segunda-feira, junho 25, 2007

A Web 2.0


Falar que diariamente, mais e mais usuários colocam o próprio conteúdo na rede mundial de computadores, seria no mínimo “chover no molhado”. Conhecemos a explosão que os Blogs representam, e conseguimos verificar o interesse que geram na Internet, onde representam um dos maiores usos da rede. O interessante é a democratização da informação que está por trás disso, atualmente qualquer pessoa pode dizer o que pensa a respeito de qualquer coisa, e publicar em um Blog que, instantaneamente estará disponível a um bilhão de internautas no mundo inteiro.
Isso é a Web 2.0, que permite ainda comentar notícias que se lê na Internet, bem como selecioná-las e enviá-las ou mesmo relacioná-las em minha página pessoal, também permite uma personalização nunca vista antes, pois deixa as páginas na Internet do jeito predileto do usuário, publicando as notícias escolhidas com o destaque pretendido, avisando quando existirem novidades nos seus sites de maior interesse, através das ferramentas de rss feed, fazendo sugestões de compra tremendamente acertadas nos sites de e-commerce, através da análise de perfil de usuário. Também permitem publicação e compartilhamento de fotos, bem como a impressão em laboratório profissional com envio pelo correio das mesmas.
Sem dúvida é um mundo novo de possibilidades, e o mais interessante disso tudo é a forma com que vem ocorrendo. Sem provocar grandes comoções, ninguém ficou à espera da Web 2.0 ou dos pacotes de facilidades que viriam a ela atrelados. Apenas aconteceu, e foi uma introdução natural, onde os usuários foram percebendo as facilidades que mais lhe chamavam a atenção, e foram utilizando-as passo a passo, e em pouco tempo estamos todos experimentando e divulgando o que convencionou-se chamar de Web 2.0.
Mudança semelhante, no passado, demandaria treinamento, substituição de máquinas, testes de verificação de compatibilidade de aplicativos existentes, divulgação mercadológica extensa, desenvolvimento de grandes canais de venda, enfim tudo aquilo a que estamos acostumados presenciar sempre que se dá uma mudança de hábito. No entanto essa mudança foi silenciosa, não demandou uma única hora investida em treinamento e mesmo assim foi um sucesso, pois as novas aplicações já estão em uso há tempos, e são sucesso absoluto, pois obtiveram o principal selo de aceitação do mercado, que é a utilização plena e satisfatória pelos usuários.
Parabéns a Web 2.0!

domingo, junho 17, 2007

Tecnologia para quem?


A Microsoft Digital Advertising Solutions, conduziu uma entrevista recentemente, junto ao público jovem de oito países, o objetivo era verificar o relacionamento desse público com a tecnologia. Os resultados são muito interessantes.
Confirmamos o que já vínhamos ouvindo em outros estudos, que o jovem conhece mais termos técnicos que a maioria do público usuário de Internet, e que também gasta mais do seu tempo no computador pessoal do que frente a TV, até ai nada de novo.
A novidade foi descobrir que menos de 20% deles utiliza os termos “redes sociais”, “podcast” e pasmem, menos de 8% utiliza o termo “Web 2.0”. Esses resultados são contraditórios? Acho que não, senão vejamos:
O que chamamos de tecnologia na realidade tem esse sabor para nós, os chamados “velhos” para os jovens isso é apenas Blog, Stuff, Músicas, Orkut, favoritos e etc.
Fazendo um paralelo das inovações que vivenciamos há uns vinte ou trinta anos atrás, entendemos perfeitamente o que se passa na cabeça dos jovens. Quem se atreve a dizer a “tecnologia da TV em cores...” ou então que “a nova tecnologia do forno de micro-ondas...” na realidade essas novidades foram se instalando em nossas vidas, sendo que muitos de nós já nasceram frente a essa realidade, e portanto não nos acostumamos a entender esses termos como sendo “tecnologia”, fácil não?
Em compensação a grande maioria dos jovens entende a comunicação como sendo um misto de Messenger, e-mail, telefone celular, SMS. Utilizam regularmente organizadores e tocadores de música em seus PCs, nunca utilizam manuais, para nada (se um manual for necessário é melhor mudar de programa...) fazem downloads regularmente, ou seja tudo que para a minha geração é tecnologia.
É fácil de imaginar que para a geração que vem se familiarizando agora com tudo que temos na atualidade (atualmente os jovens tomam contato com a Internet já aos dois ou três anos) nem sequer pensarão em tecnologia, achando plenamente natural terem acesso a praticamente qualquer conteúdo instantaneamente, e de preferência de forma gratuita. Então pensar nessas novidades como sendo tecnologia é sinal de que o tempo está passando para nós, e por falar nisso, tecnologia? O que significa tecnologia mesmo?

