quarta-feira, dezembro 23, 2009

E continuamos sendo filmados


Nessa semana li uma matéria em um Blog Inglês que dizia que um londrino típico é filmado aproximadamente 300 vezes por dia! Mesmo sem ter a menor idéia do que significa ser um “londrino típico”, fiquei imaginando como deve ser chato saber que temos nossas imagens sendo transmitidas ou gravadas centenas de vezes diariamente sem que ao menos tenhamos a possibilidade de nos manifestarmos, ou de pelo menos dar uma penteadinha ou passar um perfuminho antes da gravação :-).
Com o barateamento da tecnologia de câmeras, e sua respectiva miniaturização, é cada vez mais fácil instalar uma câmera de 30 reais e enviar as imagens através da internet para que sejam armazenadas para posterior análise, caso haja necessidade. O pessoal do DEM que o diga, quanto à impertinência dessas gravações...
Outro fator que vem contribuindo para a popularização da onda Big Brother é o barateamento do armazenamento de dados, seja em servidores dedicados, ou mesmo nos discos dos PCs caseiros que usamos, observamos quedas de preços na mesma velocidade em que as capacidades de armazenamento aumentam, sinal de que ainda há muito se gravar.
Já se fala que, com as novas tecnologias de armazenamento, será possível em menos de dez anos, gravar toda a vida de uma pessoa em um dispositivo simples e com preço acessível. Se já é um porre ver vídeos de casamentos ou de festas juninas de filhos de amigos, imagina ser convidado para assistir a vidinha de alguém, mesmo que sejam somente alguns anos, ou os melhores anos, haja!

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Um mal exemplo


Festas de final de ano, tanta coisa a fazer, compromissos, comemorações, organização de eventos, visitas e aquelas pessoas especiais que queremos presentear. Se para você também está faltando tempo para as compras de natal, não se avexe, use e abuse do comércio eletrônico.
Não é para menos que essa fatia do comércio vem crescendo a uma taxa de 30% ao ano, neste ano deverão ser vendidos mais de R$ 10 bilhões somente na modalidade e-commerce. Além das grandes lojas do varejo que possuem também sua versão de lojas online, também temos as lojas especializadas, que não possuem lojas reais, apenas virtuais.
Utilizo esse sistema há tempos, tendo adquirido de tudo, de CDs e DVDs a refrigeradores e televisores, nunca tive problemas de entrega ou fraude, achando portando um sistema seguro, rápido e simples de aquisição de produtos no conforto de nossas casas, sem ter que enfrentar lojas e eventuais vendedores despreparados, que pouco agregam ao processo de venda. Os poucos problemas que tive com produtos adquiridos foram sanados rapidamente, através de substituições ou devolução do produto, com alguns requintes como marcação de horário para retirada do produto em minha residência.
Sempre que vou adquirir algo, faço uma pesquisa de valores através do Buscapé, e torço para encontrar entre os melhores preços a loja do Submarino, minha preferida, nem sempre isso é possível, e às vezes acabo me dirigindo a outras lojas, foi o que aconteceu na semana passada, depois de fazer a pesquisa de preços e escolher a loja em que compraria um Nintendo Wii de minha filha, descobri que a única loja razoavelmente conhecida e que tinha o produto disponível era a Saraiva.com, começaram ai meus problemas.
Depois de sobreviver a um site poluído de informações, lento no processamento e a um cadastramento que não terminava mais, consegui finalizar a compra, não sem um certo receio de ter sido clonado, tamanha foi a dificuldade em avançar no processo de compra, que me parecia impossível que fosse um site verdadeiro.
Pela primeira vez não tive a segurança de haver feito uma boa compra, com a sensação de ter colocado meus dados em um site fake. Três dias depois recebo um e-mail dizendo que meu pedido havia sido paralizado e que se eu não ligasse para determinado 0800 minha compra não seria processada. Pensei na minha filha e decidi ligar, depois de uma eternidade de espera e da confirmação de todas as informações que já havia colocado no meu cadastro, o atendente solicitou novamente o número de meu cartão e do código de segurança, essa foi a gota d’água que transbordou o copo, disse que não fornecia essas informações por telefone, pois não era seguro, não fornecerá a informação? Então a venda está cancelada. Simples assim foi a informação que recebi. Debutei, não posso mais falar que nunca tive uma experiência ruim comprando online...desliguei o telefone para não brigar com o atendente, que a única culpa que tinha era a pouca vontade em me atender, mas que não era responsável pelo processo incompleto e cheio de falhas a que tinham me submetido, peguei o carro e fui a uma loja real comprar o Wii, na volta tomei um suco de maracujá para me acalmar...

domingo, dezembro 06, 2009

Rádio Digital


Apesar do nosso Ministro das Comunicações Hélio Costa ter ressaltado, em setembro deste ano, o pioneirismo de nossa região em passar a oferecer o sinal de rádio digital Iboc (In Band On Channel - que significa vários canais na mesma banda), já temos esse sistema operando no Brasil desde 2006, tendo sido realizada a primeira transmissão experimental em março de 2003, com equipamentos Harris DX50 no Rio Grande do Sul.
O pioneirismo de fato é importante, e a nossa rádio Cultura FM de Uberlândia tem todos os méritos de investir nesse novo padrão de transmissão. Por enquanto não temos muitas alternativas de receptores que suportem essa tecnologia à disposição no mercado, mas podemos afirmar que é questão de tempo para que tenhamos uma maior diversidade de equipamentos a um custo compatível.
Na prática trata-se da capacidade de passarmos 4 sinais onde antes transmitíamos apenas um, e com maior qualidade, pois os sinais de FM passam a ter qualidade de CD e os sinais AM passam a ter qualidade semelhante a do FM, nada mal não é mesmo? Também não podemos esquecer da capacidade de transmissão de sinais de texto, que permite a interação com os ouvintes, permitindo informações sobre a música, compositor, ou mesmo notícias sobre o trânsito, finanças, clima ou qualquer outra de interesse do público, que são transmitidas pelo painel dos rádios de nossos carros.
Se pensarmos que, à semelhança do sistema de TV digital, estamos colocando mais conteúdo para um público do mesmo tamanho, a conta não fecha, pois significa mais investimento, mais complexidade para um público de mesmo tamanho!
A saída é a capacidade de transmitir conteúdo que permita segmentação (diferentes canais com conteúdos específicos para cada segmento), aliado a algum tipo de interação, no caso os textos que são transmitidos simultaneamente, que possibilitam maior precisão de dimensionamento de público e desenho de ofertas que possibilitem maior eficiência.
Isso tudo ainda é teoria, uma vez que a quantidade de usuários ainda é pequena, apenas o futuro dirá se foi uma aposta acertada ou não, mas uma coisa é certa, apenas as transmissoras que investiram nessa tecnologia e dispuseram-se a aprender poderão se beneficiar de um eventual novo modelo de negócio.

domingo, novembro 29, 2009

Meta-se com o seu negócio!


É comum continuar a receber comentários mesmo de artigos mais antigos, e por definição do início deste Blog, nunca deixo nenhum sem resposta, mas confesso que o comentário que recebi ontem me deixou pensativo, era sobre um artigo escrito em janeiro de 2007, onde discutia a respeito do fato das ondas emitidas por aparelhos celulares fazerem mal a saúde ou não, dizia o comentário: “ O colega deveria se restringir a sua área de atuação que não é a medicina!...”.
Não fiquei grilado com a crítica, até porque o objetivo do Blog é esse mesmo, o de provocar a discussão, como forma de tentarmos melhorar de alguma forma a realidade que nos cerca, mas fiquei pensando se devemos ou não metermo-nos com o que não nos diz respeito...será?
Dei uma browseada no MundoConectado, e descobri vários pontos que pareciam novidade à época da publicação, mas que no momento já estão totalmente superados, veja o exemplo dos celulares, quando voltei de Barcelona em março de 2007 publiquei que o mundo já contava com mais de 2,5 bilhões de celulares, e que chegaria ao próximo bilhão até 2010, pois bem, os dados de ontem davam conta que já existem no mundo mais de 4,5 bilhões de celulares, ou seja, a quantidade de celulares já se aproxima de 70 % da população do mundo.
Em vários artigos comentei da velocidade da mudança, das inovações tecnológicas e das capacidades de transporte e de processamento que demandam. Novamente um dado recente me surpreendeu, soube que a capacidade de transporte das fibras mais modernas já ultrapassa os 400 Terabits/s, ou seja seria possível transportar todo o acervo da maior biblioteca do mundo, a do Congresso Americano, com mais de 130 milhões de volumes, em apenas 2 segundos!
E com toda essa conectividade, a velocidade com que novas ciências são descobertas, os novos cursos que são criados nas universidades anualmente, a velocidade com que absolutamente tudo em matéria de conhecimento e tecnologia evolui, ainda assim ousar pensar em meter-me apenas com minha área de atuação? Nem a pau Juvenal! Que me desculpe o meu colega e leitor deste Blog.

