domingo, março 30, 2008

Estamos chegando próximos do limite?


A lei de Moore (Gordon Moore – 1965) nos diz que tudo dobra de velocidade de processamento a cada dezoito meses no mundo da informática. Nos últimos anos é o que temos visto, mas pode ser que eventualmente estejamos chegando próximos ao limite imposto pelos materiais que utilizamos em microeletrônica, além do alto consumo que temos feito do silício, material básico para confecção de componentes eletrônicos, também nota-se que esse material chega ao seu limite do ponto de vista de melhora de performance, o que tem levado cientistas a procurarem outras tecnologias e materiais para o substituírem. O Germânio, apesar de também ser limitado na natureza, pode ser uma boa alternativa para a crescente miniaturização dos componentes eletrônicos (atualmente o silício já é preparado em células de 50 nanômetros).
Podemos notar que os computadores pessoais sempre tiveram sua capacidade de armazenamento e processamento melhoradas desde a década passada, mas atualmente já vemos que as melhoras se dão através da adição de processadores adicionais (duocore ou quadcore) ao invés de colocarmos mais velocidade de processamento, isso pode nos indicar que será mais fácil no futuro adquirirmos computadores com vários processadores, do que comprarmos um computador com um único processador muito mais rápido. Esse fato já vinha ocorrendo desde que começamos a utilizar placas aceleradoras de vídeo para que tivéssemos mais velocidade no processamento de imagens em velocidade mais alta, depois vieram as placas multimídias para processamento digitalizado de som, e por fim, agora estamos vendo opções no mercado de oferta de PCs com mais de um processador, como forma de melhorar a performance sem aumentar em demasia o custo.
Uma alternativa futura é a utilização de nanotecnologia para elaboração de processadores e memórias utilizando nanotubos de carbono, que consumiriam muito menos energia, dissipando menos calor e sendo mais rápidos que as atuais pastilhas de silício, mas ainda observa-se um alto custo dessa tecnologia para que fosse utilizada em alta escala. Talvez ainda vejamos antes disso a utilização maior de tecnologia óptica em nossos PCs, quem sabe? Ou então talvez tenhamos de editar a Lei de Moore novamente...

domingo, março 23, 2008

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...


Quando eu estudava em São Paulo na escola primária, éramos sempre solicitados para elaboração de pesquisas que complementassem nossos estudos. Nessas ocasiões o formato normalmente era assim: “pesquisem a respeito de...”. Nesse momento nossa classe dividia-se em dois grupos de alunos, os que tinham a enciclopédia Barsa em casa (parece que os professores buscavam na Barsa o que tínhamos que pesquisar, pois lá sempre tinha o material que procurávamos) e o outro grupo que não tinha essa enciclopédia em casa e devia, portanto, dirigir-se a uma biblioteca pública para fazer a pesquisa. Mas a única diferença era essa, pois na hora de apresentarmos as pesquisas feitas, em ambos os casos o que se via era uma cópia ou pequeno resumo sobre os tópicos apresentados no livro. Pegássemos as folhas de almaço que utilizávamos e comparássemos umas com as outras, veríamos que a fonte era a mesma e não raro, o texto escrito também. Era uma escola municipal, com uma metodologia de ensino que havia ficado parada no tempo, e também não havia muitos recursos de pesquisa, sendo que invariavelmente nossas pesquisas terminavam na Barsa ou na Mirador.
Essa situação ocorreu na década de setenta, onde os recursos eram limitados, não havia Internet nem o Google com suas infinitas fontes de pesquisa, hoje com certeza temos uma forma mais inteligente de fazermos nossas crianças complementarem seus estudos correto?
Errado! Nossos alunos continuam fazendo pesquisa de forma análoga ao passado, com a facilidade de que não precisam mais copiar os textos no almaço, bastando selecionar na tela do microcomputador e colar respectivamente no arquivo que se pretende entregar na escola.
Não está em discussão se aprendemos mais escrevendo a mão ou copiando arquivos da Internet, e sim o porquê de nossos “professores” continuarem com essa maneira confortável, para eles, de solicitar pesquisa, sem incitar aos alunos a que de fato procurem algumas informações que não se achem prontas e enlatadas em algum lugar, ensinando o raciocínio lógico, a dedução e por fim o aprendizado!
Trata-se de estarmos usando uma ferramenta inovadora e poderosíssima como a Internet de forma inadequada, e o pior é que estamos ensinando nossos filhos a fazerem isso com maestria. Será que nossos professores deveriam voltar para os bancos escolares?

