quinta-feira, dezembro 27, 2007

PC invisível


Leio muito a respeito de futurologia, pois é uma área que me interessa muito e serve de base para meus textos, que normalmente fazem menção a esse tema. Foi numa dessas andanças que me deparei com um texto do senhor Jean Paul Jacob, cientista emérito da IBM na Califórnia – EUA e professor em Berkeley.
Em uma entrevista para o IDGnow (http://idgnow.uol.com.br/10anos/podcast/) Jean Paul afirmou que enxerga o fim dos PCs como os conhecemos até então, e decretou a era do PC invisível. Confesso que, em meio a uma discussão imensa sobre inclusão digital, ouvir falar do fim do PC me deixou no mínimo curioso. A idéia do PC invisível é aquela máquina que não vemos, mas que cada vez mais freqüenta nossas vidas, no painel de nossos carros, nas máquinas que estão em nossa casa (fornos de micro ondas, máquinas de lavar, DVD players e gravadores de DVD, TVs e etc.). Nessas situações torna-se cada vez mais comum a tecnologia que dizemos “embarcada”, pois está presente mas não pode ser dissociada do equipamento em si.
Se por um lado começa a crescer o PC invisível, por outro já se enxerga a diminuição da popularidade do PC como conhecemos hoje, ou seja, composto de CPU, teclado, mouse e monitor, isso em decorrência de que sua interface para comunicar-se conosco humanos, não é natural e sim através de teclado e mouse. O uso de teclado já está tão difundido (nunca pensei que com o PC ao invés de ser o fim dos cursos de datilografia, todos teriam que aprender como datilografar, ou melhor, digitar) que não costumamos pensar que isso não é nossa forma tradicional de comunicação, mas temos que admitir que seria muito mais confortável falar com a máquina do que ter que ficar digitando. Ao invés de estar digitando esse texto, eu poderia estar ditando-o e observando o efeito estético na tela, que já teria um software mais avançado do que os atualmente disponíveis, para ir fazendo as correções mais indicadas para que o texto fizesse sentido, pois normalmente não estruturamos tão bem o pensamento quando falamos, se comparado ao que fazemos quando escrevemos.
Outra previsão do cientista da IBM é que caminhamos inexoravelmente para a substituição do teclado e mouse, pela tela sensitiva (o Surface da Microsoft já é um exemplo disso), nesse dispositivo passaríamos a mão diretamente sobre uma grande tela e escolheríamos as ações (abertura de arquivos, escrita, desenhos, planilhas e navegação por exemplo) através do contato de nossas mãos com uma tela sensível ao toque. Para terem uma idéia disso basta assistir ao filme Minority Report do renomado Spielberg, onde nosso herói Tom Cruise pesquisa seus arquivos através de grandes painéis suspensos no ar, de forma virtual, aliás o senhor Jean Paul Jacob foi consultor de Steven Spielberg na construção dessa realidade virtual do futuro. Bom filme!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Telemig, Claro, CTBC e Oi arrematam licenças de 3G no Triângulo Mineiro


BRASÍLIA (Valor Online - 19/12/2007 21:22) As operadoras Telemig, Claro, CTBC e Oi arremataram as licenças para a oferta do serviço de terceira geração de telefonia móvel (3G) em 57 municípios do interior de Minas Gerais. As quatro operadoras levaram as licenças para a região durante leilão que ocorreu hoje na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília.
As licenças para as faixas de 10 Mhz, cujo preço mínimo era de R$ 11,19 milhões, foram arrematadas por Telemig, CTBC e Oi. Dona da maior proposta, a Oi se dispôs a pagar R$ 24,39 milhões, com ágio de 117,85%. A CTBC ofereceu R$ 22,5 milhões, com ágio de 101%, enquanto a Telemig se propôs a desembolsar R$ 15,23 milhões, com ágio de 36,02%.
Já a faixa de 15 Mhz, de maior capacidade de transmissão, acabou ficando com a Claro, que ofereceu R$ 28,738 milhões pela licença, com ágio de 71,11% sobre o preço mínimo estabelecido, de R$ 16,79 milhões.
Ao todo, o leilão para essa região movimentou R$ 90,86 milhões, valor que supera em 80,3% o preço mínimo estabelecido.
Desde o começo do leilão, com a licitação de sete áreas organizadas em cinco lotes, o governo arrecadou um total de R$ 5,118 bilhões com as licenças. Esse montante representa um ágio médio de 89,5% sobre o preço mínimo de todas as concessões envolvidas, que era de R$ 2,7 bilhões.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Big Brother


A partir de 2008 os automóveis de São Paulo receberão um chip de RFID (Identificação por Rádio Freqüência), onde constarão o número do chassi, registro de licenciamento, nome do proprietário, endereço e etc. Também serão instaladas 2.500 antenas na cidade, de forma que se tenha uma boa cobertura de sinal, assim será possível identificar se um automóvel está se deslocando em dias e horários permitidos (sistema de rodízio que é utilizado em São Paulo para melhorar o trânsito) sem que se dependa de um guarda de trânsito que supervisione, o que permitirá o monitoramento de todos os carros em circulação, sem exceção. Poderemos averiguar se os documentos estão em ordem, se existem taxas a serem pagas (multas, licenciamento ou IPVA, por exemplo), também será possível a verificação de velocidades e se o veículo está trafegando nas pistas adequadas. Esse sistema deverá permitir uma melhor adequação do trânsito em São Paulo, cidade onde isso é mais necessário, mas a lei é nacional, e todas as cidades do Brasil deverão se adaptar.
Apesar dos benefícios de tal sistema, ficamos a matutar a respeito do efeito “Big Brother”, ou seja, estaremos sendo monitorados o tempo todo, para qualquer lugar que nos desloquemos com nosso veículo. Já tínhamos o aparelho celular que em várias situações permite a mesma funcionalidade de localização. Percebo que algumas crianças na escola de minha filha já utilizam sistemas de rastreamento pessoais, que permite aos pais, saberem onde elas estão, também nossos veículos agora terão dispositivo semelhante. Por uma questão de segurança, alguns veículos recebem um rastreador, que permite que seja averiguada a posição exata do veículo pela Internet. Será que no futuro não teremos mais nenhuma privacidade? Já li vários artigos citando o chip pessoal, que seria um substituto do RG, as pessoas receberiam um sistema de RFID quando nascessem, que as acompanharia pelo resto de suas vidas, e com isso seria possível identificar imediatamente cada indivíduo, não sendo mais necessário a utilização de outros documentos. Em que pese a praticidade de todos esses dispositivos, acho que é inevitável que apareça um sentimento de invasão de privacidade, estaríamos o tempo todo sendo observados por sistemas rastreadores, ou câmeras, que cada dia se multiplicam mais em nossas cidades. Será que algum dia, antes de nos dizerem bom dia, alguém nos apontará um leitor de código de barra? Espero que até lá, tenhamos desenvolvido o bom senso necessário a uma vida mais equilibrada e mais segura.

terça-feira, dezembro 11, 2007

O fim de todo pai "moderno"

E por falar em tecnologia (já que falamos nisso o tempo todo.....) o fim de todo pai moderno é ir parar no YouTube, por obra e graça de seu filho :-) (http://www.youtube.com/watch?v=7J6NGH8Hu5I).

Divirtam-se com os momentos fotografados e montados pelo meu filho Luck.

O preço da desonestidade


Quando eu era criança e assistia aos filmes e seriados americanos na TV, sempre me chamava a atenção algumas características que eram mostradas, que nunca havia visto de forma semelhante aqui no Brasil como, por exemplo, o fato dos americanos nunca trancarem as portas de suas casas, ou deixarem os carros abertos (até porque vários carros são conversíveis), isso sem falar naquelas caixas de vidro que ficavam em estações de trem ou mesmo na calçada com os jornais do dia, e o cidadão colocando uma moeda abria a tampa e pegava apenas o seu jornal, apesar de ter acesso a quantos jornais quisesse.
Recebi um texto de meu irmão, citando o caso da França, onde bicicletas podem ser alugadas por ano (custam algo em torno de uma centena de Euros) para deslocamentos entre uma estação de metrô e uma estação de trem ou universidade. Para tanto basta pagar-se uma anuidade e tem-se à disposição uma bicicleta ao lado da estação de metro, que pode ser retirada sem qualquer burocracia, e deixada próxima ao destino de interesse, e o melhor de tudo é que não ocorrem roubos e nem vandalismos. Estive em Barcelona e vi que lá o sistema é mais avançado ainda, pois a bicicleta possui GPS onde é calculado, automaticamente, a distância percorrida e então basta ter um cartão de crédito cadastrado e usar normalmente a bicicleta, que os custos são debitados, de acordo com a distância percorrida, diretamente no seu cartão de crédito.
Quando estive em uma estação de metrô na Alemanha distraidamente me percebi na plataforma de acesso aos trens, sem haver pago por minha passagem ou comprado bilhete, pois lá não existem catracas, o bilhete deve ser comprado em máquinas de auto-atendimento, e guardado no bolso para que, caso algum inspetor entre no trem, ela seja apresentada. Em uma semana que estive andando nesse sistema de trens, nunca vi esses tais inspetores, pelo que deduzi que devem ser raras essas aparições.
Que bom seria se pudéssemos contar com a mesma honestidade em nosso país não? Poder abrir mão dos vários e vários controles de segurança que carregamos pela vida afora aqui no Brasil, e junto com eles, os bilhões de reais que são gastos tentando-se evitar as fraudes e a ação dos mais “espertos” que insistem em não pagar impostos, furarem filas, trafegarem pelos acostamentos, andarem de ônibus sem pagar e que compram e não pagam. Quanta coisa útil poderia ser feita, com o dinheiro que é gasto nessas tentativas de se evitar a desonestidade.

domingo, dezembro 02, 2007

Estamos mirando no alvo correto?