domingo, novembro 22, 2009

Bom para todo o Mundo


Continuando no tom futurista do último post, fico imaginando o que faremos de diferente para detonar menos o mundo em que vivemos. Sim, pois, várias das facilidades que pensamos, utilizamos ou idealizamos utilizam energia elétrica para operar, e como todos sabem, a matriz de geração elétrica é um problemão, no mundo inteiro, e no Brasil não é diferente. Até já se falou que o maior inimigo do PAC de nossa futura presidenta é a matriz energética (como se não houvessem outros...), já que se tudo acontecesse exatamente como previsto no PAC, faltaria energia elétrica para as transformações necessárias no país. E isso não se resolve da noite para o dia, são necessários vários bilhões de dinheiro e vários anos de obras, para que se prepare o país para o crescimento que todos almejamos.
Bem se não teremos, no curto prazo, mais energia disponível, então o negócio é buscarmos soluções que consumam menos. É o caso da Master Led Bulb da Philips, trata-se de uma nova geração de lâmpadas, apresentada ao mercado neste ano, que possui várias vantagens sobre as lâmpadas convencionais. Em primeiro lugar o mais importante, consomem menos, uma lâmpada de 7W equivale a uma lâmpada de 40W incandescente, ou seja podemos reduzir nosso consumo em mais de seis vezes através desse tipo de iluminação. Outro ponto importante é o fato de que os LEDs (diodos emissores de luz) não aquecem, então temos uma lâmpada totalmente fria, que portanto não aquece o ambiente (cada lâmpada de 60W incandescente equivale a irradiação de calor de uma pessoa em uma sala), então imaginem que em uma sala de reunião com dez lâmpadas e com lugar para dez pessoas, temos que refrigerar a sala como se fôssemos suportar vinte pessoas, pelo fato do aquecimento produzido pelas lâmpadas, mais um ponto positivo para nossa lâmpada de LED, e por fim temos a durabilidade, que está ao redor das 45.000 horas de uso enquanto que as incandescentes dificilmente ultrapassam as 1.500 horas. Por não possuir partes móveis ela é muito mais resistente ao manuseio do que lâmpadas convencionais.
Seu custo de lançamento na Europa é de 50 Dólares em média, obviamente como tudo na eletroeletrônica, conforme a tecnologia melhora o seu custo se reduz, então devemos esperar reduções significativas nesse valor.
Tudo de bom não é mesmo? Menor consumo, menor aquecimento, mais durabilidade...fará parte do MundoConectado com certeza!

domingo, novembro 15, 2009

Tempo dos Jetsons


Mesmo quem não teve a oportunidade que eu tive, de assistir aos desenhos animados dos Jetsons, no inicio da década de 70, deve pelo menos ter ouvido falar dos seus equipamentos e suporte para a vida no futuro. Fui apresentado aos comunicadores com imagens simultânea através desse desenho, e hoje a realidade das vídeo chamadas não só é página virada, como ainda por cima nem é muito usada pelos usuários, conheço várias pessoas que nem sabem como fazer uma vídeo chamada pelo celular, e não vêem necessidade de aprender.
Ainda não temos o tele transporte e nem os robôs são tão comuns em nossos lares e nem tão simpáticos quanto a Rosie (lembravam do nome dela?).
Mas pelo menos a vida no espaço começa a aparecer em movimentos tímidos, mas já temos desde 98 uma estação espacial de baixa órbita em pleno funcionamento, sem contudo ter sido totalmente equipada, pois como está sendo montada no espaço as atividades são de uma complexidade tremenda.
Chama-se ISS (sigla para International Space Station) e resulta de acordo de investimento e pesquisa de vários países, liderados pelos Estados Unidos. Tendo sido gasto até o momento US$ 100 Bi, nos diversos lançamentos e pesquisa sobre essa estação. Ao final ela terá dez unidades habitacionais, além de espaço para laboratórios, convivência e trabalho. Por ser de baixa órbita (360 km de altitude) pode ser vista a olhos nus, já que circunda mais de 15 vezes o globo terrestre diariamente.
Poderá ser utilizada no futuro como ponto intermediário para tripulantes em viagens mais longas.
Ainda não temos muitas iniciativas quanto ao lixo espacial, já que não estamos dando conta sequer de tratar o lixo cá na Terra mesmo, Copenhague que o diga, mas há que se preocupar com o tanto de material que temos deixado também no espaço, ou será que se isso algum dia cair aqui na Terra, não sendo na minha cabeça... Acho que temos que abrir mais esse tema para podermos discutir com mais propriedade, não é mesmo?.

domingo, novembro 08, 2009

Mil e uma utilidades


Os que viveram a época de carros como Corcel, Chevette, Fiat 147, Brasília e outras relíquias da tecnologia automotiva nacional, certamente se lembrarão da vasta gama de opcionais que tínhamos à disposição para equipar nossos carros: espelho retrovisor do lado direito, tapetes, calha de chuva, toca-fitas, que por mais atenção que chamassem nunca eram roubados e os famigerados isqueiros ou acendedores de cigarro, que por incrível que possa parecer, naquele tempo eram utilizados para acender cigarros, incrível não?
Pois bem, no meio do caminho, lá pela década de 90, o opcional já passou a ser o próprio isqueiro, pois com as múltiplas campanhas anti-tabagismo, o hábito de fumar começou a cair, pelo menos enquanto se dirigia, mas as tomadas dos acendedores de cigarro continuavam lá em nossos painéis e consoles, servindo para nada.
Atualmente usamos essas mesmas tomadas para vários fins, menos obviamente isqueiros. Nas freqüentes viagens de carro que faço, utilizamos essa tomada para carregar nossos celulares, para alimentar o DVD, para carregar Ipods, para carregar os PSPs de meus filhos, e um dia, quando tivermos cobertura 3G ao longo das estradas, certamente utilizaremos para carregar LapTops, que permitirão conexão a internet para meus filhos distraírem-se ao longo da viagem.
Algumas motos de viagem, conhecidas como BTT (Big Trail Touring) possuem tomada idêntica, claro que não para conectarmos isqueiros, mas para carregarmos comunicadores ou equipamentos de GPS.
Pode-se imaginar que ninguém acendia mais de um cigarro simultaneamente no passado, mas atualmente em várias situações, gostaria de alimentar mais de um equipamento ao mesmo tempo no meu carro, começa a ser necessário termos mais de uma tomada no carro, ou o uso de multiplicadores, ou mais conhecidos “Benjamins”, conforme anúncio da WA.imports que por R$22,50 fornece um adaptador que disponibiliza três tomadas e uma porta USB para vários equipamentos.
Já tive alguns carros que nunca tiveram uso do isqueiro para acender cigarros, no futuro provavelmente constará da história o motivo de usarmos tomadas tão grandes para equipamentos tão pequenos, pois certamente não teremos mais a ligação lógica que temos agora entre a dimensão da tomada e a dimensão do isqueiro, à semelhança do ocorrido nas bitolas das estradas de ferro que têm dimensão exata de 4 pés e 8 ½ polegadas pois suas medidas eram para as estradas de centenas de anos atrás que eram ocupadas por bigas e carroças e esse era o espaço ocupado pela anca de dois cavalos, e como se diz, o futuro vem a galope :-)

segunda-feira, novembro 02, 2009

Sem palavras


Nas poucas vezes em que assisto telejornal, alegra-me ver notícias sobre pequenas cidades com nomes incomuns, ou algumas curiosidades a respeito de alguma receita culinária, algum hábito local de algum lugar longínquo, reportagem de alguma cidade que tenha mais homens do que mulheres ou vice-versa. Mas que utilidade terão essas notícias, vocês me perguntarão!
Comemoro esse tipo de notícia inútil, pois significa que não há nenhuma outra notícia bombástica a ser transmitida, como cenas de desabrigados de enchentes, incêndios, furacões, vítimas de carros ou homens-bombas, notícias sobre a gripe do frango, do porco ou da vaca (será que algum outro bicho já está gripado também?).
Classificaria facilmente na categoria de notícias inúteis aquela publicada no último dia 20, na qual o Inmetro informava que o mercado terá até outubro de 2010 para finalizar a comercialização de produtos eletro-eletrônicos que utilizem o atual padrão de tomadas.
Mas além de pensar na utilidade da notícia (nenhuma) temos ainda que pensar no quanto isso impacta nossa vida, e nesse momento percebemos que esse tema é um tremendo conto do vigário, pois apesar de não possuir nenhum sentido prático, a dita lei atrapalhará em muito nossa vida, senão vejamos:
Não melhorará nossa segurança, pois não fornece nenhum novo elemento estrutural ou lógico de redução do risco de choques elétricos, em suma se não prestarmos atenção continuaremos levando choques.
Em tempos de globalização, o referido padrão não segue absolutamente nenhum outro padrão utilizado ao redor do mundo. Preferimos lançar também nosso próprio padrão ao invés de alinharmo-nos com algum outro padrão já utilizado (aliás, alguém que vocês conhece alguém que já reclamou do padrão que utilizamos?).
Teremos que adivinhar o que ligaremos em determinadas tomadas de parede, pois o diâmetro dos plugues variará de acordo com a corrente do equipamento que será ligado à mesma, por exemplo a tomada do liquidificador será diferente da tomada do forno de microondas.
Quem pensa em facilitar a vida utilizando os famosos (e também perigosos) adaptadores, esqueça, pois eles terão sua venda proibida!
Pois bem, seguindo aquele ditado de que se não pode com eles, junte-se a eles, estou pensando em abrir uma fábrica de tomadas, quem sabe...?

