segunda-feira, maio 28, 2007

Muito de fala e algo se faz


Já apresentei, nessa coluna, o XO, o computador elaborado por uma das cabeças mais brilhantes da Internet dos dias de hoje, Nicholas Negroponte, que desenvolveu o programa OLPC (One Laptop Per Child – Um computador portátil por criança) nos laboratórios do MIT, nos Estados Unidos. Muitas foram as críticas quando publiquei esse artigo, pois se colocava muito em questionamento a real efetividade em se dar um computador para que o aluno pudesse inclusive levá-lo para casa, sem que se olhasse para o problema de forma mais abrangente, incluindo no programa, além do computador, a questão do acompanhamento sobre o projeto, análise didática do material utilizado para fazer o repasse ao aluno, pois não adianta enfiar o conteúdo garganta abaixo no estudante, e até uma determinada vigilância sobre a utilização do equipamento e acompanhamento de desenvolvimento do aluno usuário e participante do programa educacional.
Defendo que o tema inclusão digital está calcado em alguns pilares que precisam ser resolvidos e previstos de maneira estruturada, para que atinjamos os resultados esperados, são eles: Computador a baixo custo, sistema educacional e didático com conteúdo adequado, equipe de manutenção das máquinas, equipe de treinamento e capacitação e por fim, acesso a Internet com velocidade adequada. Olhando por esse prisma, vemos que a iniciativa do OLPC é apenas uma das variáveis da equação, em que pese a importância de obtenção de PCs a baixo custo, ainda assim temos que olhar para as demais necessidades do programa.
Nessa semana estive conversando com profissionais do Banco do Brasil que tiveram uma iniciativa bastante interessante, contemplando todas as necessidades para que se faça uma inclusão digital de fato. Através desse programa já fizeram a doação de milhares de computadores através da criação de Telecentros.
Outra iniciativa muito interessante é a do CDI – Comitê de democratização da Informação (http://www.cdi.org.br/), uma instituição que já fez a implantação de mais de oito mil computadores, em comunidades carentes, todos acompanhados de sistemática de manutenção e conteúdo educacional para que a iniciativa seja auto-sustentável.
Com esse texto, gostaria de elucidar que a atenção para com a inclusão digital deve ser ampla e conter todos os ingredientes de sustentabilidade que possibilitem que o programa de inclusão digital ocorra de forma estruturada, e não somente o fornecimento de computador a baixo custo.

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