Estive na Amana Key (http://www.amanakey.com.br/) no final de semana passado. A Amana é minha referência absoluta de inovação em gestão. Estudamos duas personalidades que trabalham com o futuro, um deles, Bruce Mau, disse que o processo é mais importante que o resultado, pois quando o resultado conduz o processo somente iremos para onde já estivemos, ou seja, não pode haver inovação!
À primeira vista essa afirmação muito me incomodou, pois ficou a percepção de que fazemos algumas coisas, só por fazer, sem objetivo direto e concreto, o que poderia ser classificado facilmente como perda de tempo. Esse pensamento cartesiano foi abandonado quando lembrei de algumas inovações e rupturas que surgiram nos últimos anos, onde podemos notar claramente que o resultado obtido foi obra do acaso e não fruto de forte planejamento. É o caso do Youtube, que foi criado para compartilhamento de fotos e vídeos com os amigos, e acabou virando um fenômeno de utilização. A própria Internet tinha objetivos militares e de segurança na comunicação quando foi criada, visava disponibilizar um sistema de comunicação por computadores que resistisse a um desastre e perda de parte da rede, sem que perdesse a capacidade de se comunicar – estava criada a Arpanet, avó da Internet. E assim ocorre com tantos outros produtos e serviços que são criados para um determinado objetivo e acabam servindo a outro objetivo totalmente distinto, que acaba por lhes promover o uso.
É fácil de imaginar que, quanto mais ruptura for provocada no processo de inovação, maior é a possibilidade de que tenha sido inventada “sem querer” o que, de forma alguma desqualifica a inovação ou deve ser motivo de demérito, pois as inovações devem ser mensuradas com base nos benefícios que trazem e no ineditismo de suas soluções e não pelo processo ao qual se submeteram.
Mesmo assim é inevitável que vejamos inúmeros comentários tecidos a respeito do processo de inovação de algumas soluções. Ora o processo somente passa a ser metodológico depois de estabelecido como sucesso. É o caso da Microsoft, da HP e de tantas outras inovações que nasceram literalmente nas garagens de bairros de subúrbio, e que depois de consolidadas como sucessos absolutos, passam por processos rigorosos para novas especificações e melhorias, mas que a meu ver, já não se tratam mais de inovações, senão de melhorias no que já foi uma inovação no passado...
À primeira vista essa afirmação muito me incomodou, pois ficou a percepção de que fazemos algumas coisas, só por fazer, sem objetivo direto e concreto, o que poderia ser classificado facilmente como perda de tempo. Esse pensamento cartesiano foi abandonado quando lembrei de algumas inovações e rupturas que surgiram nos últimos anos, onde podemos notar claramente que o resultado obtido foi obra do acaso e não fruto de forte planejamento. É o caso do Youtube, que foi criado para compartilhamento de fotos e vídeos com os amigos, e acabou virando um fenômeno de utilização. A própria Internet tinha objetivos militares e de segurança na comunicação quando foi criada, visava disponibilizar um sistema de comunicação por computadores que resistisse a um desastre e perda de parte da rede, sem que perdesse a capacidade de se comunicar – estava criada a Arpanet, avó da Internet. E assim ocorre com tantos outros produtos e serviços que são criados para um determinado objetivo e acabam servindo a outro objetivo totalmente distinto, que acaba por lhes promover o uso.
É fácil de imaginar que, quanto mais ruptura for provocada no processo de inovação, maior é a possibilidade de que tenha sido inventada “sem querer” o que, de forma alguma desqualifica a inovação ou deve ser motivo de demérito, pois as inovações devem ser mensuradas com base nos benefícios que trazem e no ineditismo de suas soluções e não pelo processo ao qual se submeteram.
Mesmo assim é inevitável que vejamos inúmeros comentários tecidos a respeito do processo de inovação de algumas soluções. Ora o processo somente passa a ser metodológico depois de estabelecido como sucesso. É o caso da Microsoft, da HP e de tantas outras inovações que nasceram literalmente nas garagens de bairros de subúrbio, e que depois de consolidadas como sucessos absolutos, passam por processos rigorosos para novas especificações e melhorias, mas que a meu ver, já não se tratam mais de inovações, senão de melhorias no que já foi uma inovação no passado...
6 comentários:
Edu, leio muito o blog do Seth Godin, que fala muito sobre esse tipo de coisa - inovação, mercado estabelecido x inovação disruptiva, etc. Recomendo a leitura.
Não resta dúvida que o processo de inovação, ou melhor, de reinvenção de um negócio é muito doloroso. A maioria das empresas não sobrevive às mudanças radicais. Existem empresas que "compram" a saída desse dilema, incorporando novas empresas, com novos produtos. A Cisco e mais recentemente o Google tem usado desse mecanismo. O problema é que para cada Cisco existem 10 Nortel, que matam a empresa recém-adquirida no processo de incorporação, jogando a idéia fora.
