quarta-feira, outubro 29, 2008

Período Sabático

Pessoal, meu período sabático de posts termina junto com a fase de orçamento da empresa em que trabalho, até lá.....

domingo, outubro 19, 2008

Os limites da tecnologia


Lendo o livro “2015 Como viveremos” do jornalista Ethevaldo Siqueira, deparei-me com uma foto de um rapaz fazendo sua barba matinal, frente a frente com um espelho que tinha, nada menos que as informações da bolsa de valores, tratava-se de um espelho da Philips que se conecta a Internet, de forma que possamos começar nosso dia já informados a respeito da economia mundial, agenda da semana, área para noticiários da CNN e até espaço para fazermos a barba!
É claro que trata-se ainda de um experimento, que pode inclusive ser visitado no HomeLab da Philips na Holanda, mas como tantos outros laboratórios, serve para antecipar tendências que, anos mais tarde, invadirão nossos lares.
Sempre comento a respeito dos benefícios da tecnologia, e de como podemos nos beneficiar e tornar nossa vida mais fácil e prática através da tecnologia, mas entendo que para tudo exista um limite e o excesso de informações começa a demonstrar seus efeitos perversos em vários segmentos da sociedade.
Sentimos a pressão de uma semana intensa de trabalho quando olhando nossa caixinha de e-mails ao final de uma sexta-feira, vemos que apesar da monstruosidade de correios que lemos, deletamos e respondemos, outro tanto ficou por ler para a próxima semana. Soube que produzimos anualmente o equivalente em informações ao que a humanidade demorou a eternidade para produzir, imagine se decidirmos que leremos tudo que se nos chegue às mãos, não duraremos uma semana!
Desenvolvemos algumas habilidades recentemente, uma delas é a de, em batendo os olhos em um texto, saber se nos será necessário ou não. Essa é uma habilidade muito útil atualmente.
De forma semelhante temos sido pressionados pela conectividade total, que quando bem utilizada nos propicia segurança e produtividade, mas que se mal usada facilmente nos escraviza a celulares e correios eletrônicos que chegam a todo instante e que não podem esperar o dia seguinte para serem respondidos, obrigando-nos a interromper o que quer que estejamos fazendo para dedicar-lhes a atenção necessária.
Que possamos então seguir conhecendo as inovações que surgem o tempo todo no mercado, mas que ao nos barbear pela manhã, possamos apenas nos barbear!

segunda-feira, outubro 13, 2008

iPhone 3G


O iPhone da Apple foi lançado no mercado norte americano, com o slogan “o dobro da velocidade pela metade do preço”. Totalmente condizente com a estratégia de marketing da Apple, que apesar de manter a limitação de oferta a uma única operadora, procura popularizar o seu produto, à semelhança dos iPod que são vendidos com o mesmo preço em todas as lojas e que já ganharam a preferência mundial como tocadores de MP3. Andando pelos Estados Unidos, vemos esses equipamentos nos bolsos de praticamente todos jovens e adolescentes.
Aqui em terras verde e amarelas no entanto a história foi diferente. Se nos Estados Unidos o valor de lançamento do iPhone variava de US$ 200 à US$ 300, no Brasil presenciamos seus valores oscilarem entre R$ 1.500,00 à R$ 2.300,00 nas duas operadoras que anunciaram seu lançamento.
Outro fato interessante é que o mesmo produto que é anunciado como acessível e voltado para o público jovem no mundo inteiro, no Brasil recebeu suas campanhas de lançamento comemoradas nos lugares mais caros da cidade, shopping Center Iguatemi e Villa Lobos, point da nata da high society paulistana.
Temos vários aspectos que contribuem para esse valor mais alto do iPhone, ente eles vale a pena destacar nossa política tributária que aplica um imposto de 51,3% sobre o valor final que o aparelho celular chegará às mãos dos consumidores. A declaração de João Cox, presidente da Claro dá uma idéia desses impostos quando menciona “O Brasil é singular. Celular paga mais impostos que revólver e Cachaça”.
Apesar de termos o segundo maior imposto de todo o mundo (perdemos apenas para a Síria e estamos praticamente empatados com Camarões), esse não é o único dos males que nos incomodará na aquisição do iPhone, também seu uso ficará prejudicado, face aos planos de dados de alto valor e também aos impostos incidentes nestes casos (somos taxados em 28,7%, o terceiro maior imposto no mundo, superado apenas pela Turquia e por Uganda), ou seja em praticamente qualquer lugar do mundo que for visitar, encontrará aparelhos celulares e planos de uso mais baratos que no Brasil. Somos mesmo um País singular...e vale a pena lembrar ainda, que a versão anterior do iPhone vendeu de forma ilegal no Brasil mais de 50 mil unidades! Que venha a marolinha então...

terça-feira, outubro 07, 2008

Aeroportos


Estou no aeroporto de Congonhas, aguardando uma brecha no mau tempo de Uberlândia, que me permita o embarque para esta cidade. Se o tempo não melhorar iremos para Ribeirão Preto e de lá seguiremos de ônibus, que belo programa hein?
Bem resta utilizar meu plano de banda larga Wi-Fi (Net Super Wi-Fi) para que o tempo de espera seja no mínimo produtivo. Para tanto procuro alguma poltrona que fique próxima a uma tomada para que possa carregar meu lap-top. Qual não é a surpresa ao perceber que na sala de embarque do aeroporto mais utilizado de São Paulo não existem mais que meia dúzia de tomadas em todo o salão? Um Aeroporto onde circulam próximo de 20 milhões de passageiros anualmente e que possui apenas algumas tomadas, que são disputadas para recarga de celulares, lap-tops e câmeras fotográficas, que tal?
De meu lado, considero-me um felizardo, pois consegui localizar uma poltrona vaga e ao lado uma tomada, também vaga, isso é um verdadeiro achado nesses tempos. Faço quase que uma corrida de 100 metros rasos para garantir meu direito à tomada, ocupo a poltrona, abro meu computador e quando o conecto na tomada, nova surpresa, ela não funciona!
Chego à conclusão que é melhor trabalhar assim mesmo, até onde minha bateria agüentar, do que tentar novamente a busca de nova tomada. Analisando o cenário, vejo à que situação precária somos submetidos, tarifas abusivas (paguei quase R$ 500,00 por uma viagem de menos de uma hora de duração), os aeroportos sempre lotados, suas salas não possuem equipamentos condicionadores de ar com capacidade adequada, o calor é infernal, faltam poltronas, sobram filas (para embarque, para comprar um lanche, para tomar um chopp, para carregar o lap top na tomada...).
Vejo outros executivos carregando seus computadores pessoais debaixo do braço, a vagar de cabeça baixa pelo aeroporto. Não porque estejam desolados, ou algo do gênero, mas simplesmente porque, como eu, andam à cata de uma tomada livre, onde possam carregar suas baterias e assim ter de volta a tão propalada conectividade total.
Sempre escrevo sobre as possibilidades da tecnologia e de como elas podem melhorar nossas vidas, mas acho que está na hora de fazermos uma reflexão, será que estamos preparados para utilizar essa tecnologia, se nem ao menos energia temos disponível, em um lugar onde provavelmente existe a maior concentração de executivos do Brasil?