segunda-feira, outubro 08, 2007

TV Digital ou IPTV?


Tenho conversado com alguns amigos que se dizem desapontados após adquirirem uma TV de Plasma ou de LCD, pois descobrem que a qualidade da imagem é praticamente a mesma que viam na TV convencional de tubo, com o inconveniente de que por ser em dimensões diferentes (wide 16:9) ou vemos a imagem distorcida para que caiba na tela inteira, ou ficamos com uma imagem menor do que o tamanho da tela. Na realidade para aproveitarmos a boa qualidade de uma TV digital, devemos ter alta qualidade de imagem também na geração, assim é necessário que o DVD que pretendemos assistir também tenha alta qualidade de imagem, Blue Ray, por exemplo, ou então que usemos uma conversor.
Ao final desse ano, em São Paulo, teremos a TV digital sendo transmitida por sinal aberto (antenas), poderemos então experimentar melhor qualidade de imagem. Nesse momento provavelmente o que nos incomodará será a qualidade do conteúdo...mas aí já são outros quinhentos.
Por outro lado, já temos muito conteúdo digital de imagem sendo transmitido através do protocolo IP, com a vantagem que não existe limite de distância para as transmissões, pois os sinais não são transmitidos por antenas, mas através da Internet. E com o acréscimo das velocidades dos acessos, a qualidade de imagem se aproxima rapidamente da qualidade que estamos acostumados a experimentar na nossa TV. Com isso notamos outro fato interessante que é o fato de nossa disponibilidade de acesso a Internet ter que mudar do quarto ou escritório para a sala, pois é lá que assistimos a nossos programas prediletos.
Com a imagem de TV sendo transmitida sobre protocolo IP, podemos aproveitar as imensas facilidades da Internet para interagirmos com o que assistimos, por exemplo, visualizando as mesmas cenas através de posições e câmeras diferenciadas, criando fã clubes organizados na web, sendo avisados do momento que nossos programas favoritos estarão sendo disponibilizados, ou mesmo gravando-os caso não tenhamos disponibilidade de vê-los naquele exato momento. Tudo isso independentemente do local de acesso, e sem a necessidade de antenas, pois o conteúdo que é gerado em determinado país, pela cobertura da rede mundial, pode ser visualizado em qualquer lugar do Planeta!

10 comentários:

Unknown disse...

De um tempo pra cá, tenho assistido cada vez mais a bons vídeos na Internet. Existem palestras excelentes no YouTube, como por exemplo, toda a série de palestras do TED; a já famosa palestra do Steve Jobs na Universidade de Stanford; e mais recentemente, a linda aula de despedida do Prof. Randy Pausch, da CMU.

Além das palestras em vídeo - que capturam momentos ao vivo - há também os curtas e vídeos produzidos, como revistas eletrônicas. Um exemplo interessante é o vídeo sobre a Web 2.0 produzido por um professor de antropologia. Outro exemplo são os vídeos da Good Magazine.

Note que nenhum desses exemplos é de algo que tenha sido veiculado na grande mídia. São vídeos densos, interessantes e importantes. O que mais chama a atenção é que são materiais que jamais teríamos acesso, não fosse a nova Web.

Dito isso, como fica a comparação da IPTV com a TV Digital? Eu pessoalmente acho que a TV Digital chegou tarde. Ainda há alguma chance de sucesso pelo simples fato de que muita gente ainda não tem acesso nenhuma à Internet, e a TV Digital pode se tornar uma ferramenta complementar nesse sentido. Porém, como modelo de negócio, acho que a TV Digital corre sérios riscos.

A grande questão para mim é se as pessoas vão ter paciência para procurar conteúdo por si próprias. O conteúdo "push" das televisões "emburrece" mas é tentador. Você não precisa pensar. Basta selecionar o canal. O conteúdo foi previamente escolhido para você. Será que as pessoas vão querer sair da acomodação? Ou será que mesmo na Web 2.0, alguns poucos sites vão concentrar o grande volume de assinantes e fazer o papel de filtro, que parece ser tão necessário? São boas perguntas...

Edu@rdo Rabboni disse...

Valeu pelas dicas dos vídeos, sempre comentamos sobre eles, mas facilitou muito tê-los colocados todos juntos em um único post (o da web 2.0 eu não conhecia ainda e nem o de despedida de Randy Pausch). Agora o conteúdo das TVs (digitais ou analógicas) é orientado pelo que a maioria quer ver. Tivéssemos mais pessoas de bom gosto e teríamos mais disponibilidade de canais como TV Cultura e o canal Futura, ambos trazem bons conteúdos. O chato é que existem muito mais pessoas querendo saber quem matou a fulaninha da novela...como fala o Zé Ramalho, esse não é o meu Brasil!

