sábado, outubro 01, 2011

Risco para nossos ouvidos



Atualmente tenho trabalhado em um escritório que fica mais próximo da rua, e mesmo morando em uma cidade mais tranqüila, ainda assim há os que se esforçam ao máximo para nos proporcionar uma musicalidade que não pedimos e que muitas vezes beira o insuportável.
Alguns carros passam com seus aparelhos de som ligados em um volume tão alto, que não só invadem todos escritórios e casas do quarteirão, como ainda vão disparando todos os alarmes dos carros que ficam estacionados nas redondezas, ou seja, além de termos de aturar o volume insuportável destes carros, ainda temos que continuar ouvindo dezenas de alarmes disparados após o som desaparecer, como diria minha filha: Ninguém merece!
Vejam que este problema já é considerado falta grave no trânsito, causando multa e cinco pontos na carteira dos motoristas que ou são surdos, ou vão ficar em função da potência dos aparelhos de som de seus carros.

A OMS recomenda que não fiquemos expostos a ruídos acima de 50 dB, pois este é o limite a que o ouvido humano consegue suportar sem que venha a ter problemas no curto ou médio prazo, acima deste nível temos, por exemplo, uma madeireira (70 dB), um caminhão acelerando ao lado da sua janela (74 dB), um carro de trio elétrico (110 dB), uma britadeira (120 dB), e o interior destes carros que nos perturbam, que pode ultrapassar os 130 dB, só perderiam para um estádio de futebol cheio de vuvuzelas ou para os arredores de uma turbina de Boeing que podem ultrapassar os 140 dBs.
Nem preciso ressaltar a perfeição que é o ouvido humano, que com quase nenhuma energia, é capaz de perceber as menores variações dentro do espectro de freqüências que conseguimos interpretar, mesmo que com potências baixíssimas. A pele que compõe nossos tímpanos é extremamente sensível, capaz de ser captar os menores sinais de variação na pressão, interpretando-os como sons audíveis. No mundo de hoje, não é possível mais alegarmos que não sabíamos de alguma coisa, pois a informação transborda de todas as fontes possíveis, Mesmo que não se saiba exatamente qual a potência exata do som de seus carros, e nem que se lembre que o limite para não termos problemas auditivos é de 50 dBs, ainda assim não consigo acreditar que os incautos motoristas não saibam que o que fazem, além de torturar nossos ouvidos, ainda têm o enorme potencial de fazê-los ficar surdo.
Mas então porque têm esta atitude? Seria por masoquismo? Ou sadismo, por gostarem de nos fazer sofrer? Acho que nunca saberei ao certo. E você? Tem alguma opinião a este respeito?

6 comentários:

Gentil Oliveira disse...

Também não consigo entender esse tipo de atitude destas pessoas que ouvem seus sons em volumes insuportáveis. O transtorno que causam com o disparo dos alarmes dos carros estacionados, então, nem se fala.

Edu@rdo Rabboni disse...

Obrigado pela visita e pelo comentário Genti. O pior é que quanto mais surdos eles ficam em função da altura do som que ouvem, mais alto passam a deixar seus amplificadores....trata-se de um círculo vicioso :-(
Permaneça Conectado no Mundo, mas com o som em um limite confortável, ok?

Maurilio Carneiro disse...

Oi Edu. Vc nem comentou sobre o tipo de música que esses carros tocam...
Grande abraço.

Edu@rdo Rabboni disse...

Então Mau, nem toquei neste tema....mas o único conteúdo que aceitaria seria venda de pamonhas ou propaganda de sacolão. Pelo menos estariam trabalhando...abraços

Alexandre Rabboni disse...

Na linha do Maurilio, tenho certeza que muito além do volume, o maior problema é o conteúdo. Passei por aqui para saber do Steve Jobs e leio sobre saúde, só assim podemos mudar alguma coisa, somente RE-integrando o Ser Humano.
Beijo
Xandão

Edu@rdo Rabboni disse...

É isso aí Xandro. Re-integrar o ser humano, passa por entender suas necessidades, e compreendê-lo integramente (a ética é não dissociável neste sentido). Quanto ao Jobs, bem merece um post a parte, que farei certamente. O que me chamou a atenção foi a foto dele com o Bill Gates desta semana na revista Veja, onde aparecem sentados em cadeiras em uma sala simples, ao que tudo indica, discutindo algum problema, em uma época em que trabalhavam juntos diretamente (acredito que nunca deixaram de se considerar mutuamente). Grande abraço e passe por aqui de quando em vez :-)