quarta-feira, julho 29, 2009

Creative Commons - Parte II


Mas se vivemos na era do conhecimento, como podemos dispor do mesmo sem perdermos status ou "poder" ? Na realidade não há que se pensar no que podemos ou não perder, e sim no que há para se ganhar quando compartilhamos o conhecimento. Esse parece ser o mote do conceito do Creative Commons, organização Norte Americana, sem fins lucrativos, que redigiu e mantém atualizadas as leis a respeito da utilização e compartilhamento das informações disponibilizadas através das licenças CC.
Na internet estão disponíveis diversas formas de utilização de conteúdo através deste conceito, entre eles imagens, músicas, programas de software, livros, textos, idéias, e as regras de utilização são basicamente a utilização sem fins lucrativos, disponibilização ampla, geral e ilimitada do conteúdo e das fontes, informando as fontes sempre que utilizar algum conteúdo cc, compartilhar ao máximo a informação, e quando for possível alguma melhoria no conteúdo trabalhado, informar para todos, garantindo a contínua qualidade do material disponibilizado.
De certa forma é o conceito que instituiu a própria Wikipedia e que reconheçamos, é avassalador, pois coloca milhares de pessoas trabalhando no mesmo intuito, gratuitamente, em prol de um objetivo comum.
Quiçá nossos políticos pudessem imaginar algo assim, trabalhando portanto de acordo com o que a maioria das pessoas almejam, de forma que pudéssemos dar feedbacks inequívocos para nossos governantes, de como estamos vendo o que eles estão fazendo no Congresso através da internet, e que boas idéias fossem colocadas em um meio que pudessem ser acessadas por todos e trabalhadas pela comunidade e entidades representantes de classes, de forma que chegassem quase prontas para que nossos parlamentares apenas as recepcionassem e fizessem seu papel básico que é trabalhar para a população através da representatividade (nossa representatividade...). E você, o que diria a seu parlamentar se tivesse em mãos uma ferramenta Creative Commons com destinos políticos, que pudesse expressar seus pensamentos para melhorar nosso País?

terça-feira, julho 28, 2009

Creative Commons - Parte I



Quando comecei a trabalhar, o Brasil estava na época das Telcomunicações Analógicas. Como todo bom engenheiro, comecei minha carreira como estagiário em uma multinacional, onde teria maiores chances de aprendizado, já que o que era requerido pelo mercado não era oferecido pelas Universidades em geral. Minhas primeiras atividades foram projetos de centrais de comutação telefônica eletromecânicas, onde o que diferenciava um bom projetista era a sua experiência acumulada, já que aquela tecnologia estava vigente desde a década anterior, e prometia ficar no mercado por pelo menos mais dez anos (naquela época os ciclos de vida dos produtos eram superiores a dez anos). Percebi rapidamente que desenvolver-me naquela tecnologia seria penoso e demorado, pois os profissionais mais experientes tinham algumas "manhas" de projeto que não estavam nos manuais (aliás todos em alemão), e as guardavam a sete chaves. Vivi o exemplo clássico do "saber é poder", imaginava que demoraria uns dez anos para começar a ter a mesma desenvoltura que os grandes projetistas, isso se desse sorte de sobreviver até lá. A sorte veio sim, mas na forma de mudança tecnológica e em menos de dois anos, com a introdução das tecnologias digitais, estávamos todos em pé de igualdade, veteranos e estagiários ou recém formados, se por um lado os veteranos tinham maior conhecimento da parte de telecomunicações como um todo, nós tínhamos maior conhecimento de processamento digital de sinais, e sem dúvida aprendíamos mais rápido.
Continuamos no vício do "conhecimento é poder" mas percebíamos que o conhecimento já não era tão restrito quanto antes. Algumas empresas detentoras da tecnologia em suas matrizes costumavam cobrar royalties até através das folhas de fax que passavam para o Brasil, na forma de resposta a questionamentos técnicos que eram feitos.
Mas o mundo percebia que, através da tecnologia digital, os recursos iam se igualando, não haviam tantas diferenças entre as soluções quanto na fase analógica, onde a própria construção do equipamento conferia-lhe características de robustez diferenciadas, já começávamos a falar em "features" como diferenciais, e a cobrar por software (no início nossos clentes não se sentiam confortáveis pagando por software, que por sinal não era nada, nem podia ser embrulhado e entregue através de notas fiscais...), a meta de vendas de facilidades ou serviços era de no máximo 10% do faturamento total da empresa (e era um grande desafio...). Se na época analógica a formação de um bom projetista levava dez anos, na era digital fazíamos isso em no máximo três anos. Ainda que até esse momento cada empresa tivesse seu próprio setor de P&D, e ninguém houvesse jamais ouvido falar em Linux ou Softwares de domínio público, que pudessem ser utilizados livremente por todos, desde que citadas as fontes, enxergo que foi através das tecnologias digitais, que se propiciou o que posteriormente viria a se chamar de inciativa Creative Commons, mas isso é conversa para outro post :-)

domingo, julho 05, 2009

Street View no Brasil


Primeiro o Google transformou aquilo que víamos nos filmes de 007 em realidade, através das imagens de satélite com cobertura em praticamente o mundo todo. Nos filmes de agentes secretos de minha infância, lembro-me dos relógios de pulso que além de TV, também permitiam imagens de satélite, capazes de localizar qualquer coisa em qualquer lugar do mundo, depois que comecei a entender um pouco como a tecnologia funcionava, entendi que o que víamos na TV era impossível pelo custo envolvido.
Depois de alguns anos o Google provou que eu estava errado e aquilo que era inimaginável pelo investimento envolvido, passou a ser oferecido gratuitamente na web.
Depois foram os mapas com o nome e numeração de cada uma das ruas e avenidas do mundo inteiro, logo depois foram disponibilizadas as opções de vizualização tridimensionais, que nos possibilitavam literalmente navegar pelos perfis topográficos do Google Earth, e mais recentemente o Street View, onde é possível que vejamos imagens, tal e qual se estivéssemos em cada ponto em que apontamos o bonequinho do Google Earth, e mais, ainda é possível darmos zoom, fazermos giros panorâmicos, buscando determinados detalhes ou endereços, tudo isso de uma perspectiva de altura similar a de uma pessoa em pé, ou seja é um passeio virtual a pé, controlado pelo mouse de nossos computadores.
E nessa semana soube que a Fiat está em uma parceria com o Google e que a partir da próxima segunda-feira 30 carros desta montadora estarão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, capturando imagens para que o Street View traga também informações dessas três cidades brasileiras, muito legal não?