João Orlando disse...

Raboni, considerando:
Que atualmente o Brasil tem alguns milhões de usuários de internet em banda larga;
Que a curva de tendência do serviço de banda larga é de incremento;
Que o mercado ofertará cada vez mais largura de banda seja nas redes fixas (ADSL) ou Wireless (Wifi, WiMAX, 3G);
Que a mobilidade é uma tendência;
Que os notebooks estão ficando com preços cada vez mais acessíveis (com mobilidade embargada);
Podemos considerar que, no médio prazo, o serviço de IPTv é um nicho de mercado e, no longo prazo, pode se tornar um serviço mais abrangente, parecido com o mercado de broadcast de televisão atual, concorrendo diretamente com a TV digital?
Na sua opinião, a televisão via IP, poderá se tornar um bom negócio nas redes banda larga de alta velocidade sem mobilidade (ADSL 2+), ou com mobilidade (3G ou WiMAX)? Ou são simplesmente nichos de mercado diferentes?
Você acredita que uma operadora de telecom com uma rede convergente pronta, o serviço de IPTv poderia substituir a rede de TV a Cabo?

Edu@rdo Rabboni disse...

Sabe João Orlando, estamos falando de coisas muito diferentes. Por um lado temos as operadoras de telecomunicações, que conhecem do negócio de redes e de clientes (atendimento, venda, cobrança,etc) e de outro lado temos as operadoras de TV a cabo, onde a rede é mera parte necessária a prestação do serviço, mas o que importa mesmo é o conteúdo e obviamente o cliente da mesma forma (atendimento, venda, cobrança, etc). Então tem havido esforços simultâneos das operadoras de TV a cabo para entenderem o negócio de banda larga das operadoras de telecomunicações, e estas por sua vez têm feito todo o esforço possível para entenderem também de conteúdo, a diferença é que o mercado de telecom ainda é mais de dez vezes maior que o mercado de TV a cabo, o que desequilibra o jogo. E devemos também lembrar que não se trata somente do fornecimento do mesmo conteúdo em uma mídia diferente, na realidade trata-se também de um novo conteúdo, que até o momento ninguém sabe ao certo como oferecer e muito menos qual resultado virá dessa exploração, pois estamos falando de T-Commerce, interatividade, conteúdo gerado pelo próprio telespectador,e mais um monte de novidades que sequer imaginamos, mas que certamente aparecerão quando o meio assim o permitir. Concorda com essas posições? Abraços.

Anônimo disse...

Dificilmente o João discordará de posições tão sensatas, Raboni. Nesse cenário de expectativas quanto ao desenrolar destas novas opções de entretenimento, o fato é que, por ora, vem se tornando bastante intricado prever com precisão qual dos comportamentos deve imperar: o do telespectador comodista - refém das parcas opções iniciais a serem oferecidas pela TV digital aberta, ou o do cliente pró-ativo – interessado tanto em qualidade, quanto em fazer parte do controle da programação. Há de se convir que seja perfeitamente possível a convivência harmoniosa de ambos...
Uma de minhas possíveis crenças é a de que a IPTV deverá atingir em cheio o público de perfil mais sofisticado, além de poder representar mais uma opção para as operadoras de telecom para a fidelização de seus clientes, sobretudo nas localidades desprovidas de serviço de TV a cabo. Outra dúvida é: até onde irá esta rentabilidade para as tele?

Edu@rdo Rabboni disse...

Obrigado pelo comentário Alisson. A questão da rentabilidade, é o que chamamos de "pergunta de um milhão de dólares" porque ninguém sabe ao certo de onde virá sua resposta, mas sabemos que nada se sustenta se não for rentável. Por outro lado, tenho observado que a interatividade tem surgido nos lugares onde menos esperamos, e não somente nos usuários mais sofisticados. Vejamos o exemplo do Orkut, Myspace, Flogão e etc, onde a grande maioria de usuários é formada por pessoas absolutamente comuns, e não usuários de gosto sofisticado e superior conhecimento de informática. O que para nós é muito bom, pois confirma a tendência inclusiva da internet, e não isolacionista. Sinta-se sempre em casa no MundoConectado.

Sabrina Sousa e Guilherme disse...

Para os telespectadores que possui internet será uma disputa acirrada entre TV Digital X IPTV, mas para os telespectadores que não possui internet será apenas uma TV com mais qualidade.

Anônimo disse...

