o faremos e/ou tiraremos o devido benefício almejado das implantações que planejamos.
Pela absoluta importância e necessidade de controles mais rigorosos de projeto, já que nosso ambiente está ficando cada vez mais complexo, é natural que a disciplina de governança esteja cada vez mais desenvolvida e com metodologia para acompanhar e controlar praticamente todos os passos de um projeto, da sua concepção ao fechamento do mesmo, através de suas “lições aprendidas”. Mas até que ponto esta governança é positiva e a partir de que ponto começa a onerar desproporcionalmente o custo de implantação de projetos?
Como podem ver, a ambição desta série de posts é grande, e será tão melhor explorada, quanto mais inputs e sugestões tivermos de vocês, portanto mãos a obra no sentido de organizarmos nossas ideias ao redor deste tema, para ao final, termos material de valor em mãos, com potencial de alavancar nossa produtividade.
Abraços e até lá! 

sábado, fevereiro 23, 2013

Em tecnologia, o alvo é sempre móvel...


Nos meus tempos de criança, sempre ouvia de minha mãe a frase emblemática “você não tem sossego menino!”. Pois bem, não tinha sossego à época, e como escolhi como profissão a tecnologia, continuo sem tê-lo até o presente momento.
Quando comecei minha carreira na área de projetos, o desafio de um país de dimensões continentais como o Brasil, era a rede de acesso. Não se poderia falar em inclusão sem que tivéssemos uma rede de telecomunicações que cobrisse todo o território nacional. E a bem da verdade, na década de oitenta, não cobríamos bem nem nossas regiões metropolitanas, que dirá o território nacional. Nesta época, projetávamos redes metálicas, muuuuuuuuuito longas e as centrais telefônicas que nos conectavam era eletromecânicas.
Depois iniciamos a era das telecomunicações digitais, onde sistemas de comutação e transmissão digital, multiplexavam nossa voz e a transmitiam digitalmente. Neste momento as redes já estavam mais abrangentes, e o desafio era o processamento de chamadas. Lembro-me de fazer projetos de processadores de chamada com capacidade de processar sessenta mil chamadas na hora de maior movimento (60.000 BHCA). Hoje nossas estruturas de laboratório processam milhões de chamadas em arquiteturas muitíssimo mais simples. Processar atualmente já não é problema.
Depois vieram o encurtamento das redes, para permitir o fluxo de conexões banda larga, e simultaneamente as telecomunicações sem fio se espalharam de vez, chegando ao ponto de no momento termos mais linhas celulares no Brasil do que habitantes.
E as redes fixas de banda larga, ganharam mobilidade e agora temos velocidades espantosas através das fibras óticas. Não temos mais problemas com a rede, com a velocidade de transmissão (uma única fibra ótica tem capacidade de escoar todo o tráfego  do Brasil) e nem com a mobilidade.
O problema agora é processar não as conexões propriamente ditas, mas processar as ofertas cada vez mais complexas (bunbles, combos, descontos, franquias, telefonia fixa com TV, telefonia móvel com banda larga, etc, etc), sem falar que não temos mais apenas clientes com endereço físico (residências) temos clientes móveis, que se deslocam não apenas nacionalmente, como ao redor do mundo.
E as redes agora se interconectam e se misturam, de forma a oferecer experiências nunca antes pensadas ao clientes de telecomunicações. Conexões podem começar em uma rede móvel, passar por uma rede IP e terminar em uma rede fixa, de banda larga metálica ou ótica, tudo isso de forma transparente e dinâmica.
Quando acessamos uma rede de dados, não importa se o serviço prestado é de voz, de vídeo, de áudio ou se tudo misturado, pois a rede deve ser agnóstica ao serviço prestado por ela.
A preocupação com a qualidade das conexões nunca esteve tão em voga, e neste sentido a Anatel cumpre papel importante cobrando das prestadoras de serviços, índices de qualidade cada vez mais elevados. Com a popularização dos acessos, houve também uma democratização das comunicações, percebida facilmente pela queda no preço dos serviços prestados.
E agora o desafio é saber, dentro de um oceano de dados (quantidade de chamadas, quantidade de minutos falados, região que nosso cliente se encontra, tipo de serviços preferidos em cada momento e em cada localidade, disponibilidade instantânea das diversas redes de comunicações, milhões de clientes em dezenas de redes distintas, e etc, etc) em saber como oferecer o melhor serviço, de forma simples e rápida. Esse é o desafio do BIG DATA e das complexas estruturas de analytics.
Não é mais um problema de tamanho, mas de velocidade e de acuracidade na tomada de decisão.
Bem, como podemos perceber, não teremos sossego tão cedo....ainda bem!