Outro ponto é que a empresa jamais pode perder a sede de crescer. Quem se contenta com o tamanho que tem está fadado a desaparecer. Um exemplo recente, e interessante, é o EBay. Depois de incorporar o Skype por alguns bilhões de dólares, o que eles fizeram? Tendo o maior mercado eletrônico do mundo e a ferramenta de comunicação mais subversiva do planeta, eles... se acomodaram. Não tenho dúvidas que haviam mil formas de combinar os dois e obter um crescimento ainda mais espetacular. Mas não foi o que aconteceu, e agora, o rei está nu.
Querido irmão, teu Blog está contribuindo tanto que tenho esperado seus artigos de véspera, aliás temos que estar presentes, ou estaremos angustiados com o passado ou ansiosos com o futuro. Difícil isso né ?
Vou lançar mão de um trechinho de Rudolf Steiner, para esta era de Micael.
"...temos que aprender nessa era, a saber, viver com pura confiança, sem qualquer segurança na existência, confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual."
Um grande beijo
estejamos sempre presentes, sentindo a vida
Xandão
Obrigado pelo comentário Carlos.
Já participei de alguns merges e aquisições, e o mais curioso é que normalmente se faz uma aquisição pensando também na competência da empresa em determinadas áreas, e não somente no seu mercado. Nesse sentido, grande parte do valor da aquisição pode ser perdido se não se consegue manter o mínimo da cultura anterior à aquisição. Paradoxal não? A Cisco faz isso muito bem, mas aparentemente no momento ela tem outros problemas para se preocupar...
Isso é engraçado, muito se compara a era da industrialização com a atual era do conhecimento, mas na realidade falamos de várias eras, se por um lado vivemos a era do conhecimento, também vivemos a era da emoção, do sentimento e porque não do espírito? Acompanho o Steven COvey há algum tempo, e era dele a teoria da eficácia, muito metodológica, com receitas para o dia a dia, que nos deixavam mais eficazes, vide o livro "os sete hábitos das pessoas altamente eficazes" até ele percebeu que existe um algo mais, além da metodologia. No seu último livro "O oitavo hábito, da eficácia à grandeza" já aparecem questões como a verdade, a emoção, a paz de espírito e etc, sempre aplicados a gestão. Que sejamos bem vindos também nessa nova era, que também é mais humana. Como estou sempre ligado à tecnologia e ao novo, acho fantástica a sugestão do Steiner de erradicarmos da alma todo o medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem, e vamos em frente!
Rabboni, escolhi este tema porque penso que casa com um assunto que tem me incomodado, já há algum tempo, e achei que poderia estar me expressando aqui.
Vivo no mundo de Telecom e é inevitável estar envolvido no que há de mais novo em termos de tecnologia. Tenho vivenciado um mundo de rupturas, várias modificações do ambiente de trabalho, da estrutura organizacional. Muito tem-se falado em Inovação de Gestão, ineditismo de soluções, atitude, enfim sempre visando um acrescimo de lucros e competitividade.
Quando li em seu blog sobre o Oitavo Hábito, da eficácia à grandeza, espero que no etc, citado esteja incluido, além de verdade, emoção, paz, também o termo moral.
Pouco ou quase nada tem-se falado sobre inovação de moral, ineditismo de crescimento de relacionamento coletivo, com respeito, com tolerância, com credibilidade, digo, o famoso "fio do bigode" .
Muito pelo contrário, temos visto adolescente sendo violentada por bandidos encarcerados, temos visto pessoas desesperadas devido a especulação bancária (USA , imóveis), assaltantes arrastando crianças após roubo de carro, pessoa sendo espancada em pontos de coletivos, etc.
Infelizmente ainda não sei qual a fórmula para estas situações, o que tenho feito é tratar as pessoas como pessoas, sem distinção de cor crença, etc. Mas confesso que tenho enfrentado algumas dificuldades....
Obrigado por esta oportunidade.
Obrigado pelo comentário Douglas. De fato por vezes ficamos pensando se tudo que fazemos e ajudamos a evoluir tem de fato alguma valia, haja vista as imensas injustiças que vemos no dia-a-dia, e mesmo as diferenças econômico-sociais existentes em nossa atual sociedade, que aparentemente só aumentam. Por outro lado, acho que para procurar um equilíbrio, é importante notar também que a sociedade nunca experimentou tamanha transparência como a que vivenciamos hoje. Talvez os males que vivenciamos hoje sejam parte do remédio para nos curarmos enquanto sociedade, pois o tratamento de uma doença sempre começa com tomarmos conhecimento que ela existe, e esse sempre é o pior momento da cura, certo? No discurso que fiz para uma turma de formandos da FEI, no ano passado abordei os valores e ética que nos devem nortear, sem os quais a tecnologia de nada serve. Vamos em frente, corrigindo o que estiver errado e celebrando nossas conquistas.
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