No texto impecável dos irmãos Wachowski, em determinada cena do filme Matrix (www.whatisthematrix.warnerbros.com), temos um diálogo em que Mr. Smith apresenta uma tese ao personagem Neo, em que diz que o único organismo vivo que se assemelha com o ser humano é o vírus, no sentido que toma conta de determinado corpo, do qual depende sua sobrevivência, e mesmo assim o aniquila. É claro que a intenção dos autores é provocar a percepção do mal que estamos causando ao meio-ambiente, sem o qual não vivemos.
Além de uma ótima dica para quem ainda não assistiu a trilogia Matrix, gostaria de me aprofundar um pouco no significado dessa frase, que sempre me intrigou muito. Apesar de concordar com a importância do tema preservação do meio-ambiente, queria aqui tomar a visão da pirataria, de forma análoga à citação do filme Matrix. Acho totalmente aplicável, pois não consigo entender pessoas que gostam muito de jogar vídeo games, por exemplo, mas ao invés de comprarem seus jogos e pagarem aos autores e produtores, preferem comprar CDs “piratas” ou baixarem de forma gratuita através da internet. Ora, no extremo, se todas as pessoas fizessem a mesma coisa, não haveria mais jogos, pois ninguém seria capaz de continuar trabalhando de graça, sem receber nada em troca. Se isso não acontece, é porque ainda existe uma quantidade razoável de pessoas que preferem adquirir legalmente seus programas, o que estimula os desenvolvedores e programadores a fazerem mais programas. Então fica outra pergunta, se alguns aceitam pagar pelo que estão recebendo, porque outras pessoas aceitariam tranqüilamente utilizar gratuitamente jogos não oficiais, sabendo que isso é ilegal? E por fim, o que nunca consigo entender, é como alguns pais conseguem estimular seus filhos a fazerem o mesmo, ou seja destravam os consoles de jogos de seus filhos, assim que os compram, para que possam utilizar-se de CDs não originais, ou mais comumente chamados “piratas”.
Será que existe alguma razão que diga que a utilização de jogos “piratas”, é menos considerado como infração, do que um roubo de carro ou de carteira, por exemplo? Confesso que como engenheiro, a interpretação das leis não é meu forte, mas sempre achei que fosse a mesma coisa.
E por outro lado fico imaginando que, se todos pagássemos, haveria uma diversidade maior de jogos, o que seria melhor para todos e acabaria estimulando que mais empresas e programadores desenvolvessem novos jogos, o que acabaria por baratear os jogos, pela maior competição, enfim seria melhor para todos. Então nesse fim de ano, fica meu conselho, se comprar um console de games para seu filho, seja X-Box, Nintendo ou Play Station, deixe-o original, não demonstre a seu filho que a lei tem duas interpretações, afinal é contra isso que temos brigado tanto como cidadãos, não é?
Além de uma ótima dica para quem ainda não assistiu a trilogia Matrix, gostaria de me aprofundar um pouco no significado dessa frase, que sempre me intrigou muito. Apesar de concordar com a importância do tema preservação do meio-ambiente, queria aqui tomar a visão da pirataria, de forma análoga à citação do filme Matrix. Acho totalmente aplicável, pois não consigo entender pessoas que gostam muito de jogar vídeo games, por exemplo, mas ao invés de comprarem seus jogos e pagarem aos autores e produtores, preferem comprar CDs “piratas” ou baixarem de forma gratuita através da internet. Ora, no extremo, se todas as pessoas fizessem a mesma coisa, não haveria mais jogos, pois ninguém seria capaz de continuar trabalhando de graça, sem receber nada em troca. Se isso não acontece, é porque ainda existe uma quantidade razoável de pessoas que preferem adquirir legalmente seus programas, o que estimula os desenvolvedores e programadores a fazerem mais programas. Então fica outra pergunta, se alguns aceitam pagar pelo que estão recebendo, porque outras pessoas aceitariam tranqüilamente utilizar gratuitamente jogos não oficiais, sabendo que isso é ilegal? E por fim, o que nunca consigo entender, é como alguns pais conseguem estimular seus filhos a fazerem o mesmo, ou seja destravam os consoles de jogos de seus filhos, assim que os compram, para que possam utilizar-se de CDs não originais, ou mais comumente chamados “piratas”.
