terça-feira, abril 05, 2011

Tudo está nas nuvens...


Esta bem que podia ser uma manchete de alguma coluna de algum ecomomista, e ‘tudo está nas nuvens’ poderia significar que tudo está caro, ou com os preços nas alturas (o que não seria de todo mentira...), mas aqui significa outra coisa. Trata-se da cloudmania, onde colocamos tudo na nuvem, ou seja virtualizamos a infra-estrutura que suporta diversos serviços, e oferecemos estes mesmos serviços por valores mais baixos, ou mesmo gratuitos. A Amazon lançou seu novo serviço de hospedagem de músicas, onde é possível reservar até 20Gbytes de memória, para guardar seus playlists, e ouvir onde você quiser, no momento que você quiser, e sem risco de perder suas músicas favoritas. O Google informou que já trabalha em um serviço semelhante, e alerta seu concorrente que terá mais vantagens ainda, mais espaço e de graça! Bem os servidores de e-mail, há muito tornaram-se virtuais (acho que já nasceram na nuvem), hospedagem de páginas de internet também está em máquinas virtuais, hospedadas em Data Centers, em algum lugar do planeta. Vídeos já encontram-se armazenados da mesma forma. Meu dinheiro deve ser virtual também (não porque acaba rápido ou porque ninguém nunca viu) mas porque manuseio algo em torno de 20% do meu salário em espécie (papel moeda) o resto é transação eletrônica, débito em conta, cartão de débito ou de crédito :-(.

Livros estão cada vez mais virtuais, namoros e amizades também, jornais, aulas, alunos, reuniões, caramba ninguém mais está a salvo? E você, ainda esta aí? Ou também é virtual?

6 comentários:

Unknown disse...

Nossa própria identidade é virtual. Eu posso ser mais de um - o cribeiro@telbrax é um, o carribeiro@gmail é outro. E os álbuns de fotos são virtuais. O processo é irreversível. Gerações mais antigas (como a nossa Edu!) se adaptam de forma desigual, alguns conseguem acompanhar, outros ficam de fora. Mas mesmo pessoas de idade, surpreendentemente às vezes, se adaptam com isso. É um processo que mexe com a nossa natureza mesmo. Estamos abrindo círculos de relacionamento infinitamente maiores do que nosso cérebro dá conta... e para isso precisamos de novos meios, de muletas eletrônicas, de novos conceitos sociais. Se já mudou muito, vai mudar ainda mais!

Unknown disse...

O mundo esta mudando, o mundo o qual conhecíamos já não é mais o mesmo. Realmente é um processo irreversível, nossas crianças já nascem com esta nova identidade. Podemos observar isso pela facilidade e percepção que tem no mundo digital.
Outro dia meu afilhado Pedro, sentou se a frente de um computador lá em casa e começou a pesquisar jogos on line da Discover Kids no Google, até ai tudo bem... Mas ele tem apenas 4 anos, e com certeza não teve nenhum direcionamento meu ou de seus pais... Quando questionado de onde tinha feito esta descoberta, argumentou que foi observando a mim e a seus pais... É senhores, o mundo mudou!
Abraços
Edson Junior

Wlad Frazão disse...

Eduardo,

Estou lendo um livro muito instigante que trata exatamente desse assunto, chama-se "The big switch" e o autor é o "Nicholas Carr". A ideia central no livro é que os recursos computacionais passarão por uma transformação semelhante à que ocorreu com a produção de energia logo após a revolução industrial.

Nos primeiros tempos da produção de energia cada empresa tinha sua própria planta geradora localizada próxima das máquinas consumidoras. Com o tempo e o surgimento de tecnologias inovadoras como a corrente alternada e diversas melhorias nos sistemas de transmissão de energia, tornou-se viável econômica e tecnicamente localizar e centralizar a produção de energia em centros geograficamente distantes dos consumidores.

Com o tempo o modelo de produção e distribuição de eletricidade que temos hoje se consagrou, com a energia sendo produzida em grandes centros, em grandes usinas, e distribuída a todos os consumidores como uma utility.

A visão do Nicholas Carr é que esse mesmo processo acontecerá com os recursos computacionais. Teremos em nossas casas e dispositivos móveis apenas o suficiente para se comunicar com os grandes datacenters, e tudo estará na nuvem. Há ainda uma série de inibidores a essa transformação, mas a discussão é interessante.

Edu@rdo Rabboni disse...

Olá Carlos, tem razão é algo que mexe com nossa natureza, pois aquela situação do "possuir" ainda está ligada ao bem físico, material. Uma coisa é termos mil músicas em cem CDs outra é termos as mil músicas em um arquivo no Ipod, parece que não é a mesma coisa. Agora falando em idade, em uma palestra do Kotler, o ouvi se dizendo um geeker, olhe só, quase oitenta anos...e para finalizar, o jonalista Fabio Camargo escreve em seu Blog que a gente se percebe muito no mundo virtual quando nota que está adicionando nosso barbeiro no Orkut...isso já está acontecendo contigo? Abraços

Edu@rdo Rabboni disse...

É isso mesmo Edson e, obrigado pelo comentário. Mas o que me intriga mesmo, é que a facilidade de nossas crianças para interfacearem com estas novas tecnologias advem do fato de que elas (as tecnologias) foram feitas, foram pensadas, exatamente para abrangerem pessoas de todas as idades, é o mais puro princípio da inclusão digital aplicado, e isso é fantástico, pois imagine o potencial desse fenômeno. Imagine o quanto nosso mundo será melhor quando esta geração atingir a idade de poder contribuir mais com a sociedade, pelo tanto que terão de recursos a seu dispor. Um momento fantástico sem dúvida. Permaneça conectado neste Mundo meu amigo, abraços.

Edu@rdo Rabboni disse...

A discussão é sim muito interessante Wlad, pois se por um lado os custos e possibilidades de transmissão estão cada vez mais proporcionando novas capacidades e possibilidades, por outro lado, o custo da tecnologia embarcada também vem caindo vertiginosamente, o que vem possibilitando cada vez mais inteligência em nossos dispositivos a preços cada vez mais acessíveis. O processador que hoje utilizo para fazer as ligações em meu celular é muitas vezes mais potente do que aquele utilizado em 1969 para enviar o homem a Lua. Acho mesmo que vai acontecer as duas coisas, teremos mais capacidade local (de armazenamento e de processamento) e simultaneamente melhoraremos em muito nossa capacidade nas nuvens. Nosso potencial evoluirá na mesma proporção, assim como nossa responsabilidade. Fascinante não? Sinta-se em casa no MundoConectado, abraços.