domingo, abril 24, 2011

Estamos mesmo preparando nossas crianças?



Na escola de meus filhos, uma escola de metodologia contemporânea e alinhada a vários preceitos atuais de educação, não é permitido levar aparelhos celulares para a escola, e estes, se forem levados devem permanecer desligados, pois acaso algum incauto permita que um destes diabólicos aparelhos toque durante uma aula, é o fim do mundo!
Na escola de minhas sobrinhas, mais tradicional e purista, os limites não são diferentes, havendo mesmo professores que se refiram ao dito aparelho como “isto” acompanhado de muxoxô de pouco caso, tamanho é o desrespeito devotado ao aparelho celular naquela instituição.
Também acredito que seja um desrespeito, celulares tocarem e, principalmente serem atendidos durante almoços, em reuniões, nos cinemas, teatros e shows, mas será que conseguiremos educar nossas crianças a serem mais responsáveis e utilizarem melhor estas tecnologias proibindo-as de utiliarem seus aparelhos? Sem falar da pouca serventia destas políticas aplicadas nas escolas, caso as crianças vejam seus pais atendendo celulares no meio de uma sessão de cinema ao lado delas. Seria um disparate.
Acho que devemos repensar alguns conceitos e práticas, pois se por um lado caminhamos para termos conteúdos mais diversos e com experiências cada vez mais interativas através de mídias digitais (e algumas destas mídias pouco ou nada diferem de aparelhos celulares mais desenvolvidos) por outro precisamos de professores melhor preparados para desenvolverem melhor nossas crianças e torná-las mais preparadas para um mundo onde cada vez se exige mais da interação entre as pessoas e da capacidade de utilizarmos as ferramentas mais avançadas (manuais, sociais e/ou eletrônicas) e, francamente, nenhuma destas tendências combina com proibirmos crianças de andarem com aparelhos celulares. Muito pelo contrário, deveríamos estimulá-las a desenvolverem hábitos sadios e utilizarem normalmente todas as facilidades que tivessem ao seu alcance. Ou seria pedir muito?

domingo, abril 17, 2011

Cardápio digital, garçom digital, comida digital?


Temos um restaurante em nossa cidade, que sempre investiu em inovação, da arquitetura à montagem dos pratos. Lembro-me que há anos oferecem a escolha da sobremesa em menus digitais, muito semelhantes aos displays de fotos digitais. Estando antenados ao que acontecia no cenário tecnológico, era natural que partissem para os menus interativos, com o advento dos tablets, e no ano passado, assim que chegaram os primeiros iPads no mercado, passamos a escolher as refeições pelos equipamentos, que fazem as vezes dos cardápios. Uma empresa de Curitiba desenvolveu um sistema especial para tablets (Sophia) que tanto mostra as especialidades da casa, como dá sugestões de vinhos, que combinam com determinados pratos, vídeos sobre a região das uvas, ou do preparo dos pratos, mensagens do Chef, ou seja uma infinidade de informações para melhorar a experiência dos clientes. O restaurante Nood especializado em comida asiática, presente no Brasil, Portugal e Espanha já utiliza um sistema de tablet que fica fixado à mesa, neste sistema o cliente escolhe e já ordena sua preferência à cozinha, e ao longo da refeição, pode acompanhar o custo das comidas e bebidas. O Garçom neste caso apenas leva as comidas à mesa e recebe o pagamento (logo o pagamento que é o mais fácil de ser automatizado). É claro que sobrou para o Garçom que já vê seu papel ameaçado.

Mas e aquele garçom especial que você tanto gosta? Que sabe seu nome, a sua marca de cerveja preferida? Que brinca com seus filhos e família, toda vez que você vai ao seu restaurante ou barzinho predileto? Espero que desenvolvam uma facilidade neste sistema, para que possamos chamar o garçom para conversarmos, sempre que quisermos...sem falar no risco de pedirmos um filét mal passado e após recebermos uma macarronada sermos informados que um vírus invadiu o sistema :-P

quarta-feira, abril 13, 2011

Vou investir em tinta...