Será que existe alguma razão que diga que a utilização de jogos “piratas”, é menos considerado como infração, do que um roubo de carro ou de carteira, por exemplo? Confesso que como engenheiro, a interpretação das leis não é meu forte, mas sempre achei que fosse a mesma coisa.
E por outro lado fico imaginando que, se todos pagássemos, haveria uma diversidade maior de jogos, o que seria melhor para todos e acabaria estimulando que mais empresas e programadores desenvolvessem novos jogos, o que acabaria por baratear os jogos, pela maior competição, enfim seria melhor para todos. Então nesse fim de ano, fica meu conselho, se comprar um console de games para seu filho, seja X-Box, Nintendo ou Play Station, deixe-o original, não demonstre a seu filho que a lei tem duas interpretações, afinal é contra isso que temos brigado tanto como cidadãos, não é?
6 comentários:
Edu, eu sempre tive curiosidade em saber a razão pela qual o mercado de games no Brasil ser totalmente clandestino (dos consoles aos jogos), achava um absurdo a Sony não lançar seus consoles no Brasil, que potencialmente deveria ser um dos mercados mais relevantes do mundo pra este tipo de produto. Fiz uma rápida pesquisa e descobri o seguinte: A única razão pela qual as empresas que fabricam consoles, não investirem nada no Brasil é pelo fato de que os impostos incidentes neste tipo de produto fazem ele custar 3 vezes o preço do original em dólar!! Levando em conta rendimento médio da população, taxa do dólar, etc, chegamos a simples conclusão de que comprar um videogame, por vias legais, é coisa para poucas pessoas, logo, este mercado não existe por aqui! O mesmo vale para os jogos, pois um americano médio pagar 40, 50 dólares por um jogo é muito menos impactante que um brasileiro pagar 260 reais no mesmo jogo. Uma das soluções para esta situação está na equiparação dos preços entre o original e o pirata, reduzindo drasticamente o valor dos impostos. Solução essa já adotada no México, que tornou-se o mercado de games latino-americano mais importante, justamente por causa disso.
Dênis, no podcast anexado existem alguns comentários do Gerson Souza, diretor da Vivendi, inclusive abordando as questões relativas aos impostos.
O engraçado (ou trágico) é que o motivo dessa "proteção" ao mercado nacional, já não faz mais sentido há anos, e a taxação continua, o que desestimula o mercado de novos players (tanto locais como internacionais) e faz com que em um mercado mundial de bilhões, nossa participação seja de míseros 200 a 300 milhões de reais ano!
Valeu, e sinta-se em casa.
http://idgnow.uol.com.br/podcast
Além da questão dos impostos, acho que há uma miopia generalizada na questão da precificação (mesmo desconsiderando os impostos). Vejam por exemplo o mercado de livros ou CDs, que trabalham com uma política de preços diferenciada para cada país. Um CD que custa US$ 30 nos sai no Brasil por... R$ 30! A produtora "se conforma" de vender o produto por menos da metade do preço em dólar, porque sabe que é esse o preço que o mercado local paga. Outro exemplo disso é o McDonalds, que vende sanduíches no mundo todo com um preço adequado à realidade local.
No caso do hardware dos consoles, o problema nem é tão sério mais - o preço é global, e com o dólar baixo é viável comprar um PS2 legítimo hoje em dia. Mas os CDs com jogos... poderiam seguir a mesma política de precificação dos CDs e livros mencionados acima. Mesmo com impostos mais altos, poderiam ser vendidos a preço mais baixo, com caixinha em português. É questão de adequar a política comercial à realidade local. Ao invés de terem margens altas sobre vendas inexistentes, as produtoras poderiam optar por terem uma margem reduzida sobre um volume razoável de vendas. Com um preço justo, não acho que alguém opte conscientemente pelo produto pirata.
O que não entendo Carlitos é que no modelo de SW do Windows, a Microsoft "deixa" ou "tolera" os piratas domésticos, pois depende desse aprendizado nos aplicativos para que a utilização que esses mesmos usuários fazem nas empresas em que trabalham ( e lá a licença é cara e oficializada)dê-se de forma facilitada, pois já estão treinados no word, excell, power point, etc. Já no modelo de Games isso não faz sentido, pois com essa política de preços o consumidor pessoas física tem dificuldade em adquirir legalmente o SW e não existe mercado para pessoa jurídica, ou seja, realmente não faz sentido!Obrigado pelo comentário e sempre sinta-se a vontade no MundoConectado.