Caso os fabricantes nacionais não voltem atrás na informação de que os conversores do novo padrão de TV digital brasileira o (SBTVD) custarão 750 reais, o governo já avisou que estimulará a importação, como forma de forçar o preço almejado de 250 reais.
E vejam que quem investir os citados 750 reais adquirindo um conversor acabará por pagar mais do que eventualmente pagou em uma TV de 29 polegadas. Visto por esse ângulo então o Governo está certo em forçar uma redução do preço dos conversores? Errado de novo. Se pensarmos assim, como estimularíamos a produção dos conversores se no início, por falta de escala de fabricação, as empresas não tivessem lucro? Por outro lado se para viabilizar a fabricação necessitaremos pagar mais pelo conversor do que pela TV, então eventualmente não faça sentido fazermos a mudança do sistema agora? Bingo!
Isso sem falar que depois de adquirir uma TV novinha, e ainda ter de desembolsar mais o valor do conversor, ao chegar em casa o conteúdo vai ser o mesmo que vemos atualmente na nossa TV analógica, e com a mesma qualidade, pois utilizando o conversor não podemos aumentar a qualidade da TV que já existe em nossa casa. Somente será possível a percepção de melhora de qualidade para quem trocar seu aparelho televisor por um modelo já preparado para o novo sistema, e nesse caso serão necessários mais economias do que as previstas aqui na aquisição do conversor.
Agora se pensarmos nas necessidades do nosso Brasil, e do que poderíamos fazer com o que foi investido na discussão, pesquisa de padrão, consultoria, propaganda e lobby para que tivéssemos a escolha do modelo japonês de TV digital, talvez chegássemos a conclusão que foi um mal investimento, poderíamos ter feito mais através do investimento em conteúdo adequado à melhora das condições de ensino de milhões de crianças em idade escolar. Quando vemos que as poucas opções de canais educacionais e culturais que nossa TV aberta disponibiliza mal se equilibram nas pernas e têm seu equilíbrio financeiro abalado todo fim de mês, ficamos na dúvida se seria mesmo a hora de investirmos na tecnologia mais avançada do mundo para vermos a novela das oito, como sempre vimos, ou que senão poderíamos investir parte desse valor em alguns programas de reconhecido valor educacional.

terça-feira, novembro 27, 2007

no e-mail day


Várias empresas adotam o casual day na sexta-feira, dia em que todos os funcionários deixam o terno e a gravata em casa, e vão trabalhar em roupas mais casuais. De forma semelhante, algumas empresas vem atualmente adotando o no e-mail day, que é o dia da semana onde o e-mail é evitado e todos os problemas do dia são resolvidos pessoalmente pelos funcionários da empresa.
Confesso que, apesar da tentação de adotar tal prática semanal, sempre acabo deixando para a semana que vem, receando os efeitos nefastos que um dia sem e-mail possa causar em minha vida profissional.
Bem essa foi a situação até a última segunda-feira, onde por problemas em nosso sistema de correio corporativo, ficamos sem e-mail praticamente o dia todo. A princípio o dia parecia que seria um caos, pois ninguém se lembrava de suas agendas, principalmente em uma segunda-feira que sucede um bom e merecido final de semana, onde as atividades do dia-a-dia corporativo ficam mais distantes. Mas não é que sobrevivemos?
É claro que houve vários impactos na operação da empresa, pois várias situações oficiais são suportadas por documentos enviados através desse meio, mas por outro lado, todos aqueles correios não tão importantes, que costumam lotar nossa caixa de correio, não vieram e, portanto não precisaram ser lidos e sumariamente descartados, o que sempre merece um tempo considerável de nosso dia.
Também não houve aquela frustração de, ao chegar a um final de dia repleto de reuniões, sentar frente a seu micro-computador e observar estarrecido a quantidade de e-mails recebidos ao longo do dia. Isso para não citar os e-mails com arquivos enormes anexados.
E é interessante de se observar que, apesar dos tropeços causados pela falta de agenda de todos os funcionários da empresa nesse dia, conseguimos resolver ou encaminhar todos os problemas que pretendíamos. Sabe aquela vontade de enviar um correio eletrônico para sugerir que alguém atentasse para determinado problema? Pois bem, ao invés de fazermos isso, fomos obrigados a telefonar ou mesmo nos dirigirmos à mesa desse colega e apresentar-lhe o problema, e apesar da sensação de perda de produtividade pela falta da ferramenta, ao final do dia notamos que o dia foi muito produtivo...

segunda-feira, novembro 19, 2007

Um prêmio de US $ 10 milhões



O Google está oferecendo prêmios que totalizam US$ 10 milhões aos melhores softwares que forem desenvolvidos em sua plataforma aberta, o Android. É uma iniciativa da Open Handset Alliance (OHA), entidade internacional liderada pelo Google e formada por empresas como Intel, Motorola, Qualcomm e Telefônica (http://code.google.com/android/adc.html).
Essa é uma maneira criativa e barata de desenvolver produtos em um novo mundo. O que se fazia anteriormente por meio de altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e com equipes internas, faz-se agora com plataformas de software abertas, com desenvolvedores independentes e externos à empresa, e custos muitíssimos mais baixos, e por vezes o custo do desenvolvimento ainda pode ser considerado como investimento em divulgação, como é o caso desse concurso lançado pelo Google, já que provoca grande alvoroço no meio dos analistas e programadores, pois além do valor considerável da premiação, ainda existe o sonho de ter um programa aproveitado por empresas que o utilizarão mundialmente.
Os desenvolvimentos podem ser para redes sociais, localização, auxílio médico, compartilhamento de arquivos, games, monitoramento de doenças, enfim uma série de aplicativos que possam dar uma nova dimensão em termos de funcionalidade aos aparelhos celulares.
Estamos vivendo a era das alianças globais, já víamos a aliança da Apple com operadoras de telefonia celular no mundo todo para o lançamento do Iphone, e agora vemos a aliança de uma empresa bilionária, que começou como um simples site de busca com uma fabricante de aparelhos celulares, uma operadora de telecomunicações e fornecedoras de tecnologia embarcada para celulares. Através dessas alianças obtêm-se diferencial competitivo, com baixo custo e baixo risco, haja vista que os investimentos são compartilhados.
A forma do desenvolvimento também evoluiu, passou a se dar através de iniciativas de comunidades de desenvolvimento, que são estimuladas através de incubadoras, parcerias de empresas com universidades ou mesmo com desenvolvedores independentes.
O investimento em P&D vem sendo feito através de plataformas abertas, que são disponibilizadas à comunidade, para que de forma descentralizada e rica, se obtenha as mais inovadoras soluções.

domingo, novembro 11, 2007

Um novo modelo de propaganda


As predições erradas, proferidas por personalidades de peso na indústria, são famosas pelos erros retumbantes que colecionam, nesse sentido tivemos as célebres afirmações de que o cinema falado não atrairia ninguém e que as pessoas continuariam preferindo o cinema mudo, também tivemos a afirmação que não havia mercado para mais que uma centena de computadores pessoais, pois ninguém almejaria ter um PC em casa, houve até quem afirmasse que a Internet era uma moda passageira. Normalmente essas afirmações advêm de líderes de segmentos afetados pela novidade, é como se fosse uma ode contrária à inovação, enxergando uma possibilidade de dar mais alguns anos para negócios que começam a naufragar, ao invés de re-inventar esses mesmos negócios de forma radicalmente nova.
Agora é a vez da propaganda. Na semana passada vimos uma propaganda nas páginas da revista Veja dizendo que a mídia tradicional vai “bem obrigado” e que enganam-se os que pensam o contrário. A leitura que faço é que quando começamos a ver esses sinais explícitos de reação, o que ocorre é exatamente o contrário, na realidade existe uma crença que os meios de divulgação (ou mídia) estão mudando rapidamente, e que ninguém está muito certo do que deve ser feito, o que incomoda sobremaneira os líderes atuais desse mercado.
A consultoria Accenture divulgou resultado de pesquisa nessa semana, realizada com 70 presidentes de empresas, onde concluem que os anúncios em TV aberta e a cabo, que hoje representam 45% do investimento em propaganda, devem cair dramaticamente nos próximos anos. A Internet deverá atingir até 2011 o montante de US$ 44 bilhões em verbas de propaganda, mais da metade do total investido em todas as mídias atuais.
A aposta da consultoria é que a banda larga deverá ser o carro chefe da propaganda digital (22%) seguida de perto pela publicidade via Internet (21%) e celulares (11%). Esse último veículo é até o momento totalmente desconhecido no campo da publicidade, mas sabemos que temos o dobro de aparelhos celulares no Brasil (110 milhões) do que televisores (50 milhões).
E sabem porque está acontecendo essa revolução? Pelo simples fato de que o consumidor está mudando! Os adolescentes de hoje dedicam mais tempo a Internet do que a televisão, então continuar investindo nos meios tradicionais de mídia é remar contra a corrente.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Mente Terceirizada


Um amigo enviou-me um artigo do David Brooks, colunista do New York Times, que falava sobre a mente terceirizada, ou seja, sobre as tarefas corriqueiras às quais costumávamos nos dedicar, e que agora deixamos por conta de nossos acessórios tecnológicos, como calculadoras, GPS, agendas do celular, computadores e outros tantos equipamentos que povoam nosso dia a dia.
De forma divertida ele narra uma grande dependência do GPS instalado no seu carro, recorrendo a esse equipamento para ir a qualquer destino, chegando a errar propositadamente o caminho, apenas para ver as novas opções que lhe são dadas pelo sistema.
De forma análoga, nós também já não recorremos mais à nossa agenda de telefones, que ficava sobre o móvel, ao lado do aparelho telefônico, por vários motivos: primeiro porque a quantidade de telefones que temos que anotar aumentou em muito, lembrem-se que há dez anos atrás o Brasil não possuía mais que trinta milhões de telefones e hoje possui mais de cento e cinqüenta milhões, outro motivo que nos inibe a anotarmos os números em uma agenda escrita é a freqüência com que se muda de número telefônico, o que no passado era impensável, no máximo colocávamos um “oito” ou um “sete” à frente do número antigo, que já pertencia a família por mais de trinta anos e por fim, mas não menos importante, não telefonamos mais em pé, ao lado do telefone fixo, fazemos isso cada vez mais com mobilidade, em qualquer lugar que estivermos, o que nos leva a termos uma agenda móvel, que é a própria agenda do nosso celular, que já contém além dos telefones, também as datas de aniversários e endereços de e-mail.
Trata-se de aumentarmos em muito nossa dependência com as inovações tecnológicas? Sem dúvida que sim, mas acho que é por um bom motivo, pois deixamos tarefas menores para serem executadas por nossos assessores tecnológicos e dedicamo-nos ao mais nobre, que é viver nossa vida da melhor maneira possível, sem termos que levar conosco a preocupação de lembrarmos um quilo de endereços, datas, telefones e mais uma série de informações que não agregam nada além da própria informação em si.