domingo, outubro 25, 2009

Lógica inversa


Em fevereiro de 2008 escrevi alguns artigos para alguns jornais e postei neste Blog a respeito do leitor digital de livros, o e-book reader, que era o primeiro modelo a ser oferecido no Basil, e destaquei naquele momento que seu preço ainda não era tão convidativo, pois seria vendido a 800 reais. Pois bem, quase dois anos se passaram e no início deste mês lemos a notícia de que a Amazon começou a vender o Kindle para vários países a partir de 19 de outubro, pelo módico preço de 279 dólares, que acrescidos dos impostos (mais 285 dólares), chega às nossas mãos por algo em torno de mil reais. Entenderam a lógica? Recebemos o mesmo produto que já tinha similar sendo vendido no Brasil quase dois anos mais tarde, mas em compensação ele custa mais caro, vai entender...!
E as contradições não param por ai, fala-se em globalização o tempo todo (essa semana mesmo até piada de gato falando dois idiomas eu ouvi), a quantidade de estudantes do mundo todo fazendo intercâmbio nunca foi tão grande (e praticamente dobra anualmente), vemos escolas de idiomas crescerem do dia para a noite, dez entre dez empresas globalizadas, incluem a China em sua estratégia, seja para se defender ou para atacar, e o que lemos sobre o Kindle? Que ele será lançado em várias partes do mundo simultaneamente, menos na China, vai entender 2...!
Veja que o idioma já não é empecilho tão grande, mesmo a loja da Amazon não disponibilizando quase nenhum título em outro idioma que não o inglês, pelo menos o resto do mundo poderia ter acesso a esse conteúdo, que lá na terra do Tio Sam custa 9,90 dólares em média cada título. Também nesse aspecto faria todo o sentido lançar o produto também na China, já que se prevê que nos próximos 25 anos a China será o país onde mais pessoas falarão o idioma inglês no mundo, também nesse período a economia da China já terá ultrapassado a dos EUA, vai entender 3...!
Assim caminha a humanidade, o produto é lançado de forma tardia no resto do mundo, é vendido de forma exclusiva por um único canal de vendas, despreza todos os demais idiomas do mundo, tem seu preço elevado a patamares no mínimo discutíveis e ainda assim é objeto de desejo de vários leitores...
Ainda bem que a China vem demonstrando que quando chegar a sua vez não teremos que aprender o mandarim e nem pagar os tubos para ter acesso a mesma tecnologia que nossos amigos americanos de cima pagam de forma muito mais facilitada. Agora a dúvida que fica é se até lá já terá sido inventada uma forma de cobrar impostos dos produtos que vem da China, ou se compraremos nossa versão de leitor digital de livros através de simpáticos chineses que oferecerão o produto em bares e restaurantes, dentro de grandes sacos plásticos :-).

domingo, outubro 18, 2009

Cuidado com o PowerPoint!


Lendo o livro “Obrigado pela informação que você NÃO me deu“ de Normann Kestenbaum (sugerido pela minha coacher) deparei-me logo no segundo capítulo com um alerta sobre nosso tão conhecido PowerPoint. Ora todos nós sabemos que tudo que for bom e verídico nos é apresentado via PowerPoint, não é mesmo?
Na realidade trata-se de mais um alerta para que não substituamos o conteúdo pelo meio ou pela forma. Que atire a primeira pedra quem já não se viu assistindo a uma apresentação em PowerPoint primorosa, com vários recursos multimídia, animações mil, e que em determinado momento nos perguntamos qual a mensagem principal, pois depois de tantos recursos, desenhos, bullets, animações e etc, acabamos nos distanciando do objetivo da apresentação..
Que os tecnófobos não me ouçam, pois certamente diriam “eu bem que avisei de esse tal pauerpoint era coisa do gramulhão, onde já se viu?”. Na realidade acredito que haja espaço sim para um bom discurso, que seja suportado por uma poderosa ferramenta como o software da Microsoft aqui citado, o que temos que cuidar, e muito, é para não nos perdermos na infinidade de recursos e acabarmos por perder a mão da mensagem que queríamos que fosse passada para a audiência. E nem cair na armadilha de encarar o ppt como muleta da apresentação, aquela que se faltar nos derruba, imagina uma falta de energia bem no momento da sua apresentação, você seria capaz de fazer a mesma apresentação somente com o discurso na cabeça? Então não torture sua audiência lendo textos intermináveis que são projetados na tela, se fosse para simplesmente ler o apresentador seria dispensável!
O diretor de pesquisa do Google, Peter Norvig em seu Blog apresenta uma série de casos bem humorados de usos inadequados de apresentações, e ainda arrisca algumas sugestões e conselhos para que se chegue ao objetivo pretendido em uma apresentação. No mesmo Blog podemos apreciar uma sátira muito inteligente do brilhante discurso de Gettysburg, proferido pelo mais famoso orador da história americana, Abraham Lincoln feito através do PowerPoint.
Também no livro de Normann encontramos a história de que o brilhante Lou Gerstner, CEO da IBM que em 1993 transformou um prejuízo de US$ 8 Bi em um lucro de US$ 3Bi, ao tomar posse do cargo e nas reuniões de reconhecimento da empresa, pedia a cada diretor que apresentasse a situação de sua diretoria, e em dado momento levantou-se e educadamente desligou o projetor multimídia, que projetava em PowerPoint a apresentação de determinado diretor: “vamos só conversar”, disse ele. “No fundo, é o que importa. Com ou sem PowerPoint.”

domingo, outubro 04, 2009

Stress


Várias são as publicações e artigos relativos ao stress causado pela tecnologia, sendo que muitas pessoas chegam mesmo a desenvolver fobias relativas ao uso da teconologia, ou seja medo de utilizar a tecnologia, e por outro lado existem também o stress causado pela falta da tecnologia, já se conhece o termo Nomofobia (que vem do inglês - No Mobile) que se aplica também a falta de notebooks, laptops e outras parafernálias que passaram a fazer parte de nossa vida. Quem não tem um amigo que não consegue ficar sem olhar seus e-mails o tempo todo? Ou suas mensagens do celular (SMS), ou mesmo os programas de bate-papo online?
Tratam-se dos males que de alguma forma guardam certa ligação ou proximidade com a tecnologia (tanto pelo excesso quanto pela falta de uso da mesma).
O que me chamou a atenção nessa semana foi a notícia de tentativas de suicídio de vários funcionários da France Telecom, segundo reportagem da INFO ONLINE, 19 funcionários tentaram o suicídio desde janeiro de 2008, tendo alguns infelizmente terminado em morte, a reportagem relata que as reclamações recaem sobre as sucessivas adequações estruturais e a forte pressão no trabalho.
A pesquisadora Bethania Tanure, em seu livro “Executivos Sucesso e inFelicidade” , relata que mais de 80% dos executivos que fizeram parte de sua pesquisa relataram estarem infelizes, segundo ela os dois setores que mais produzem stress entre seus executivos são o Financeiro e o de Telecom, nesta ordem.
Estaria o stress ligado à tecnologia ou a forma como nós nos dedicamos a usá-la ou mesmo como gerenciamos nossos negócios?
Colocar a culpa na tecnologia seria como vender o sofá, em uma analogia infame da anedota em que o marido ao descobrir que fora traído decide vender o sofá para que tal incidente não mais volte a ocorrer. Nosso foco e nossa atenção têm que se voltar à melhora da nossa qualidade de vida e de como podemos produzir riqueza sem nos exasperarmos ou mesmo gerarmos mais conflitos em nossas mentes e corações, porque se existem indícios de que algo tem nos afetado, nada mais natural do que nos afastarmos do que nos molesta, ou melhor ainda, corrigirmos o que aparentemente está errado!

domingo, setembro 13, 2009

O bom uso da tecnologia...


Li uma entrevista com o diretor geral de criação da AlmapBBDO Marcello Serpa, um material fantástico, como era de se esperar em se tratando de um profissional renomado que teve uma vida dedicada a criação. Não poderia no entanto deixar de comentar uma percepção que me ficou quando lhe foi perguntado sobre a tecnologia de internet e seu uso na publicidade, seu comentário foi superficial e passou a impressão de alguém receoso e que via na internet alguma barreira ou mesmo algum risco para sua “arte”, pode ter sido apenas impressão, mas como se diz, a impressão é o que fica, destaco na fala do Serpa a frase de que “até usa o twitter...”.
Peguemos o exemplo do músico Gilberto Gil, ele foi um dos profissionais que mais cedo enxergou o potencial da tecnologia aliado à sua produção cultural, fez uso inteligente da mesma, não criou distinção no seu conteúdo dentro e fora da internet, muito pelo contrário, encarou essa coisa toda como potencializadora do que produzia e inteligentemente assumiu e fez uso intenso dos recursos que estavam disponíveis, o resultado pode ser visto no seu site onde diversas mídias e ferramentas convivem harmoniosamente (Orkut, Twitter, Flickr, YouTube, etc) promovendo o principal, que é o conteúdo porduzido, não deixando conteúdo se confundir com o recurso multimídia utilizado para sua divulgação.
Por fim, acho que vale a pena lembrar do case Magazine Luiza, que atualmente já é estudado em Harvard, a sua superintendente e principal executiva, Luiza Helena Trajano, fala com uma simplicidade que lhe é peculiar, que a necessidade enxergada era levar sua loja a localidades muito pequenas e que não comportariam o custo fixo de uma loja convencional, então em 1992 o Magazine Luíza decidiu criar um canal de vendas virtual, através de lojas eletrônicas, que nada mais eram do que uma televisão ligada a um vídeo cassete, que apresentava alguns produtos e que tinham sempre à disposição um vendedor que complementava as informações e completava a venda, bem tudo isso em 92, bem antes da popularização da internet no Brasil. O que vocês acham que aconteceu quando esse grupo empresarial teve acesso a tecnologia mais madura da internet? Eles já estavam mais do que preparados, já tinham uma infinidade de material para divulgar, já tinham experiência acumulada do que podia e do que não podia se fazer em uma loja virtual, eles estavam anos luz a frente da concorrência, não por acaso atualmente eles apresentam um dos maiores percentuais de faturamento online do Brasil e consequentemente com baixos custos de distribuição.
Não preciso dizer quem sabe usar as ferramentas midiáticas que estão disponíveis a todos, quase a custo zero. Também não preciso dizer o que funciona e o que não funciona, os exemplos estão aí para provar que quem tem melhor visão e não confunde conteúdo com ferramenta e principalmente tem um bom conteúdo a publicar leva uma imensa vantagem, e olha que não estamos falando de nenhum nerd com espinhas na cara e menor de idade...

