terça-feira, fevereiro 08, 2011

O problema estava em uma plaquinha...


Semana passada tivemos um apagão que atingiu totalmente 7 Estados e paralisou parcialmente o Piauí. Em entrevista o diretor de operações da Chesf, Mozart Bandeira. informou que tratou-se de um problema isolado, em uma plaquinha de controle de uma das usinas, que informou erroneamente que havia problema na usina de Luíz Gonzaga em Pernambuco, que na realidade estava funcionando normalmente, com isso essa usina foi desligada e em seguida o que se viu foi um efeito dominó, pois com a falta de uma geradora o sistema se desequilibrou e caíram uma atrás da outra, várias usinas na região Nordeste do País.
Independentemente das declarações que se tratou de fato isolado, que não voltará a ocorrer, etc, etc, fica a pergunta: “Será que estamos tomando as medidas necessárias para que tal fato não volte a acontecer, a exemplo do que o governo da Califórnia fez, após o apagão de março de 2001, onde várias medidas foram tomadas, incluindo o redesenho de todo o sistema de controle e segurança das usinas, bem como iniciativas de diversificação da matriz de energia, sim pois de pouco adianta pensarmos que erros humanos ou sistêmicos não ocorrerão novamente, certamente acontecerão novamente, e com impactos cada vez maiores, tamanha é nossa crescente dependência de energia elétrica no mundo contemporâneo.
Temos que pensar em topologias mais independentes e seguras de geração de energia, incluindo aí as esquecidas PCHs (pequenas usinas hidrelétricas) que permitiriam alguma independência para as regiões, sem falar nas fontes eólicas e solares, já que estamos falando em Nordeste, onde estas fontes são abundantes.
Tudo menos a energia nuclear, que se por um lado é tida pelos especialistas como uma fonte de energia totalmente segura, de outro lado deixa-nos pensativos sobre o estrago que causaria aqui no território verde e amarelo uma falha em uma plaquinha como a que vimos aqui na Chesf :-(.
Apesar de ser engenheiro eletricista por formação, confesso que é um pouco de atrevimento estar escrevendo sobre um tema tão complexo quanto a matriz energética brasileira, o que me estimulou foi ver que ultimamente basta ter um conchavo político ou razoável influência sobre alguma bancada para ganhar a direção de importantes sistemas hidrelétricos no Brasil, é o caso de Furnas que atualmente foi concedido para a família Sarney através do “técnico” Flávio Decat. Bem antes em Furnas do que na presidência da Eletrobrás...

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