domingo, fevereiro 28, 2010

TeleFênix


Temos ouvido com certa freqüência e insistência a intenção de retorno da Telebrás.
Independentemente do apelo nacionalista barato, um dos argumentos apresentados é que a volta da Telebrás seria utilizada para o aumento da penetração da banda larga para a população como um todo, por meio de ofertas subsidiadas ou mesmo efeito regulador sobre as atuais operadoras de telecomunicações que operam no país.
A Coréia do Sul possui a maior penetração em banda larga do mundo, e esse fato é um dos alicerces de um sistema educacional que foi o responsável pela mudança cultural, política e social ocorrida neste país, que o transformou totalmente e fez com que alçasse vôo e ocupasse lugar entre as nações desenvolvidas e com economia vigorosa e estabilizada.
A penetração da banda larga na Coréia tem servido de inspiração aos defensores da volta da Telebrás, como sendo uma necessidade para o Brasil, através do aumento do acesso ao mundo da internet e das informações, também conseguir um desenvolvimento maior e mais rápido do que o apresentado nas últimas décadas.
Relacionar o aumento do desenvolvimento de um país ao acréscimo de lares com acesso a internet Banda Larga tudo bem. Utilizar a Coréia do Sul como modelo, tudo bem também, até porque o modelo educacional utilizado por este país foi totalmente embasado no modelo desenvolvido por um educador brasileiro, Paulo Freire, que não atraiu muita simpatia para suas teorias educacionais aqui no Brasil, por conta de suas idealizações políticas, mas que teve seu trabalho reconhecido pela Coréia do Sul, que em visita ao Brasil, deslumbrou-se pela sua teoria. O problema está, na minha opinião, em termos que conviver com a volta da Telebrás para garantir esse processo, isso já é demais!
Afora o risco de virar mais um pesado órgão governamental a ser sustentado por um já combalido orçamento, pergunto-me se não seria mais interessante ficarmos com as entidades que já temos nesse cenário, e criar condições sadias para que as necessidades nacionais fossem atendidas pela infra-estrutura existente no país, sem a necessidade de criação de outras empresas e órgãos governamentais.
Que tal reduzirmos a incidência tributária sobre a banda larga? Trata-se da mais cara tributação de serviço no mundo, e que encontra equivalência apenas em bebidas alcoólicas e cigarros aqui no Brasil. E que tal utilizarmos os fundos setoriais? O Fust foi criado para que houvesse reinvestimento nos setores que o suportam e arrecada mais de R$ 1 Bilhão ao ano, mas que infelizmente tem sido utilizado para outros fins. Ao invés disso, preferem reviver a TeleFênix... :-(

4 comentários:

mistertube.blogspot.com disse...

Tenho algumas dúvidas e preocupação para com o sucesso deste pleito levantado pelo governo. Que rede seria utilizada para conseguir chegar nas residências? Que backbone seria utilizado? Será que a Eletronet possui capilaridade suficiente para atingir este objetivo? Imagine levantar uma operadora do zero? Quanto tempo levaria? A que custo? São muitas perguntas sem respostas. Acho que o melhor caminho, e o mais efetivo, é a redução dos impostos! Ainda tem a opção de criar mais um bolsa-x, seria o bolsa-internet, utilizando verba do FUST. Imagina? Sei lá, na minha opinião, quanto menos governo, melhor pra população. Xô Estatização!

Edu@rdo Rabboni disse...

É Tolstoy, não deixa de ser uma linha interessante, quanto menos estatização...
Abraços e continue conectado :-)

Anônimo disse...

Estou vendo, que muitas empresas do setor de banda-larga estão preocupados com essa revivência da telebrás, não é Sr. Rabboni?
Uma coisa é certa: o governo começar a pressionar as teles do brasil a servir uma internet mais digna para os brasileiros, sendo que aqui somos umas das piores do mundo em banda larga...
O que o Sr. Rabboni tem a me dizer sobre a CTBC? E esse aumento tosco de velocidade do Netsuper de 200k para 300k depois de 4 ANOS sem nenhum upgrade!!!
Isso que é atraso de tecnologia!
Para um país que vai sediar a copa do mundo em 2014 e as olimpíadas em 2016, alguma coisa tem que ser feita!
Já imagino? se tivermos um apagão de luz? e qual mais seria? um apagão da internet? hahaha
(apenas minha opinião)

Abraços!

Edu@rdo Rabboni disse...

Olá Anônimo, obrigado pelo comentário. É um pouco complexo analisar apenas a velocidade do acesso, é interessante analisarmos também o uso, o limite, o valor cobrado, a média de consumo do país, impostos incidentes e mais uma série de fatores que impactam na nossa experiência como usuários de banda Larga. Você encontra um cenário completo da Banda Larga no Brasil no site da Teleco (http://www.teleco.com.br/blarga_pprov.asp) onde lê-se que mais de 70% dos usuários em todo o Brasil contratam velocidades inferiores a 250 kbits/s, outra informação interessante é sobre o valor da assinatura de um plano Banda Larga no mundo, onde lemos que o Brasil apresentam valor semelhante a vários outros países no mundo (mesmo tendo uma carga tarifária mais pesada), veja a pesquisa do UIT (Órgão Internacional de Telecomunicações)http://www.teleco.com.br/blarga2.asp, nesta pesquisa o Brasil apresenta posição de número 97. Permaneça conectado, abraços