quarta-feira, janeiro 30, 2008

Nunca se perca


Conversava com meu amigo Leonardo Cardoso, criador do portal Zymboo (http://www.zymboo.com.br/) e da ferramenta de busca de rotas e mapas zymaps (http://www.zymaps.com.br) o quanto que os aplicativos de localização e mapas têm evoluído, em especial na Internet. Lembro-me de, quando adolescente e assistindo a filmes de agentes secretos, assistir a agências de segurança manuseando satélites e obtendo fotos de qualquer lugar do mundo. Aquilo era a mais pura ficção, principalmente se pensássemos na disponibilidade daquelas informações para o mundo todo, pelo custo envolvido em solução semelhante. Pois não é que entramos nesse novo século com a possibilidade de vermos qualquer lugar do mundo pela Internet, de graça e ainda com possibilidades de acrescermos rotas de origem e destino, bem como localizarmos estabelecimentos comerciais, notícias locais do endereço que buscamos, bem como pontos de interesse e turismo?
Em 2002 aluguei um carro na cidade de Atlanta e por apenas mais 17 dólares o veículo veio equipado com o “never lost” um equipamento que traçava rotas para destinos escolhidos, bem como calculava distâncias e tempo necessário para o percurso, e ia nos falando, através de uma voz feminina muito educada, quando tínhamos que virar à esquerda ou à direita, bem como recalculando a rota quando errávamos o caminho (nunca fui muito bom de direção...).
A Nokia, maior fabricante de aparelhos celulares do mundo percebeu o potencial dos aplicativos dedicados a navegação e adquiriu a Navteq por mais de 8 bilhões de dólares, como a consolidação de uma estratégia de se transformar em empresa de conteúdo e não apenas de aparelhos (foram mais de 20 empresas de conteúdo adquiridas somente em 2007). Com isso os usuários passaram a ter aplicativos poderosíssimos de navegação e localização baseados em sistemas satelitais do tipo GPS, de forma gratuita em seus celulares e dispositivos móveis, podendo ainda optar por pagarem uma mensalidade em torno de 30 reais por mês para terem inclusive o mesmo sistema que utilizei em Atlanta, onde um software analisa seus destinos, traça rotas e vai avisando passo a passo como chegar até determinado destino. Já temos alguns veículos no mercado nacional que são fornecidos com esse equipamento incluso. Estamos vivendo uma época de rápida evolução, onde o que existe de mais moderno no mundo inteiro propaga-se em uma velocidade incrível, e estamos apenas no começo dessa mudança toda, temos muito mais ainda por ver.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Agradecimento


Escrevo normalmente aos finais de semana, e sei como foi minha semana pelas idéias que aparecem em minha mente para colocar no Blog, se a semana foi inspiradora e li artigos interessantes, ouvi bons podcastings, aparecem várias idéias sobre o que escrever, senão...

Semana passada foi uma daquelas em que trabalhei muito, resolvi muitos problemas, e infelizmente li pouco,conseqüência direta disso é que ontem me faltavam idéias para colocar no Blog :-(

Foi aí que os amigos de plantão (Alexandre, Sandra, Leonardo) entraram em ação, me sugerindo vários temas, que foram todos anotados e aparecerão no MundoConectado ASAP. Valeu pela força!

domingo, janeiro 20, 2008

Tecnologia ou...