quarta-feira, março 19, 2008

Músicas, que músicas?


Engana-se quem imagina que a única mudança no mundo da música deu-se por conta da facilitação da pirataria pelos novos formatos de mídia, que permitem a cópia e a troca de arquivos de música, sem que haja perda da qualidade do arquivo original. Na realidade a mudança é muito maior que isso e não abrange somente o aspecto técnico do formato como a mídia é disponibilizada, aliás esse é o aspecto menos importante na minha opinião. O que vemos é uma mudança radical na forma de ouvirmos músicas. A portabilidade dos aparelhos, que na década passada era representada pelo walkman, agora se traduz pelos tocadores de MP3 e MP4 que, pesando alguns gramas nos fornecem um som de primeira qualidade, através de sistemas de baterias recarregáveis e o melhor de tudo, não necessitam de fitas, pois possuem memórias regraváveis, são mais baratos e estragam menos por não terem mecanismos móveis.
Outro aspecto que mudou muito é que os usuários dos tocadores de MP3 e MP4 trocam playlists entre si e não mais músicas ou discos, como costumávamos fazer. Playlists são seleções completas, de determinados cantores, bandas ou gêneros de música, que são transmitidas facilmente de um computador para outro, através de softwares disponibilizados gratuitamente na Internet.
Também entraram no jogo os modernos aparelhos celulares, que atualmente além de agregarem as funcionalidades de máquinas fotográficas digitais com mais de 5 megapixels, também incorporaram as funcionalidades de tocadores de MP3, permitindo armazenar centenas de músicas em suas memórias, que por sua vez também são padronizadas, de forma que conseguimos tirar o cartão de memória de nosso celular e colocá-lo no nosso computador transferindo facilmente arquivos de uma máquina para outra, da mesma forma várias máquinas fotográficas também possuem cartões de memórias intercambiáveis com os computadores e celulares (uma salada completa!).
Várias bandas também começam a perceber que não dependem mais totalmente das distribuidoras para se lançarem no mercado, e já que a sua participação na receita gerada com a venda de CDs é pequena, começam a ensaiar a distribuição de seus álbuns diretamente na Internet, ou por downloads ou por venda direta de seus CDs. Percebam que essas mudanças implicam em uma revolução ainda maior em toda a cadeia de comunicação pois, se não lançarmos as bandas primeiramente nas rádios e TVs, que papel a própria mídia televisiva terá na divulgação desses novos trabalhos? Estamos aprendendo a trabalhar com essas mídias e com as possibilidades que ela nos abrem.

segunda-feira, março 10, 2008

VoG (Voice over Game)


