quarta-feira, janeiro 28, 2009

A era da transparência


Tudo que é simplesmente moda, vai e volta. Vemos nas ruas o bom e velho Mustang revigorado, houve uma tentativa de reestilizá-lo que foi um fiasco, e voltamos a ver os traços tradicionais e mais retos novamente, idem para o modelo clássico PT Cruiser. Também é assim com a altura das saias, que sobem e descem, de acordo com a tendência da moda, a mesma coisa com as cores das roupas, com a quantidade dos botões de nossos ternos e com mais um cem número de características, que vivem ao sabor da moda, indo e vindo.
Já não é assim quando as mudanças são mais significativas e mais facilmente encaradas como “progresso”. Provavelmente nunca mais veremos a repressão freqüentar nossa política como vimos cerca de trinta ou quarenta atrás, também não veremos mais a leniência para com os preconceitos, sejam eles sociais, raciais ou políticos.
Será que a transparência que vivemos hoje enquadra-se como moda ou como progresso? Nunca tivemos tamanha transparência, como a que nos cerca no momento. Essa transparência vai desde a atuação de empresas e companhias, que não mais conseguem esconder suas ações e atos, como faziam no passado, de forma que antes de escolhermos uma empresa para trabalhar ou mesmo para investir podemos tranquilamente pesquisar na internet, a respeito de sua responsabilidade social, ou mesmo do impacto ambiental ou pegada de carbono, temos inclusive sites que nos ajudam nessa tarefa, como o Akatu, Calvert, além de Blogs e fóruns e listas de discussão, onde muito facilmente se captura o que os funcionários daquela empresa enxergam a respeito da mesma.
Nossa vida também está de certa forma exposta, se não pelas páginas dos sites sociais, pelos intrincados sistemas de CRM (Customer Relationship Management) que fazem análises baseadas em nossas preferências e gostos, de forma a proporem ofertas que tenham mais probabilidade de sucesso (BBB é fichinha perto disso...).
Para várias empresas inclusive, é item constante da avaliação de entrada de novos funcionários, o grau de exposição do mesmo na internet, através de Blogs, artigos, páginas de Orkut, opiniões emitidas em fóruns e listas de discussão, redes sociais como a Plaxo e LinkedIn, sem falar das inúmeras pessoas que até acabam achando oportunidades de novos empregos através dessas redes. E você já assumiu a transparência também para você? O que tem escrito na net?

domingo, janeiro 18, 2009

Porque sempre divulgamos as piores notícias?


Porque será que várias pessoas ao verem um copo com água pela metade percebem apenas o tanto que falta de água? É como se procurássemos por notícias ruins para alimentar nossa porção pessimista que nos cobra ao menos uma má notícia diária...
O interesse pelas más notícias acaba alimentando uma cadeia que tende a se reforçar sempre que outras más notícias são divulgadas, é o que chamamos de ciclo vicioso, que quanto mais se desenvolve pior fica a situação.
Ao que tudo indica, a mídia vem dando enfoque exatamente naquelas notícias que queremos ver divulgadas, não fosse assim não veríamos sempre um destaque maior nas demissões que são anunciadas pelas empresas do que nas expansões e aberturas de novas fábricas, que têm ocorrido em maior escala, haja vista que o mundo econômico está em expansão, em que pese o momento em que nos encontramos.
Essa semana li que o mercado de PCs teve seu pior desempenho desde 2002, apresentando um crescimento de apenas (notem o apenas) 1,1 pontos percentuais no último trimestre de 2008, segundo dados do Gartner Group. Ora não se trata de ser otimista, mas eu encararia a mesma notícia de maneira diferente, pois se por um lado temos a companhia do fantasma da crise, que todos dizem deverá afetar o mercado de consumo, por outro temos uma indústria que, mesmo frente a esse cenário, consegue ainda crescer mais de um ponto percentual no trimestre, motivo de comemoração portanto!
E o que é mais interessante, é que mesmo quando as notícias são boas, parece que buscamos o seu lado negro. Assim foi divulgado pela FGV, ITData e Abinee (Associação Brasileira da Indústria elétrica e eletrônica) que fecharemos 2008 com vendas no mercado de PCs variando entre 12 e 13 milhões de unidades, recorde em performance absoluto, frente a anos anteriores, na mesma nota destaca-se também o aspecto muito positivo da inclusão digital provocada por essa invasão de PCs no mercado, e logo depois o alerta: mercado fácil para invasões de máquinas e propagação de vírus e outras pragas cibernéticas. Pois bem, é como se ao termos que divulgar uma notícia boa, imediatamente tivéssemos o estímulo para buscar o lado ruim da mesma notícia, caso contrário a mesma não teria aceitação perante os leitores. Qual o nosso papel nessa história toda? E você, já divulgou sua BOA notícia hoje?

domingo, janeiro 11, 2009

Tarda mas não falha


É conhecido que no terceiro mundo (ou em desenvolvimento, termo politicamente correto) algumas diretrizes demoram um pouco mais a chegar, mesmo que sejam a favor da vida. Então temos, apenas para citar alguns exemplos, o uso de trangênicos e das gorduras trans ou saturadas, que quando começaram a ser discutidas aqui no Brasil, já haviam sido banidas no velho continente.
Como o título deste Blog é Mundo Conectado, é fácil depreender o tanto que acredito na conexão das coisas, assim não faz sentido cuidar de alguns itens somente em algumas partes do mundo e não em outras, é questão de tempo, que é cada vez mais veloz, para que as causas a serem evitadas voltem a nos perseguir, como diz o ditado popular é “cuspir para cima”.
Pois com o RoHS (Restriction of Hazardous Substances – restrição à substâncias Perigosas) foi assim, essa restrição existe na Europa desde julho de 2006, mas somente agora tivemos notícia de alguma aquisição no Brasil que foi compatível com o HoHS.
A USP acaba de adquirir 2.000 PCs, já apelidados de Micros Verdes, da Itautec que não utilizam em sua composição materiais sabidamente danosos ao meio ambiente e portanto à vida, como chumbo, bromo, cádmio e cromo hexavalente além de possuírem cabos e parafusos feitos de materiais recicláveis e consumo declarado de até 30% inferior à linha de PCs convencionais do mercado.
Temos que celebrar também o fato de ter sido possível a incorporação dessa série de benefícios, sem que ocorresse acréscimo do preço final do produto, haja vista que mesmo com esses diferenciais a Itautec conseguiu ficar mais competitiva que seus concorrentes.
Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica da USP cita que foi instituído o selo verde, que passará a acompanhar todos os equipamentos que atendam à RoHS que forem adquiridos.
Já temos a direção certa a seguir, sabemos o que é certo fazer, basta que comecemos a fazer mais rápido, na velocidade com que as mudanças estão se dando no mundo inteiro. Oxalá tenhamos cada vez mais exemplos para citar.