domingo, outubro 28, 2007

Legal ilegal


Quem me conhece pessoalmente ou acompanha meus textos sabe de minhas convicções relativas ao que não é legal, como pirataria, contrabando e etc. Talvez eu seja uma das poucas pessoas que ainda adquire CDs e DVDs em lojas e sites especializados, pagando normalmente pelos mesmos e quando baixo músicas da Internet, o faço através do site http://www.esom.com.br/, pagando pelas músicas que adquiro.
Na semana passada me preparava para receber meu N95 da Nokia, um super aparelho, já preparado para terceira geração, com tecnologia Wi-Fi e preparado para navegação GPS (por satélite), pelo qual paguei mil e setecentos reais, quando um amigo me mostrou um Iphone recém comprado pelo mercado livre totalmente desbloqueado e com menus em português. O Iphone foi lançado primeiramente nos EUA e com a política de sempre estar disponível apenas em uma única operadora por país.
Essa foi a resposta do mercado a uma política da Apple totalmente contrária ao que estamos vivendo no mundo atualmente, onde tudo é disponível o tempo todo para quem quiser adquirir. Como então fazer o lançamento de um produto bloqueado para as demais operadoras, com uma política de exclusividade em todos os países? O que assistimos foi uma corrida intensa para que se conseguisse quebrar o código do iphone, e com o tempo foram quebrando um a um, cada um dos sistemas deste aparelho, e atualmente seu código esta na Internet, para que todos possam utilizá-lo.
Não estou aqui fazendo uma apologia a que saiamos adquirindo tudo que quisermos, sem pagar impostos, nem tampouco respeitando direitos autorias, mas também não dá para entender uma empresa mundial e globalizada como a Apple, que lança um produto com uma estratégia totalmente inconsistente com a era da informação e da conectividade que ora vivemos.
Atualmente qualquer ação de qualquer empresa é imediatamente notada, comentada e discutida imediatamente no mundo inteiro após a sua consecução, e quando na opinião do mercado essa ação é inadequada, começa uma reação em cadeia que tem o poder de atravessar o mundo em questão de horas. A pergunta que não quer calar é se a Apple, sabendo disso, aproveitou-se do fato para causar maior impacto no lançamento de seu produto, ou simplesmente ignorou o poder do mercado.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Interessa a conversa e não o meio


Quando era adolescente, havia uma esquina no condomínio onde morava, que era o ponto de encontro com meus amigos. Quando saíamos de casa, bastava irmos para aquela esquina para encontrar os colegas e poder trocar idéias, falar de nosso dia a dia, das namoradas que tínhamos ou das que não tínhamos, combinar as festas que faríamos, falar de nossos desejos e frustrações. Do outro lado da rua, existe até hoje uma padaria, que era o ponto de encontro dos adultos daquele bairro, onde por vezes se ia após um dia inteiro de trabalho, conversava-se muito, e ao final voltava-se para casa, às vezes até esquecendo-se de levar o pão para o jantar!
Certamente todos nós temos na memória lugares ou situações, que eram referências para gostosos bate-papos, alguns perduram até os dias de hoje.
Eu conversava com um aluno nesse final de semana, e ele me lembrava como era a vida dos rádio-amadores, que colecionavam contatos distantes, sendo um de seus objetivos conseguir falar com alguém o mais distante possível, se fosse do outro lado do mundo, melhor ainda. Essas incursões podiam ser premiadas depois com um cartão postal que comprovava o feito. Outro amigo me contou inclusive que utilizava código Morse via satélite, para se comunicar com o mundo todo. Confesso até que meu primeiro carro tinha um rádio PX, mas que tive que deixar de utilizar pois interferia tanto nos sinais de TV de meus vizinhos, que acabaria sendo linchado por eles.
Encaro as conversas de esquina, de padarias, no pátio da escola e de rádio-amador da mesma forma que as conversas via Internet (Messenger, e-mails, salas de bate-papo, redes sociais, etc). Na realidade a Internet apenas deixou essas possibilidades de comunicação mais acessíveis, uma vez que não depende das condições atmosféricas para a propagação do sinal de rádio, sem mencionar que é muito mais fácil nos comunicarmos com países do mundo inteiro através da escrita do que da falada.
A idéia aqui é que nos comunicamos mais na atual era da Internet, pois a mesma trouxe-nos novas oportunidades, no entanto o que sempre nos guiou foi a necessidade de comunicação em si, e não a maneira pela qual nos comunicávamos. Isso deixa para a Internet, uma classificação muito mais de fenômeno social, do que tecnológico. Bom seria que a segurança dos dias atuais continuasse permitindo as gostosas conversas de esquina, onde além de trocarmos idéias, ainda aproveitávamos para viver o espaço urbano, fora de nossas casas, atividade essa cada vez mais rara hoje em dia.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Planejado ou ao acaso?


Estive na Amana Key (http://www.amanakey.com.br/) no final de semana passado. A Amana é minha referência absoluta de inovação em gestão. Estudamos duas personalidades que trabalham com o futuro, um deles, Bruce Mau, disse que o processo é mais importante que o resultado, pois quando o resultado conduz o processo somente iremos para onde já estivemos, ou seja, não pode haver inovação!
À primeira vista essa afirmação muito me incomodou, pois ficou a percepção de que fazemos algumas coisas, só por fazer, sem objetivo direto e concreto, o que poderia ser classificado facilmente como perda de tempo. Esse pensamento cartesiano foi abandonado quando lembrei de algumas inovações e rupturas que surgiram nos últimos anos, onde podemos notar claramente que o resultado obtido foi obra do acaso e não fruto de forte planejamento. É o caso do Youtube, que foi criado para compartilhamento de fotos e vídeos com os amigos, e acabou virando um fenômeno de utilização. A própria Internet tinha objetivos militares e de segurança na comunicação quando foi criada, visava disponibilizar um sistema de comunicação por computadores que resistisse a um desastre e perda de parte da rede, sem que perdesse a capacidade de se comunicar – estava criada a Arpanet, avó da Internet. E assim ocorre com tantos outros produtos e serviços que são criados para um determinado objetivo e acabam servindo a outro objetivo totalmente distinto, que acaba por lhes promover o uso.
É fácil de imaginar que, quanto mais ruptura for provocada no processo de inovação, maior é a possibilidade de que tenha sido inventada “sem querer” o que, de forma alguma desqualifica a inovação ou deve ser motivo de demérito, pois as inovações devem ser mensuradas com base nos benefícios que trazem e no ineditismo de suas soluções e não pelo processo ao qual se submeteram.
Mesmo assim é inevitável que vejamos inúmeros comentários tecidos a respeito do processo de inovação de algumas soluções. Ora o processo somente passa a ser metodológico depois de estabelecido como sucesso. É o caso da Microsoft, da HP e de tantas outras inovações que nasceram literalmente nas garagens de bairros de subúrbio, e que depois de consolidadas como sucessos absolutos, passam por processos rigorosos para novas especificações e melhorias, mas que a meu ver, já não se tratam mais de inovações, senão de melhorias no que já foi uma inovação no passado...

segunda-feira, outubro 08, 2007

TV Digital ou IPTV?


Tenho conversado com alguns amigos que se dizem desapontados após adquirirem uma TV de Plasma ou de LCD, pois descobrem que a qualidade da imagem é praticamente a mesma que viam na TV convencional de tubo, com o inconveniente de que por ser em dimensões diferentes (wide 16:9) ou vemos a imagem distorcida para que caiba na tela inteira, ou ficamos com uma imagem menor do que o tamanho da tela. Na realidade para aproveitarmos a boa qualidade de uma TV digital, devemos ter alta qualidade de imagem também na geração, assim é necessário que o DVD que pretendemos assistir também tenha alta qualidade de imagem, Blue Ray, por exemplo, ou então que usemos uma conversor.
Ao final desse ano, em São Paulo, teremos a TV digital sendo transmitida por sinal aberto (antenas), poderemos então experimentar melhor qualidade de imagem. Nesse momento provavelmente o que nos incomodará será a qualidade do conteúdo...mas aí já são outros quinhentos.
Por outro lado, já temos muito conteúdo digital de imagem sendo transmitido através do protocolo IP, com a vantagem que não existe limite de distância para as transmissões, pois os sinais não são transmitidos por antenas, mas através da Internet. E com o acréscimo das velocidades dos acessos, a qualidade de imagem se aproxima rapidamente da qualidade que estamos acostumados a experimentar na nossa TV. Com isso notamos outro fato interessante que é o fato de nossa disponibilidade de acesso a Internet ter que mudar do quarto ou escritório para a sala, pois é lá que assistimos a nossos programas prediletos.
Com a imagem de TV sendo transmitida sobre protocolo IP, podemos aproveitar as imensas facilidades da Internet para interagirmos com o que assistimos, por exemplo, visualizando as mesmas cenas através de posições e câmeras diferenciadas, criando fã clubes organizados na web, sendo avisados do momento que nossos programas favoritos estarão sendo disponibilizados, ou mesmo gravando-os caso não tenhamos disponibilidade de vê-los naquele exato momento. Tudo isso independentemente do local de acesso, e sem a necessidade de antenas, pois o conteúdo que é gerado em determinado país, pela cobertura da rede mundial, pode ser visualizado em qualquer lugar do Planeta!

