sexta-feira, janeiro 04, 2008

A inovação pode ou não ser aceita


Todos conhecem o Palm Pilot, aquele pequeno computadorzinho de mão da década de 90, feito pela Palm, que no início era fornecido apenas com tela em uma única cor, no qual podia se escrever através de toques na tela (touch screen) com uma canetinha que era fornecida junto com ele. Esse equipamento tinha uma interface sofrível e era caro, mas todo mundo queria ter um em casa. Servia para anotar endereços, telefones, alguns compromissos e ao final virou até telefone (família de celulares TREO). Atualmente ele é fornecido com tela colorida, capacidade de memória da ordem de GigaBytes e possui câmera fotográfica e conexão bluetooth. Vendeu milhões de unidades no mundo todo.
Analisando esses fatos sob essa ótica, quem poderia imaginar que o lançamento dos computadores de mão foi um fracasso retumbante?
Uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Apple, lançou o conceito do computador de mão através do Newton em 1993. Foram investidos mais de 500 milhões de dólares no seu lançamento e após uma recusa geral do público em adquirir o equipamento, a Apple acabou por desistir do mesmo, o que ajudou a montar o cenário que quase levou essa empresa a falência nessa década.
Uma outra empresa muito promissora da época, a GO Corporation investiu 75 milhões de dólares em um computador de mão lançado em 1994 chamado Zoomer, também foi um fracasso total.
Diante desses dois fracassos a Pilot investiu apenas 3 milhões de dólares e fez pequenas adequações no mesmo produto trabalhado pela Apple e pela GO corporation. Trabalhou um pouco mais o conceito da interface homem-máquina e o resultado foi estrondoso. Em 1997 recebeu o título de “dispositivo de alta tecnologia do ano”. Venderam mais de 1 bilhão de dólares no ano de 2000, chegaram a marca de mais de 20 milhões de dispositivos vendidos no ano, sendo que dominam mais de 80% do mercado atual de computadores de mão.
Onde está o milagre? O que a Palm viu no mesmo mercado que a Go corporation e a própria Apple não viram? Na realidade eles vislumbraram que não adiantava tentar fazer a interface ideal, que os usuários pudessem interagir de forma ideal, ao invés disso fizeram algo mais barato e imaginaram que o usuário sendo mais inteligente que a máquina, poderia se adaptar rapidamente a algumas regras de escrita, que fariam do graffiti (software de escrita da Palm) um padrão de mercado.

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