domingo, agosto 23, 2009

As grandes inovações e a frustrante tentativa de advinhá-las.


A inovação já faz parte de nossas vidas, assim como a internet e os mais recentes usos e facilidades associados a ela, basta abrir qualquer exemplar da revista Veja para se deparar com uma infinidade de artigos falando sobre a tecnologia e algumas malfadadas previsões a respeito de como será nossa vida no futuro, em decorrência das facilidades com que se nos deparamos diariamente.
Sempre que vejo alguma previsão de futuro, a primeira coisa que faço é verificar se faz sentido, se há alguma conexão com o presente, e se já existem empresas trabalhando naquele sentido, se essas perguntas receberem respostas positivas, essas previsões não têm valor, no máximo indicarão algumas tendências que podem ou não acontecer, e que se ainda não sabíamos pode ser apenas questão de não estar suficientemente atualizados, ou como se diz nesse meio, up to date!
Digo isso pois as grandes inovações, com real poder de impactar nossas vidas, normalmente foram descobertas por acaso, ou no mínimo foram desenvolvidas para outro fim. Foi assim com a internet, que tinha pretensões militares - nada mais restrito e limitado; com o Viagra (não estávamos falando de tecnologia?), com a tecnologia touch screen (que foi rechaçada por anos, até ser amplamente aceita nos antigos Palms e agora atingir sua massificação através dos iPhones), sem falar nas inovações e invenções que foram dadas inclusive como fracassos, como por exemplo a meia de nylon feminina, que resultou de uma experiência mal sucedida de descoberta de um novo polímero pela DuPont, que classificou o resultado como insatisfatório, dado o seu baixo ponto de fusão...
Nas empresas e universidades, busca-se incessantemente descobrir como será nossas vidas no futuro, buscando obviamente o preparo necessário a nossa capacitação para lidar com essas esquisitices que invadirão nossas vidas no futuro, mas se acreditarmos que as tecnologias com grande poder de inovação, ditas de ruptura, puderem ter sido descobertas por obra do acaso, será que não deveríamos nos dedicar mais a observar estilos de vida e comportamentos do que dedicarmo-nos a estudar a técnica? Essa atitude pode ser de grande valia em uma sociedade que, com grandes necessidades não atendidas, busca avidamente por soluções nem sempre disponíveis, e por vezes um aparelho pensado para facilitar a vida dos surdos pode ser utilizado como telefone, porque não?

Puxão de orelha


Levei um puxão de orelha de uma amiga (amiga essa que possui um nome muito bonito por sinal) dizendo que minha frequencia de postagem no Blog estava deixando a desejar....confesso que estava sentindo falta dos artigos semanais. Acho que isso foi resultado das minhas últimas atuações em alguns projetos que teimavam em me deixar longe do meu Blog, prometo que isso vai mudar doravante, obrigado pela Bronca :-).

terça-feira, agosto 18, 2009

Não somos máquinas


Recentemente, em uma reunião de start up de projeto, enquanto discutíamos a composição da equipe de líderes, ouvi a expressão “ele é uma máquina...”, seguindo na discussão surgiu a vez do “esse outro é um avião...”, é claro que queria se demonstrar que as pessoas em consideração eram muito boas, tão boas que poderiam ser comparadas à máquinas. Não pude resistir a pensar imediatamente não nas qualidades de uma máquina, mas nos seus pontos fracos, em especial na condução de um projeto, a saber:
- máquinas não aprendem, são programadas para agirem de determinada forma, enquanto que em projetos uma das fases mais importantes é a conhecida “lessons learned” onde discute-se o que deu errado, porque aconteceu e o que fazer para que não mais ocorra;
- máquinas têm peças ou partes com funções especializadas, que quando param de funcionar, normalmente comprometem o todo, enquanto que o ser humano consegue em grande parte das vezes compensar algo que não esteja funcionando bem com outra qualidade ou característica, por vezes mesmo um órgão que apresente alguma deficiência é “auxiliado” por outro que assume suas funções básicas, inteligente a natureza, não?
- máquinas não percebem sutilezas que indicam que algo começa a se deteriorar, normalmente avisam somente quando algo estragou, ao contrário disso, pessoas têm sensibilidade de perceber que uma relação começa a se deteriorar, que determinado comportamento começa a dar sinais de desgaste, e se houver habilidade e vontade, são capazes de se corrigir em tempo de não colocar tudo a perder.
Poderia ficar falando das diferenças por horas e horas, mas você já percebeu onde quero chegar, é tremendamente injusto comparar pessoas a máquinas, principalmente na condução de projetos, onde o que mais conta é a resiliência, liderança, inspiração, sensibilidade, capacidade de aprendizado (alguém já ouviu falar em uma máquina que depois de anos fazendo determinada peça chegou à conclusão que podia fazer melhor e mudou sozinha seu processo?).
Se já não é bom ser comparado a uma máquina, que tal ser comparado a um avião então, principalmente nesses tempos em que aviões têm apresentado problemas no mundo inteiro...

quarta-feira, julho 29, 2009

Creative Commons - Parte II


Mas se vivemos na era do conhecimento, como podemos dispor do mesmo sem perdermos status ou "poder" ? Na realidade não há que se pensar no que podemos ou não perder, e sim no que há para se ganhar quando compartilhamos o conhecimento. Esse parece ser o mote do conceito do Creative Commons, organização Norte Americana, sem fins lucrativos, que redigiu e mantém atualizadas as leis a respeito da utilização e compartilhamento das informações disponibilizadas através das licenças CC.
Na internet estão disponíveis diversas formas de utilização de conteúdo através deste conceito, entre eles imagens, músicas, programas de software, livros, textos, idéias, e as regras de utilização são basicamente a utilização sem fins lucrativos, disponibilização ampla, geral e ilimitada do conteúdo e das fontes, informando as fontes sempre que utilizar algum conteúdo cc, compartilhar ao máximo a informação, e quando for possível alguma melhoria no conteúdo trabalhado, informar para todos, garantindo a contínua qualidade do material disponibilizado.
De certa forma é o conceito que instituiu a própria Wikipedia e que reconheçamos, é avassalador, pois coloca milhares de pessoas trabalhando no mesmo intuito, gratuitamente, em prol de um objetivo comum.
Quiçá nossos políticos pudessem imaginar algo assim, trabalhando portanto de acordo com o que a maioria das pessoas almejam, de forma que pudéssemos dar feedbacks inequívocos para nossos governantes, de como estamos vendo o que eles estão fazendo no Congresso através da internet, e que boas idéias fossem colocadas em um meio que pudessem ser acessadas por todos e trabalhadas pela comunidade e entidades representantes de classes, de forma que chegassem quase prontas para que nossos parlamentares apenas as recepcionassem e fizessem seu papel básico que é trabalhar para a população através da representatividade (nossa representatividade...). E você, o que diria a seu parlamentar se tivesse em mãos uma ferramenta Creative Commons com destinos políticos, que pudesse expressar seus pensamentos para melhorar nosso País?