segunda-feira, outubro 01, 2007

Fotografia digital


Há algum tempo atrás, durante uma reunião preparatória a uma viagem que meu filho faria pela escola, ouvi do diretor da escola a afirmação de que em função das fotos serem atualmente digitais, e que portanto não necessitavam de revelação em papel fotográfico para serem vistas, acabava por levar as crianças a baterem muito mais fotos do que o necessário. Que aquela preocupação sobre qual recordação levar registrada em nossas fotos havia acabado, e que no seu lugar havia uma despreocupação com o fato, pois com as imensas capacidades de armazenamento das máquinas de hoje, podemos armazenar centenas de fotos sem nenhum custo adicional, e depois as vemos no computador, sem necessidade de gastarmos com a revelação.
Apesar de concordar que com o barateamento do processo e também com a facilidade de gravar quantas fotos quiser e depois simplesmente apagá-las, ficou muito mais fácil a vida dos fotógrafos amadores, e me incluo nessa categoria sem dúvida, mas confesso que a constatação de que o ato de fotografar evoluiu para algo inconseqüente me incomodou um pouco, primeiro porque a emoção que queremos guardar para sempre não mudou em função do avanço tecnológico, e assim continuamos guardando na lembrança, através de fotos (digitais ou não) os aniversários de nossos familiares, passeios, aquelas férias que deixarão saudades, os primeiros passos de nossos filhos, nosso primeiro carro, enfim tudo que entendemos como importante o suficiente para levarmos para o futuro através de uma boa fotografia.
Entendo que com o avanço das facilidades e da tecnologia passamos a ter a opção de utilizarmos as mesmas técnicas de fotógrafos profissionais, que fotografam dezenas e até centenas de vezes mais que o necessário para poderem depois escolher dentre as várias fotos, as que realmente são as melhores, e essas sim merecerão serem mostradas, guardadas e eventualmente até impressas para manuseio em álbuns de família, sem mudar uma vírgula o hábito dos antigos fotógrafos de outrora.
Essa visão da tecnologia nos ajudando a mantermos os bons hábitos, de forma facilitada e seletiva me agrada mais que a banalização dos melhores momentos de nossas vidas, pelo simples fato de que “ficou mais fácil”. Então click, e tenho dito!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Ainda falando de baterias...

E por falar em baterias, tenho utilizado um aparelho celular de terceira geração para testes. Consegui taxas de conexão superiores a 1,2 Mbp/s, que são velocidades excelentes para uma configuração de teste. A utilização da tecnologia proporciona duas aventuras, uma é surfar na internet em uma velocidade que anos atrás não imaginaria ser possível, outra é fazer a bateria do aparelho durar pelo menos durante o dia. Pelas exigências do equipamento, a durabilidade das baterias em celulares 3G ainda é um desafio, pois acostumados como estamos a termos a bateria carregada por pelo menos dois dias, na tecnologia atual, é de se estranhar termos que voltar a andar com uma bateria sobressalente no bolso... :-(

domingo, setembro 23, 2007

Baterias também evoluem...


Por vezes fica-nos mais evidente a evolução tecnológica nos aparelhos propriamente dito do que nas baterias que os alimentam, e pode ser que não notemos a evolução silenciosa que vem se dando no segmento das baterias.
Lembrando dos primeiros aparelhos celulares, não há como não mencionar o tamanho de suas baterias, para não falar do tempo de duração de sua carga e do pequeno período de vida útil das mesmas. Há dez anos atrás éramos obrigados a carregar uma bateria sobressalente no bolso, para não ficarmos sem celular durante o dia, e olha que essa bateria sobressalente era maior que os aparelhos inteiros de hoje.
O que ocorreu foi uma evolução tecnológica grande, em especial nos materiais utilizados como acumuladores das baterias, e vindo da antiga e conhecida bateria de chumbo, passamos para as baterias de Níquel Cádmio e mais recentemente as de Íon Lítio. Já temos vários protótipos de baterias ecológicas, que não poluem o ambiente quando descartadas, é o caso das baterias biológicas que produzem energia através do processamento de materiais como o álcool etanol, por exemplo.
E o mais engraçado é que continuamos com os mesmos hábitos que tínhamos quando manuseávamos as baterias de geração mais antiga, como o de não recarregarmos a bateria antes de terminar totalmente a sua carga. Ora esse é um hábito que não vale para as novas baterias de Íon Lítio, muito pelo contrário, essas baterias têm um chip que impede que descarreguem totalmente, pois isso danifica a sua capacidade de recarga, dessa forma quando estão quase descarregadas, o chip faz com que se desliguem, guardando um pouco de carga para não viciá-las. Da mesma forma essas baterias não deveriam ficar muito tempo na tomada em processo de carga, pois também por conta do mesmo chip, ao atingirem a capacidade máxima são desconectadas, mas em caso de falha nesse chip têm o risco de explodirem. Isso mesmo baterias explodem, principalmente as de Íon Lítio que equipam a maioria dos LapTops e celulares mais modernos. Atualmente o tempo de carga das baterias é sempre superior a um dia com uso intenso e sua vida útil é semelhante ao do aparelho celular em si. Que diferença dos primeiros dias da telefonia celular, onde a bateria chegava a ser maior que o próprio aparelho, e durava apenas algumas horas de uso!

domingo, setembro 16, 2007

Second Life



O Second Life (http://secondlife.com/) é um software que simula uma segunda vida, onde criamos um personagem (ou avatar) que passa a viver uma vida virtual dentro do programa, lá existe uma economia virtual, e que se pode comprar e vender itens, além de espaços para propaganda, que é uma de suas principais receitas.
É como um grande Shopping Center, onde circulam milhares de pessoas, e que se oferecem à grandes marcas, a possibilidade de abrirem lojas para oferta de seus produtos.
Esse modelo de negócios prosperou muito nos Estados Unidos, e dentro da realidade virtual criada pelo Second Life, encontram-se universidades, programas do governo, partidos políticos, lojas de griffe, exposição de novas marcas de automóveis para testar a sua aceitação junto ao público e uma infinidade de outras coisas, que podem ser oferecidas e testadas, face à diversidade de pessoas que freqüentam o programa.
Já no Brasil a realidade tem sido um pouco diferente. Sabe-se do sucesso que foi o Orkut entre os internautas verde-amarelos, pois é gratuito e possibilita o encontro de pessoas que há muito não se viam, e facilita relacionamentos, encontros e reuniões por interesses de cada comunidade. O Second Life tem sido utilizado da mesma forma, então o que mais se vê nesse programa são utilizações para relacionamento, namoro, encontros e sexo virtual. Isso tem limitado em muito o interesse de empresas em exporem suas marcas nesse ambiente.
A Internet oferece inúmeras oportunidades de negócio, além de uma facilidade natural de ofertas segmentadas por nicho de interesse, já que consegue catalogar todos os interesses de seus usuários, e com isso trabalha em uma base de dados muito grande, que possibilita ofertar aquilo que tem maior probabilidade de despertar interesse em quem recebe a oferta.
Por outro lado, os sites de relacionamento aqui no Brasil, tem tido sua utilização restrita a conversas fortuitas e de interesse no mínimo duvidoso, e como diz a diretora de criação da agência África, Suzana Apelbaum (http://idgnow.uol.com.br/podcast/), tem havido uma grande dificuldade de retorno sobre os investimentos feitos em mídia no Second Life.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Estou de luto


Não há tecnologia ou inovação tecnológica suficiente para afogar o desapontamento de ver uma instituição importante como o nosso Senado Federal ceder ao menor indício de pressão, e votar a favor da absolvição de renan calheiros (escrevo em letras minúsculas propositalmente).

Então declaro luto no meu Blog!

domingo, setembro 09, 2007

Censura com "C" maiúsculo


Todos conhecem a wikipedia (http://www.wikipedia.org/), maior enciclopédia online e colaborativa do mundo, onde qualquer pessoa pode não só pesquisar mas também colaborar com o artigo que lhe parecer mais adequado, corrigindo ou acrescentando informações sempre que quiser.
O formato Wiki já ultrapassou em muito a própria wikipedia, e atualmente é utilizado nas empresas de gestão mais avançadas do mundo, para que seus funcionários tenham a possibilidade de interagir e trabalhar de forma colaborativa na elaboração de documentos e especificações diversas, mostrando-se ferramenta valiosa, também nesse campo.
Não é de se estranhar que seu uso esteja cada vez mais difundido e que todos estejam divulgando seu conceito certo? Errado! Na China proibiram o acesso e utilização da Wikipedia, por considerarem-na de conteúdo duvidoso e principalmente perigoso para a estrutura política do maior país do mundo. Ela foi liberada para consulta e uso em junho desse ano, e bloqueada mais uma vez no mês passado. Se no passado conhecíamos a Grande Muralha da China, vemos agora o Grande Firewall da China, conjunto de parafernália tecnológica utilizada para barrar o acesso de conteúdos considerados inadequados pelo Governo Chinês (tanto faz se pensam na emancipação do Tibet, conteúdo adulto ou temas políticos, todos são considerados inadequados).
Mesmo conhecendo a China, é difícil de acreditar em uma ação como essa em pleno século 21.
Dez em dez especialistas em planejamento estratégico vêm divulgando os novos tempos como a era do conhecimento, e algum governante ou sistema de governo resolve deliberadamente que ter acesso a informação de forma ampla, geral e irrestrita não é adequado.
A China é o maior participante do bloco conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), bloco esse que vem sendo alvo de investimento e expansão econômica por investidores do mundo todo, que vêm nesses países possibilidades de crescimento e retorno econômico maiores que nos países do velho continente. E como que o governo reage? Impedindo o acesso a um dos conteúdos mais democráticos da Internet. Como diz minha filha “ninguém merece!”.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Som automotivo à prova de roubo