A vantagem de escrever sobre tecnologia e não sobre saúde, é que não preciso ser mais um dizendo a quantas anda a febre amarela ou a dengue no país, muito menos tendo que explicar como deixamos a situação chegar a esse ponto, desde que Oswaldo Cruz erradicou essas duas endemias no Brasil.
Pois bem, voltando então à tecnologia, sabemos que neste ano, o senhor Bill Gates se aposentará de suas atividades à frente da Microsoft, a maior empresa de software do mundo, que investe mais de 7 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento ao ano. Suas idéias e soluções renderam-lhe o título de homem mais rico do mundo, e uma posição de destaque de sua empresa no mundo dos negócios, posição essa que será difícil de arrebatar, haja vista que representa um modelo de negócio que ele mesmo criou, onde se vende uma expectativa de que receberemos mais facilidades na nova versão do software que temos, onde sequer utilizamos uma pequena parte do que já está disponível, que sabemos que assim que instalarmos a nova versão em nossas máquinas, várias funcionalidades não estarão operando adequadamente, fazendo nossos computadores literalmente pararem (são os chamados bugs), onde várias versões são “piratas” ou seja, são adquiridas de formas a não se pagar nenhum centavo para a empresa que a produziu, onde a sua principal concorrente é a Apple, uma das empresas mais inovadoras do mundo, e que mesmo assim, em um cenário tão adverso, consegue se destacar e liderar o mercado com folga.
Mas não queria falar da empresa, mas sim do senhor que a idealizou. Que errou inúmeras vezes, mas teve a perspicácia e a humildade necessárias para perceber seus erros e corrigi-los rapidamente, de forma a não perder as oportunidades que se lhe apareceram. Colecionou acertos, como a previsão da Internet móvel, do lançamento do X-BOX, do lançamento do MSN Messenger além do lançamento do Microsoft Internet Explorer, que dominou o mercado de navegadores de Internet, desbancando o Netscape. Da mesma forma colecionou oportunidades que poderiam ter sido melhor desenvolvidas, como o Zune que não conseguiu ser mais popular que o iPod, como o MSN.com que não ganhou do Google, como sua previsão de que o Spam seria resolvido até 2006 (nunca esteve tão forte, para nosso aborrecimento).
O engraçado é que esse homem, com tantos feitos para comemorar, vai deixar definitivamente o comando da Microsoft para se dedicar exclusivamente a atividades filantrópicas, através da fundação que leva o seu nome e o de sua mulher Melinda. Acho que nessa fase que se inicia é que veremos as melhores realizações desse grande homem!

sexta-feira, janeiro 04, 2008

A inovação pode ou não ser aceita


Todos conhecem o Palm Pilot, aquele pequeno computadorzinho de mão da década de 90, feito pela Palm, que no início era fornecido apenas com tela em uma única cor, no qual podia se escrever através de toques na tela (touch screen) com uma canetinha que era fornecida junto com ele. Esse equipamento tinha uma interface sofrível e era caro, mas todo mundo queria ter um em casa. Servia para anotar endereços, telefones, alguns compromissos e ao final virou até telefone (família de celulares TREO). Atualmente ele é fornecido com tela colorida, capacidade de memória da ordem de GigaBytes e possui câmera fotográfica e conexão bluetooth. Vendeu milhões de unidades no mundo todo.
Analisando esses fatos sob essa ótica, quem poderia imaginar que o lançamento dos computadores de mão foi um fracasso retumbante?
Uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Apple, lançou o conceito do computador de mão através do Newton em 1993. Foram investidos mais de 500 milhões de dólares no seu lançamento e após uma recusa geral do público em adquirir o equipamento, a Apple acabou por desistir do mesmo, o que ajudou a montar o cenário que quase levou essa empresa a falência nessa década.
Uma outra empresa muito promissora da época, a GO Corporation investiu 75 milhões de dólares em um computador de mão lançado em 1994 chamado Zoomer, também foi um fracasso total.
Diante desses dois fracassos a Pilot investiu apenas 3 milhões de dólares e fez pequenas adequações no mesmo produto trabalhado pela Apple e pela GO corporation. Trabalhou um pouco mais o conceito da interface homem-máquina e o resultado foi estrondoso. Em 1997 recebeu o título de “dispositivo de alta tecnologia do ano”. Venderam mais de 1 bilhão de dólares no ano de 2000, chegaram a marca de mais de 20 milhões de dispositivos vendidos no ano, sendo que dominam mais de 80% do mercado atual de computadores de mão.
Onde está o milagre? O que a Palm viu no mesmo mercado que a Go corporation e a própria Apple não viram? Na realidade eles vislumbraram que não adiantava tentar fazer a interface ideal, que os usuários pudessem interagir de forma ideal, ao invés disso fizeram algo mais barato e imaginaram que o usuário sendo mais inteligente que a máquina, poderia se adaptar rapidamente a algumas regras de escrita, que fariam do graffiti (software de escrita da Palm) um padrão de mercado.