terça-feira, julho 28, 2009

Creative Commons - Parte I



Quando comecei a trabalhar, o Brasil estava na época das Telcomunicações Analógicas. Como todo bom engenheiro, comecei minha carreira como estagiário em uma multinacional, onde teria maiores chances de aprendizado, já que o que era requerido pelo mercado não era oferecido pelas Universidades em geral. Minhas primeiras atividades foram projetos de centrais de comutação telefônica eletromecânicas, onde o que diferenciava um bom projetista era a sua experiência acumulada, já que aquela tecnologia estava vigente desde a década anterior, e prometia ficar no mercado por pelo menos mais dez anos (naquela época os ciclos de vida dos produtos eram superiores a dez anos). Percebi rapidamente que desenvolver-me naquela tecnologia seria penoso e demorado, pois os profissionais mais experientes tinham algumas "manhas" de projeto que não estavam nos manuais (aliás todos em alemão), e as guardavam a sete chaves. Vivi o exemplo clássico do "saber é poder", imaginava que demoraria uns dez anos para começar a ter a mesma desenvoltura que os grandes projetistas, isso se desse sorte de sobreviver até lá. A sorte veio sim, mas na forma de mudança tecnológica e em menos de dois anos, com a introdução das tecnologias digitais, estávamos todos em pé de igualdade, veteranos e estagiários ou recém formados, se por um lado os veteranos tinham maior conhecimento da parte de telecomunicações como um todo, nós tínhamos maior conhecimento de processamento digital de sinais, e sem dúvida aprendíamos mais rápido.
Continuamos no vício do "conhecimento é poder" mas percebíamos que o conhecimento já não era tão restrito quanto antes. Algumas empresas detentoras da tecnologia em suas matrizes costumavam cobrar royalties até através das folhas de fax que passavam para o Brasil, na forma de resposta a questionamentos técnicos que eram feitos.
Mas o mundo percebia que, através da tecnologia digital, os recursos iam se igualando, não haviam tantas diferenças entre as soluções quanto na fase analógica, onde a própria construção do equipamento conferia-lhe características de robustez diferenciadas, já começávamos a falar em "features" como diferenciais, e a cobrar por software (no início nossos clentes não se sentiam confortáveis pagando por software, que por sinal não era nada, nem podia ser embrulhado e entregue através de notas fiscais...), a meta de vendas de facilidades ou serviços era de no máximo 10% do faturamento total da empresa (e era um grande desafio...). Se na época analógica a formação de um bom projetista levava dez anos, na era digital fazíamos isso em no máximo três anos. Ainda que até esse momento cada empresa tivesse seu próprio setor de P&D, e ninguém houvesse jamais ouvido falar em Linux ou Softwares de domínio público, que pudessem ser utilizados livremente por todos, desde que citadas as fontes, enxergo que foi através das tecnologias digitais, que se propiciou o que posteriormente viria a se chamar de inciativa Creative Commons, mas isso é conversa para outro post :-)

domingo, julho 05, 2009

Street View no Brasil


Primeiro o Google transformou aquilo que víamos nos filmes de 007 em realidade, através das imagens de satélite com cobertura em praticamente o mundo todo. Nos filmes de agentes secretos de minha infância, lembro-me dos relógios de pulso que além de TV, também permitiam imagens de satélite, capazes de localizar qualquer coisa em qualquer lugar do mundo, depois que comecei a entender um pouco como a tecnologia funcionava, entendi que o que víamos na TV era impossível pelo custo envolvido.
Depois de alguns anos o Google provou que eu estava errado e aquilo que era inimaginável pelo investimento envolvido, passou a ser oferecido gratuitamente na web.
Depois foram os mapas com o nome e numeração de cada uma das ruas e avenidas do mundo inteiro, logo depois foram disponibilizadas as opções de vizualização tridimensionais, que nos possibilitavam literalmente navegar pelos perfis topográficos do Google Earth, e mais recentemente o Street View, onde é possível que vejamos imagens, tal e qual se estivéssemos em cada ponto em que apontamos o bonequinho do Google Earth, e mais, ainda é possível darmos zoom, fazermos giros panorâmicos, buscando determinados detalhes ou endereços, tudo isso de uma perspectiva de altura similar a de uma pessoa em pé, ou seja é um passeio virtual a pé, controlado pelo mouse de nossos computadores.
E nessa semana soube que a Fiat está em uma parceria com o Google e que a partir da próxima segunda-feira 30 carros desta montadora estarão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, capturando imagens para que o Street View traga também informações dessas três cidades brasileiras, muito legal não?

quinta-feira, junho 25, 2009

O PULSO AINDA PULSA...


I'm still alive, at least for now...

Aos que pensam que desapareci, desculpo-me por desapontar-lhes, estamos ai na atividade, porém com MUITA atividade :-)
Nos vemos de novo em breve!

segunda-feira, junho 01, 2009

Novidade entre os buscadores


Há mais de dez anos, meu amigo Carlos me indicava uma alternativa entre os buscadores, além de possuir um nome engraçado (o buscador e não o Carlos), a sua página principal era muito pobre, não continha muitas informações, totalmente diferente dos concorrentes existentes até aquele momento. O nome desse buscador? Google.
Hoje o Google possui 70% do mercado mundial, sendo seu concorrente mais próximo o Yahoo! Com algo em torno de 20% e os demais (incluindo ai a Microsoft) possuem os 10% restantes.
Pois é quando menos esperamos uma reação da concorrência é que ela aparece.
No ano passado, após oferecer 43 bilhões de dólares pela compra da Yahoo, a Microsoft decidiu continuar investindo no seu próprio buscador, e foi assim que o Live Seach virou BING, além de trocar o nome, houve muito investimento na ferramenta de busca, que agora fica mais seletiva e mais gráfica, porém concorrer com o Google não é tarefa fácil, já há quem diga que o Bing significa (But It’s Not Google...).
E sem contar com os mesmo bilhões de investimento da Microsoft, mas muito bem representado no campo dos algorítimos e da matemática, está o Wolfram Alpha, buscador desenvolvido por Stephen Wolfram, gênio da matemática que aos 16 anos escrevia seu primeiro artigo a respeito da física das partículas e que promete que do ponto de vista de modelagem matemática, seu buscador é imbatível.
Bem, que a competição continue pródiga, nós usuários aplaudiremos, agora cá entre nós, nosso buscador tupiniquim, o Katatudo, tinha um nome muito mais legal...

terça-feira, maio 19, 2009

Briga pelo vídeo


Vivemos um momento especial na indústria das telecomunicações, onde operadoras de TV a cabo avançam na oferta de serviços de telecomunicações antes somente oferecidos pelas operadoras de Telecom, como voz e internet banda larga, tratam-se das ofertas triple play, ou mais comumente chamadas 3play. Por sua vez, as operadoras de Telecom têm investido maciçamente em redes de altíssimas capacidades, utilizando tecnologias para redes de cobre (ADSL ou VDSL) para atingir velocidades que ultrapassam os 50 Megabits/s ou mesmo redes de fibras ópticas, chegando nesse caso a velocidades que partem na casa dos 100 Megabits/s e alcançam fácil a casa dos Gigabits/s.
As operadoras de TV por satélite também têm em suas ofertas os sistemas que comportam Sinal digital em alta definição (HDTV ou High Definition TV, TV em alta definição), e mais devagar do que nunca, não podemos esquecer o SBTVD, Sistema Brasileiro de TV digital.
Todos brigando pelo direito de chegar aos nossos lares com sinais de alta definição, visando nossa preferência e consequentemente nossa fidelidade enquanto clientes.
Além das alternativas oferecidas pelas operadoras citadas anteriormente, também vemos no mercado as possibilidades do usuário baixar os filmes que se interessar em Alta Definição (HDTV em 1080 linhas) de sites especializados, ou utilizando para isso programas especiais como Apple TV, itunes, player do Zune, ou mesmo programas específicos para download da categoria do rapidshare. Para essa última opção, a única coisa necessária é banda larga de qualidade, mais nada!
Os filmes podem ser armazenados no próprio PC, ou em ambientes melhor preparados pode-se dispor de slots específicos para armazenar vídeo, de altas capacidades, que comporão depois servidores de vídeos com capacidades de armazenamentos na ordem dos terabytes, pois a mídia está barata o suficiente para permitir o uso domiciliar desse tipo de equipamento. Na hora da diversão, ou seja para assistir aos filmes, podemos lançar mão dos telões de LCD ou Plasma, que vêm despencando de preços mês a mês, e que podem ser ligados ao servidor de vídeo de nossos lares. Também temos ofertas de aparelhinhos que ficam ligados na nossa rede banda larga e na nossa TV, que servem exclusivamente para fazer downloads de filmes. Tudo isso gratuitamente se forem baixados filmes de podcasts de vídeo ou videocasts, ou pagando valores de franquia da ordem de 30 a 40 dólares e adicionais de 50 cents por filme em HD.
Mesmo que as ofertas de conteúdo em português ou legendadas não sejam ainda muito diversas, é questão de tempo para que também esse conteúdo invada a rede, e quem ganhará com essa batalha intensa travada na indústria, certamente será o usuário, que terá várias opções de conteúdo à sua disposição.

terça-feira, maio 05, 2009

Comunicação rápida e ubíqua x comunicação de qualidade


Ouvindo o podcast do Oscar Motomura da Amana Key, deparei-me com uma discussão profunda e que afeta a todos – o tempo que dedicamos a nossos e-mails e o tempo que nos é roubado pelos mesmos e-mails. Há algo de contraditório nessa discussão, pois por um lado temos no e-mail um grande aliado de produtividade, que nos ajuda a chegarmos quase que instantaneamente a qualquer destino no mundo, de forma simples e rápida e por outro lado, temos a sensação do grande vilão que esse meio eletrônico tem se tornado, como se dar bem nessa equação?
Já conheci executivos que desenvolvem verdadeiras neuroses referentes à necessidade de responder aos correios eletrônicos no mesmo dia em que são recebidos. Junta-se a isso as horas de trabalho que são requeridas nessa atividade e teremos um quadro tendendo à insanidade, onde além da carga horária diária nas atividades profissionais que se exerce, ainda somam-se horas noturnas que se investe na resposta e leitura de e-mails intermináveis.
Ora o que se deve levar em conta é a qualidade sempre, e não a quantidade. Então que qualidade estamos colocando no ato de ler e responder centenas de correios diariamente? Será que temos tido oportunidade de colocarmos nosso melhor na atividade em consideração? Será que é melhor responder a tudo, mas investindo o pouco tempo que temos nessa atividade, de forma que pouco conseguimos escapar das respostas do tipo “piloto automático”?
Acho que vale o conselho de nosso mestre Oscar, muito melhor seria que fizéssemos uma escolha, mesmo que intuitiva, por aquelas mensagens que de fato valem a pena serem lidas, e para elas dedicar um tempo especial, de qualidade, que nos permitisse responder considerando todas as possibilidades e impactos de nossas palavras, bem como o que estaremos melhorando no mundo através daquela resposta e, somente após essa fase crítica, finalmente clickar no botão . E que se tivermos que mudar ou criticar alguma coisa, que não seja a ferramenta que entrega nossas idéias, mas sim as idéias propriamente ditas!