Já tive vários CD player roubados no meu carro e no de minha esposa. Isso para não lembrar dos gastos adicionais com portas que os ladrões amassam, vidros e painéis que são quebrados enquanto roubam impunemente. Por fim decidi que somente faria sentido colocar aqueles sistemas de som que são originais, que apesar de mais caros, por possuírem controle no volante e painel digital integrado no painel, acabam por inibir os roubos.
Já para o meu carro fiz a adaptação de um amplificador, instalado dentro do painel e fora da vista dos apreciadores do alheio, e passei a ouvir meu Ipod no carro. Funcionou muito bem. Nada fica à vista, o Ipod é facilmente transportável, como não existem peças móveis como no caso dos CD players, as músicas nunca pulam e não existe desgaste como no caso dos mecanismos de leitura de CD, sem falar que em um simples Ipod podemos colocar mais de duas mil músicas, o que daria para ouvir mais de 48 horas seguidas sem repetir uma única música, nada mal não é mesmo?
Fiquei pensando no porquê da indústria automobilística ainda não ter acordado para isso. Existem os equipamentos de som com entrada para Ipod ou com portas USB, que permitem a conexão de Pen Drives com milhares de músicas, mas esses dispositivos são oferecidos no próprio CD player, o que não resolve o problema dos furtos. Acho que o ideal seria a conexão para MP3 ou mesmo para o Pen Drive disponibilizado diretamente no painel do carro, não deixando a mostra o amplificador, que ficaria em algum ponto menos acessível, dentro do painel do carro, ou então os carros teriam apenas rádios, já que esses são pouco visados pelos ladrões, e o tocador de MP3 poderia facilmente substituir o CD. Esses sistema impediria o roubo, sairia inúmeras vezes mais barato, pois somem a quantidade de vezes que somos roubados e temos que reparar os estragos feitos em nossos carros, e o que é melhor, teria uma vida útil muito maior que a de um CD player convencional.
Poderíamos gravar, em nossos computadores, nossas músicas favoritas, carregá-las em um Pen Drive (são baratíssimos) e trocar as músicas de nosso carro de tempos em tempos, para termos sempre algo novo para ouvir. Imaginem agora as possibilidades de um sistema de som automotivo que tivesse a capacidade de se conectar à Internet, através de uma cobertura adequada de nossas ruas e estradas com sinal Wi-Fi.
Será que estamos muito longe de algo semelhante em nossos carros?

domingo, agosto 26, 2007

O que consideramos como cultura...


Depois do último texto que publiquei sobre a inclusão digital no Brasil e dos problemas que esse tema vem enfrentando, face ao despreparo de educadores e até de falta de metodologia e acompanhamento do programa de inclusão digital do governo, recebi alguns comentários no Blog, e-mails e até bate-papos de alguns amigos com novas idéias sobre como corrigir o problema.
De fato acho que não existe uma verdade única sobre esse caso, temos mesmo é que ter uma variedade de idéias e atitudes que, juntas, nos levará a uma realidade diferente.
Se por um lado não temos consenso relativo ao que faria acelerar a inclusão digital no Brasil, por outro parece não haver dúvidas quanto à opinião pública, frente à decisão do Ministério da Cultura que, através da ANCINE (Agência Nacional do Cinema), autorizou a captação de nada menos que 4 milhões de reais para a produção do filme “O Doce Veneno do Escorpião” de Bruna Surfistinha.
Não sou a favor da censura, e acredito de fato que cabe aos tele-expectadores e cinéfilos, o julgamento sobre se vale ou não a pena assistirem a um filme contemporâneo que conta a vida de uma prostituta. Mas vai daí uma distância muito grande entre encararmos esse enredo como cultural. Sem falar que a comparação é inevitável: ao passo que se luta por descobrirmos uma forma de melhorarmos as condições de milhões de crianças na educação básica, como forma de construirmos um futuro melhor (para todos), investiremos o equivalente a 10 mil computadores em um filme da Bruna Surfistinha.
De fato estamos falando de Ministérios diferentes e obviamente com objetivos diferentes, aplicados sobre iniciativas ainda mais diferentes, mas como disse o Zé Ramalho, esse não é o meu Brasil. Depois de mais de três anos falando em PC conectado e em programa de inclusão digital, conseguimos como iniciativa do governo, provocar atrasos no programa escolar de várias crianças que participaram do programa “Um computador por criança”, mas em compensação teremos filmes nacionais novos em cartaz...

domingo, agosto 19, 2007

O futuro das tecnologias renováveis


Prever o futuro em algumas áreas costuma ser muito difícil, face à quantidade de variáveis que podem influenciá-lo. Deixando de lado o charlatanismo e os especuladores de plantão, existem trabalhos sérios a respeito do futuro? Sem dúvida! É o caso do engenheiro Ray Kurzweil (http://www.kurzweiltech.com/aboutray.html), cientista e inventor, que nos últimos 30 anos tem se dedicado a estudar o futuro através de modelos matemáticos, que desvendam curvas de evolução tecnológica em campos onde consegue-se boa previsibilidade, como miniaturização de componentes, nanotecnologia e evolução das tecnologias da informação.
Prevê que em 20 anos os painéis solares custarão centavos de dólar o metro quadrado, imagine as possibilidades que se abrem no sentido de aplicação desses dispositivos em veículos, ou mesmo em nossas residências, pois sabemos da crescente demanda por energia que nosso mundo vem enfrentando e os impactos que as formas convencionais de geração de energia causam ao meio ambiente.
Outra evolução prevista por Ray é a de acumuladores de energia (mais conhecidos como pilhas ou baterias), que por utilização de nanotecnologia, poderão ser utilizados em células de energia de tamanho muito reduzido e que terão grandes capacidades de armazenamento, imaginem, por exemplo, um automóvel que pudesse ser alimentado por um célula de energia renovável, do tamanho de uma caixa de fósforos.
Nosso pensamento sobre evolução é de certa forma linear, o que nos impede por vezes de enxergarmos algumas rupturas que certamente ocorrerão na evolução dos materiais utilizados em painéis solares, microprocessadores e na física de nanotecnologia, que além de permitir forte miniaturização, permitirão o barateamento do processo fabril. Essa evolução será fundamental, pois em qualquer cenário que traçamos para o futuro, a análise da matriz energética é sempre de grande impacto, e se por um lado temos uma demanda eternamente crescente por energia, por outro temos claramente um gargalo nas formas atualmente conhecidas de geração de energia, seja pelo impacto que trazem ao meio-ambiente, ou pelo esgotamento dos materiais utilizados como combustível, como carvão e petróleo. Atualmente 80% do combustível utilizado no mundo é de origem fóssil enquanto que o Sol fornece dez mil vezes mais energia do que temos utilizado atualmente. É uma boa equação não é?

domingo, agosto 12, 2007

Somente o computador não basta


Há algum tempo atrás comentei neste espaço sobre o programa OLPC – um computador por criança, criado no MIT pelo senhor Nicholas Negroponte, e que estava sendo adotado no Brasil. Sempre achei uma iniciativa louvável e, apesar de não ser suficiente para garantir a tão propalada inclusão digital, sempre reconheci a sua importância.
Sempre foi discutida que a iniciativa de fornecer a máquina nas escolas, à razão de um computador por criança, deveria ser acompanhada de ação tão ou mais importante, no sentido de capacitar o corpo docente das escolas, para que também nesse nível se desse a inclusão digital, caso contrário os computadores pouca ou nenhuma valia teriam, pois seriam utilizados de maneira inadequada pelos alunos.
Pois muito me inquietou ler uma reportagem na semana passada sobre uma pesquisa conduzida pelo LSI – Laboratório de Sistemas Integráveis da USP, que era o órgão responsável pela metodologia de integração das máquinas e pelo acompanhamento do uso dos computadores. Depois de seis meses de implantação do sistema em algumas escolas piloto, a conclusão da pesquisa é que na maioria das escolas, houve atraso dos alunos para com a matéria, em função de estarem participando da experiência. Explica-se, como não houve capacitação de todos os professores envolvidos, o computador acaba sendo subutilizado, ou mesmo utilizado para fins diversos dos da educação, como navegação em sites de relacionamento ou utilização para integrar-se em salas de bate-papo, e o que é pior, esse uso é feito durante o horário das aulas.
Conheci alguns programas bem sucedidos de inclusão digital, e lembro que em todos encontrei alguns pontos em comum como a aceitação por parte da comunidade da importância do projeto, capacitação do corpo de professores, preocupação na elaboração e pesquisa de conteúdo adequado ao sistema de ensino informatizado, equipe disponibilizada para manutenção das máquinas e de seus programas instalados além de obviamente as máquinas em configuração adequada.
Pesquisei e encontrei recomendações explícitas no sentido de se fazer uma experiência consistente, contando com todos os quesitos que mencionei, pelo próprio LSI, quando em dezembro de 2005 elaborou o relatório “Utilização Pedagógica Intensiva das TIC nas Escolas”, sinal de que já sabemos o que tem que ser feito, basta fazer.

segunda-feira, agosto 06, 2007

A evolução dos acessórios


Lembro-me bem, quando meu pai comprou o seu primeiro carro com relógio no painel. Era uma peça destacada, pois era o diferencial daquele modelo de carro, juntamente com alguns outros acessórios, como espelho retrovisor direito, acendedor de cigarros e ventilador de ar forçado. Apesar dos meus tempos de infância trazerem-me ótimas recordações, certamente estas não me ocorrem pelas facilidades e inovações que tínhamos à época.
Atualmente temos relógios em nossos aparelhos celulares (que são também agenda e despertador, dentre outras inúmeras funções), também os temos em nossas cozinhas em vários eletrodomésticos, também estão presentes em nossos aparelhos de som, TVs, DVDs, chaveiros, em algumas bicicletas e motos e na telinha de nossos computadores. Está em tantos lugares que fico me perguntando o porquê de ainda usamos relógio de pulso. Li que os usamos porque nos fornecem uma noção de espaço também, e não somente de tempo, pelo curso dos ponteiros podemos ter a sensação do espaço a percorrer até que determinado horário ocorra, por exemplo.
Mas acho mesmo que os usamos como adorno, pois sua função básica de fornecer as horas é suprida por um número imenso de dispositivos que nos cercam no dia-a-dia.
Como será no futuro quando quisermos dar uma referência da mão esquerda, e dizermos “mão do relógio”?
É engraçado como alguns usos e costumes vão se alterando conforme os dispositivos vão evoluindo e passam a permitir algumas facilidades adicionais. Música portátil na década de 70, era sinônimo de vitrolinha à pilha, tocando disco compacto, e não MP3 como hoje. Algumas máquinas fotográficas mais baratas exigiam que comprássemos flashes descartáveis para fotografarmos à noite ou em interiores, hoje nossos celulares ultrapassam 5 Megapixels na função máquina fotográfica e já trazem o flash embutido. E os carros que tinham como acessório relógios e acendedores de cigarro, hoje são confrontados com o Punto da Fiat, que faz conectividade com até 5 celulares via bluetooth, possui entrada USB para Pen Drive ou MP3 player no porta-luvas, permite visualizar os SMS no painel do computador de bordo, ou mesmo ouvi-los através de software desenvolvido pela Microsoft que aceita comando de voz. A única preocupação é que, por ser Microsoft, de quando em vez não funcionará, e será necessário desenvolverem um outro acessório no carro, que será a tecla “Control+Alt+Del”.