terça-feira, junho 12, 2007

Tudo ao mesmo tempo


Outro dia, em uma reunião na escola de meus filhos (que saudades dos tempos em que podíamos chamar esses encontros de reuniões entre pais e mestres, e olha que de nosso lado continuamos sendo pais...) ouvi que a escola recomendava que as tarefas ou lições de casa fossem feitas em um lugar calmo da casa, onde não houvesse distração com outros temas, e que o livro ou o caderno não estivesse rivalizando com TVs, rádios, outras conversas e etc.
Consigo enxergar a lógica desse conselho, mas fico me perguntando se o mundo que mostram aos nossos filhos diariamente realmente existe. Não falo de valores, pois esses são necessários, e têm sobrevivido ao tempo na maioria das vezes. Falo de forma, de como encarar o mundo, de enxergar um adolescente hoje com os mesmos olhos que nossos pais e mestres nos enxergavam trinta ou quarenta anos atrás.
Muita coisa mudou, e independentemente de acharmos que foi para melhor ou para pior, torna-se perda de tempo termos atitudes de avestruzes, construindo castelos no ar e imaginando que as crianças de hoje morarão nele. Isso só faz aumentar a distância entre o mundo real e o que idealizamos ou mesmo entre o mundo real e o que achamos que ainda existe. E na minha opinião, que não sou especialista em educação, sou apenas pai, acho que essas situações vão mostrando a nossas crianças que é assim mesmo, existe o mundo real, onde habitamos, nos comunicamos (de todo o jeito e ao mesmo tempo, através de todas as formas possíveis e imagináveis, cada vez mais e cada vez ao mesmo tempo) e existe o mundo pensado na teoria, onde é cada coisa a seu tempo, cada coisa no seu lugar, onde se pede a licença para falar levantando-se a mão, onde somos preparados para responder e não para questionar (apesar que depois de adultos somos cobrados exatamente pela nossa capacidade de questionar e por fazer várias coisas ao mesmo tempo, e tudo cada vez mais rápido e com mais qualidade).
Se queremos nos aproximar mais da escola, é fundamental que nesse ambiente se reflitam situações reais e que expressem o mundo atualmente, não aquele idealizado em nossas cabeças e nos livros. Sob pena de continuarmos pregando no deserto com relação ao que devemos e não devemos fazer, em se tratando de comunicação e de jovens.

domingo, junho 03, 2007

Crimes na Internet


Está para ser votado o projeto de lei, redigido pelo senador do PSDB mineiro, Eduardo Azeredo, que tipifica os crimes cometidos pela Internet. Nesse projeto existe a obrigatoriedade de se manter um arquivo, por até três anos, das conexões realizadas por cada internauta, ou seja, a informação de quem fez o acesso a Internet, por determinado período de tempo.
Para se ter uma idéia da polêmica criada por essa lei, o maior provedor da Alemanha a T-online, foi obrigado pela justiça, a apagar o arquivo que continha exatamente as mesmas informações que se quer colocar na lei brasileira. A justiça Alemã entendeu que se tratava de invasão de privacidade.
Existe uma discussão mundial (Convenção de Budapeste), sobre como conseguiremos transformar a Internet em um lugar mais seguro para freqüentarmos. Pode-se imaginar o tamanho do desafio, pois se tratam de representantes das principais nações do mundo, discutindo simultaneamente, com todas as diferenças políticas, econômicas e culturais que cada nação traz. Não temos como esperar portanto uma legislação convergente, em âmbito mundial, em um curto espaço de tempo. Até que esse acordo mundial ocorra, cada país continuará fazendo as suas legislações específicas, como achar mais conveniente, o que deixa a solução mais complexa, pois um internauta americano que acesse alguma página no Brasil, certamente não trará registro de acesso, pois em seu país essa lei não existe, então a lei servirá apenas para brasileiros que acessarem a Internet, de dentro do Brasil, digo de dentro do Brasil porque existem vários programas que simulam uma conexão vinda de fora, que obviamente não se submeterá à restrição, ou seja, alguém mal intencionado terá acesso a ferramentas que burlem essa regra que estamos estipulando no projeto de lei em análise. Ora qual a serventia de uma regra que não serve para todos?
Existe uma questão em jogo, que é se conseguiremos de fato tornar a Internet um lugar seguro, e supondo que passe a ser um lugar seguro, se alguém vai querer entrar nela novamente após se tornar segura, tamanha serão as amarrações que teremos que fazer para que tal situação aconteça!