quinta-feira, abril 16, 2009

Um bicho diferente


Fui para o CTIA em Las Vegas imaginando que o foco seria o 4G (velocidades de banda larga de até 75 Megabits/s), próximo passo da tecnologia celular no mundo inteiro. De fato o foco foi totalmente na próxima geração de banda larga celular (nos EUA eles não diferenciam o 4G LTE – Long Term Evolution do Wimax), só que de uma maneira totalmente diferente do que eu imaginava.
Na implantação da tecnologia 3G, na década passada, o mundo inteiro assistiu aos leilões de freqüências que, principalmente na Europa, acabaram por detonar uma grande crise nas operadoras de lá, onde podemos destacar a British Telecom que, em função do ágio pago pelas freqüências e pelo resultado de sua operação pós a aquisição das freqüências, acabou por se desfazer de vários ativos, entre eles a própria operação móvel celular. Após esse período de turbulência, o 3G vai bem obrigado, já tendo alcançado mais de 300 milhões de usuários no mundo todo, mas a forma como vem sendo oferecido e vendido não difere muito do celular convencional, mesmos canais de venda, mesma comunicação, mesmas estratégias de oferta para os segmentos high, midle e low end que já se tinha desde a implantação da telefonia móvel celular, vinte anos atrás.
Já na tecnologia 4G vi um bicho totalmente diferente! A começar pelos players na convenção, destacavam-se HP, Intel, Microsoft, IBM, Oracle, Google, Yahoo, Apple e mesmo nos stands dos fabricantes convencionais de tecnologia, como Sansung, Nokia, LG, Blackberry, Huawei e Sony-Ericsson, o que mais se viam eram aparelhos que estavam mais para LapTops ou Netbooks, do que para aparelhos celulares convencionais.
Essas facilidades adicionais irão requerer das operadoras, outras habilidades em vendas, outros treinamentos e até pessoal capacitado para a oferta de devices mais adaptados à nova tecnologia. Como fato inusitado, ouvi do VP da Intel que as operadoras de telefonia móvel celular serão provavelmente seu maior canal de venda nos próximos três anos, atingindo a capacidade de venda de mais de 28 milhões de chips embutidos em LapTops.
E você, está preparado para a próxima geração de tecnologia móvel banda larga 4G?

quinta-feira, abril 02, 2009

Carregando a bateria...



Fiz um post no ano passado, que foi resultado de uma tentativa frustrada de utilizar meu Lap Top no Aeroporto de Congonhas, ora não funcionava o VEXame, ora não tinha onde sentar, e quando achei cobertura wireless e uma cadeira próxima, descobri que a tomada na parede (única na sala) não estava funcionando, não podendo portanto carregar a bateria de meu PC, descarregada depois de horas de atraso de aviões...

Nesse final de semana vim a Las Vegas, conferir o CTIA 2009. Fiz a viagem através de Chicago Ohare Airport, e qual não foi minha surpresa ao chegar de nove horas de vôo, a um quiosque com tomadas funcionando, lugares de sobra para sentar e olhar meus e-mails e com cobertura Wireless de qualidade, e o engraçado é que tinha menos gente usando lap-top do que em Congonhas...

sábado, março 28, 2009

E por falar em privacidade...



A sugestão do meu amigo João Orlando (engenheiro e Filósofo...) foi tão detalhada, que pedi a ele para transcrevê-la literalmente para esse espaço, lá vai:





"Além do Projeto de Lei 84/99 do Senador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) que muda o Código Penal para tipificar condutas relacionadas ao uso de sistema eletrônico ou da internet, o Ministério da Justiça deve apresentar nas próximas semanas um projeto que, caso aprovado, diminuirá consideravelmente a privacidade do usuário de internet.


O texto vai aumentar o rigor na identificação dos internautas,exigindo dos provedores de acesso, dados como o número do RG e nome dos pais de quem está navegando. O objetivo é coibir a prática de crimes na rede. Idéias para discussão no blog:- As leis, caso aprovadas, realmente irão coibir os crimes ou criarão apenas um ambiente de censura?- Estes projetos ferem as garantias constitucionais, como a liberdade de expressão e o direito à privacidade?- A internet sempre teve um caráter "anárquico", no sentido filosófico da palava (sociedade sem governo) e a sua força vem, em boa parte, desse princípio. As iniciativas de controle cada vez maiores da internet, podem acabar com a rede, em nome da segurança?- O projeto do senador assim como o projeto do MJ estão na contramão da democratização do acesso à internet e da inclusão digital?- Esse tipo de controle transforma os provedores de acesso à Internet em delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso?"





Obrigado pela contribuição João, de minha parte entendo que a maior parte das perguntas terão que esperar algum enquadramento efetivo para podermos de fato saber como serão encaradas. Por outro lado não resisto à tentação de imaginar o que poderia acontecer caso essa moda de obrigar aos donos de infra estrutura a guardarem todas as informações e entregarem às autoridades, quando fosse solicitado, pegasse de fato. Se assim fosse, acho que os donos de lojas nos calçadões deveriam fotografar e identificar todos os pedestres que ousassem passar por suas calçadas, pois caso algum dia fossem instados a fornecerem os dados de todos os pedestres que por ali passaram em determinado dia e hora, já teriam essas informações à mão. Isso certamente reduziria a quantidade de assaltos e furtos em ruas movimentadas pelo comércio. O mesmo se aplicaria aos donos de empresas de transporte coletivo, que deveriam ser obrigados a identificar também todos os usuários que utilizam ônibus e metrôs diariamente, e porque não com os donos de restaurantes, de bordéis, de boates, e por aí vai...
O que acham da idéia? Deixo as questões levantadas pelo João Orlando para que possamos discorrer sobre as mesmas aqui mesmo no Blog.

terça-feira, março 24, 2009

Comunidade no Orkut


Pessoal segue o link para a comunidade MundoConectado no Orkut, onde como primeira postagem tem um espaço para sugestão de temas para novos posts, visitem e sintam-se em casa no MundoConectado [ ]s

domingo, março 15, 2009

Tempo x Tecnologia


A mitologia grega nos conta a lenda de Cronos, que por medo de ser destronado por um de seus filhos, devorava-os todos assim que nasciam, até que com o nascimento de Zeus, foi enganado por Réia, sua esposa, que lhe deu uma pedra enrolada em fraldas para que fosse devorada, e esse mesmo Zeus depois de crescido, acabou por destroná-lo e libertou todos seus irmãos que haviam sido, por Cronos, devorados.
A idéia aqui é muito clara, Cronos (ou o tempo) devora a tudo e a todos, nada perdoa. Cronos, cronologia, cronograma, cronômetro, relações atualmente tão atuais quanto na antiga mitologia, o tempo tem sido nosso grande desafio, como transformar esse vilão em nosso aliado?
A tecnologia, se corretamente usada, tem algumas receitas e dicas que podem contribuir com esse intuito, poupando-nos muito tempo, por outro lado quando mal utilizada...
A própria tecnologia também não escapa das garras e da voracidade do tempo. Existe uma janela de tempo em que as tecnologias devem mostrar a que vieram, sob pena de tornarem-se obsoletas antes mesmo de terem sido utilizadas amplamente.
Muitos analistas criticam a forma atrapalhada com que o padrão 3G de banda larga celular entrou no Brasil, depois de patinar por quase 4 anos na Europa. Atualmente estamos em forte ritmo de expansão, já tendo ultrapassado a marca de 2 milhões de acessos no Brasil e, se por um lado demorou para que fosse oficializada como tecnologia banda rápida sem fio no Brasil, por outro alcançou que fosse introduzida simultaneamente à tecnologia de aceleração de banda HSPA, que possibilita aceleração de 2 Mbits/s (típicas do 3G) para além de 40 Mbits/s.
No momento vemos a tecnologia banda larga sem fio Wimax em uma encruzilhada de utilização, já teve seu uso padronizado há mais de 2 anos, mas não assistimos a nenhuma grande implantação dessa tecnologia no mundo, sendo que no Brasil ainda estamos presos no leilão de freqüências patrocinado pela Anatel que já vai para o terceiro aniversário, sem que as licenças sejam de fato liberadas para uso. A continuar nesse passo, o Wimax será vencido pelo padrão LTE (Long Term Evolution) evolução natural do padrão 3G celular, onde já se vislumbram velocidades de conexão de até 160 Mbits/s, várias operadoras ao redor do mundo já anunciam seus testes nessa tecnologia.
Parece que o Wimax será mais um caso de tecnologia que foi devorada pelo tempo, antes mesmo de mostrar suas armas.