quarta-feira, agosto 01, 2007

A difícil realidade da exclusão digital

Neste vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=aM2afI-fCwc) vemos uma realidade difícil de ignorar, que nos lembra a dura realidade de EXCLUSÃO DIGITAL e do tanto que temos ainda por fazer, no sentido de promover uma sociedade mais justa, onde todos tenham mais oportunidades de vencer e se desenvolver economicamente.

segunda-feira, julho 30, 2007

A simplicidade é a sofisticação máxima


Todos sabemos a importância da simplicidade em nossas vidas, o que me surpreendeu foi deparar-me com essa máxima de que “a simplicidade é a sofisticação máxima” em uma exposição de Leonardo da Vinci. Essa frase veio provar que há quinhentos anos atrás já existiam mentes brilhantes preocupando-se em simplificar métodos, processos e tecnologia.
É inegável que a função maior da tecnologia seja simplificar nossas vidas, dando-nos mais tempo disponível, melhorando nossa qualidade de vida e tornando-nos mais eficientes. Também é inegável, no entanto, que o mau uso da tecnologia pode provocar exatamente efeito inverso. Diariamente somos obrigados a apagar e-mails que nos chegam sem que tenhamos enxergado nenhuma utilidade para os mesmos. Entrei em uma agência do Banco do Brasil, totalmente automatizada, da retirada da senha ao atendimento personalizado, e depois de ficar mais de uma hora esperando para ser atendido, recebi a informação que a operação que esperava fazer não era possível de ser feita na agência. Assistimos atônitos, um mau uso da tecnologia provocar a morte de duas centenas de vidas, no maior desastre aéreo que o Brasil já vivenciou, e na seqüência temos sido informado através de vários termos técnicos, que o acidente era inevitável.
Isso serve para nos mostrar que, apesar de ser o maior desejo de todos, nem sempre é fácil utilizar-se da tecnologia para simplificar nossas vidas, pelo contrário facilmente gastamos um tempo enorme em uma agência bancária totalmente automatizada (nesse caso a tecnologia foi utilizada para simplificar a vida do banco e não a nossa). E a tecnologia da informática, por vezes nos atrai tanto que corremos o risco de passamos mais tempo sobre o computador do que gastaríamos se fizéssemos determinadas atividades de forma manual. E no caso do caos aéreo que assola nosso País, é uma salada de erros, alguns inclusive de tecnologias ultrapassadas, outros de mau uso, outros de treinamento inadequado, para não citar os que fogem dessa esfera como a incompetência administrativa dos órgãos que atualmente estão a frente da aviação brasileira e controle dos aeroportos.
Pensando que o gênio mais brilhante que nossa era conheceu já estudava meios mais simples e seguros de automatizar tarefas, de voar de construir máquinas, fica-me a impressão de que, em alguns casos, estamos demorando muito a aprender.

domingo, julho 22, 2007

E por falar em férias...


Nada melhor que viajar para dar mais valor a nossa operadora de telecomunicações local.

Viajei por Natal e Fernando de Noronha, é claro que em Fernando de Noronha, por se tratar de uma ilha com pequena população (apesar do público de alto poder aquisitivo) não existia cobertura adequada de GSM e muito menos de Edge ou mesmo GPRS (somente consegui sincronizar meu palm no aeroporto local).

Estranhou-me no entanto a cobertura das três operadoras celulares locais de Natal, pois mesmo no aeroporto internacional Augusto Severo, somente consegui fazer uma ligação celular depois de mais de vinte tentativas (testei os celulares de meu filho e esposa para garantir que não era um problema de meu aparelho e também vários destinos).

Dependendo das condições dos aeroportos que nos servem (nos servem?), já estou com mais de uma hora e meia de atraso, e sem conexão ou cobertura de celular pelas operadoras locais (Oh saudade de Uberlândia...), o que me salva é que a cobertura do meu plano de banda larga WiFi (Net Super Wi Fi) está com qualidade excelente e me permite entrar em contato com meus parentes para avisar do atraso nos vôos (falei através de VoIP TudoMais -http://tudomais.netsite.com.br/ - é claro....).

Olhando as praias de Natal e Fernando de Noronha, é difícil imaginar que falta algo....talvez um pouco mais de dinheiro no bolso e uma cobertura celular mais adequada para contar aos amigos o quanto isso aqui é bonito!

Facilidades para quem?


Trabalhei no desenvolvimento de um produto para mobile payment (pagamentos através do aparelho celular). Fizemos o início da operação cadastrando usuários e estabelecimentos que passaram a aceitar também essa forma de pagamento. Nas entrevistas que dei, confesso que sempre me incomodou um pouco, informar que uma das vantagens do sistema era o fato de não haver aluguel dos POS (Point of Sale – pontos de venda são aquelas maquininhas nas quais passamos nossos cartões, e que são cobradas dos estabelecimentos comerciais em forma de aluguel) e que também trabalhávamos com taxas mais atrativas que as operadoras convencionais. Não que não retratasse a verdade, pois de fato é assim que operamos, incomodava por estarmos dando muito foco em uma facilidade para o comércio e não para o usuário. E todo o sistema foi pensado para oferecer maior conveniência também aos usuários, permitindo uma forma complementar de execução da operação financeira de pagamentos.
Pois bem, estou em férias e utilizando a Internet através de meu Net Super WiFi (por esse motivo o meu Blog não está atualizado na mesma freqüência com que costumava estar) e em viagem pelo Nordeste me deparei com estabelecimentos, que preferiam trabalhar com cheque ao cartão de débito ou crédito (fora alguns que a aceitavam somente dinheiro mesmo). Perguntei sobre a inadimplência, cheques sem fundo e etc, me responderam que a inadimplência era uma possibilidade, ao passo que os aluguéis das máquinas de cartão e as taxas cobrada pelas administradoras eram certas, e preferiam correr o risco de uma eventual inadimplência a terem suas margens reduzidas pelo pagamentos das taxas pertinentes.
De novo colocando o conforto dos estabelecimentos comerciais na frente da conveniência dos pobres clientes. Essas formas de operação somente são aceitas porque não há alternativas, já que todos os estabelecimentos comerciais nas proximidades adotavam o mesmo procedimento, caso houvesse loja com maior flexibilidade, certamente ganharia a preferência dos clientes. Apesar do esforço que temos feito para atendermos as necessidades de nossos clientes, vejo que não temos muita companhia nessa luta, às vezes tenho mesmo a sensação que estamos sós...

quarta-feira, julho 11, 2007

Global Warming



Ganhei de meu irmão e cunhada, entradas para assistir ao show do Blue Man Group. Além de divertidíssimos, trazem um conteúdo consistente e sério, sobre nossas vidas, as máscaras que usamos no dia-a-dia, as técnicas de marketing utilizadas para se "vender" algo e um alerta relativo ao aquecimento global (http://www.youtube.com/watch?v=snPdEl0Duoo) que merece ser visto, seja pela criatividade, seja pela seriedade do tema, seja porque eu sugeri, não interessa.

Falamos tanto nesse Blog dos desenvolvimentos e tecnologias que vivenciamos, e é fundamental termos também um olho sobre o impacto que estamos provocando no meio ambiente com essas maquininhas que usamos e desenvolvemos. Confiram.

segunda-feira, julho 09, 2007

Até quando?

Já discutimos o quanto o aparelho celular da Apple, o Iphone é avançado e inovador. Sem dúvida essa empresa está lançando mais um sucesso mundial em termos de marketing, pois o aparelho foi anunciado há mais de seis meses e nunca houve tanta expectativa em cima de um aparelho celular, como essa que foi criado para o Iphone. Ora, que os produtos da Apple são desejo de consumo no mundo, nós já sabíamos, a vantagem é que basta entrar numa loja que tenha a famosa maçã branca como símbolo, ou então as milhares de representantes ao redor do mundo, escolher o melhor modelo de M3 player ou Computador que melhor se adapte às nossas necessidades e levá-lo para casa. É assim com qualquer produto Apple, menos com o Iphone. Houveram filas em todos Estados Unidos no fim de semana do lançamento do tão esperado aparelhinho celular. Foram vendidos mais de um milhão de aparelhos em poucos dias. Como em todo lançamento, existem alguns pontos a serem melhorados ainda. Mas o mais restritivo no meu ponto de vista, é o fato de venderem e habilitarem somente em uma única operadora Norte-Americana. Ele foi desenvolvido com exclusividade de dois anos para a AT&T em território Americano, e poderá ser vendido na Europa apenas em 2008 (não se tem previsão ainda de quando poderá ser vendido aqui no Brasil).
Enquanto outras empresas mostram que a possibilidade de vender aparelhos celulares desbloqueados é uma novidade, a empresa em que trabalho divulga que sempre fez isso, desde o lançamento dos aparelhos de tecnologia GSM, respeitando o direito dos clientes de usarem os aparelhos nas operadoras que quiserem. Nesses tempos de liberdade de escolha parece que a restrição da Apple é descabida.
Sabemos de algumas limitações do Iphone, quanto a duração da bateria, não trabalhar com mensagens, velocidade de conexão à Internet baixa, enfim algumas decisões que foram tomadas para o seu lançamento que certamente impactarão no seu desempenho. Mas acredito que a mais grave tenha sido a decisão de restringir o uso a uma única operadora em um único país. Até quando haverão consumidores dispostos a ficarem na fila para comprarem algo caro, que tem limitações grandes quanto ao uso, e que, ainda por cima, exigem uma fidelização mínima de dois anos no plano celular adquirido?
Quero acreditar que esse consumidor é espécie em extinção!