Sistema de TV Digital é um assunto que ainda causa dúvidas e confusão entre as pessoas e mesmo quem conhece sobre o assunto discorda entre si sobre alguns fatores.
É do conhecimento de todos que alguns países que detém a tecnologia de fato querem que seu padrão seja adotado, pois isso significa receita. No Brasil, Governo, Universidades, grupos de estudos, após muita conversa e discussão escolheram 2 padrões (o Europeu e o Japonês) dentre os quais, 1 seria escolhido para ser adotado no país... Vamos fazer um “pequeno” resumo, com vantagens e desvantagens desses dois padrões para entender porque o os dois.
Padrão Europeu tem como sigla DVB (Digital Video Broadcasting): adotado comercialmente em 1998, pelo Reino Unido, Índia, Austrália e Nova Zelândia.
Vantagem: É um sistema versátil, facilitando a transmissão de múltiplos canais virtuais na mesma freqüência. Desvantagem em relação aos seus concorrentes: Opera na freqüência de 8 MHz, que o deixa em desvantagem pois seus concorrentes operam a 6 MHz e também o quesito mobilidade deixa a desejar.
Padrão Japonês tem como sigla ISDB (Integrated Service Digital Broadcasting): vem sendo pesquisado desde a década de 70. Entrou em operação em 2003 em Tóquio, no Japão. Vantagem: É flexível, permitindo diversas aplicações, desde interatividade com o usuário, convergência total com telefones celulares 3G, o que significa mobilidade. A desvantagem foi o ultimo sistema digital a entrar em operação comercial, em 2003 e algumas vantagens que tanto oferece ainda estão em adaptação.
O Brasil, conforme vimos, está atrasado. Outros paises já estão com a TV digital funcionando já há alguns anos. Sabe-se bem que ao invés de desenvolver outro sistema de TV digital o Brasil optou por adotar um já em funcionamento !
Concorda com essa afirmação? Isso encurta o prazo para que fosse implementado, entretanto gera vários pontos em que pensar pois de acordo com Hélio Costa o modelo de TV digital a ser implantado no Brasil é um modelo de TV aberta, diferente de todos os demais existentes.
Vejamos os horizontes: O Brasil tem cerca de 90 milhões de TVs, o que corresponde a 95% dos lares com televisão. Destes, 79% só recebem sinais via radiodifusão terrestre, enquanto no mundo, há 530 milhões de lares com recepção de TV e 81,6 milhões de lares com recepção de TV Digital.
Mas como fazer com que os 4 requisitos pioneiros da TV Digital( alta definição, interatividade, portabilidade e mobilidade) cheguem a essa população considerada de baixa renda?
Aqui vão as negociações: Para o governo, fazer a escolha certa pode ter um impacto não só na qualidade dos serviços prestados, mas também nos custos para a transição, que incluem, por exemplo, royalties pagos aos detentores das patentes tecnológicas dos equipamentos.
O sistema japonês todos os royalties seriam retirados e a intenção de implantação de fábrica no Brasil para redução no custo dos equipamentos. No caso de opção pelo europeu, haveria devolução de 50% do royalty de 4 dólares pago por cada aparelho digital, além de atender a um importante quesito que o Brasil quer, “mobilidade”, e que operam a 6 MHz.
Assim sendo, concordamos que no Brasil o padrão japonês como referência na implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital é a melhor opção devido ao custo, viabilidade tecnológica para o país, conforme vimos um resumo da comparação entre os sistemas. Sabe-se que, entretanto muitos fatores como a interatividade ainda é algo que não estão bem definidas no Brasil. E também sobre a mobilidade oferecida pelo sistema Japonês, sabemos que as vantagens da TV digital para o Brasil vão ser muitas agora é esperar para ver. Tomara que não seja como o fiasco do Pal-M.

Karla roberta F. Leite - karlaroberta18@hotmail.com
Paulo Henrique dos Santos - phenriquesantos@hotmail.com

Edu@rdo Rabboni disse...

Obrigado pelo comentário Sabrina & Guilherme, mas acho que será mais que uma concorrência ou competição entre TV e internet, pois se tratam de formas complementares de assistirmos conteúdo, e a TV não invalida a net ou vice-versa, existe espaço para os dois, de forma relacionada inclusive. Quem viver verá, fiquem sempre a vontade no MundoConectado!

Edu@rdo Rabboni disse...

Karla e Paulo, obrigado pelo comentário, vocês fizeram um ótimo sobrevôo sobre as possibilidades das tecnologias que analisamos e principalmente sobre a que escolhemos no Brasil. O mais importante para mim é o que abordaram ao final do texto, qual seja: como faremos a integração do sinal de TV para outros devices e usos, entre eles o celular, acho que é ai que mora a maior oportunidade e maior desafio tecnológico. Voltem sempre!