domingo, março 08, 2009

Mal uso da tecnologia


A maioria de minhas contas e prestações vence no início do mês, então por volta do dia 2 ou 3 começo a ficar preocupado com determinadas empresas que insistem em nos enviar seus boletos na iminência do vencimento (nunca entendi o porquê, haja vista que na sua maioria são valores fixos que poderiam perfeitamente ser enviados com semanas de antecedência). Fora aquelas empresas, como a escola de idiomas de meus filhos, que além disso vive trocando a forma de envio, determinado mês os boletos são entregues pelas próprias crianças, com alguns meses cobertos (não todos), no meio do período letivo nos enviam alguns boletos pelo correio, por vezes meu filho traz o boleto em mãos e minha filha recebe o dela pelo correio, e olha que estão na mesma escola e unidade,...uma bagunça! Parece tratar-se de uma competição para ver em quanto tempo conseguem nos confundir, sendo que o prêmio invariavelmente é o atraso no pagamento das prestações e mensalidades!
Isso para não mencionar o fato de que imprimem os boletos mensalmente, produzem papel impresso de maneira desnecessária, obrigam-se a utilizar o correio para entregas físicas (contribui para minhas contas chegarem em cima da hora, ou mesmo atrasadas, o fato de nosso carteiro não ser lá tão adepto da agenda firme, assim quando chove nossas correspondências ficam para o outro dia, e que se nesse dia chove também...só Deus sabe quando receberemos as correspondências).
Quando será que as empresas vão enxergar o que já está diante de seus olhos, e parar de gastar dinheiro desnecessariamente com o envio físico de material impresso, sem falar na questão ambiental, onde podemos perfeitamente encarar essas correspondências em termos da quantidade de árvores que são derrubadas para fornecer o papel que, na maioria das vezes sequer é lido, e que sem dúvida, não era necessário ser produzido?
Seria muito mais simples enviarem os boletos por e-mail, todos de uma vez para que pudessem ser programados os débitos pela internet, de forma que não seria necessária a impressão de papel, custos com a postagem e entrega, além de conseguirem certamente uma redução na inadimplência, isso para não falar nas formas mais evoluídas de pagamento como pagamento online via débito em conta e lançamento em cartão de crédito, ambas mais rápidas e seguras, para ambas as partes, e muito mais baratas.
Será que o boleto do supermercado desse mês vai atrasar de novo?

terça-feira, março 03, 2009

As tecnologias que não pegam...


É velha conhecida a briga travada entre os padrões de vídeo VHS e Betamax, onde apesar da larga vantagem tecnológica do padrão Betamax a tecnologia que prevaleceu para os aparelhos de vídeo cassete foi mesmo a VHS.
De forma semelhante, vimos a tecnologia para telefonia móvel celular CDMA, muito superior em utilização de espectro de rádio freqüência e com capacidade de transporte de maiores velocidades para banda larga, perder fragorosamente para a rival GSM, que apesar de gastar mais freqüência e não permitir velocidades tão altas para conexão de dados, ainda assim foi a escolhida pela maioria do mercado, permitindo melhor diluição de custos nos handsets, e portanto uma grande diversidade de modelos de aparelhos, que acabaram por receber a preferência do mercado. Que coisa estranha, quer dizer que podemos ter tecnologias ineficazes se sobressaindo sobre outras melhor desenvolvidas? Isso mesmo!
E temos outros tantos exemplos de tecnologias que foram lançadas e não decolaram, às vezes sem terem sequer um concorrente à altura, simplesmente não “colaram”, é o caso dos discões digitais de vídeo, lembravam um Long Play, mas eram digitais, e pouquíssimos foram comercializados, as mídias MD atualmente são restritas apenas aos PSP (Play Station Portátil) da Sony, a briga HD-DVD e Blue Ray ainda não empolgou ao mercado e continuam na geladeira, as TVs 3D foram lançadas há mais de dez anos e também não se conhece ninguém que as tenha comprado ou exiba uma na sala.
A TV digital brasileira também vem enfrentando um grande desafio, pois além de ninguém ter visto o tão esperado conversor de 200 reais, não temos muito conteúdo que explore o potencial da tecnologia e somado ao fato de que algumas estrelas globais começaram a se preocupar com a nitidez com que suas plásticas ficam expostas na TV de alta definição temos como resultado que a maior expectativa de 2007 não conseguiu vender sequer um milhão de TVs ou conversores no Brasil até o fim de 2008, parece que tecnologia também não se torna popular por decreto...
Não poderia deixar de lembrar no malfadado SecondLife. Sua trajetória no Brasil foi pífia, restringindo-se a poucas iniciativas sérias, apesar da grande expectativa que se criou quando foi anunciada sua introdução no nosso país, e nem deu tempo de criar meu avatar!

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Ainda falando de tecnologia, mesmo no Carnaval.


É carnaval, hora de pular, curtir a alegria dos foliões nos bailes ou pela TV mesmo, para aqueles que curtem um pouco mais de tranquilidade, mas pensando em se refugiar da tecnologia e do dia nesses 4 dias de feriado? Ledo engano, o que vimos nas passarelas do Samba de São Paulo e Rio de Janeiro, foram grandes exemplos de tecnologia aplicada a serviço do entretenimento.
Os carros alegóricos foram um show a parte, mostrando tecnologia que foram desde vulcões submarinos que soltavam bolhas de sabão na avenida, até intrincados sistemas de iluminação controlada por computadores, passando por simulações de imagens holográficas e até um carro alegórico que simulou pessoas acessando a internet e fazendo vídeo conferência.
Também nos vestidos e fantasias pudemos verificar algumas engenhosidades, vi uma Porta Bandeira que utilizou um vestido de mais de 50 quilos com nada menos do que 50 mil leds, que também controlados por computador deram um bonito efeito entre piscadas e mudanças sutis de tonalidade, ao som da bateria e dos passos do Mestre Sala ao seu redor.
Também não faltaram as tecnologias de comunicação, pois foi possível sincronizar e controlar o avanço de mais de 3.000 foliões, que tinham exatos 82 minutos para cruzar os 700 metros da Marquês de Sapucaí, e para tanto era fundamental que soubessem quanto já havia sido percorrido de avenida ao longo do tempo, para que se pudesse acelerar ou segurar, de forma a que não houvessem “buracos” na avenida e nem tão poucos os temidos atrasos, responsáveis por perdas de pontos para as escolas de Samba. O resultado foi um dos melhores exemplos de planejamento, pois além de preparar-se durante o ano todo para cumprir essa tarefa no tempo exato, ainda foi necessário que se corrigisse ao longo do percurso os eventuais contratempos que sempre aparecem, como carros alegóricos quebrados, destaques que desmaiavam por conta do peso que levavam em suas fantasias, problemas mecânicos e também eventuais panes elétricas, que cada vez ficam mais presentes, frente à tecnologia que passa a fazer parte dos desfiles carnavalescos.
Também tivemos acessos a sistemas interativos que permitiram aos telespectadores fazerem julgamentos virtuais sobre as escolas de samba que se saíram melhor no desfiles, fazendo um ranking das melhores performances online.
Antes dos desfiles, também era possível ouvir o samba enredo de cada escola, bem como saber seus destaques e detalhes do desfile através de suas home pages.
É o mundo ficando cada vez mais conectado.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Mundo Conectado



Por convite e insistência de meu irmão, no último final de semana eu e meu filho iniciamos o circuito das praias (seis corridas de 10 km, mesclando asfalto e areia em seis cidades do litoral de São Paulo). Se começamos a corrida almejando pelo menos chegar ao final caminhando, percebemos durante a mesma, que seria eventualmente possível inclusive terminar correndo, e foi assim que uma hora e doze minutos depois de começar, conseguimos passar pelo marco da chegada. Confesso que se foi minha primeira corrida, não será a última, pois a sensação de participação de um evento dessa natureza é muito gratificante, e certamente participarei de outras.
Agora o que um relato desse naipe vem fazer aqui em um Blog que se presta a falar de tecnologia, inda mais sob o título pretensioso de MundoConectado?
Pois vou explicar!
Desde que comecei a pesquisar sobre o circuito, o que vi foi uma demonstração de como uma empresa, modesta nas instalações mas audaciosa nas pretensões, pode se apresentar para o público organizando um evento com mais de mil participantes do Brasil inteiro com a ajuda das tecnologias disponíveis a seu redor.
Estou falando da TH5 eventos, que foi a organizadora da corrida e que apresenta seus eventos exclusivamente pela internet, recebe as inscrições também pela internet, e através desta consegue planejar-se para saber exatamente quantos participantes terá o evento, de onde virão, tamanhos das camisetas, classes em que correrão, etc. Logo após o término da corrida já se sabe o tempo exato em que se conseguiu concluir a prova através de um chip de RFID que se amarra no cadarço do tênis, e que monitora as tomadas de tempo online no decorrer da corrida.
Uma outra empresa, a Webrun, fotografa todo o evento e disponibiliza as fotos para venda pela internet, através do nome ou número dos participantes.
Para a viagem preparei-me para enfrentar alguma chuva na estrada, com as informações que coletei em sites especializados em previsão do tempo, como o da Climatempo e também foi possível acompanhar o trânsito na descida da Serra, através de webcams na internet que mostram em tempo real as imagens em vários pontos da estrada.
Aproveitei para fazer a viagem até São Paulo de motocicleta, agregando mais um prazer à experiência de participar de uma corrida, e como moto ainda não paga pedágio no Estado de São Paulo, pudemos desfrutar de uma viagem tranqüila e sem a necessidade de constantes paradas para pagamento nos postos de arrecadação. Li que esse será o último ano desse privilégio, sendo que a partir de 2010 as motos também pagarão pedágio, restando-nos então a opção de solicitar um passa-fácil pela internet, que também utiliza tecnologia de RFID e que permite a passagem pelos postos de pedágio sem a necessidade de pagar em dinheiro na hora, podendo-se pagar posteriormente confortavelmente pela internet também, na fatura de seu cartão de crédito.
Para minha estadia em Peruíbe, pude pesquisar pela internet as opções que melhor se adequavam ao bolso e nível de conforto que pretendíamos, e fazer a reserva e pagamento de forma antecipada, garantindo que não correríamos riscos de dormir em algum banco de praça antes da corrida...
Como conhecemos bem a cidade de Peruíbe, não foi necessário lançar mão de sites especializados em localização por GPS e triangulação celular, que existem a disposição, gratuitamente nos celulares Nokia através da internet.
Esse é o MundoConectado em que vivemos e corremos :-)