quarta-feira, julho 04, 2007

Boas notícias de Inclusão Digital

Divulgada nota do Ministério das Telecomunicações na última sexta-feira, de que pretendem adquirir 5,4 mil kits de inclusão digital, para favorecerem igual número de municípios, através da implantação de Telecentros. Como temos algo em torno de 5.6oo prefeituras no Brasil, sabemos que a cobertura desse serviço pode ser próxima do total. Antes que os críticos de plantão digam que se vem do governo não dará cero, aviso que, na minha opinião, todo e qualquer esforço no sentido da inclusão digital é bem vindo. Estamos falando de mais de um milhão de pessoas beneficiados por esse programa, o que faz muita diferença, mesmo em um país de dimensões continentais como o nosso. Celebremos pois, e que 2008 já nos traga esse projeto transformado em realidade!

domingo, julho 01, 2007

Omelete sem quebrar os ovos?


Existe uma certa dicotomia no mundo da tecnologia. Se por um lado todos almejam soluções simples que tornem suas vidas mais fáceis, por outro existe uma expectativa em obter os melhores recursos e mais poderosos aparelhos disponíveis no mercado, com a maior quantidade de funcionalidades possível. E nem sempre essas características andam juntas. Aliás, normalmente são diametralmente opostas.
Um dos grandes trunfos do lançamento do iPhone, da Apple, é a simplicidade de uso, aliada a avançadas facilidades que prometem fazer deste um grande aparelho, porém nessa semana que foi o seu lançamento em loja, já houveram vários fóruns e listas de discussão abordando algumas facilidades não disponíveis no aparelho, como banda larga e envio de mensagens multimídia, que obviamente eram esperadas em um aparelho desse nível e preço.
Essa discussão não é nova, é nossa conhecida de longa data. Lembram do nosso bom e velho vídeo cassete? Pois bem, custava sempre o mesmo preço, e a cada ano lançavam-se novas facilidades, com mais cabeças de reprodução (para que servia isso?), e mais botões disponíveis no controle remoto. E a imensa maioria das pessoas fazia o quê? Apenas reproduziam seus filmes prediletos e muito raramente faziam, ou tentavam fazer, algumas gravações. Mas na hora da escolha do novo vídeo cassete, invariavelmente escolhíamos os que tinham mais botões. Esse equipamento é um exemplo de dispositivo de grande penetração em nossas casas, mas que pouquíssimas pessoas sabiam como utilizar, de fato, todas as suas potencialidades.
Estou passando por um momento de escolha desse tipo no momento. Meu aparelho celular é um smartphone TREO 650, mas que está perto de fazer seu segundo aniversário comigo. A principal vantagem do TREO está longe de ser a leveza e facilidade de uso, então me passa pela cabeça, o tempo todo, a possibilidade de trocá-lo por um modelo mais simples, menor e mais leve, que sirva basicamente para falar. Mas no mesmo momento em que penso assim, me vem à cabeça abrir mão de meu cartão de memória com 1 Giga, minhas centenas de músicas gravadas, o acesso aos meus e-mails, a facilidade em navegar na Internet, e acessar meus arquivos em Excell, Power Point, Word ou Acrobat. Vou pensando nessas duas opções e, quando vejo, não troquei de celular.
Se alguém souber como fazer omeletes sem quebrar os ovos me avise!

segunda-feira, junho 25, 2007

A Web 2.0


Falar que diariamente, mais e mais usuários colocam o próprio conteúdo na rede mundial de computadores, seria no mínimo “chover no molhado”. Conhecemos a explosão que os Blogs representam, e conseguimos verificar o interesse que geram na Internet, onde representam um dos maiores usos da rede. O interessante é a democratização da informação que está por trás disso, atualmente qualquer pessoa pode dizer o que pensa a respeito de qualquer coisa, e publicar em um Blog que, instantaneamente estará disponível a um bilhão de internautas no mundo inteiro.
Isso é a Web 2.0, que permite ainda comentar notícias que se lê na Internet, bem como selecioná-las e enviá-las ou mesmo relacioná-las em minha página pessoal, também permite uma personalização nunca vista antes, pois deixa as páginas na Internet do jeito predileto do usuário, publicando as notícias escolhidas com o destaque pretendido, avisando quando existirem novidades nos seus sites de maior interesse, através das ferramentas de rss feed, fazendo sugestões de compra tremendamente acertadas nos sites de e-commerce, através da análise de perfil de usuário. Também permitem publicação e compartilhamento de fotos, bem como a impressão em laboratório profissional com envio pelo correio das mesmas.
Sem dúvida é um mundo novo de possibilidades, e o mais interessante disso tudo é a forma com que vem ocorrendo. Sem provocar grandes comoções, ninguém ficou à espera da Web 2.0 ou dos pacotes de facilidades que viriam a ela atrelados. Apenas aconteceu, e foi uma introdução natural, onde os usuários foram percebendo as facilidades que mais lhe chamavam a atenção, e foram utilizando-as passo a passo, e em pouco tempo estamos todos experimentando e divulgando o que convencionou-se chamar de Web 2.0.
Mudança semelhante, no passado, demandaria treinamento, substituição de máquinas, testes de verificação de compatibilidade de aplicativos existentes, divulgação mercadológica extensa, desenvolvimento de grandes canais de venda, enfim tudo aquilo a que estamos acostumados presenciar sempre que se dá uma mudança de hábito. No entanto essa mudança foi silenciosa, não demandou uma única hora investida em treinamento e mesmo assim foi um sucesso, pois as novas aplicações já estão em uso há tempos, e são sucesso absoluto, pois obtiveram o principal selo de aceitação do mercado, que é a utilização plena e satisfatória pelos usuários.
Parabéns a Web 2.0!

domingo, junho 17, 2007

Tecnologia para quem?


A Microsoft Digital Advertising Solutions, conduziu uma entrevista recentemente, junto ao público jovem de oito países, o objetivo era verificar o relacionamento desse público com a tecnologia. Os resultados são muito interessantes.
Confirmamos o que já vínhamos ouvindo em outros estudos, que o jovem conhece mais termos técnicos que a maioria do público usuário de Internet, e que também gasta mais do seu tempo no computador pessoal do que frente a TV, até ai nada de novo.
A novidade foi descobrir que menos de 20% deles utiliza os termos “redes sociais”, “podcast” e pasmem, menos de 8% utiliza o termo “Web 2.0”. Esses resultados são contraditórios? Acho que não, senão vejamos:
O que chamamos de tecnologia na realidade tem esse sabor para nós, os chamados “velhos” para os jovens isso é apenas Blog, Stuff, Músicas, Orkut, favoritos e etc.
Fazendo um paralelo das inovações que vivenciamos há uns vinte ou trinta anos atrás, entendemos perfeitamente o que se passa na cabeça dos jovens. Quem se atreve a dizer a “tecnologia da TV em cores...” ou então que “a nova tecnologia do forno de micro-ondas...” na realidade essas novidades foram se instalando em nossas vidas, sendo que muitos de nós já nasceram frente a essa realidade, e portanto não nos acostumamos a entender esses termos como sendo “tecnologia”, fácil não?
Em compensação a grande maioria dos jovens entende a comunicação como sendo um misto de Messenger, e-mail, telefone celular, SMS. Utilizam regularmente organizadores e tocadores de música em seus PCs, nunca utilizam manuais, para nada (se um manual for necessário é melhor mudar de programa...) fazem downloads regularmente, ou seja tudo que para a minha geração é tecnologia.
É fácil de imaginar que para a geração que vem se familiarizando agora com tudo que temos na atualidade (atualmente os jovens tomam contato com a Internet já aos dois ou três anos) nem sequer pensarão em tecnologia, achando plenamente natural terem acesso a praticamente qualquer conteúdo instantaneamente, e de preferência de forma gratuita. Então pensar nessas novidades como sendo tecnologia é sinal de que o tempo está passando para nós, e por falar nisso, tecnologia? O que significa tecnologia mesmo?

terça-feira, junho 12, 2007

Tudo ao mesmo tempo


Outro dia, em uma reunião na escola de meus filhos (que saudades dos tempos em que podíamos chamar esses encontros de reuniões entre pais e mestres, e olha que de nosso lado continuamos sendo pais...) ouvi que a escola recomendava que as tarefas ou lições de casa fossem feitas em um lugar calmo da casa, onde não houvesse distração com outros temas, e que o livro ou o caderno não estivesse rivalizando com TVs, rádios, outras conversas e etc.
Consigo enxergar a lógica desse conselho, mas fico me perguntando se o mundo que mostram aos nossos filhos diariamente realmente existe. Não falo de valores, pois esses são necessários, e têm sobrevivido ao tempo na maioria das vezes. Falo de forma, de como encarar o mundo, de enxergar um adolescente hoje com os mesmos olhos que nossos pais e mestres nos enxergavam trinta ou quarenta anos atrás.
Muita coisa mudou, e independentemente de acharmos que foi para melhor ou para pior, torna-se perda de tempo termos atitudes de avestruzes, construindo castelos no ar e imaginando que as crianças de hoje morarão nele. Isso só faz aumentar a distância entre o mundo real e o que idealizamos ou mesmo entre o mundo real e o que achamos que ainda existe. E na minha opinião, que não sou especialista em educação, sou apenas pai, acho que essas situações vão mostrando a nossas crianças que é assim mesmo, existe o mundo real, onde habitamos, nos comunicamos (de todo o jeito e ao mesmo tempo, através de todas as formas possíveis e imagináveis, cada vez mais e cada vez ao mesmo tempo) e existe o mundo pensado na teoria, onde é cada coisa a seu tempo, cada coisa no seu lugar, onde se pede a licença para falar levantando-se a mão, onde somos preparados para responder e não para questionar (apesar que depois de adultos somos cobrados exatamente pela nossa capacidade de questionar e por fazer várias coisas ao mesmo tempo, e tudo cada vez mais rápido e com mais qualidade).
Se queremos nos aproximar mais da escola, é fundamental que nesse ambiente se reflitam situações reais e que expressem o mundo atualmente, não aquele idealizado em nossas cabeças e nos livros. Sob pena de continuarmos pregando no deserto com relação ao que devemos e não devemos fazer, em se tratando de comunicação e de jovens.