Olá Edu, há muito admiro a postura de algum (e uso o singular porque só conheço uma pessoa que assim age, bem conhecida de ti por sinal) de simplesmente negar-se a adquirir produtos piratas. Achava que também eu poderia engrossar esse micro-universo, até me ver comprando um GAME pro filhote e correndo atrás desesperadoramente de alguém que o "desbloqueasse". Interessante que ao fazer, em nenhum momento pensei na possibilidade de deixar de fazê-lo. Pura e simplesmente por constatar os preços dos tais CDs de jogos! Pois bem, acabo de perceber, com vergonha, que a máxima de que ninguém é incorruptível mas tem seu preço, também se aplicou em meu caso! Em que pese, não andar no acostamento, não piratear sinais de TV, não oferecer nam compactuar com guardas de trânsito para deixar de aplicar as multas a que são pagos para fazer, entre outras, percebi e pior, sendo da área que afirma vc não ser no post, aquelas atitudes comentadas constituem exatamente a mesma infração (pra não chamar de crime, porque aí a minha consciência não permitiria sequer escrever esse comentário), que estou a dar a meu filho, o mesmo e deplorável exemplo do cara que faz as coisas antes citadas. Percebi também, que o melhor teria sido comprar outro console, cujo preço dos games ficassem mais próximos de meu bolso - se é que existem - ou mesmo deixar de fazer a compra, tendo perdido também a oportunidade de usar a NÃO COMPRA como forma, inclusive de criar a oportunidade de discutir o assunto com o afilhadão. Perdi pois, de todas as formas, até porque, dói mais ainda admitir, o desbloqueio poucos meses depois de efetuado, fez com que o filhote tenha que usar o maravilhoso game que o dei, atualmente, no mal e velho Preto e Branco! Tantos recursos visuais e o pobre do menino jogando Santos x Corínthians - só como exemplo pois sabe que não o deixaria rsrs - sem saber quem é que está com a bola, não fossem as legendas dos nomes dos jogadores. Grande abraço e obrigado pelo puxão de orelhas ainda que não soubesse estar fazendo.
Óbrigado pelo comentário Kula, me chamou muito a atenção sua observação referente a experiência pós "desbloqueio" do Console de PS. Isso porque acho que essa é a ferramententa mais eficaz contra a pirataria, pois é aquela que confere graça e desejo ao objeto que pretendemos adquirir, que em não sendo pirata, custa mais caro, não é tão fácil de ser adquirido, funciona melhor, é mais interativo, o som é melhor, etc, etc (começamos inclusive a ver qualidades onde não existem.... :-) ). Ao passo que quando encaramos a situação de um produto adquirido de maneira ilegal, a única distância que nos separa desse produto, além da consciência é claro, é querermos comprá-lo, pois os valores são muito baixos ou mesmo gratuitos, o que pode nos levar a fazermos uma análise QUANTITATIVA e não QUALITATIVA do nosso objeto de desejo, por exemplo pode chegar a ser mais importante para alguém ter MUITOS CDs ou DVDs (mesmo que alguns nem tenham sido vistos ainda) do que ALGUNS realmente bons e que tenham merecido nosso esforço em decidirmos qual adquirir e obviamente termos pago o preço devido. Lembrei de um conto de cursinho, onde uma sogra sábia, impedia que o casal de nubentes dormissem a lua de mel juntos, pois sabia que o cansaço das festas e a ansiedade em que aquilo logo ocorresse certamente tiraria a mágica do momento, então deliberadamente atrapalhou os noivos, que somente puderam por fim curtirem sua lua de mel, dias depois do casamento, e com a expectativa devidamente trabalhada. E nós, como podemos trabalhar nossa expectativa, relativa a um objeto de desejo que gerará uma experiência que deve ser prazerosa por definição, se nem ao menos sabemos que não será difícil obtê-la?
Abraços e mais uma vez, sinta-se em casa no MundoConectado.
Postar um comentário