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Canhão para matar formiga


Em um processo de intercâmbio que meu filho inscreveu-se, recebemos um e-mail com uma dezena de documentos que precisariam ser lidos, assinados e, claro, impressos! E não pára por aí, além de imprimi-los, tivemos que tirar várias cópias, e juntarmos duas dúzias de fotos. Pela complexidade das informações e eventuais falhas de compreensão na leitura e compreensão do documento que está em inglês, ao entregarmos o dossiê completo, ainda tivemos que fazer várias alterações, mais tempo, mais papel, mais impressões.
Sabemos que vencida essa primeira fase da maratona, após os documentos serem enviados fisicamente para os EUA, serão analisados e fatalmente retornados para ainda alguns retoques (análise, adequação, impressão, cópias, etc), ora me parece tão mais simples se apenas tivéssemos que acessar a uma página da entidade nos EUA e preencher diretamente nela todos os dados necessários, talvez fazendo o upload das fotos (tantas quantas fossem necessárias) e, caso necessitássemos de algo mais oficial, anexarmos uma declaração ou procuração específica para efeito do processo de intercâmbio cultural que pretendemos fazer.
Esse mesmo site poderia fazer a checagem das informações online, assim saberíamos na hora caso alguma informação estivesse incompleta ou inadequada, sem falar na possibilidade de abrir-se um canal online com a entidade através de VoIP ou mesmo Chat, onde o entrevistador pudesse conversar com o intercambista na hora, sem necessitar de vários intermediários. Poderiam ter um Blog oficial dos jovens que já fizeram o intercâmbio, e que estivessem dispostos a trocar informações com os novos pretendentes, poderiam ter vários testes e aplicações, para aferir o nível de conhecimento de cada aluno. As famílias que se propõem a receber os intercambistas poderiam falar diretamente com os jovens, ao invés de apenas analisar frias fichas que tiveram que viajar milhares de quilômetros, e que certamente suscitarão dúvidas quando forem lidas.
Esse fato é um claro exemplo de subutilização dos recursos tecnológicos que já dispomos, lembrou-me uma secretária que conheci em São Paulo, que por saber utilizar apenas Wordstar (faz tempo isso...) fazia tudo nesse software, de planilhas a desenhos, mesmo que demorasse horas, era mais fácil do que tentar aprender outros softwares :-( .
E você, já presenciou a utilização inadequada das tecnologias que nos cercam nesse MundoConectado em que vivemos?

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Agradecimentos




Quero de público agradecer a atenção e carinho com que fui recebido pela presidência, diretoria e toda área de vendas da Phoenix Contact neste sábado em Indaiatuba, onde proferi a palestra "Diga Olá para a Crise" durante sua convenção de vendas. Foi um ótima oportunidade de debatermos se a "crise" que pintam na mídia é exatamente a crise que vem nos preocupando nos últimos dias e de como sermos designers de projetos que sirvam para driblarmos mais esse momento delicado de nossa economia. Ficou claro que nos últimos anos, sobrevivemos a um cem número de momentos tão ou mais críticos que o de agora, o que nos habilita a encaramos o presente momento com determinação e criatividade.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

A era da transparência


Tudo que é simplesmente moda, vai e volta. Vemos nas ruas o bom e velho Mustang revigorado, houve uma tentativa de reestilizá-lo que foi um fiasco, e voltamos a ver os traços tradicionais e mais retos novamente, idem para o modelo clássico PT Cruiser. Também é assim com a altura das saias, que sobem e descem, de acordo com a tendência da moda, a mesma coisa com as cores das roupas, com a quantidade dos botões de nossos ternos e com mais um cem número de características, que vivem ao sabor da moda, indo e vindo.
Já não é assim quando as mudanças são mais significativas e mais facilmente encaradas como “progresso”. Provavelmente nunca mais veremos a repressão freqüentar nossa política como vimos cerca de trinta ou quarenta atrás, também não veremos mais a leniência para com os preconceitos, sejam eles sociais, raciais ou políticos.
Será que a transparência que vivemos hoje enquadra-se como moda ou como progresso? Nunca tivemos tamanha transparência, como a que nos cerca no momento. Essa transparência vai desde a atuação de empresas e companhias, que não mais conseguem esconder suas ações e atos, como faziam no passado, de forma que antes de escolhermos uma empresa para trabalhar ou mesmo para investir podemos tranquilamente pesquisar na internet, a respeito de sua responsabilidade social, ou mesmo do impacto ambiental ou pegada de carbono, temos inclusive sites que nos ajudam nessa tarefa, como o Akatu, Calvert, além de Blogs e fóruns e listas de discussão, onde muito facilmente se captura o que os funcionários daquela empresa enxergam a respeito da mesma.
Nossa vida também está de certa forma exposta, se não pelas páginas dos sites sociais, pelos intrincados sistemas de CRM (Customer Relationship Management) que fazem análises baseadas em nossas preferências e gostos, de forma a proporem ofertas que tenham mais probabilidade de sucesso (BBB é fichinha perto disso...).
Para várias empresas inclusive, é item constante da avaliação de entrada de novos funcionários, o grau de exposição do mesmo na internet, através de Blogs, artigos, páginas de Orkut, opiniões emitidas em fóruns e listas de discussão, redes sociais como a Plaxo e LinkedIn, sem falar das inúmeras pessoas que até acabam achando oportunidades de novos empregos através dessas redes. E você já assumiu a transparência também para você? O que tem escrito na net?

domingo, janeiro 18, 2009

Porque sempre divulgamos as piores notícias?


Porque será que várias pessoas ao verem um copo com água pela metade percebem apenas o tanto que falta de água? É como se procurássemos por notícias ruins para alimentar nossa porção pessimista que nos cobra ao menos uma má notícia diária...
O interesse pelas más notícias acaba alimentando uma cadeia que tende a se reforçar sempre que outras más notícias são divulgadas, é o que chamamos de ciclo vicioso, que quanto mais se desenvolve pior fica a situação.
Ao que tudo indica, a mídia vem dando enfoque exatamente naquelas notícias que queremos ver divulgadas, não fosse assim não veríamos sempre um destaque maior nas demissões que são anunciadas pelas empresas do que nas expansões e aberturas de novas fábricas, que têm ocorrido em maior escala, haja vista que o mundo econômico está em expansão, em que pese o momento em que nos encontramos.
Essa semana li que o mercado de PCs teve seu pior desempenho desde 2002, apresentando um crescimento de apenas (notem o apenas) 1,1 pontos percentuais no último trimestre de 2008, segundo dados do Gartner Group. Ora não se trata de ser otimista, mas eu encararia a mesma notícia de maneira diferente, pois se por um lado temos a companhia do fantasma da crise, que todos dizem deverá afetar o mercado de consumo, por outro temos uma indústria que, mesmo frente a esse cenário, consegue ainda crescer mais de um ponto percentual no trimestre, motivo de comemoração portanto!
E o que é mais interessante, é que mesmo quando as notícias são boas, parece que buscamos o seu lado negro. Assim foi divulgado pela FGV, ITData e Abinee (Associação Brasileira da Indústria elétrica e eletrônica) que fecharemos 2008 com vendas no mercado de PCs variando entre 12 e 13 milhões de unidades, recorde em performance absoluto, frente a anos anteriores, na mesma nota destaca-se também o aspecto muito positivo da inclusão digital provocada por essa invasão de PCs no mercado, e logo depois o alerta: mercado fácil para invasões de máquinas e propagação de vírus e outras pragas cibernéticas. Pois bem, é como se ao termos que divulgar uma notícia boa, imediatamente tivéssemos o estímulo para buscar o lado ruim da mesma notícia, caso contrário a mesma não teria aceitação perante os leitores. Qual o nosso papel nessa história toda? E você, já divulgou sua BOA notícia hoje?