A Skype, empresa adquirida pela e-bay que é o maior faturamento de e-commerce do mundo, vem oferecendo serviços de voz sobre a internet há muito tempo no mundo inteiro. Já fechou parcerias inclusive com empresas operadoras e com fabricantes de celular, permitindo nesses casos que se use o celular como conexão de dados, como se fosse uma conexão de internet, para se falar com o mundo todo a valores bem mais baixos que os cobrados pela telefonia celular convencional.
A notícia veiculada essa semana é que os Play Station Portable da Sony (a criançada fala PSP), já virão com Skype instalado.
O que sempre me chamou a atenção no caso do uso dos PSPs pelas crianças é a facilidade com que descobrem as dezenas ou centenas de funções que as diversas teclas assumem a cada jogo que carregam, isso tudo é claro, sem nem passar perto de um manual de instruções, aliás acredito que o tal do manual seja o limiar de separação entre os “plugados” e os excluídos digitalmente, segundo meu filho, toda vez que sentimos uma recaída, e nos dá a vontade de folhearmos um manual de instrução, temos que resistir à tentação, e continuar tentando, sem lançarmos mão desse subterfúgio.
Tenho notado que os manuais vêm emagrecendo a cada dia que passa, tendo assumido ultimamente o formato digital, através de downloads diretamente através da Internet. O problema é quando precisamos do manual para configurar nossa Internet!
Quando começamos a jogar com o PSP não tínhamos rede sem fio (Wi-Fi) instalada em casa, e esse recurso ficou adormecido nas mãos de meu filho, que se divertia com seu PSP. Não lembrei disso quando instalei um roteador sem fio e num belo dia o vi acessando a Internet através do seu equipamento. Perguntei como ele havia configurado, ao que ele respondeu: “não sei...”, na realidade aconteceu como sempre, o equipamento reconheceu a disponibilidade da rede em nossa casa, perguntou ao meu filho se queria configurar o PSP para acesso a Internet, ele foi fuçando, fuçando e deu certo, passou a se conectar na Internet através do joguinho e com isso agora joga com outros usuários ao redor do mundo, através da linguagem universal dos jogos que é o inglês.
Dessa forma ele já usa o joguinho para se conectar à internet, para falar com vários jogadores através do próprio jogo e agora vai poder também falar de maneira similar a um celular com jogadores do mundo todo, usando o Skype, e a pergunta que fica é: Onde guardamos o manual de instruções mesmo?

quarta-feira, março 05, 2008

Vídeo no celular


Muito se comenta sobre a baixa qualidade dos vídeos divulgados no YouTube e que portanto o conteúdo lá disponível, nunca competiria com o conteúdo existente nas TVs, de qualidade muito superior.
Acho errada essa nossa tendência de sempre querermos comparar coisas em termos exclusivistas, ou temos uma coisa OU outra, e normalmente colocamos essas opções em situação de confronto, como se estivessem competindo para ver quem ganha.
Na realidade entendo que a mudança nunca se dá de forma tão radical, e normalmente para novos formatos surgem novas mídias e novos usos. De meu lado divirto-me muito com vários vídeos e com conteúdo interessante na internet, mas confesso que ao ver alguns vídeos do YouTube no celular de meu filho fiquei impressionado com a qualidade da imagem, pois a tela é ideal para permitir uma visualização de boa definição, sendo que o formato de vídeos de curta duração também é adequado ao conforto de quem assiste a um vídeo em uma tela de três ou quatro polegadas.
Além de se tratar de conteúdo aberto e livre, sem nenhum tipo de censura ou processo de massificação (assiste quem acha interessante) ainda existe o apelo forte de podermos influenciar no que outras pessoas vêem, ou mesmo fazermos uploads de vídeos a partir de nossos próprios aparelhos celulares. Apesar de menor que a tela de um computador, o celular também é ideal para visualizarmos mapas e localizações de endereços, pois normalmente quando estamos perdidos temos sempre à mão nosso celular e nem sempre um computador.
O potencial de disseminação de conteúdo através do celular é fantástico, pois já temos mais de dois bilhões de celulares no mundo e caminhamos em no máximo dois ou três anos para os três bilhões, e mesmo que nem todos tenham tela com formato a permitir a visualização de vídeos, vemos que rapidamente essa tecnologia e formato vêm se popularizando.
É claro que não veremos ninguém assistindo a um longa metragem no seu celular, mas acredito que é uma ótima mídia para vídeo clips, trailers de filmes ou notícias, podendo inclusive servir como canal de venda de conteúdo convencional, ou seja poderíamos assistir gratuitamente a trailers de filmes que teriam a seguir a opção de aquisição através de modalidades como mobile-payment ou mesmo via cartão de credito para que fossem entregues em nossas casas ou mesmo recebêssemos o arquivo do filme via internet...mas aí já é tema para outro texto!