domingo, junho 03, 2007

Crimes na Internet


Está para ser votado o projeto de lei, redigido pelo senador do PSDB mineiro, Eduardo Azeredo, que tipifica os crimes cometidos pela Internet. Nesse projeto existe a obrigatoriedade de se manter um arquivo, por até três anos, das conexões realizadas por cada internauta, ou seja, a informação de quem fez o acesso a Internet, por determinado período de tempo.
Para se ter uma idéia da polêmica criada por essa lei, o maior provedor da Alemanha a T-online, foi obrigado pela justiça, a apagar o arquivo que continha exatamente as mesmas informações que se quer colocar na lei brasileira. A justiça Alemã entendeu que se tratava de invasão de privacidade.
Existe uma discussão mundial (Convenção de Budapeste), sobre como conseguiremos transformar a Internet em um lugar mais seguro para freqüentarmos. Pode-se imaginar o tamanho do desafio, pois se tratam de representantes das principais nações do mundo, discutindo simultaneamente, com todas as diferenças políticas, econômicas e culturais que cada nação traz. Não temos como esperar portanto uma legislação convergente, em âmbito mundial, em um curto espaço de tempo. Até que esse acordo mundial ocorra, cada país continuará fazendo as suas legislações específicas, como achar mais conveniente, o que deixa a solução mais complexa, pois um internauta americano que acesse alguma página no Brasil, certamente não trará registro de acesso, pois em seu país essa lei não existe, então a lei servirá apenas para brasileiros que acessarem a Internet, de dentro do Brasil, digo de dentro do Brasil porque existem vários programas que simulam uma conexão vinda de fora, que obviamente não se submeterá à restrição, ou seja, alguém mal intencionado terá acesso a ferramentas que burlem essa regra que estamos estipulando no projeto de lei em análise. Ora qual a serventia de uma regra que não serve para todos?
Existe uma questão em jogo, que é se conseguiremos de fato tornar a Internet um lugar seguro, e supondo que passe a ser um lugar seguro, se alguém vai querer entrar nela novamente após se tornar segura, tamanha serão as amarrações que teremos que fazer para que tal situação aconteça!

segunda-feira, maio 28, 2007

Muito de fala e algo se faz


Já apresentei, nessa coluna, o XO, o computador elaborado por uma das cabeças mais brilhantes da Internet dos dias de hoje, Nicholas Negroponte, que desenvolveu o programa OLPC (One Laptop Per Child – Um computador portátil por criança) nos laboratórios do MIT, nos Estados Unidos. Muitas foram as críticas quando publiquei esse artigo, pois se colocava muito em questionamento a real efetividade em se dar um computador para que o aluno pudesse inclusive levá-lo para casa, sem que se olhasse para o problema de forma mais abrangente, incluindo no programa, além do computador, a questão do acompanhamento sobre o projeto, análise didática do material utilizado para fazer o repasse ao aluno, pois não adianta enfiar o conteúdo garganta abaixo no estudante, e até uma determinada vigilância sobre a utilização do equipamento e acompanhamento de desenvolvimento do aluno usuário e participante do programa educacional.
Defendo que o tema inclusão digital está calcado em alguns pilares que precisam ser resolvidos e previstos de maneira estruturada, para que atinjamos os resultados esperados, são eles: Computador a baixo custo, sistema educacional e didático com conteúdo adequado, equipe de manutenção das máquinas, equipe de treinamento e capacitação e por fim, acesso a Internet com velocidade adequada. Olhando por esse prisma, vemos que a iniciativa do OLPC é apenas uma das variáveis da equação, em que pese a importância de obtenção de PCs a baixo custo, ainda assim temos que olhar para as demais necessidades do programa.
Nessa semana estive conversando com profissionais do Banco do Brasil que tiveram uma iniciativa bastante interessante, contemplando todas as necessidades para que se faça uma inclusão digital de fato. Através desse programa já fizeram a doação de milhares de computadores através da criação de Telecentros.
Outra iniciativa muito interessante é a do CDI – Comitê de democratização da Informação (http://www.cdi.org.br/), uma instituição que já fez a implantação de mais de oito mil computadores, em comunidades carentes, todos acompanhados de sistemática de manutenção e conteúdo educacional para que a iniciativa seja auto-sustentável.
Com esse texto, gostaria de elucidar que a atenção para com a inclusão digital deve ser ampla e conter todos os ingredientes de sustentabilidade que possibilitem que o programa de inclusão digital ocorra de forma estruturada, e não somente o fornecimento de computador a baixo custo.

domingo, maio 20, 2007

Como vai a internet como negócio? Bem obrigado!


Na década de noventa, o mundo inteiro presenciou o que veio a se chamar “bolha da internet”, época em que qualquer negócio que estivesse na Internet, independentemente de quanto gerasse de receita, era considerado nas bolsas de valores, como um bom negócio. Obviamente à essa fase sucedeu-se o “estouro da bolha” pois negócios não sustentáveis, são sempre um mal negócio, estejam eles na Internet ou não. Um amigo meu entrou em uma empresa de Internet exatamente nessa época, e me dizia que não conseguia entender como a empresa tinha uma saída de caixa tão grande com uma entrada quase nula, o tempo mostrou que não era mesmo para entender, pois todas os negócios que não eram baseados em princípios de geração de riqueza sumiram do mapa.
Embora o ser humano goste de extremos, na natureza e na economia, normalmente as coisas se dão no intervalo intermediário entre extremos. Assim a Internet não era sempre rentável como se dizia, mas por outro lado existiam modelos seguros de negócios, baseados na oferta sólida de serviços e de valores, aos quais os internautas estavam dispostos a pagar, e assim cresceram e se estruturaram empresas sérias como Yahoo, eBay, Google, Buscapé, Katatudo e Submarino para citar apenas algumas. Essas empresas perceberam que havia luz no fim do túnel, e persistiram nos seus modelos de negócio, buscando aperfeiçoá-los e melhorar sua competitividade, de forma que cresceram, geram milhões em receita anualmente, empregam milhares de pessoas, e muitas delas inclusive estão na bolsa de valores, vejam só, e são muito bem recebidas por investidores, que sabem reconhecer que o negócio de Internet ganhou maturidade nesses últimos anos, e como qualquer outra atividade econômica, possui altos e baixos, modelos confiáveis de negócios e modelos passageiros e oportunistas, que devem ser analisados com cuidado antes de se fazer uma aposta de investimento considerável.
Como no entanto a Internet é um meio, através do qual a economia convencional transaciona bilhões de operações diariamente (usamos a Internet inclusive para investir em empresas convencionais) temos a expectativa que, enquanto a economia mundial continuar evoluindo, ela evoluirá junto, tornando-se cada vez mais especializada na comunicação, controle de sistemas logísticos, buscas e divulgação de informações, instrumento de ensino e porque não, de diversão.

quarta-feira, maio 16, 2007

Lendas Urbanas

A Internet é um espaço absolutamente democrático, onde cada pessoa tem a liberdade de ali colocar o que bem entende. Celebremos, pois, o aspecto positivo que esse fato possui, pois nunca se viu na história da humanidade tamanha liberdade de expressão aliada a tão forte ferramenta que possibilita a divulgação de uma idéia para o mundo inteiro instantaneamente. Por outro lado devemos encarar o que circula na rede mundial de computadores sendo muito críticos, já que circula muita informação enganosa ou fabricada propositadamente para causar impacto na sociedade, e em função desse aspecto, são divulgadas rapidamente através de e-mails ou mesmo de páginas pseudo-informativas.
Que atire a primeira pedra quem ainda não recebeu um e-mail ou viu uma foto na Internet de um Tatuí gigante (Tatuís são aqueles tatuzinhos de praia, tão criativamente explorados em um comercial de cerveja na TV brasileira). O texto fala que foi encontrado em determinada praia um exemplar de Tatuí com quase um metro de comprimento, e obviamente apresenta-se uma foto do representante “turbinado” de nossas praias. Também existe uma mensagem semelhante, falando que determinada pessoa, ao fazer manutenção no esgoto deparou-se com uma barata de mais de sessenta quilos, que teria inclusive tentado atacá-lo. Já vi também uma foto de uma pessoa com um gato no colo, que deveria tranqüilamente chegar a casa dos setenta quilos, de tão grande que era. Essas notícias, ganham autenticidade à medida que são acompanhadas de fotos, que aparentam de fato tratarem-se de material verídico, mas que não resistem a uma análise mais criteriosa. Normalmente são fotos manipuladas por softwares como o Photoshop ou similares, que simplesmente aumentam o tamanho desses bichinhos inofensivos, e os colocam ao lado de seres humanos normais, para darem a impressão de que são exemplares gigantes.
Existem outras tantas mentiras andando na Internet, que posso abordar em outras ocasiões ou podem ser enviadas por vocês no meu Blog. Tratam-se de “Lendas Urbanas”, que nada mais são do que mentiras, contadas de forma tal, que parecem verídicas, e são propagadas com o único intuito de criar celeuma no mundo de leitores incautos. Então, façamos nossa parte, não propagando ou reenviando esse tipo de notícia pela Internet!