terça-feira, janeiro 29, 2013

Quando mais do mesmo já não é suficiente


Em outubro do ano passado, lamentamos um ano da morte de um dos maiores visionários que o mundo de tecnologia nos ofereceu. E como vai a Apple, desde então?

Tim Cook, sucessor de Steve Jobs, vem fazendo seu melhor, mas convenhamos, substituir Jobs não é tarefa simples nem corriqueira. Apesar dos lançamentos do Ipad 4, Iphone 5 e mesmo dos processadores Intel core i7 e telas de retina nos MacBook Air e Pro, não se vê mais inovações disruptivas na empresa da maçã.

O valor das ações da empresa subiram mais de 70% após um ano da morte de seu fundador, mas nunca mais veremos as apresentações entusiastas de Jobs, ao invés disto, presenciamos um comportado Cook desculpando-se pelos erros de seu produto de localização em mapas e sugerindo ao público que utilizasse produtos do concorrente.

Não sou "applemaníaco", mas como usuário de tecnologia e profissional da área, lamento ter percebido que a tecnologia perdeu um pouco de seu brilho :-(

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Analytics pode ser produtividade na veia


Na área de tecnologia a velocidade de introdução de inovações é vertiginosa. Muitas destas inovações terão aplicabilidade instantânea e provocarão grandes avanços na produtividade dos processos a que forem aderentes, outras, porém, não passarão de promessas, quer seja porque de fato não terão aplicação prática ou porque foram apenas implementadas superficialmente, sem terem os processos sobre os quais se apoiam, de fato analisados e adequados, como seria de se esperar de uma promessa inovadora.
A área de analytics, nada mais é do que a análise com muita INTELIGÊNCIA, de uma série de dados e registros, de forma a que consigamos transformar dados em informações úteis para a tomada de decisões. Para tanto lança-se mão de poderosas ferramentas de TI (extratores de dados, bancos relacionais, grandes capacidades de armazenamento e processamento, para poder-se trabalhar com dados grandes em capacidade e em estrutura (bigdata). Estas ferramentas devem ser aliadas ou trabalhadas por equipe com profundo conhecimento na área de inteligência de negócio, com formação estatística, pois o risco de perdermo-nos no mar de dados que será gerado é imenso,  e se não conseguirmos separar o joio do trigo, há o risco de ficarmos com nossa tomada de decisão mais lenta com a aplicação do conceito de Analytics, do que sem ele, quando as decisões eram tomadas na base do “feeling”.
Na área de Telecomunicações, o  conceito de Analytics surge como um passo a frente do que chamávamos de Inteligência de Negócios, pois com o aumento da complexidade no cenário tecnológico, concorrencial e regulatório, as práticas até então utilizadas tem se mostrado insuficientes, e para tanto há que se desenvolver novas tratativas.
Como existem boas ferramentas no mercado, bem como consultorias preparadas para implantá-las, o risco reside na visão simplista ou reducionista deste processo, o que acaba normalmente redundando na subutilização de sistemas poderosos e, por conseguinte, na perda de investimento e/ou má utilização de recursos.
Outro erro frequente, com diversos exemplos no mercado mundial, é da “carroça empurrando o cavalo”, isto ocorre quando a área de TI da empresa, por entender que trata-se de tecnologia e processo com potencial de grande captura de benefícios, acaba por liderar o processo, literalmente empurrando para as áreas clientes as soluções que, apesar de adequadas, nem sempre encontram as áreas organizadas, do ponto de vista de processos e estrutura, para tirar o máximo proveito das mesmas. Também neste caso, não se deve esperar os melhores retornos do investimento feito.
A solução é procurar a correta interpretação do potencial desta prática, bem como as reais necessidades da empresa, aliado a um estudo aprofundado da melhor estrutura para implantação deste modelo, que tem grande potencial de diferenciar sua operação.