Como toda criança, eu também adorava brincar com lanternas, e como naquele tempo não haviam lanternas de LED nem pilhas alcalinas, dá para se ter uma idéia que minha brincadeira não durava muito tempo, obrigando meus pais a comprarem muitas pilhas e com uma frequencia maior do que eles gostariam. Por vezes ouvia meu pai comentar, que no futuro as lanternas seriam gratuitas e se cobrariam somente pelas pilhas. Na minha cabeça, essa afirmação não fazia sentido, pois achava as lanternas muito mais divertidas do que as pilhas... Pois bem, passaram-se bem uns quarenta anos, estou neste momento pintando minha casa, e como meu pai (acho que isso é mal de pais) faço minhas contas e chego a conclusão que a tinta que uso para pintar a casa é muito cara, uma tinta de primeira linha não sai a menos do que R$ 150,00 a lata de 18 litros, e enquanto calculo quanto tinta gastarei para pintar a casa, minha filha entra no escritório e reclama que a tinta da impressora acabou, neste momento cai a ficha, a tinta da impressora é 672 vezes mais cara que a melhor tinta latex do mercado. Tomando-se como base que um cartucho de tinta original de 5 ml custa R$ 28,00 (existem opções mais caras), só para se ter uma idéia, a lata de 18 litros de tinta de impressora custaria a bagatela de R$ 100.800,00, supondo que eu gastasse umas dez latas de tinta para pintar minha casa, caso o fizesse com tinta de impressora, eu investiria R$ 1.008.000,00, ou seja ficaria mais caro do que o valor de minha casa! Comecei a entender o que dizia meu pai, sem dúvida as impressoras poderiam ser dadas, ficando as empresas do setor somente com os lucros oriundos da venda de cartuchos. Isso só não ocorre ainda, porque como tudo na vida, existem os piratas e empresas de cartuchos “genéricos”, que obviamente perceberam o filão criado por esta indústria e passaram a participar do rentável mercado de tintas de impressora, como a margem é muito alta, há espaço para todos. Não sei se meus investimentos futuros serão em ações, em ouro ou em tintas de impressora :-)

terça-feira, abril 05, 2011

Tudo está nas nuvens...


Esta bem que podia ser uma manchete de alguma coluna de algum ecomomista, e ‘tudo está nas nuvens’ poderia significar que tudo está caro, ou com os preços nas alturas (o que não seria de todo mentira...), mas aqui significa outra coisa. Trata-se da cloudmania, onde colocamos tudo na nuvem, ou seja virtualizamos a infra-estrutura que suporta diversos serviços, e oferecemos estes mesmos serviços por valores mais baixos, ou mesmo gratuitos. A Amazon lançou seu novo serviço de hospedagem de músicas, onde é possível reservar até 20Gbytes de memória, para guardar seus playlists, e ouvir onde você quiser, no momento que você quiser, e sem risco de perder suas músicas favoritas. O Google informou que já trabalha em um serviço semelhante, e alerta seu concorrente que terá mais vantagens ainda, mais espaço e de graça! Bem os servidores de e-mail, há muito tornaram-se virtuais (acho que já nasceram na nuvem), hospedagem de páginas de internet também está em máquinas virtuais, hospedadas em Data Centers, em algum lugar do planeta. Vídeos já encontram-se armazenados da mesma forma. Meu dinheiro deve ser virtual também (não porque acaba rápido ou porque ninguém nunca viu) mas porque manuseio algo em torno de 20% do meu salário em espécie (papel moeda) o resto é transação eletrônica, débito em conta, cartão de débito ou de crédito :-(.

Livros estão cada vez mais virtuais, namoros e amizades também, jornais, aulas, alunos, reuniões, caramba ninguém mais está a salvo? E você, ainda esta aí? Ou também é virtual?